sábado, 29 de dezembro de 2012

Não há solução

O Sporting tem direito a ser uma má equipa como outra má equipa qualquer. O campeonato da cerveja não é nada que ninguém possa levar a sério. Podia ter sido, mas o Lucílio, essa velha glória do apito nacional, acabou com ele mal se iniciou. Os gestos do Paulo Bento e do Pedro Silva disseram tudo sobre tudo o que todos viram.

Hoje voltou a bandalheira. O árbitro é um artista conhecido. As habilidades são as do costume. Talvez esta situação nos faça pensar se vale a pena lançar jovens jogadores numa competição que ninguém respeita. Isto não é um processo de aprendizagem. Isto é um processo de destruição dos jogadores.

Depois aconteceu o que acontece a uma má equipa a jogar com dez jogadores: o desastre esperado. Mas quem pensa que isto tem solução fácil, engana-se. Não são somente as nossas fragilidades que jogam contra nós. O Jesualdo sabe disso e, por isso, mais me espanta que tenha aceitado uma missão que não se sabe bem qual é (um género de plano B, C ou D, tantos são os planos de contingência que já experimentámos).

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Desafinado


Victorino D'Almeida: «Estamos a assistir à sportinguização do país»

(entrevista jornal  Record, 27 dezembro de 2012)
«Aos 72 anos, o maestro, compositor e escritor não consegue evitar o desencanto quando olha para a realidade portuguesa, questionando a qualidade do caminho percorrido desde a revolução de 1974 e o próprio conceito de território independente.»
Eis mais uma composição do maestro. Esta em contratempo, ou seja, um compasso musical, apoiado em tempos fracos. Não só os tempos são fracos como as ideias são flácidas e, como já aqui tínhamos visto com o Eusébio, a demonstrar como a “brigada do reumático” benfiquista está confusa e pouco lúcida. Se o tema principal é pertinente pois a “qualidade do caminho” percorrido por Portugal desde 1974 é de facto questionável e desencantadora, já a metáfora do senhor maestro é desajustada e injusta.

No caso do maestro são conhecidas as suas tiradas burlescas e a firme convicção de que quem não pensa como ele é uma besta. Este exercício de narcisismo ficou bem patente na iniciativa “Grande Orquestra de Verão”, fracasso pago por todos nós, mas em que pelo menos  «a auto-promoção de Victorino de Almeida, esse grande vulto esquecido, a par de outro... o Mozart»  funcionou em pleno. Sobre este assunto, veja-se o que diz, por exemplo, Henrique Silveira, crítico musical em  
http://criticomusical.blogspot.pt

Para  o génio Victorino D'Almeida o país sportinguiza-se. Se as suas palavras se limitassem apenas à qualidade da governação, eu até poderia, sem esforço, concordar. De facto, nestas últimas décadas, quer o país, quer o Sporting têm sido dirigidos de forma incompetente. Mas o mais grave, o cancro desta sociedade, é a benfiquização dos procedimentos das elites. Estes seres que habitam rotativamente o poder ou gravitam à sua volta, procedem de acordo com essa tal benfiquização, sempre à espera das benesses dos que mandam e da obediência cega dos que servem, das migalhas (ou verdadeiros nacos) do orçamento de Estado, do favor do amigo que dirige (ou arbitra), da proteção dos média em relação aos poderosos e aos seus deslizes e da seletiva cegueira da justiça. Afinal, onde o país só vê um caminho de fracassos, de negociatas, de falência moral e económica, estes iluminados governantes, seguindo a mentalidade benfiquista inchada de autoestima e egocentrismo, vêm vitórias e conquistas. 

