quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Uma visão ecológica do assunto

Em África há menos 68 mil leões do que há 50 anos

  «Em cinco décadas, a população africana dos reis da selva desceu de perto de 100 mil para cerca de 32 mil e perdeu-se 75% do seu habitat, diz um novo estudo.»                                                                                                             
                                                                                      in jornal Público, 06/12/2012

Por cá, o cenário não é melhor. Percebe-se. Basta ver a forma como dirigem, como treinam e como jogam. Poderia argumentar-se que o "habitat futebolístico" pode não ser o melhor, mas isso é supostamente igual para qualquer espécie animal, seja águia ou milhafre, dragão ou pantera, leão marinho insular ou passarinhos da ribeira, guerreiro do minho (neste caso a parte animal fica a cargo do presidente) ou apenas um qualquer asno administrativo de uma qualquer SAD. 

O que não pode acontecer é o "rei da selva" apresentar-se publicamente sem instinto predador (o "killer instinct" de que falava o saudoso "mister"), sem alma de lutador, sem instinto felino para atacar e, pior ainda, a portar-se como um paquiderme (ó raça maldita!) na defesa. Tirando raras excepções, somos um leão decorativo, um leão barroco, mais preocupado com a juba do que com as garras. Um leão de mármore, embora mais lento do que estes, que serve apenas para ladear as escadarias do sucesso do resto da bicharada. 

Um "rei leão" assim, é como comida sem sal, café sem cafeína, cerveja sem álcool, política sem ideologia, cigarro sem nicotina...parece que é, mas não é!
Parece que somos pois uma espécie em vias de extinção. Outros dirão: antes isso que em demissão: «Demissão? É evidente que não. Estamos a fazer um trabalho de grande dimensão no Sporting.» Godinho Lopes disse e eu não nego que seja de "grande dimensão". Tão grande que vai ficar para a história.

6 comentários:

  1. A minha homenagem a A. Trindade.
    Excelente texto, ponto final, parágrafo e... é melhor mudar de linha. Com urgência!...
    Custa enterrar velhos conceitos de que só no fim se poderão avaliar os resultados de qualquer empreendimento. Pior será, porém, caminhar louca e cegamente para o precipício...

    SL

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    1. Obrigado caro Álamo
      Isto é quase como ser elogiado por ter feito um bom discurso fúnebre mas é o que agora temos.
      SL

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  2. Meu caro,

    Os leões não estão em extinção. Estão em modos de assim.

    Um abraço

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    1. Caro amigo
      A extinção nem sequer é a minha maior preocupação. O dragão já está extinto (se alguma vez existiu para lá da imaginação literária e da versão mini do dragão-de-komodo ) e continua por aí a dar cartas.
      Eu queria mesmo era uma equipa de futebol a jogar benzinho e a dar-nos, de quando em vez, umas alegrias.
      Ab

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  3. Caro Trindade,

    Este Godinho, é mau, mesmo muito mau.
    Eu já calculava que assim fosse, mas deixei-me iludir por uma equipa de trabalho que me parecia das melhores que o Sporting teve nos ultimos anos (Domingos, Freitas, Duque).

    Agora sem equipa nenhuma, resta-me ver o clube do meu coração agoniar, até que alguma coisa aconteça.

    Mas pergunto eu, podemos com honestidade pensar que alguma das outras quatro alternativas, seria muito melhor?

    É razoavel pensar que o Bruno Carvalho possa ser o Messias?

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    1. Caro NPR
      Vivo o mesmo dilema.
      Este não serve. O outro suspeito que ainda seria pior.
      Começo a sentir que a coisa é vista como um choque geracional e quem se limitam a escolher entre o "velho", sorteado entre uma das diferentes tendências da "nossa" velha aristocracia, e o "novo" saído ainda ensanguentado de uma qualquer claque. Eu queria era um, velho ou novo, rico ou pobre mas COMPETENTE. Talvez não deva pedir tanto, basta que não seja incompetente e que tenha um plano, nem precisa de ser de "grande dimensão".
      SL

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