A situação não é fácil. Não é dramática, porque dramáticas são outras coisas que nos acontecem na vida. Agora, o Sporting podia aliviar os nossos dramas. Deixo-vos um comentário escrito, ontem, por um nosso leitor, que escreve sob o pseudónimo de Sporting Pensado.
"Foi mau demais. Foi angustiante. Foi de levar ao desespero. Uma equipa perdida psicologicamente e sem capacidade para impor a sua qualidade em campo. Não há otimismo que consiga resistir ao que se tem passado, semana após semana, quando o Sporting entra em campo. Voltámos a não sofrer golos, algo que só tinha acontecido com o V. Guimarães e o Basileia, mas, por outro lado, o ataque foi miserável. Sem dinâmica, sem desequilíbrios e com uma estratégia muito mal pensada, à espera que a consistência da mediocridade pudesse fazer a diferença. Oceano também é culpado, muito culpado. Afinal de contas, isto também é o Sporting.
Gosto de acreditar que aprendi a ser do Sporting; ninguém me ensinou; ninguém me forçou ou indicou o caminho. Encontrei uma figura a copiar na família e percebi com ela o sportinguismo. Dava-me lições do que era o Sporting mas sem me impor o que quer que fosse. Mostrava-me o que o clube tinha de bom sem sequer precisar de dar a entender o que tinha de mau. Era a fase do jejum, ninguém deixava passar isso em claro. Não faltavam adultos a promover lavagens cerebrais, a ridicularizar o Sporting e a vangloriar o Benfica. Ser do Sporting era mais do que isso, era ter orgulho.
É perfeitamente natural que tenha uma visão mais romântica daquele tempo, de achar que naquela fase, apesar de não ganharmos, é que era. Para mim, era porque havia Balakov, um mago búlgaro que fazia tudo. A classe abundava naquelas equipas, com Figo, Cadete, Peixe e até Nélson e Paulo Torres pareciam dois laterais de fazer inveja a todos os adversários. Ofensivos como se queria numa equipa como a do Sporting. Mas, sejamos honestos, essa geração apareceu num período em que o Sporting esteve 13 anos sem ganhar um único campeonato, uma única Taça de Portugal. Salvou-se uma Supertaça, a que fomos por termos perdido a Taça de Portugal. Por outro lado, tenho a certeza que quem tenha nascido dez anos antes, dirá o mesmo do que eu, mas sobre António Oliveira ou Manuel Fernandes; e que quem veio depois terá o João Pinto ou o Hugo Viana como referências. É sinónimo do romantismo o que sentimos quando estamos a crescer em volta de um fenómeno.
O mundo mudou. O Sporting parece estar imerso numa nova fase terrível, e leio constantemente desabafos de adolescentes que dizem que o Sporting não é isto. Têm 15, 16, 17 anos. Faço as contas e vejo que não sabem o que dizem. Só por terem aprendido a falar enquanto se ganhavam títulos, não quer dizer nada. O Sporting não devia ser isto, isso sim. Mas é isto. É isto agora, foi isto há 20 anos, foi isto praticamente desde a década de 60, em que se contentava em ganhar um título a cada três do Benfica.
E que posso dizer mais? Este Sporting está capaz de envergonhar o adepto mais otimista, mas ser do Sporting continua a ser um orgulho. Ser do Sporting é ser diferente, sim. Não é melhor, nem pior, é diferente. Ter liberdade de escolha e optar pelo Sporting é único. Não é ser alternativo ou hipster, mas ter personalidade. Não é ser refém do "maior de Portugal" ou do que ganha mais. É abrir os olhos, ponderar e escolher um caminho, porque a vitória não pode ser o único fundamento de uma escolha, de uma paixão.
Sofro com este Sporting. Sofro eu, sofres tu, sofrem os adolescentes que acreditam que isto não é o Sporting. Infelizmente, já não sofre quem me mostrou o que era ser do Sporting. Já morreu e é uma pena. Faz-me falta ter alguém tão próximo com quem partilhar este orgulho.”
Falaremos do Sporting, mais mal do que bem. Falaremos também do Benfica, sempre mal. Falaremos do Porto, conformados.
terça-feira, 30 de outubro de 2012
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
Ora vamos lá ver
Ora vamos lá ver. A malta não se consegue mexer. A pré-época deve ter sido à base de peladinhas e corridas à volta do campo. Neste chega que não chega do novo treinador, devemos ter mesmo deixado de treinar. Aliás, o único que pareceu um pouco melhor foi o Viola; o único que não fez a pré-época com o Sá Pinto.
A defesa é uma coisa de ir às lágrimas. Tem pelo menos uma vantagem: a de demonstrar que o Rui Patrício é o melhor guarda-redes português e um dos melhores da Europa. O Freitas Lobo, não me esqueço, no jogo contra o Guimarães bem foi avisando que este ano não era pelos centrais que íamos falhar. De quem diz do Purovic o que nem da primeira namorada se diz, é de desconfiar. Uma pergunta: alguém tinha visto o Boulahrouz e o Rojo jogar antes de os contratarem?
Do meio campo não sou capaz de falar. Não sei se existe. Andam para lá uns jogadores, mas não ganham uma única bola, não conseguem sair com ela e muito menos passá-la entre eles e servir os avançados. É mais ou menos a mesma coisa do ataque. Um dia, vamos conseguir marcar um golo, mas só um dia.