O senhor Victorino D'Almeida é bem o exemplo, mesmo que na sua pequena dimensão, desta forma de ser, desta mentalidade sempre enfatuada de grandezas injustificados mas, ao mesmo tempo, de gamela estendida... «qual cigarra cantadora utilizou-se do seu prestígio junto da formiga, o secretário Francisco José Viegas que, ao contrário da outra, lhe abriu as portas da despensa e que se mostra absolutamente ignorante e completamente alheado da realidade» como refere o referido crítico.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Mais 458 cromos e já está

O Gelson Fernandes saiu. Paz à sua alma. Já só faltam uns 458 cromos mais. Esperemos que não o venhamos a substituir por um “manager”, um director-geral, um gestor de conta ou um director de produção. É que nós temos a mania disso. Que o diga o Couceiro.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

De volta, no Inverno..

Primeiro que tudo, peço desculpa por esta ausência de meses mas, se pensarmos bem, o que há para escrever sobre este Sporting que não tenha sido já escrito, ou analisado por um cirugião, um engenheiro, até um psiquiatra ou mesmo pelo comentador desportivo super entendido das estruturas de todos os clubes do mundo e, por vezes, até da Juventude de Marte.
Chegou a um ponto que ver o Sporting empatar contra o Marítimo, nos últimos cinco minutos da partida, se tornou um alívio para não ter de ler outra vez, resumidos, todos os problemas da estrutura do futebol do Sporting. Ver o nome do Godinho logo de manhã enjoa qualquer um!
Depois também chegou a um ponto que já me cansei de culpar a direcção pelos males do mundo, quando temos perfeitos atrasados mentais num plantel que parecia tão prometedor. Fui a primeira a ficar feliz quando soube que era este ano que Elias se estreava por nós na Europa, o Jeffren tinha tirado o dente do ciso e por isso já não ia torcer o pé, o Carillo estava mais maduro e ia andar a partir fininho, vinham dois centrais para tirar de vez o Polga (que sempre foi o meu ódio de estimação), sem comprometer a maturidade (aqui falo do bolo de arroz que acho que fez um jogo pelo Sporting sem ser expulso, mas até nesse jogo foi substituido). Depois as conversas de café, entre leões magoados, o Wolfswinkel é o diabo encarnado na Terra, porque falha muito. Peço que os sportinguistas compreendam uma coisa.. o Sporting tem 22 golos marcados esta época, quase os mesmo do Messi sozinho, Wolfs marcou 10 desses golos. E sim essa é a função dele, que se torna muito complicada quando ele e o Patrício são os únicos que repetiram dois jogos seguidos!!

O balanço não é mau, mau era o Maniche e o Postiga a titulares, o balanço é horrível tendo em conta o plantel que temos à nossa disposição.. 
E reparem também, eles foram tão bem tão bem treinados que sempre que é um canto contra nós (e sim ainda me consigo incluir na familia leonina) é golo. Não falha nunca, incrivel.
A minha ideia é a seguinte: por aquelas 23 ou 24 andorinhas a ver videos durante quinze dias dos festejos de campeões, das taças, das estrelas que coitadas nunca ganharam nada mas jogavam à farta, a ver que o ano passado os sportinguistas foram mais aquele estádio do que em qualquer outro ano, para ver quase as mesmas andorinhas que lá estão este ano. Podia ser que entendessem que a frustação profissional deles implica também a frustação de uma massa associativa. 

Ah sim, esqueci-me de referir que o Jesualdo agora é o salvador da pátria, e que com certeza se fartará de dizer "epa perdemos, mas não podemos baixar os braços, é olhar em frente e levantar a cabeça"

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Despedimento sem contraditório

Não há tempo para ver futebol; muito menos a taça da cerveja; muito menos ainda o nosso Sporting. Ouvi o resultado na rádio enquanto conduzia. Comecei imediatamente a imaginar os tipos de disparates que tínhamos feito desta vez contra o Marítimo.

A realidade não andou longe da  imaginação. Parecemos uns meninos nas bolas paradas. Nada que não se tivesse percebido desde o início da época e da dispensa do Onyewu. Mas, o mais incrível, é que continuam a jogar os cromos do costume. Façam o que fizerem, jogam sempre: o Rojo, o Boulahrouz, o Elias e o Jeffrén (quando pode, porque a maior parte das vezes não pode nem sai de cima).

