Falaremos do Sporting, mais mal do que bem. Falaremos também do Benfica, sempre mal. Falaremos do Porto, conformados.
quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014
Um nojo
A capa do Correio da Manhã é miserável. A notícia não é sobre um traficante de droga. A notícia é sobre o pai do Mané pelo simples facto de ser o pai do Mané. O Leonardo Jardim respondeu bem, mas não chega. O Sporting devia processar esta gente e a ERC também. Nenhum de nós está livre disto. E é isto que importa: ter direito a ser livre, ter direito à liberdade.
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Rui Monteiro
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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014
Uma visão política
Entramos agora no último terço do campeonato, a sua recta final.
Apesar de andarmos todos fartos de política (e políticos), hoje procuro
aqui imaginar o que diriam os mais altos dirigentes desta nação do que o Sporting fez até aqui. E já agora, como os políticos são peritos em previsões, acerca do que podemos esperar do resto da época.
Se a Troika fosse convidada a analisar a situação do Sporting observaria
que estamos claramente a jogar acima das nossas possibilidades. O
Primeiro-Ministro, por sua vez, diria que o desempenho é excelente e nos aproximamos
de um ponto de viragem. Mas diria também que a redução de
salários é para continuar e no final da época iria por todos os nossos
jogadores em leilão (à pressa, como os quadros do Miró). Não há
alternativa a vender as jóias, os anéis e os dedos, acrescentaria.
O seu vice, Paulo Portas, diria que estamos em grande e que em Junho vamos estar a
celebrar o campeonato nas principais feiras do país. E se por algum
acaso não ganharmos a culpa será seguramente do Jorge Gonçalves ou do João Rocha.
Seguro teria dito no Domingo à noite que é uma vergonha não estamos em
primeiro com a equipa que temos; e na 2a à noite que o título é uma
miragem inalcançável com a equipa que temos. Jerónimo de Sousa, num
estranho alinhamento com Bruno de Carvalho, diria que a época do
Sporting mostra que não precisamos dos empresários e do seu capital
especulativo. Mas depois criticaria Bruno de Carvalho pelo processo do
Elias e do Bruma, apontando-os como casos típicos de "patrão
explorador". João Semedo ou Catarina Martins diriam algo de diferente de
Seguro e de Jerónimo, qualquer coisa.
Neste caso até me sinto envergonhado por dizer que espero
que o "Paulo Portas" desta história esteja certo. Mas receio que,
irrevogavelmente, a Troika terá a última palavra e seremos "empurrados"
para um lugar condizente com as nossas possibilidades. A bem ou a mal. Futebol e política, se calhar não
são assim tão diferentes...segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014
A Queda do Império
Ontem vi o estoril a vencer no dragão, com um golo de penálti acrescido de expulsão.
Há uns anos atrás, muito provavelmente, o lance teria dado origem a uma falta ofensiva, um cartão amarelo para o jogador do estoril e o sorteio de uma viagem ou um voucher para o pequeno-almoço.
A tendência recente mostra uma decrescente capacidade de controlo sobre o clube e sobre a envolvente sistémica. A rábula do transito e dos sentidos de circulação acentuou a perceção da queda do império. Nesta senda, recordemos Vitorino https://www.youtube.com/watch?v=na0d1VV-mVE .
Há uns anos atrás, muito provavelmente, o lance teria dado origem a uma falta ofensiva, um cartão amarelo para o jogador do estoril e o sorteio de uma viagem ou um voucher para o pequeno-almoço.
A tendência recente mostra uma decrescente capacidade de controlo sobre o clube e sobre a envolvente sistémica. A rábula do transito e dos sentidos de circulação acentuou a perceção da queda do império. Nesta senda, recordemos Vitorino https://www.youtube.com/watch?v=na0d1VV-mVE .
sábado, 22 de fevereiro de 2014
Tirar o Martins
Convém que comecemos a jogar com onze. Jogar quarenta e cinco minutos com dez é muito. O Mané, em cinco minutos, fez mais do que o Martins durante toda a primeira parte.
Primeira parte absolutamente entediante. Não fizemos um remate à baliza. O Rio Ave também não fez muito mais. Numa molhada ia conseguindo o golo por duas vezes. O Maurício e o Patrício estavam lá.
A segunda parte prometia algo de diferente. Passámos a jogar com onze. Duas arrancadas do Mané e a equipa do Rio Ave abanou. Quando menos se esperava, levámos um golo às três tabelas. Passámos ao modo salve-se quem puder com a entrada do Slimani. Com ele, a marcar ou a atrapalhar, a defesa nunca mais tem sossego.
Começou a marcar. O Jefferson redimiu-se, ao fazer um centro notável, e o Slimani atropelou o Rodriguez. A seguir, ia marcando outra vez. Mas não ficou contente. Grande pressão do Montero, bola a sobrar para o Carrillo, centro para a molhada, Slimani a atrapalhar e o puto Mané a metê-la lá dentro.