A sorte é que a Académica jogou o jogo todo com um olho no burro e outro no cigano. Andaram o tempo todo desconfiados, não fossemos estar a enganá-los e, num ataque fulminante, acabássemos por dar cabo deles. Em nenhum momento acreditaram que pudéssemos jogar tão pouco.
(Não jogamos nada, mas isso não nos retira qualquer direito; o direito, pelo menos, de marcarem as faltas a nosso favor quando tal se justificar. A não marcação do livre indirecto dentro da área no último minuto foi mais uma vergonha)
A defesa é uma coisa de ir às lágrimas. Tem pelo menos uma vantagem: a de demonstrar que o Rui Patrício é o melhor guarda-redes português e um dos melhores da Europa. O Freitas Lobo, não me esqueço, no jogo contra o Guimarães bem foi avisando que este ano não era pelos centrais que íamos falhar. De quem diz do Purovic o que nem da primeira namorada se diz, é de desconfiar. Uma pergunta: alguém tinha visto o Boulahrouz e o Rojo jogar antes de os contratarem?
Do meio campo não sou capaz de falar. Não sei se existe. Andam para lá uns jogadores, mas não ganham uma única bola, não conseguem sair com ela e muito menos passá-la entre eles e servir os avançados. É mais ou menos a mesma coisa do ataque. Um dia, vamos conseguir marcar um golo, mas só um dia.
A sorte é que a Académica jogou o jogo todo com um olho no burro e outro no cigano. Andaram o tempo todo desconfiados, não fossemos estar a enganá-los e, num ataque fulminante, acabássemos por dar cabo deles. Em nenhum momento acreditaram que pudéssemos jogar tão pouco.
(Não jogamos nada, mas isso não nos retira qualquer direito; o direito, pelo menos, de marcarem as faltas a nosso favor quando tal se justificar. A não marcação do livre indirecto dentro da área no último minuto foi mais uma vergonha)
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Rui Monteiro
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22:57
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sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Quem nos bate?
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Júlio Pereira
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21:52
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quinta-feira, 25 de outubro de 2012
O meu reino por um pinheiro!
Não estou a falar de um avançado centro...não é que não fizesse falta mas entretanto já perdi a capacidade de desejar.
Caso contrário também desejaria toda uma equipa mais competente e atenta.
Mas não é nada disso.
Se como penso, e para lá do que pensam outros optimistas, moralistas do espírito de grupo, e outros defensores da (des)ordem estabelecida, já estamos no "nosso" Natal, preciso mesmo de um pinheiro...nem que seja de plástico.
Caso contrário também desejaria toda uma equipa mais competente e atenta.
Mas não é nada disso.
Se como penso, e para lá do que pensam outros optimistas, moralistas do espírito de grupo, e outros defensores da (des)ordem estabelecida, já estamos no "nosso" Natal, preciso mesmo de um pinheiro...nem que seja de plástico.
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A. Trindade
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21:59
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quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Máximas sportinguistas leninistas: A morte de uma organização acontece quando os de baixo já não querem e os de cima já não podem...
Hoje à noite reúne o Conselho Leonino. Lá estarão o Presidente
do Sporting, o Vice-Presidente da Assembleia Geral do Sporting e os
auto-nomeados notáveis do Sporting. No final, estou certo que tudo se resolverá
a bem com a criação de uma comissão de coordenação da coligação entre a
Direção, a SAD, a Assembleia Geral, o Conselho Leonino, o sindicato dos
treinadores ainda com contrato com o clube, o plantel de futebol profissional e
os profissionais do bitaite em nome individual Dias Ferreira e Oliveira e
Costa. Nesta, como noutras coisas, temos que seguir as melhores práticas. Como
dizia La Rochefoucauld "Nada é tão contagioso como o exemplo”.
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Júlio Pereira
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14:30
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terça-feira, 23 de outubro de 2012
Momento de sublimação
(farto desta sodomia colectiva a que nos sujeitam os nossos dirigentes, optei hoje por sublimar. A definição de sublimação dada por Freud em 1914, pode ser assim interpretada: é um processo que consiste no facto de a pulsão se dirigir para um outro objectivo, distante da satisfação sexual; o que é acentuado aqui é o desvio que se distancia do sexual. Segundo William Stern, em Psicologia Geral, o conceito de sublimação significa que a energia total disponível para a vida impulsiva, quando não pode descarregar-se num dado campo da acção impulsiva, procura outra saída, ou melhor, é orientada para outra saída, etc, etc.)
Assim, em Manchester, feitos de "restos" e "cacos" que outros não quiseram (a começar pelo treinador), perderam como os "outros" mas jogaram bem e mostraram mais raça do que os "outros". O "outros" de que aqui falo, é o tal objecto «da satisfação sexual» , o «campo da acção impulsiva» de que me tento afastar, por outras palavras, o SCP.
E, vá lá imaginar-se, estes rapazes de verde vestidos, e ainda por cima Sporting de “qualquer coisa”, mostraram-se briosos e lutadores.
Consegui com eles alguns minutos de alegria sublimada.