Há quem diga que a contratação do Jesualdo é um despedimento com direito a contraditório ao abrigo do Código de Procedimento Administrativo, isto é, um despedimento ao retardador. Queria querer que não. Estava com esperança que isto melhorasse e desse para acabar a época pelo menos com decência. Pelos vistos, não dá. O Vercauteren não quer. Temos de ir mesmo para o quarto treinador.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Epifania


Eu vi a luz irmãos!
Finalmente, após demorada análise hermenêutica e heurística, eu vi a justificação de tal escolha.

Melhor que um Jesus, só um Jesualdo!!

«Qual a origem do nome Aldo: TEUTÓNICO. Qual o significado do nome Aldo: NOBRE. Significado e origem do nome Aldo = Você está sempre pronto a se aventurar, muito cheio de energia, possui uma personalidade ativa e decidida. Não vê graça numa vida sem desafios. E por ser um líder por natureza, atrai as outras pessoas com seu entusiasmo. Mas é importante tomar cuidado e não se tornar uma pessoa teimosa.»

Eu fiquei muito mais aliviado. Espero que esta informação vos sossegue igualmente.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Em dezembro, porque em janeiro é tarde

Dizer o que está mal é fácil. Está tudo. O difícil é encontrar alguma coisa que esteja bem. Mas há coisas tão estúpidas, mas mesmo tão estúpidas, que ninguém consegue perceber. O Sporting joga com dois médios-centro. Quando defendemos, estão sempre à frente da bola (pelo menos um deles), ficando um buraco no meio-campo à frente da defesa que mete medo. Quando atacamos, estão sempre os dois atrás da linha da bola, não dando qualquer profundidade ofensiva.

Esta dificuldade de controlar defensivamente a zona central acentua-se com a mais completa e absoluta displicência do Elias. Não se percebe o que aquele homem anda ali a fazer. Mais, como é que consegue a proeza de jogar noventa minutos? É verdade que há outros parecidos. O tal de Pranjic deve pensar que está a jogar futsal.

Depois é a falta de atitude e agressividade. O golo do Nacional é absolutamente espantoso. O jogador recebe a bola. Vira-se. Ajeita a bola. Diz a toda a gente que vai chutar e pergunta aos jogadores do Sporting se porventura não querem fazer alguma coisa. O Ínsua fica com cara de parvo e nem lá vai nem faz nada. Para abrilhantar o lance, vira as costas ao jogador quando ele remata.

Devem estar todos com vontade de sair em janeiro. Talvez fosse de lhes fazer a vontade e mandá-los a todos embora ainda em dezembro. Por mim, iam diretamente do Aeroporto da Funchal.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

O Oráculo Eusébio

Esta velha glória não chegou onde chegou pela seu potencial intelectual.
Provavelmente nem mereceria um comentário.
Mas à sua declaração de que «este Benfica só perdia em Alvalade se jogasse com os juniores» eu contraponho, partindo das mesmas artes adivinhatórias e usando o mesmo número de neurónios do que o Eusébio (um): se o Sporting jogasse com os juniores ganhava de certeza a este Benfica!

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Uma visão ecológica do assunto

Em África há menos 68 mil leões do que há 50 anos

  «Em cinco décadas, a população africana dos reis da selva desceu de perto de 100 mil para cerca de 32 mil e perdeu-se 75% do seu habitat, diz um novo estudo.»                                                                                                             
                                                                                      in jornal Público, 06/12/2012

Por cá, o cenário não é melhor. Percebe-se. Basta ver a forma como dirigem, como treinam e como jogam. Poderia argumentar-se que o "habitat futebolístico" pode não ser o melhor, mas isso é supostamente igual para qualquer espécie animal, seja águia ou milhafre, dragão ou pantera, leão marinho insular ou passarinhos da ribeira, guerreiro do minho (neste caso a parte animal fica a cargo do presidente) ou apenas um qualquer asno administrativo de uma qualquer SAD. 