A equipa parece espremida. O 4x3x3 já conheceu melhores dias. Não conseguimos surpreender. O Heldon acrescenta pouco. O Wilson quer mas não pode ou não sabe. O Martins é um peso morto, mais morto que peso aliás. Não se mexe. Não tem velocidade. Não suporta o choque. Não faz uma finta, uma coisa qualquer que ponha a defesa em sobressalto. O Mané parece uma boa surpresa. O Jardim tem que inventar alguma coisa. Não sei bem o quê. Mas não lhe resta outra alternativa que não seja a de fazer alguma coisa, nem que seja para que tudo fique na mesma
Primeira parte absolutamente entediante. Não fizemos um remate à baliza. O Rio Ave também não fez muito mais. Numa molhada ia conseguindo o golo por duas vezes. O Maurício e o Patrício estavam lá.
A segunda parte prometia algo de diferente. Passámos a jogar com onze. Duas arrancadas do Mané e a equipa do Rio Ave abanou. Quando menos se esperava, levámos um golo às três tabelas. Passámos ao modo salve-se quem puder com a entrada do Slimani. Com ele, a marcar ou a atrapalhar, a defesa nunca mais tem sossego.
Começou a marcar. O Jefferson redimiu-se, ao fazer um centro notável, e o Slimani atropelou o Rodriguez. A seguir, ia marcando outra vez. Mas não ficou contente. Grande pressão do Montero, bola a sobrar para o Carrillo, centro para a molhada, Slimani a atrapalhar e o puto Mané a metê-la lá dentro.
A equipa parece espremida. O 4x3x3 já conheceu melhores dias. Não conseguimos surpreender. O Heldon acrescenta pouco. O Wilson quer mas não pode ou não sabe. O Martins é um peso morto, mais morto que peso aliás. Não se mexe. Não tem velocidade. Não suporta o choque. Não faz uma finta, uma coisa qualquer que ponha a defesa em sobressalto. O Mané parece uma boa surpresa. O Jardim tem que inventar alguma coisa. Não sei bem o quê. Mas não lhe resta outra alternativa que não seja a de fazer alguma coisa, nem que seja para que tudo fique na mesma
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Rui Monteiro
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quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014
Sem ansiedades ou surpresas
Assim como não há muito jornalismo independente em Portugal (no futebol não há sequer jornalismo, quanto mais independente), também não há uma verdadeira justiça, quanto mais uma justiça desportiva. Igualmente os analistas e comentadores, independentemente do género, laboram quase sempre aconchegados por um qualquer cachecol partidário ou futebolístico, ou alguma dependência económica. Nada de mais. Somos uma comunidade pouco dada a valorizar coisas como a dignidade, a integridade, a justiça ou a verdade. Em qualquer grupo social, político, profissional ou desportivo encontramos estas falhas de carácter. Nuns será mais grave do que noutros. Mas, seja onde for e com quem for, não deixa de ser uma constatação triste. Eu não estou aqui como um interveniente objetivo e independente. Estou aqui, e assim me assumo, como subjetivo e dependente. Aqui! Porque na minha atividade profissional tento ser o mais justo e objetivo possível. Pelo menos tanto quanto as minhas imperfeições mo permitam. Isso sou eu, que não sou conselheiro de ninguém, assim como muitos que felizmente conheço, alguns daqui. Parece que em algumas profissões ou cargos isso não é necessário nem apreciado. "Dura lex, sed lex"!
Devo confessar que também já não perco o sono por causa de injustiças e imundícies
políticas, judiciais ou éticas cometidas por algumas elites dirigentes. Não
alimento em relação a essas espécies grandes esperanças. Mas não deixo de
notar, numa análise puramente antropológica, que há alguns géneros que ao reunirem
em si certas particularidades profissionais, regionais e clubísticas, ficam
mais dados à repetida bandalheira do que outros. Escapou-me, mas Darwin certamente
já o tinha referido.
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A. Trindade
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terça-feira, 18 de fevereiro de 2014
Sem dolo
Como reforço de inverno, faço a minha estreia ainda em fase
de adaptação e sem pré-época. Por isso, pensei começar por mostrar o que de bom
há no futebol português.
Tem sido notável a importância do futebol enquanto estímulo da criatividade linguística, expresso pelos seus maiores “poetas”. Dentro das obras mais notáveis, comecemos pela “Ode à Intensidade”. Esta obra, inspiradora da ciência, proclamou a física enquanto ciência mestra do futebol e exultou-a enquanto garante da objetividade. Quanto maior a intensidade maior o fluxo de energia pelo espaço. Ora, que melhor maneira para avaliar os contactos entre jogadores do que esta ciência. E esta aprendizagem coletiva potenciou a inovação, criando-se o “intensómetro” e uma escala “à la Richter”, perfeitamente moldável ao terreno e às idiossincrasias do Sistema de inovação. Este instrumento vem-se revelando fundamental para a qualificação internacional dos árbitros e para a verdade desportiva.