Curiosamente, dizem que este verde era o equipamento original do dito clube (ou próximo disso, segundo os especialistas que o propuseram) mas que, num assomo premonitório de clientelismo, viram mais ganhos em mudar para o vermelho, "arsenalista" segundo eles, e serem simultaneamente grandes amigos dos azuis.
Estão onde estão, para lá do colorido, também por mérito próprio. Comeram o pão que o diabo amassou, até penaram na segunda divisão, mas agora, novos ricos, já arriscam de novo o verde.
Por isso, e apenas por isso e por aqueles minutos, parabéns para eles.
(Quanto aos "outros" vejam este álbum de glórias:
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23:07
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Isto tinha tudo para correr mal
Isto tinha tudo para correr mal. Quando da campanha eleitoral, escrevi que trocava todos os supostos projetos dos candidatos – isto de chamar projeto a qualquer meia dúzia de tretas tem que se lhe diga – pela indicação de um treinador competente. Era preciso um treinador desses e muita persistência; nessa persistência incluía uma política de comunicação coerente e o reforço do papel do Sporting na rede de influências do futebol português. É que não vale a pena ter ilusões: é preciso não só jogar bem como, a pouco e pouco, mudar a relações de força no futebol português, trazendo para essa mudança a opinião pública (só jogando bem e comunicando as iniquidades se ganha a opinião pública).
Fez-se o que os adeptos esperavam que se fizesse. Deu-se-lhes pão e circo ou, nas palavras do Duque, pretendeu-se resolver tudo com um cheque e uma vassoura. E, com uma mão cheia de aquisições de encher o olho, almejou-se o título. A ingenuidade e o populismo pagam-se caros. Os árbitros começaram a tratar-nos da vidinha logo no início do campeonato anterior. Em vez da persistência, optou-se por mais pão e circo. Mudou-se o treinador, criando-se a ilusão que desta é que era, e, simultaneamente, deu-se razão aos nossos adversários. Acabamos sempre por, implicitamente, dar razão àqueles que dizem que o “sistema” não existe e que isto é tudo uma questão de jogadores e treinadores.
Agora, não há tempo para recomeçar. Agora, vamos ter que engolir um Vale e Azevedo qualquer. Está escrito que assim terá de ser. Depois dele, não haverá redenção. Será o fim. O fim que merecemos.
Fez-se o que os adeptos esperavam que se fizesse. Deu-se-lhes pão e circo ou, nas palavras do Duque, pretendeu-se resolver tudo com um cheque e uma vassoura. E, com uma mão cheia de aquisições de encher o olho, almejou-se o título. A ingenuidade e o populismo pagam-se caros. Os árbitros começaram a tratar-nos da vidinha logo no início do campeonato anterior. Em vez da persistência, optou-se por mais pão e circo. Mudou-se o treinador, criando-se a ilusão que desta é que era, e, simultaneamente, deu-se razão aos nossos adversários. Acabamos sempre por, implicitamente, dar razão àqueles que dizem que o “sistema” não existe e que isto é tudo uma questão de jogadores e treinadores.
Agora, não há tempo para recomeçar. Agora, vamos ter que engolir um Vale e Azevedo qualquer. Está escrito que assim terá de ser. Depois dele, não haverá redenção. Será o fim. O fim que merecemos.
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Rui Monteiro
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domingo, 21 de outubro de 2012
Mais uma derrota. Moral:
Merecíamos mais e melhor!
Apesar dos resultados, a "pré-época" do Oceano está a decorrer de forma bem mais prometedora e positiva do que a do Sá Pinto. Continuamos a perder, mas no ar fica já uma certa sensação de injustiça, o que não acontecia com os jogos orientados pelo Sá.
Daqui a um mês ninguém nos pára!
Conhecendo o meu clube como conheço, já estou ansioso por saber como (e quando) irá ser a "pré-época" do treinador Dominguez!
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A. Trindade
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23:09
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sábado, 20 de outubro de 2012
Saudades de Manuel António Pina (1943-2012): Do Escritor, do Cronista e do Sportinguista
Manuel António Pina "manteve, no
entanto, um hábito de jogo. Em determinados dias da semana, à noite - e até de
madrugada - reúne-se com amigos para uma sessão de snooker num clube próximo da
sua casa, na zona da Boavista. Um deles é Álvaro Magalhães, outro escritor,
autor de “Uma História Natural do Futebol”. Em comum, tem com ele um
'sportinguismo' empedernido. «O futebol não tem interesse só pelo jogo. Quando
o Sporting perde não tem interesse nenhum», diz, para assumir a loucura
clubística”.
Sol, Tabu, Janeiro de 2008
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Júlio Pereira
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12:34
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quinta-feira, 18 de outubro de 2012
O melhor jogador português da actualidade
Li ou ouvi, não sei bem onde, que o Postiga tem sido o melhor jogador português deste apuramento para o Mundial de 2014. Isto diz tudo sobre o brilhante apuramento que temos estado fazer.
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Rui Monteiro
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00:03
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quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Nem à borla
Fui ao Dragão pela primeira vez. A minha irmã arranjou umas borlas, que os tempos não estão para brincadeiras. Sai de lá ensopado. Chove lá dentro como chove na rua. A cobertura serve para decoração. Alvalade parece decorado com azulejos de casa de banho. O Dragão é, ele próprio, uma autêntica banheira num dia como este.