O que não pode acontecer é o "rei da selva" apresentar-se publicamente sem instinto predador (o "killer instinct" de que falava o saudoso "mister"), sem alma de lutador, sem instinto felino para atacar e, pior ainda, a portar-se como um paquiderme (ó raça maldita!) na defesa. Tirando raras excepções, somos um leão decorativo, um leão barroco, mais preocupado com a juba do que com as garras. Um leão de mármore, embora mais lento do que estes, que serve apenas para ladear as escadarias do sucesso do resto da bicharada. 

Um "rei leão" assim, é como comida sem sal, café sem cafeína, cerveja sem álcool, política sem ideologia, cigarro sem nicotina...parece que é, mas não é!
Parece que somos pois uma espécie em vias de extinção. Outros dirão: antes isso que em demissão: «Demissão? É evidente que não. Estamos a fazer um trabalho de grande dimensão no Sporting.» Godinho Lopes disse e eu não nego que seja de "grande dimensão". Tão grande que vai ficar para a história.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Vale mais não ver

Não vi o jogo. Quando não se acredita qualquer desculpa serve. Tinha de acabar uma apresentação que vou fazer amanhã à Fundação de Ciência e Tecnologia. Tinha de ir comprar os últimos livros do Tony Judt e do Rui Tavares à Bertrand (ainda sou dos que acreditam em descontos em cartão). Tinha de vir para casa jantar. O que não tinha era de ir ao café ver o jogo contra o Benfica.

Depois de comprar os livros, quando cheguei ao carro, ainda estávamos a ganhar. Não quis ouvir mais. Desta vez não era superstição. Não me apetecia, ponto final.

Sabia que íamos perder. Por incompetência da defesa. Porque o meio-campo é a desgraça do costume. Porque o Wolfswinkel continua a parecer o cowboy solitário. Porque o Capel dá tudo e o tudo que dá não chega. Porque ao fim de uma hora de jogo a maior parte dos jogadores já não pode com uma gata pelo rabo. A história é antiga e repete-se jogo após jogo.

Não me apeteceu ver este jogo e não sei se me apetece ver outros. Espero que ninguém se lembre de começar tudo de novo outra vez. Não dá para mais uma dose de "um cheque e uma vassoura”. É escolher os melhores, os mais promissores, arranjar uns centrais em condições, do tipo feios, porcos e maus, e mesclar a equipa com uns jovens. Depois se verá. Pior não pode ser.

sábado, 8 de dezembro de 2012

(Não) meter água

Na quinta-feira houve água, muita água mesmo. Mas não metemos água, felizmente. Esperemos não nos ter guardado para o jogo contra no Benfica. É que estamos a adornar, de bombordo e tudo.

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Bom, muito bom mesmo

Vi os últimos trinta minutos do jogo contra o Videoton. Foi bom; muito bom mesmo. Em certos momentos, fez-me lembrar umas peladinhas que jogávamos no CLIP há uns anos atrás. A partir de certa altura, quem corria para a frente, já não corria para trás, quando se perdia a bola. Quando se corria para trás, já não se corria para a frente quando se ganhava a bola. No fundo, cada um de nós participava, na melhor das hipóteses, numa jogada em cada duas.

Gostei de ver jogar o Caneira. Sobretudo da forma acrobática como tentou evitar o segundo golo do Sporting. É por estas e por outras que não tenho assim tantas saudades do passado. O Renato Neto pareceu-me melhor. O Paulo Sousa tem um ar de beto que não lhe fica nada mal. Esperemos que os húngaros apreciem também.

Pouco a pouco, vamos substituindo a Equipa A pela B. No último jogo, o melhor em campo foi o Eric Dier. Hoje, foi o Ricardo Esgaio. Amanhã será outro qualquer. Talvez se perceba melhor, assim, a estupidez de se andar a contratar jovens promessas quando se têm de borla ali ao lado.