Mas a educação também significa equilíbrio. Por isso, o futebol português prossegue a filosofia grega “mente sã em corpo são”, promovendo hábitos saudáveis de prática de desportos coletivos multiculturais, com consumo massivo de fruta e de ingestão de leite, essenciais para o bom desempenho desportivo. Este paradigma foi fundamental na promoção das ligações luso-brasileiras, com o futebol como porta-aviões da internacionalização portuguesa recente. As várias missões ao Brasil, patrocinadas no passado, coroam-se hoje com a mescla cultural dos apitos carnavalescos, em prata e dourado, e com os tratados comerciais em serviços de elevado valor acrescentado.
Disclaimer: em nenhum dos comentários existiu “dolo”. Havia alguém no edifício de 300 pessoas em que trabalho com dores num joelho e outro até tem bicos de papagaio.
segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014
Compreender os adeptos
Pelos vistos, a malta não gostou do jogo contra o Olhanense. Não percebo porquê. Fizemos uma muito boa primeira parte. A equipa atacou, pressionou bastante à frente e criou inúmeras oportunidades de golo. Marcou dois. Como sempre, um deles ficou no apito do árbitro. Se ao intervalo estivéssemos a ganhar por quatro não era escândalo nenhum.
O Montero fez um jogo notável. O primeiro golo, com a bola a passar por cima da careca do adversário, é uma obra de arte. O segundo, com um cabeceamento da zona de penalty como mandam as regras, define-o como ponta-de-lança. Gostei da forma como o Adrien apareceu mais à frente. A equipa fica mais perigosa.
O problema continua a ser o mesmo. Com três no meio-campo pede-se mais, muito mais, ao André Martins. Passado meia hora está com os bofes de fora. Quatro vezes com a bola na meia-lua da grande-área e devidamente enquadrado com a baliza, chutou duas para a bancada, fez um passe ao guarda-redes e rematou muito devagarinho ao lado. Como já me explicaram, o rapaz é muito bom, a malta é que não percebe nada de bola. Disseram-me o mesmo do Postiga e do Djaló.
Só vi quinze minutos da segunda parte. Pareceu-me que o jogo estava meio entaramelado. Vi o resumo depois. Pelo que me tinham contado, o Olhanense teria sido um perigo permanente. Só vi uma brilhante jogada às três tabelas com uma canela metida pelo meio. A malta valoriza mais uma trapalhice do adversário, que até nos atrapalha a nós, do que as duas jogadas notáveis do Carrillo. São gostos. Prefiro as jogadas do Montero e do Carrillo.
O Montero fez um jogo notável. O primeiro golo, com a bola a passar por cima da careca do adversário, é uma obra de arte. O segundo, com um cabeceamento da zona de penalty como mandam as regras, define-o como ponta-de-lança. Gostei da forma como o Adrien apareceu mais à frente. A equipa fica mais perigosa.
O problema continua a ser o mesmo. Com três no meio-campo pede-se mais, muito mais, ao André Martins. Passado meia hora está com os bofes de fora. Quatro vezes com a bola na meia-lua da grande-área e devidamente enquadrado com a baliza, chutou duas para a bancada, fez um passe ao guarda-redes e rematou muito devagarinho ao lado. Como já me explicaram, o rapaz é muito bom, a malta é que não percebe nada de bola. Disseram-me o mesmo do Postiga e do Djaló.
Só vi quinze minutos da segunda parte. Pareceu-me que o jogo estava meio entaramelado. Vi o resumo depois. Pelo que me tinham contado, o Olhanense teria sido um perigo permanente. Só vi uma brilhante jogada às três tabelas com uma canela metida pelo meio. A malta valoriza mais uma trapalhice do adversário, que até nos atrapalha a nós, do que as duas jogadas notáveis do Carrillo. São gostos. Prefiro as jogadas do Montero e do Carrillo.
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Rui Monteiro
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sábado, 15 de fevereiro de 2014
Atributos
Não foi mau mas... Podíamos
ter feito um bom resultado. Podia ter sido muito melhor. Por exemplo, o
Montero, que mais uma
vez jogou bem, podia ter atirado para as urtigas a malapata e marcado,
pelo
menos, um golito. Vendo bem as coisas ele até marcou o golito mas... O William é um senhor, uma fonte de inspiração, com ele até o
Olhanense jogou melhor. O Carrilho está zangado, o que é bom sinal,
“quem não se
sente…” mas não deu, por pouco, mas não deu. O Mané cumpriu e o Heldon
continua a prometer vir a cumprir. O Adrien está cansado mas foi à luta,
o
Martins cansou-se mas esforçou-se para isso. O Senhor Patrício fez por
não
estragar a festa de aniversário no par de
ocasiões dos bravos de Olhão e manter o seu estatuto de intocável.