O jogo foi uma porcaria. Contra uma equipa de treta, a Selecção não jogou nada. Na primeira parte tudo se resumiu ao mesmo: quando ninguém sabia o que fazer à bola passava-a ao Ronaldo; quando alguém parecia saber o que lhe fazer passava-a ao Ronaldo à mesma; quando o Ronaldo tinha a bola ficavam todos à espera que alguma coisa acontecesse.
No estádio é possível confirmar muitas das coisas que vamos vendo na televisão. A forma anedótica como o Postiga joga. O toque de futsal do Veloso e a sua irritante lentidão e incapacidade para cortar uma bola ou correr atrás de um adversário. A inépcia do Miguel Lopes, agora a fingir que é lateral esquerdo. E o inefável Ruben Micael, um jogador que não atrasa nem adianta, mas que põe sempre um ar muito atarefado. Resumindo, uma autêntica nulidade.
Cheguei a ver o Custódio fazer exercícios de aquecimento. De quantas ressurreições imagina o Paulo Bento que o Custódio é capaz?
O jogo foi uma porcaria. Contra uma equipa de treta, a Selecção não jogou nada. Na primeira parte tudo se resumiu ao mesmo: quando ninguém sabia o que fazer à bola passava-a ao Ronaldo; quando alguém parecia saber o que lhe fazer passava-a ao Ronaldo à mesma; quando o Ronaldo tinha a bola ficavam todos à espera que alguma coisa acontecesse.
No estádio é possível confirmar muitas das coisas que vamos vendo na televisão. A forma anedótica como o Postiga joga. O toque de futsal do Veloso e a sua irritante lentidão e incapacidade para cortar uma bola ou correr atrás de um adversário. A inépcia do Miguel Lopes, agora a fingir que é lateral esquerdo. E o inefável Ruben Micael, um jogador que não atrasa nem adianta, mas que põe sempre um ar muito atarefado. Resumindo, uma autêntica nulidade.
Cheguei a ver o Custódio fazer exercícios de aquecimento. De quantas ressurreições imagina o Paulo Bento que o Custódio é capaz?
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Rui Monteiro
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02:16
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terça-feira, 16 de outubro de 2012
Navegar é preciso, viver...?
Já é tradição secular no nosso país, em situações de aperto e em último
recurso, entregar os homens ao oceano.
É deixá-los ir. Pode ser que se tropece em algo valioso. Desta vez até já têm um indiano na equipa B para os ajudar no Índico, se porventura lá chegarem e for esse o seu destino.
É deixá-los ir. Pode ser que se tropece em algo valioso. Desta vez até já têm um indiano na equipa B para os ajudar no Índico, se porventura lá chegarem e for esse o seu destino.
Num clube onde se "mete tanta água" a conversa sobre
navegar começa a ser recorrente. Por isso, recuando ao século I a.c., o general
romano Pompeu encorajava os seus marinheiros receosos com a frase “navigare necesse, vivere non est necesse”.
Mais tarde, no século XIV, o poeta italiano Petrarca alterava a expressão
para “navegar é preciso, viver não é
preciso.” Foi depois, Fernando Pessoa, sentindo provavelmente nessa frase
muito da essência do ser português (ou da triste sina desse povo), quem
escreveu que “quero para mim o espírito
dessa frase”. A sina inscrita nesta frase, inspirou depois Caetano
Veloso que escreveu Os Argonautas, cantando “navegar é preciso, viver …” onde, em jeito de fado brasileiro, se
canta a coragem navegante e/ou a sua inevitabilidade.
Mas
se é de "nova aventura no desconhecido"
que agora se fala, eu não dispensaria os escudeiros Duque e Freitas.
Primeiro, porque nisto de "sacudir a água do capote" é sempre importante
ter por perto um ou outro candidato a bode expiatório, ou "balde
respiratório" como dizia o outro. Mas, principalmente, porque nisto de
aventuras em costas e mares desconhecidos é sempre aconselhável levar um
pequeno número de degredados para auxiliar em tarefas consideradas demasiado
perigosas para os tripulantes comuns. Por exemplo, ao atingir uma praia
desconhecida, um degredado, ou dois, devem ser desembarcados primeiro para testar
se os habitantes nativos são ou não hostis. E quando as relações se
tornarem hostis, (por exemplo com as claques, a arbitragem ou "apenas" os
adversários), seriam os degredados os encarregados de negociar os termos de paz
entre os navios e os governantes locais. E se as coisas correrem bem, e eles sobreviverem, até se
lhes poderia comutar a pena e voltar a nomeá-los para os postos que antes
exerciam. Sim... para o próximo ano as aventuras continuarão, isso é mais do
que certo, e é preciso contar com aventureiros experientes e traquejados
na arte do desenrasca. É só uma ideia.
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A. Trindade
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00:36
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segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Fazer isto é alguma coisa
Quem nunca viu o “Yes, Minister” ou o “Yes, Prime Minister”
não está em condições de perceber as organizações e os seus processos de tomada de decisão. Há uma
metodologia elaborada pelo Sir Humphrey Appleby que permite compreende muito
bem a actual decisão da Direcção do Sporting relativamente à designação do
treinador. A lógica que se preside a esta metodologia é simples: é preciso
fazer alguma coisa; isto é alguma coisa; logo é preciso fazer isto. Fazer isto
é designar o Oceano para treinador.