Ganhámos o jogo. Ganhámos algum dinheiro, ao que se diz, por isso. Deve-se poder pagar alguma coisa aos jogadores. Não é que eles mereçam. Mas sempre podem começar a perceber que o dinheiro vem dos golos e das vitórias.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Contra o Patrício é outra coisa

O PSG é uma grande equipa. Sobre isso não temos grandes dúvidas. Mas dificilmente ganhava se tivesse que jogar contra o melhor guarda-redes do campeonato nacional.

domingo, 2 de dezembro de 2012

Está encontrado o primeiro reforço de Inverno!


É alto, louro e não é nada tosco... de cabeça. Quando quer, sabe ser cortante no desarme e letal no remate à baliza. Quando está concentrado no jogo sabe pressionar tão alto que não dá margem para os adversários escaparem à sua marcação. Mas também sabe engonhar o jogo na defesa ou no meio campo como ninguém (nas sábias palavras do Freitas Lobo, temporizar a posse de bola), colocando os adversários à beira de um ataque de nervos.

É meu filho e faz anos na próxima semana. Como prenda, insiste, quer escrever de vez em quando neste blogue. Ainda o tentei demover da ideia e, preocupado com o seu futuro, propus-lhe, em alternativa, que se inscrevesse na Associação Nacional dos Jovens Empresários (ANJE). Ele não aceitou e continuou a insistir. Hoje, por fim, cedi. Nos difíceis tempos que correm, pareceu-me, apesar de tudo, um preço muito em conta para poder continuar a linhagem de bravos leões da família. Bem-vindo, João Luís!

PS – Como é natural, tudo que ele escrever será triado pelo meu lápis… verde. Enfim, é também uma forma de me obrigar a participar mais neste nosso blogue.

sábado, 1 de dezembro de 2012

Do que nos dá para falar quando o Sporting não joga

O Lateral Esquerdo é, dos blogues que conheço, o que mais e melhor ensina sobre futebol, em particular, sobre a forma de o olhar do ponto de vista sistémico. Esse ponto de vista não é neutro. Quase sempre, valoriza mais a dimensão tática e coletiva do que o desempenho individual. O desempenho individual, aliás, só tende a ser valorizado nesse contexto mais tático e coletivo.

A meu ver, este é um olhar muito profissional. É o olhar que adoto no exercício da minha profissão também. Mas é limitativo quanto à completa apreensão dos resultados das atividades humanas, como o futebol.

Esta forma de análise, muito frequente também na minha profissão, a dos economistas, tende a confundir risco com incerteza irredutível. O risco é algo de probabilisticamente determinável. Agora, há coisas que acontecem e ponto final. A crise financeira internacional foi um desses Cisnes Negros. Também tende a desvalorizar o caráter autorrealizável das expetativas humanas. Se, individual e coletivamente, acreditarmos que economicamente as coisas vão correr mal, então, elas vão mesmo correr mal; o contrário também acontece.

Passando da economia para o futebol, há golos que acontecem por acaso. Por isso, nem sempre conseguimos explicar os resultados e classificações. Muitas vezes, confundimos essas explicações com a construção de narrativas apropriadas “a posteriori”. Há golos que só aconteceram porque os jogadores acreditaram, quase sem uma completa consciência dessa crença, que os iam marcar. Não é por acaso que os melhores jogadores, dentro – e, por vezes, fora – do campo são possuidores de uma enorme autoestima. A junção da qualidade técnica a essa autoestima, dá origem a golos e resultados completamente improváveis.

Com tudo isto quero dizer que estou sempre em desacordo com o que se afirma no Lateral Esquerdo? Não. O que privilegio é a dimensão individual do jogo. Quando vejo um jogo estou sempre à espera da obra de arte que vai imortalizar o seu autor.