Enfim, tudo junto, poderíamos não ter dado a oportunidade aos
abutres da imprensa para fazerem os cabeçalhos que já antecipo. Mas tudo
isto
tem uma explicação. Ao olhar para os atributos dos nossos mais diretos
adversários,
devem ter concluído que provavelmente chega jogar feio, ganhar por um
golito e manter
as aspirações. Não que tenhamos jogado sempre mal, mas eu preferia que
tivessem jogado
melhor, mais felizes e inspirados. Isto foi uma vitória à SLBenfica, até
mesmo
à FCPorto, eu gosto muito mais de outro estilo. Este jogo só vale a pena
se for
bem jogado e, mesmo ganhando, este chegou a ser aborrecido.
Olhem à vontade para os atributos dos adversários.
Os nossos são diferentes. São melhores. Apostem neles.
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A. Trindade
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quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
Relativizar as coisas
1. Ao que nos dizem, o melhor Benfica da época ganhou ao pior Sporting da época por dois a zero em casa. Não vejo estranheza no resultado. Dizem que nos deram um banho de bola. Quando no futebol contar a nota artística, talvez essa análise tenha algum interesse. Quanto a factos, o principal candidato ao título ganhou em casa dois a zero, tendo marcado o segundo golo a um quarto de hora do fim. Nada de especial, portanto.
2. O que me preocupa não é a derrota contra o Benfica. Preocupa-me, isso sim, o empate com a Académica. Também não fiquei propriamente contente com os resultados contra o Estoril, o Rio Ave e o Nacional. Só que não posso colocar os resultados do Nacional e do Rio Ave ao mesmo nível dos outros. Não ganhámos esses jogos porque os árbitros não o consentiram. Uns dirão que voluntariamente. Outros voluntariamente. Um não viu, outro viu o que não aconteceu.
3. A equipa do Sporting é sofrível. Nós deixámo-nos enganar e criámos expetativas que não têm qualquer contraponto com a realidade. Dizem-nos que o nosso meio-campo é excelente. Não é. O William Carvalho tem-se revelado excelente. O Adrien tem jogado uns jogos acima das suas possibilidades. Nos últimos, não tem jogado nada que se veja. O André Martins não tem lugar em praticamente nenhuma equipa portuguesa. A defesa é a menos batida, por mérito da organização coletiva. Os centrais são fracos. O Cédric está a surpreender. O Jefferson é uma máquina. Só que os laterais destacam-se mais a atacar do que a defender. Os extremos são fracos. Têm dias. Quando o Montero tirava coelhos da cartola, tudo se disfarçava. Deixou de tirar e isso nota-se.
4. A equipa está espremida. Não se pode esperar que os jogadores estejam em forma a época toda. Há quebras, mesmo com os melhores. No banco não há alternativas ao nível dos titulares. No jogo contra o Benfica, o Leonardo Jardim estava condenado a inventar. Inventou de uma maneira. Podia ter inventado de outra. Ninguém nos garante que o resultado não fosse o mesmo. A qualidade do banco não nos dá garantia que pudesse ser de outra forma.
5. O que nos resta fazer? Voltar ao jogo a jogo, que foi o que nos prometeram. O Leonardo Jardim é competente. Sabe o que tem de fazer. Se voltarmos a ganhar os jogos que devemos ganhar, daqui a umas semanas voltamos a fazer as contas outra vez quando recebermos o Porto. Até lá, esperamos que o Rei da Tática vá tecendo a teia onde se há de enredar. Não se esqueçam que o Benfica terá que se deslocar ao Dragão e o Kelvin ainda anda por lá.
2. O que me preocupa não é a derrota contra o Benfica. Preocupa-me, isso sim, o empate com a Académica. Também não fiquei propriamente contente com os resultados contra o Estoril, o Rio Ave e o Nacional. Só que não posso colocar os resultados do Nacional e do Rio Ave ao mesmo nível dos outros. Não ganhámos esses jogos porque os árbitros não o consentiram. Uns dirão que voluntariamente. Outros voluntariamente. Um não viu, outro viu o que não aconteceu.
3. A equipa do Sporting é sofrível. Nós deixámo-nos enganar e criámos expetativas que não têm qualquer contraponto com a realidade. Dizem-nos que o nosso meio-campo é excelente. Não é. O William Carvalho tem-se revelado excelente. O Adrien tem jogado uns jogos acima das suas possibilidades. Nos últimos, não tem jogado nada que se veja. O André Martins não tem lugar em praticamente nenhuma equipa portuguesa. A defesa é a menos batida, por mérito da organização coletiva. Os centrais são fracos. O Cédric está a surpreender. O Jefferson é uma máquina. Só que os laterais destacam-se mais a atacar do que a defender. Os extremos são fracos. Têm dias. Quando o Montero tirava coelhos da cartola, tudo se disfarçava. Deixou de tirar e isso nota-se.
4. A equipa está espremida. Não se pode esperar que os jogadores estejam em forma a época toda. Há quebras, mesmo com os melhores. No banco não há alternativas ao nível dos titulares. No jogo contra o Benfica, o Leonardo Jardim estava condenado a inventar. Inventou de uma maneira. Podia ter inventado de outra. Ninguém nos garante que o resultado não fosse o mesmo. A qualidade do banco não nos dá garantia que pudesse ser de outra forma.
