domingo, 4 de junho de 2023

Quem não trabuca, não manduca

 

Não podemos deixar de nos sentir satisfeitos com a época que agora findou: um 4ºlugar no campeonato, atrás de um clube com metade do nosso orçamento; afastados precocemente da taça de Portugal por uma equipa com um potencial futebolístico incomum, chamada de Varzim Sport Club, restando-nos o tradicional quase no que toca à taça da liga, e um outro quase que chegávamos às meias-finais da taça UEFA, acoplado à tradicional sigla: injustiça. Foi um ano em cheio, sem dúvida, relativamente ao futebol profissional, reforçado com um grande desempenho da equipa B (as modalidades ainda estão em curso).

Nada disto teria seria possível sem um planeamento atempado, ajustado às necessidades do plantel, antecipando saídas e colmatando eventuais défices do ano anterior, permitindo assim um equilíbrio sóbrio entre a vertente futebolística e a financeira. Este ano que passou foi um exemplo a ser seguido como case study de uma boa gestão de um plantel profissional com aspirações legítimas.

Isso mesmo se refletiu na ocupação do estádio, sempre com grandes enchentes, sem clareiras manifestas, nem áreas terra de ninguém, possibilitando um ambiente de grande festa e de constante pressão no adversário. A união dos sportinguistas foi freneticamente defendida pelos órgão diretivos, com ações de (re)aproximação ente (supostas) facões antagónicas, promovendo e elevando o nome do clube como o grande bastião da diferença no futebol português.

Por tudo isso (e mais alguma coisa), a decisão dos administradores da SAD de se autoaumentarem (mesmo quando se venderam jogadores para equilibrar as contas), juízes em causa própria, agindo em nome do clube e sem darem cavaco aos sócios, só pode ser considerada justíssima e devidamente enquadrada no espirito de diferença que é a imagem do clube (e, pelos vistos, da SAD). Cada um tem aquilo que merece, ou como dizia o Maradona: a los que no creían, que la chupen.

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Nota sem importância: diz-me um amigo meu que a grande diferença entre Mourinho e Conceição são os títulos europeus (o que não é pouco). De resto, a mesma escola de fanfarronice, mau perder, grande educação, défice de atenção, e uma tendência infantil para aquilo que ficou conhecido como mind games que não passam, afinal, de arruaças mentais. Subscrevo.