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Rui Monteiro
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00:06
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sábado, 13 de outubro de 2012
Faz toda a diferença
Todas as equipas perdem jogos. As selecções são equipas, logo perdem jogos. Há dois tipos de derrotas das selecções: com e sem Ruben Michael. A diferença é simples. A diferença é essa mesma: o Ruben Michael. Como se demonstra, o Ruben Michael faz toda a diferença.
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Rui Monteiro
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18:16
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sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Eu queria um destes.
É só um desejo. Apenas mais um não realizável.
Provavelmente
continuaríamos a não ganhar tanto quanto queremos, ou tão depressa e tantas vezes como
queremos. Arrisco até que perderíamos ou empataríamos uma ou outra vez, ou mais. Mas
pelo menos tínhamos um homem sério no clube. Às vezes basta um. Cada
grande caminhada começa por um passo. Um pequeno passo.
Dia 26 de maio, Bilbao. O Athletic perdera na
véspera a final da Taça do Rei contra o Barcelona. Poucos dias antes,
perdera
também a final da Liga Europa diante do Atlético
Madrid.
Marcelo Bielsa despede-se dos seus jogadores e a conversa é gravada e chega ao jornal Deia. A publicação basca partilhou este show oratório do argentino. Uma figura muito, muito especial no mundo do futebol.
O Maisfutebol deixa-lhe algumas das passagens. A desilusão de Bielsa pelas duas derrotas e pelo comportamento de alguns jogadores é evidente.
«Vocês são milionários prematuros»
«Vocês são milionários prematuros, não têm problemas, não se importam com o que vai passar. Permitem-se a rir. Mas não se esqueçam que não se pode decepcionar um povo. Um povo tão ingénuo que está a perder 3-0 e, com uma ferida aberta, aplaude a sua equipa ao minuto 80 depois de uma jogada minimamente positiva. É um povo extraordinário, rapazes, e vocês olham com desprendimento para esse povo».
Reportagem: 13 passos, virar; a genialidade del Loco Bielsa
«Eu falava e vocês riam-se no balneário»
«É uma cicatriz, uma ferida. Ontem ouvia, durante a palestra no balneário, conversas paralelas e risos. A temporada acabou mal, muito mal. Não podemos ignorar isso. Faço-me responsável por isso e digo-vos claramente. Jogámos um grande partido contra o Sporting e de aí em diante tudo foi negativo».
«Não estivemos à altura da ilusão gerada»
«O jogo de ontem confirma o que vos digo. Os jogadores-emblema da minha forma de pensar, como são De Marcos, Amorebieta, Susaeta e Muniain, que é um tipo com quem sintonizo emotivamente, não estiveram à altura da partida. Não estivemos à altura da ilusão que gerámos».
«Não podiam perder como perderam»
«Estou verdadeiramente envergonhado por ter decepcionado os adeptos do Athletic. É um fracasso e é uma época negativa. Vocês jogaram duas finais e até podiam ter perdido por 5-0. Não podiam era perder como perderam. Se contra o Atlético foi mau, ontem foi muitíssimo pior. Sabíamos que Barcelona íamos defrontar, sabíamos que tipo de jogo tínhamos de neutralizar.»
«Show de Bielsa: «Vocês são uns milionários prematuros»
Uma palestra para a história
Marcelo Bielsa despede-se dos seus jogadores e a conversa é gravada e chega ao jornal Deia. A publicação basca partilhou este show oratório do argentino. Uma figura muito, muito especial no mundo do futebol.
O Maisfutebol deixa-lhe algumas das passagens. A desilusão de Bielsa pelas duas derrotas e pelo comportamento de alguns jogadores é evidente.
«Vocês são milionários prematuros»
«Vocês são milionários prematuros, não têm problemas, não se importam com o que vai passar. Permitem-se a rir. Mas não se esqueçam que não se pode decepcionar um povo. Um povo tão ingénuo que está a perder 3-0 e, com uma ferida aberta, aplaude a sua equipa ao minuto 80 depois de uma jogada minimamente positiva. É um povo extraordinário, rapazes, e vocês olham com desprendimento para esse povo».
Reportagem: 13 passos, virar; a genialidade del Loco Bielsa
«Eu falava e vocês riam-se no balneário»
«É uma cicatriz, uma ferida. Ontem ouvia, durante a palestra no balneário, conversas paralelas e risos. A temporada acabou mal, muito mal. Não podemos ignorar isso. Faço-me responsável por isso e digo-vos claramente. Jogámos um grande partido contra o Sporting e de aí em diante tudo foi negativo».
«Não estivemos à altura da ilusão gerada»
«O jogo de ontem confirma o que vos digo. Os jogadores-emblema da minha forma de pensar, como são De Marcos, Amorebieta, Susaeta e Muniain, que é um tipo com quem sintonizo emotivamente, não estiveram à altura da partida. Não estivemos à altura da ilusão que gerámos».
«Não podiam perder como perderam»
«Estou verdadeiramente envergonhado por ter decepcionado os adeptos do Athletic. É um fracasso e é uma época negativa. Vocês jogaram duas finais e até podiam ter perdido por 5-0. Não podiam era perder como perderam. Se contra o Atlético foi mau, ontem foi muitíssimo pior. Sabíamos que Barcelona íamos defrontar, sabíamos que tipo de jogo tínhamos de neutralizar.»