5. O que nos resta fazer? Voltar ao jogo a jogo, que foi o que nos prometeram. O Leonardo Jardim é competente. Sabe o que tem de fazer. Se voltarmos a ganhar os jogos que devemos ganhar, daqui a umas semanas voltamos a fazer as contas outra vez quando recebermos o Porto. Até lá, esperamos que o Rei da Tática vá tecendo a teia onde se há de enredar. Não se esqueçam que o Benfica terá que se deslocar ao Dragão e o Kelvin ainda anda por lá.
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Rui Monteiro
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quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
Inconseguimento explicado aos peixes e anotado
[Não houve
jogo no Domingo]
Porque uma
barraca não é uma edificação (1).
[Não houve
jogo na televisão]
Porque um
caneiro não é um canal.(2)
[Não houve
jogo na Terça-Feira]
Porque o
visitante não compareceu.(3)
(1) cf Regime Jurídico
da Edificação Urbana
(2) cf Atlas da
Mecânica de Fluídos
(3) cf Regulamento das
Competições Organizadas pela Liga Portuguesa de Futebol Profissional
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Sergio Barroso
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19:29
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terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
Deixem-se de tretas
Não vi o jogo e, portanto, estou muito mais à vontade para falar sobre ele (aliás, as melhores actas que faço são das reuniões onde não estive; parecendo que não, a realidade atrapalha muito as nossas opiniões). Deixemo-nos de tretas. O Sporting começou a perder este jogo contra a Académica. Ganhando, ficava na frente e ia à Luz com toda a margem de manobra do Mundo e com a moral em alta. Não ganhou e, pelo caminho, ainda ficou sem o William Carvalho e o Jefferson, os dois jogadores mais regulares, se não mesmo os melhores.
Já percebi que está toda a gente a malhar no Leonardo Jardim. A estupidez nunca tem limites. Aparentemente queria-se que o Sporting fosse jogar à Luz como joga sempre com o William Carvalho e o Jefferson. Ora, tal não é possível. O Wiiliam Carvalho é negro e o Dier é branco. O Jefferson é esquerdino e o Piris e destro. O Leonardo Jardim tinha que mudar o modelo de jogo da equipa. O modelo não é indiferente aos jogadores que o protagonizam.
Não ganhámos. Não empatámos. Logo perdemos. É a vida. O campeonato continua. É preciso não desmoralizar. Isso é que é preciso.
Em primeiro lugar, ninguém tinha ilusões que íamos ganhar o campeonato. Em segundo lugar, com o Jorge Jesus há campeonato até ao fim. Quando foram campeões, na última jornada ainda estavam a disputar o primeiro lugar com o Braga. Nos dois últimos, perdeu-os nos descontos. Se não confiamos na nossa equipa, não vejo nenhuma razão para não confiarmos no Jorge Jesus e na equipa do Benfica. Aliás, são sempre eles que nos dão as maiores alegrias
Já percebi que está toda a gente a malhar no Leonardo Jardim. A estupidez nunca tem limites. Aparentemente queria-se que o Sporting fosse jogar à Luz como joga sempre com o William Carvalho e o Jefferson. Ora, tal não é possível. O Wiiliam Carvalho é negro e o Dier é branco. O Jefferson é esquerdino e o Piris e destro. O Leonardo Jardim tinha que mudar o modelo de jogo da equipa. O modelo não é indiferente aos jogadores que o protagonizam.
Não ganhámos. Não empatámos. Logo perdemos. É a vida. O campeonato continua. É preciso não desmoralizar. Isso é que é preciso.
Em primeiro lugar, ninguém tinha ilusões que íamos ganhar o campeonato. Em segundo lugar, com o Jorge Jesus há campeonato até ao fim. Quando foram campeões, na última jornada ainda estavam a disputar o primeiro lugar com o Braga. Nos dois últimos, perdeu-os nos descontos. Se não confiamos na nossa equipa, não vejo nenhuma razão para não confiarmos no Jorge Jesus e na equipa do Benfica. Aliás, são sempre eles que nos dão as maiores alegrias
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Rui Monteiro
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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014
A questão do adiamento
Por vários motivos tenho vindo a ter de adiar a minha primeira
contribuição nestas paragens, tal como Heldon vai ter de esperar para se
estrear pelo Sporting. Agora que o efeito surpresa de um onze titular
que ninguém esperava se esfumou, a sua estreia amanhã é uma enorme
incógnita.
E portanto parece-me apropriado estrear-me aqui precisamente com uma questão: e se tivesse "voado" a cobertura do estádio na zona da "gaiola"?
E portanto parece-me apropriado estrear-me aqui precisamente com uma questão: e se tivesse "voado" a cobertura do estádio na zona da "gaiola"?
Ouvi o Presidente da Liga dizer que o
estádio terá sido evacuado em 7 minutos. Impressionante a incapacidade
de uma pessoa (que se quer independente) de se esquecer na sua
contabilidade de uns poucos milhares de pessoas que estiveram presas bem
mais de 7 minutos numa ponta do estádio.
Bem sei que tudo corre bem quando acaba bem, mas depois de tanta conversa sobre a famosa "gaiola" não encontrei uma única referência na nossa imprensa ao facto de se ter evacuado um estádio por questões de segurança deixando um sector inteiro entregue à sua sorte. Será que ninguém tem a capacidade de ir recuperar o que se disse na altura e de fazer umas questões muito simples a quem de direito: Se aquele sector do estádio é assim tão seguro porque razão não foi evacuado de imediato? Quem tomou tal decisão, e porquê? Era assim tão diferente o risco naquele sector do que existia nas zonas que o rodeavam e que foram de imediato evacuadas?
Bem sei que tudo corre bem quando acaba bem, mas depois de tanta conversa sobre a famosa "gaiola" não encontrei uma única referência na nossa imprensa ao facto de se ter evacuado um estádio por questões de segurança deixando um sector inteiro entregue à sua sorte. Será que ninguém tem a capacidade de ir recuperar o que se disse na altura e de fazer umas questões muito simples a quem de direito: Se aquele sector do estádio é assim tão seguro porque razão não foi evacuado de imediato? Quem tomou tal decisão, e porquê? Era assim tão diferente o risco naquele sector do que existia nas zonas que o rodeavam e que foram de imediato evacuadas?
domingo, 9 de fevereiro de 2014
Alain Resnais no Estádio da Luz
Nos anos 80 tinha pretensões a perceber coisas que estavam para lá da minha compreensão. Nada melhor do que a cinematografia francesa para testar o entendimento. Nunca mais me esqueci do Amor Eterno do Alain Resnais.
Não me lembro de grande coisa do filme. Lembro-me, simplesmente, que as cenas eram entrecortadas por uns planos em fundo negro onde se via a queda daquilo que pareciam ser flocos de neves.
Não pensei em voltar a ver esse filme. O que nunca pensei é que o voltasse a ver no Estádio da Luz. Aliás, nem o Resnais imaginava que pudesse ser homenageado num estádio, em Portugal, por uns milhares largos de adeptos do cinema francês.
Não pensei em voltar a ver esse filme. O que nunca pensei é que o voltasse a ver no Estádio da Luz. Aliás, nem o Resnais imaginava que pudesse ser homenageado num estádio, em Portugal, por uns milhares largos de adeptos do cinema francês.
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Rui Monteiro
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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014
Fim da linha
Não sei se a Taça da Liga é uma boa ideia. Parece uma boa ideia, pelo menos. Procurou arrebanhar mais uns cobres de direitos televisivos e de patrocínios que pudessem beneficiar os clubes médios (e os pequenos também).
Uma competição que vive desta forma tem que ser um espetáculo permanente. Não pode viver das manhosices do costume. De repente a UNICER ficou associada ao Lucílio, o que era a última coisa que lhe ia na cabeça quando da decisão de patrocinar a Taça da Liga. Aí começou o fim.
A coisa foi-se arrastando. Foi servindo para o Benfica dizer que ganhava alguma coisa. A partir de certa altura, já nem ao Benfica servia. O caso do atraso do Porto é o fim da linha. Ganhe quem ganhar na secretaria, a Taça da Liga acabou.
O campeonato só não acaba da mesma maneira porque não vive do espetáculo, do jogo. Vive do fanatismo, de uns subprodutos mediáticos que o alimenta e de uns negócios. O jogo interessa pouco. Só interessa na medida em que, sem ele, nada do resto seria possível.
Uma competição que vive desta forma tem que ser um espetáculo permanente. Não pode viver das manhosices do costume. De repente a UNICER ficou associada ao Lucílio, o que era a última coisa que lhe ia na cabeça quando da decisão de patrocinar a Taça da Liga. Aí começou o fim.
A coisa foi-se arrastando. Foi servindo para o Benfica dizer que ganhava alguma coisa. A partir de certa altura, já nem ao Benfica servia. O caso do atraso do Porto é o fim da linha. Ganhe quem ganhar na secretaria, a Taça da Liga acabou.
O campeonato só não acaba da mesma maneira porque não vive do espetáculo, do jogo. Vive do fanatismo, de uns subprodutos mediáticos que o alimenta e de uns negócios. O jogo interessa pouco. Só interessa na medida em que, sem ele, nada do resto seria possível.
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Rui Monteiro
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quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014
Reforços de Inverno
Tínhamos que aproveitar a abertura de mercado. A equipa está espremida até ao tutano. Eu estou como o Montero: recuo, vou buscar a bola atrás, tento passá-la, mas golos é que nada. O Trindade é o Slimani que se conseguiu arranjar. Sempre que entra, marca. Entra é pouco.
Precisávamos de um dez e de mais um extremo, pelo menos. O Alexandre é o Shikabala que precisávamos. Imprevisível, forte no um contra um e remate potente. O João parece-se mais com o Heldon. Taticamente disciplinado, rápido, segura a bola bem na frente e, quando damos por ela, já marcou uma dúzia de golos.