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quinta-feira, 11 de outubro de 2012
Estar fora é o contrário de estar dentro
Estive fora. Numa daquelas missões em que não se tem tempo para nada e se falam várias línguas ao mesmo tempo. Não tinha acesso à internet. A televisão passava uns canais estranhos.
Cheguei. Consultei os “sites” do costume. Não há treinador. Há uma série de nomes. Chega-se a falar no Cajuda. Já não há grande vontade de estar cá dentro, mas a continuar assim temos mesmo que emigrar.
Cheguei. Consultei os “sites” do costume. Não há treinador. Há uma série de nomes. Chega-se a falar no Cajuda. Já não há grande vontade de estar cá dentro, mas a continuar assim temos mesmo que emigrar.
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Rui Monteiro
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segunda-feira, 8 de outubro de 2012
A falta do homem do leme
O jogo no Dragão foi mais ou menos como seria de esperar. A pressão dos homens de azul, aqui e ali, e a constante pressão dos de amarelo. Quanto a nós, tal como também seria de esperar, continuou a ver-se um futebol insuficiente e pouco produtivo, poucas oportunidades de golos e alguma inabilidade, a malta desorganizada e sem mecanismos, uma quase total ausência de ideias colectivas, disfarçada pelo pontual brio e pela solidariedade de (alguns) jogadores (até se viu o Carrilho a defender!?!). No seu todo, não remaram o suficiente para ultrapassar as pequenas vagas criadas pelos adversários nem para contrariar a forte corrente do Sousa.
Mas o que acho que se deve realçar é o facto de não se ter dado muito pela falta de um verdadeiro timoneiro-mor, o que só quer dizer que provavelmente os rumos por ele traçados ou não existiam ou não eram particularmente importantes para a habitual navegação da equipa. Possivelmente, aquela malta já está habituada a andar à deriva e, por isso, até nem esteve mal de todo. Tal como a traineira japonesa que arrastada pelo tsunami atravessou sem tripulação e sem capitão todo o Pacífico, mesmo gastando nisso alguns meses, aposto que esta equipa era capaz de, mesmo indo assim à deriva, fazer melhor do que comandada como até agora. Era deixar o oceano ir fazendo as coisas (estou a falar em termos geográficos e não do "nosso" Oceano, naturalmente) que se calhar o resultado final seria o mesmo. A esse propósito, ainda bem que não fomos goleados, o Oceano não o merecia, e ainda bem que não goleamos (salvo seja) pois senão o Godinho/Duque/Freitas ainda punham o Oceano ao leme e ele também não merecia (já) tal coisa.
Agora, vamos aguardar pela próxima decisão desta nossa troika. Se por acaso correr bem, aposto que será graças a eles. Se correr mal, será graças a outra coisa ou pessoa qualquer. Normalmente o mexilhão é quem se lixa nesta coisa de avaliações da troika mas o mais natural é que essa pessoa seja o próximo timoneiro-mor a contratar brevemente. Que seja um comandante bravo, experiente e habituado à borrasca é o que espero. Entretanto, os depauperados cofres do almirantado de Alvalade vão continuar a pagar salários a dois comandantes apeados em doca seca, enquanto não encontram o terceiro "felizardo"... e nós, cientes de que há mais marés do que marinheiros, vamos sonhando em chegar a bom porto. Quanto aos nossos jogadores, grumetes ou velhos lobos do mar, que vão continuando a polir os bronzes para a recepção do novo comandante.
Vivó Sporting!
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A. Trindade
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14:09
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domingo, 7 de outubro de 2012
Jorge Sousa para sempre
Jorge Sousa defende. Jorge Sousa ataca. Jorge Sousa remata. Jorge Sousa marca. Jorge Sousa continua a defender. Jorge Sousa continuar a atacar. Jorge Sousa remata ao poste. Jorge Sousa remata à barra. Jorge Sousa marca. Jorge Sousa qualquer coisa. Sempre Jorge Sousa. Jorge Sousa para sempre.
Publicada por
Rui Monteiro
à(s)
23:16
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sábado, 6 de outubro de 2012
Cada um tem o Chalana que merece
[decisões erradas]
Vendo agora tudo em perspectiva, subsistem-me dúvidas na utilidade
da saída de Domingos. Talvez não tivéssemos ido tão longe na Liga Europa, mas
teríamos ganho a Taça de Portugal e ficado na mesma posição no campeonato. Vendo
bem as coisas, o Sporting de Domingos foi sempre melhor que o de Sá Pinto. Creio
até que não fosse a lesão de Rinaudo e as expectativas sempre demasiado
elevadas, o Sporting de Domingos teria ido à Champions.
[decisões certas]
Uma coisa é certa, Sá Pinto foi então a melhor escolha. A
mais barata, a mais rápida, a mais empática e a que mais rapidamente conseguia
dar motivação à equipa. Foi também aquela que melhor neutralizou qualquer contestação
vinda das claques. De resto, dadas as circunstâncias, Sá Pinto geriu bem a
coisa. A equipa nunca jogou muito, mas defendeu bem e teve sorte qb.