As negociações não foram fáceis. Contratos por objetivos, de longa duração, e com cláusulas de rescisão elevadas. Quem os quiser levar vai ter que os pagar. Não vão ser precisos muito jogos para termos o Jorge Mendes e um daqueles fundos do Benfica atrás deles.
Precisávamos de um dez e de mais um extremo, pelo menos. O Alexandre é o Shikabala que precisávamos. Imprevisível, forte no um contra um e remate potente. O João parece-se mais com o Heldon. Taticamente disciplinado, rápido, segura a bola bem na frente e, quando damos por ela, já marcou uma dúzia de golos.
As negociações não foram fáceis. Contratos por objetivos, de longa duração, e com cláusulas de rescisão elevadas. Quem os quiser levar vai ter que os pagar. Não vão ser precisos muito jogos para termos o Jorge Mendes e um daqueles fundos do Benfica atrás deles.
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terça-feira, 4 de fevereiro de 2014
Mais vale...
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A. Trindade
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segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
Hoje, já se pode dizer alguma coisa
Estava irritado após o jogo contra a Académica. Vim para casa e acabei de corrigir os exames. Para levar a irritação até ao limite, nada melhor do que uma dose completa: um jogo como aquele seguido de uma correção de exames e lançamento das classificações numa plataforma eletrónica que, cada vez que se lá vai, constitui uma verdadeira descoberta do caminho marítimo para a Índia.
Hoje, menos irritado, já posso dizer alguma coisa. Estamos a sofrer do mesmo mal das duas últimas épocas. Quando as equipas adversárias vêm jogar fechadas, temos muitas dificuldades. Falta-nos maior presença e capacidade de desequilíbrio na zona frontal. O Montero começa a parecer-se com o Wolfswinkel, sozinho na frente. Mesmo assim, é melhor. Segura melhor a bola e joga-a com mais propósito com os seus colegas. Esta dificuldade acentua-se quando os extremos não conseguem desequilibrar. Praticamente, não passaram uma única vez, no um contra um, os defesas.
Sobra o plano B. Entra o Slimani. A equipa fica mais partida quando perde a bola. Com receio dos contra-ataques, ou das transições ofensivas, como agora se diz na novilíngua do futebolês, o Leonardo Jardim não faz avançar muito os médios para ganharem a segunda bola. Mas quando a recupera é muito mais perigosa. Primeiro, porque pode jogar mais comprido para o Slimani. Depois, porque o Montero, quando recua para jogar a dez, faz mais e melhor serviço do que o André Martins. Na última meia hora criaram-se mais oportunidades do que no resto do jogo. Por uma ou outra razão, a bola não entrou. Falta de sorte e mais um penalty que ficou por marcar. Mas também não se pode dar uma hora de avanço ao adversário.
Podíamos ir à Luz em melhores circunstâncias. Podíamos ter deixado o Porto em palpos de aranha. Não conseguimos. Resta-nos fazer um bom resultado com o Benfica. A luta continua.
Hoje, menos irritado, já posso dizer alguma coisa. Estamos a sofrer do mesmo mal das duas últimas épocas. Quando as equipas adversárias vêm jogar fechadas, temos muitas dificuldades. Falta-nos maior presença e capacidade de desequilíbrio na zona frontal. O Montero começa a parecer-se com o Wolfswinkel, sozinho na frente. Mesmo assim, é melhor. Segura melhor a bola e joga-a com mais propósito com os seus colegas. Esta dificuldade acentua-se quando os extremos não conseguem desequilibrar. Praticamente, não passaram uma única vez, no um contra um, os defesas.
Sobra o plano B. Entra o Slimani. A equipa fica mais partida quando perde a bola. Com receio dos contra-ataques, ou das transições ofensivas, como agora se diz na novilíngua do futebolês, o Leonardo Jardim não faz avançar muito os médios para ganharem a segunda bola. Mas quando a recupera é muito mais perigosa. Primeiro, porque pode jogar mais comprido para o Slimani. Depois, porque o Montero, quando recua para jogar a dez, faz mais e melhor serviço do que o André Martins. Na última meia hora criaram-se mais oportunidades do que no resto do jogo. Por uma ou outra razão, a bola não entrou. Falta de sorte e mais um penalty que ficou por marcar. Mas também não se pode dar uma hora de avanço ao adversário.
Podíamos ir à Luz em melhores circunstâncias. Podíamos ter deixado o Porto em palpos de aranha. Não conseguimos. Resta-nos fazer um bom resultado com o Benfica. A luta continua.
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Rui Monteiro
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13:38
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domingo, 2 de fevereiro de 2014
Notícias do Aquém
Não são só coincidências.
Isto é misticismo. Ainda ontem em Barcelos houve o duplo milagre do penalti.
Sim irmãos, duplo! Primeiro, porque não era penalti; segundo, porque aquela
hora de jogo, cinco minutos depois da hora, não costumam falhar (nem mesmo o Cardoso).
Nem a Paixão do Bruno tinha previsto este desfecho. O Divino estava lá desta
vez a escrever direito por remates tortos. E eu, mesmo cego pela falta de fé (até
neste futebol), ninguém me demove: acredito que no confronto de titãs, apesar
das Paixões dos Brunos, Jesus perdeu os pontos que Deus decidiu ganhar.
Já em Setúbal, o Espirito
Santo, bom rapaz, perdeu pontos no seguimento de um calvário que parece não ter
fim. A Pomba Trinitária fez ainda pior que o Miraculoso Galo e a Imperial
Águia. Não foi apenas galo, foi pena. Muitas penas.
Também no milagre que é a
Madeira, milagre porque ainda existe apesar de governada pelo infernal querubim, o
FCP espalhou-se. Desta vez na hora certa e sem atrasos. Milagre aqui vai ser o
hirsuto Fonseca conseguir ir para as arábias mesmo sem passar pelo purgatório
de um título ganho a favores.
Mais logo, espero que os
nossos meninos se deixem de misticismos.
Que não sejam “anjinhos” e
que, com ou sem fé mística ou água benta, espetem duas ou três abençoadas
batatas na baliza da Académica e mandem assim de uma só vez às urtigas o rito
canónico da Federação Portuguesa de Futebol, da Liga, e dos Senhores Árbitros.
E, já agora, das praxes académicas.
Amém.
Publicada por
A. Trindade
à(s)
12:42
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sábado, 1 de fevereiro de 2014
O Sporting e o Mito de Sísifo
O jogo mais importante é sempre o que vem a seguir. É uma daqueles lugares comuns que ouvimos todos os dias. O foco, a atenção dos jogadores e treinadores deve estar sempre no próximo adversário. O Benfica no ano passado provou o veneno dessa falta de atenção contra o Estoril.
Mas já jogos em que essa atenção ainda é mais importante. Esses jogos são os que precedem os jogos com os principais adversários e os que lhes sucedem. Os que os precedem criam as condições favoráveis ou desfavoráveis, em termos de classificação e de estado de alma, que permitem encará-los com maior liberdade do ponto de vista táctico e estratégico. Correndo bem, o resultado seguinte pode ser encarado com outra expectativa, até porque, normalmente, são jogos de tripla. Os que lhes sucedem consolidam em termos classificativos e anímicos as vantagens obtidas por uma vitória ou, em caso de derrota, não permitem que a equipa entre numa espiral recessiva.
Isto para dizer que um dos principais jogos do Sporting é aquele que se vai realizar amanhã contra a Académica. É o que precede o jogo contra o Benfica. Correndo mal, entramos na Luz em estado de necessidade. Correndo bem, entramos na Luz de igual para igual, não sendo o resultado, qualquer que ele seja, definitivo no contexto da classificação, desde que o jogo seguinte seja encarado com muita atenção também.
Esta fase final da abertura de mercado gerou imensos motivos de distracção. Não acredito que o Leonardo Jardim se tenha deixado distrair. Não sei se as recentes aquisições são boas ou más. O que sei é que, em termos gerais, são bem aceites pelos adeptos e sócios. Mas esta aceitação vive da legitimidade. A legitimidade do Bruno de Carvalho, como no futebol em geral, não advém exclusivamente dos votos. Alimenta-se dos resultados. Os resultados são bons. Se assim não continuarem a ser, a legitimidade perde-se e continuamos condenados ao Mito de Sísifo.
Mas já jogos em que essa atenção ainda é mais importante. Esses jogos são os que precedem os jogos com os principais adversários e os que lhes sucedem. Os que os precedem criam as condições favoráveis ou desfavoráveis, em termos de classificação e de estado de alma, que permitem encará-los com maior liberdade do ponto de vista táctico e estratégico. Correndo bem, o resultado seguinte pode ser encarado com outra expectativa, até porque, normalmente, são jogos de tripla. Os que lhes sucedem consolidam em termos classificativos e anímicos as vantagens obtidas por uma vitória ou, em caso de derrota, não permitem que a equipa entre numa espiral recessiva.
Isto para dizer que um dos principais jogos do Sporting é aquele que se vai realizar amanhã contra a Académica. É o que precede o jogo contra o Benfica. Correndo mal, entramos na Luz em estado de necessidade. Correndo bem, entramos na Luz de igual para igual, não sendo o resultado, qualquer que ele seja, definitivo no contexto da classificação, desde que o jogo seguinte seja encarado com muita atenção também.
Esta fase final da abertura de mercado gerou imensos motivos de distracção. Não acredito que o Leonardo Jardim se tenha deixado distrair. Não sei se as recentes aquisições são boas ou más. O que sei é que, em termos gerais, são bem aceites pelos adeptos e sócios. Mas esta aceitação vive da legitimidade. A legitimidade do Bruno de Carvalho, como no futebol em geral, não advém exclusivamente dos votos. Alimenta-se dos resultados. Os resultados são bons. Se assim não continuarem a ser, a legitimidade perde-se e continuamos condenados ao Mito de Sísifo.
Publicada por
Rui Monteiro
à(s)
16:03
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