[decisões inevitáveis]
Se mais não fosse, a derrota na final da Taça deixou bem
claro que Sá Pinto não era o treinador que se precisava. Perder a Taça com a
Académica, não é melhor que perder com o Videoton. Não fosse tratar-se de uma
Direcção fragilizada pelo processo eleitoral, tudo se teria resolvido logo aí. Não
fosse ser Sá Pinto, as claques tinham-no exigido. Godinho Lopes, Sá Pinto e as
claques esticaram a corda o mais que puderam. Cedo ou tarde, tudo tem um fim.
[coisas estranhas]
Estranho não é ter 9 treinadores em 10 épocas. Estranho é
ter o mesmo presidente durante 30 anos. Ter 3 treinadores numa época pode até
acontecer, o que não acontece seguramente é o presidente lá ficar. A não ser
que não se trate de um dos maiores clubes portugueses e seja uma colectividade paroquial. É por isso que Godinho Lopes devia ter cuidado com as comparações. É
que o Sporting é enorme e, estranhe-se, nem precisou de ganhar 19 campeonatos
nos últimos 30 para ser assim tão grande. Coisas estranhas.
Publicada por
Sergio Barroso
à(s)
17:37
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quinta-feira, 4 de outubro de 2012
O fim
Publicada por
Rui Monteiro
à(s)
20:41
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terça-feira, 2 de outubro de 2012
Convém não ver gigantes onde só existem moinhos (de vento)
No comentário futebolístico tende a prevalecer um juízo moral que não faz sentido. Ganha quem marca mais do que o adversário. Merecer ou não ganhar é algo que não interessa nada. O jogo contra o Estoril é extraordinariamente pedagógico para a análise do que se costuma para aí andar a dizer sobre futebol.
Verificámos, agora em benefício próprio, que as arbitragens influenciam os resultados. Não podemos efetuar o contrafactual. Mas qualquer um se arrisca a dizer que, sem a intervenção do árbitro, dificilmente não sairíamos derrotados. Para quem tem a mania que as arbitragens não contam, aqui fica a prova. Contam e contam muito.
Depois, merecer ou não merecer ganhar um jogo depende das expetativas e não do que se passa em campo. Nós jogámos mal. O Estoril jogou tão mal ou pior. Dizemos que o empate é correto, exatamente porque nesse juízo entram essas expetativas. Se não vejamos. O nosso guarda-redes não fez uma defesa. O primeiro golo do Estoril resultou de uma parvoíce e não de uma qualquer jogada bem pensada. Estávamos mais do que em superioridade numérica nesse lance, só que o defesa resolveu fazer uma daquelas faltas que não lembram ao diabo, ou o diabo só se lembra de uma falta dessas quando ainda anda pelas camadas jovens. O segundo golo, resulta de um desposicionamento da equipa após um canto. Agora, esta constatação não retira qualquer mérito ao contra-ataque do Estoril. O Estoril rematou duas vezes à baliza e fez dois golos. Moral da história: nenhuma.
Dito isto, é preciso temperar melhor a ideia de que a falta de jogadores no meio-campo expõe a equipa a sofrer golos. É verdade, mas não é uma verdade absoluta. Neste caso, simplesmente não foi verdade. A falta de jogadores no meio-campo só nos impediu de ter a bola, de pressionar os adversários e de criar oportunidades de golo. Enfim, impediu-nos de jogar qualquer coisa que se veja.
Em contrapartida, o guarda-redes do Estoril foi o melhor jogador em campo. Fez duas defesas impossíveis. Uma a remate do Izmailov; outra a remate do André Martins, na sequência de um livre quase a acabar o jogo. Mais, dispusemos de várias oportunidades de golo. Sem ser exaustivo, lembro-me de um jogador do Estoril tirar uma bola sobre a linha de golo, da jogada espetacular do Izmailov, que apanhou o Wolfswinkel atrasado e o Viola a dormir, de um cabeceamento do Xandão ao lado com a baliza aberta a meio metro. Moral da história: nenhuma.
Merecemos empatar porque empatámos e nada mais. Jogámos mal. Não se conclui, por isso, que o Estoril tenha jogado melhor. As expetativas relativamente a uma e a outra equipa é que são diferentes. Espero que se tirem as consequências devidas deste resultado para futuro. Se não despedirem o Sá Pinto, como parece, ao menos que não comecem a ver gigantes onde só existem moinhos, e de vento, ainda para mais.
Verificámos, agora em benefício próprio, que as arbitragens influenciam os resultados. Não podemos efetuar o contrafactual. Mas qualquer um se arrisca a dizer que, sem a intervenção do árbitro, dificilmente não sairíamos derrotados. Para quem tem a mania que as arbitragens não contam, aqui fica a prova. Contam e contam muito.
Depois, merecer ou não merecer ganhar um jogo depende das expetativas e não do que se passa em campo. Nós jogámos mal. O Estoril jogou tão mal ou pior. Dizemos que o empate é correto, exatamente porque nesse juízo entram essas expetativas. Se não vejamos. O nosso guarda-redes não fez uma defesa. O primeiro golo do Estoril resultou de uma parvoíce e não de uma qualquer jogada bem pensada. Estávamos mais do que em superioridade numérica nesse lance, só que o defesa resolveu fazer uma daquelas faltas que não lembram ao diabo, ou o diabo só se lembra de uma falta dessas quando ainda anda pelas camadas jovens. O segundo golo, resulta de um desposicionamento da equipa após um canto. Agora, esta constatação não retira qualquer mérito ao contra-ataque do Estoril. O Estoril rematou duas vezes à baliza e fez dois golos. Moral da história: nenhuma.
Dito isto, é preciso temperar melhor a ideia de que a falta de jogadores no meio-campo expõe a equipa a sofrer golos. É verdade, mas não é uma verdade absoluta. Neste caso, simplesmente não foi verdade. A falta de jogadores no meio-campo só nos impediu de ter a bola, de pressionar os adversários e de criar oportunidades de golo. Enfim, impediu-nos de jogar qualquer coisa que se veja.
Em contrapartida, o guarda-redes do Estoril foi o melhor jogador em campo. Fez duas defesas impossíveis. Uma a remate do Izmailov; outra a remate do André Martins, na sequência de um livre quase a acabar o jogo. Mais, dispusemos de várias oportunidades de golo. Sem ser exaustivo, lembro-me de um jogador do Estoril tirar uma bola sobre a linha de golo, da jogada espetacular do Izmailov, que apanhou o Wolfswinkel atrasado e o Viola a dormir, de um cabeceamento do Xandão ao lado com a baliza aberta a meio metro. Moral da história: nenhuma.
Merecemos empatar porque empatámos e nada mais. Jogámos mal. Não se conclui, por isso, que o Estoril tenha jogado melhor. As expetativas relativamente a uma e a outra equipa é que são diferentes. Espero que se tirem as consequências devidas deste resultado para futuro. Se não despedirem o Sá Pinto, como parece, ao menos que não comecem a ver gigantes onde só existem moinhos, e de vento, ainda para mais.
Publicada por
Rui Monteiro
à(s)
13:54
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segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Desabafo
No
ultimo
post vi-me impossibilitado, por razões técnicas, de responder a um
comentário. Se calhar foi melhor assim porque algumas coisas não merecem
mesmo
resposta. Mas isso não me impediu de reflectir pois, apesar de tudo ,
existo bem
para lá da internet.
Sou
de Sporting há algumas décadas. Comecei de pequenino e por iniciativa própria,
durante muitos anos fui mesmo o único sportinguista da família. Não cheguei lá
pelo futebol mas sim pelo hóquei patins, o que interessa é que cheguei. Cheguei e fiquei, quase sempre
em minoria.
Ao
longo da minha vida fui encontrando gente boa e má de todos os tamanhos,
feitios, géneros, ideologias e clubes. Mas, felizmente, foi-me sempre possível encontrar
nessas multidões gente boa e, dentre
eles, um grande número de sportinguistas. Foi até nascendo em mim uma espécie
de sensor sportinguista: “este(a) tem pinta de ser sportinguista” e,
invariavelmente, acertava. Foi desse modo instintivo, inconsciente,
casual que cheguei aos dias de hoje e me vejo agora rodeado por uma família
quase inteiramente sportinguista e por um
grupo de grandes amigos quase todos sportinguistas, aparentemente
sem nada ter feito por isso. Também tenho dos outros e também são bons, mas
agora quero falar dos sportinguistas. Foi também essa “insustentável leveza” de
ser sportinguista que me trouxe até este blogue, julgo.
Esse
género de pessoa,” o sportinguista”, sempre se destingiu aos meus olhos como
um ser tolerante, dialogante e capaz da autocrítica, mesmo que só entre os
seus. Mais emotivo ou mais racional, mais sério ou mais cínico, mas sempre
capaz de amar o seu clube apesar das derrotas, e de querer mais, apesar das
vitórias. Capaz muitas vezes de apreciar as suas equipas quando via que estas, mesmo não ganhando, faziam por isso.
Capaz de ver para lá das “vitórias a
todo o custo”, orgulhoso de não ver nunca o seu clube metido nas "roubalheiras"
do sistema. Secretamente brioso, mesmo que dorido, de ver os jovens formados
pelo seu clube a brilharem por todo o lado. Saber ganhar e saber perder,
persistente, sério, justo, são para mim a essência do adepto sportinguista. Os
dirigentes vão passando, os jogadores vão mudando, os treinadores quase nem
aquecem os lugares, quem faz portanto o
Sporting são estes adeptos. São os adeptos que ano atrás de ano vão
acreditando, vão apoiando, vão amando mesmo que criticando. O Sporting são
eles.
Felizmente
continuo a ver, aqui e noutros sítios, que a maioria dos adeptos do Sporting
que fazem este clube existir e elevar-se para lá da sua realidade, que quase
sempre o tem feito ser maior do que os resultados desportivos, se mantêm fieis
a essa postura. Mas há outros, e se o novo estilo de sportinguista é o
estilo caceteiro, deselegante, injurioso, cobardemente escondido atrás do
anonimato, incapaz da autocrítica, de rir de si próprio, de ver para lá do seu
umbigo e de aceitar opiniões diversas, então começo a pensar que estou como o
Sá Pinto e «este não é o meu Sporting».
Para já, foi só um desabafo.
Publicada por
A. Trindade
à(s)
13:41
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