domingo, 31 de julho de 2016

Segundo a imprensa desportiva (e outras histórias do defeso)

João Mário: Mais que vendido. Confirmado pelo pai, pelo empresário e pelo cunhado de um amigo de infância.

Slimani: Tantas vezes vendido e revendido que o próprio não consegue assegurar em que equipa joga. Na Argélia não se fala de outra coisa.

William Carvalho: Vendido há três anos. Ninguém sabe como ainda joga no Sporting. No Cais do Sodré corre o boato de que voltará a sair.

Rui Patrício: Já foi vendido por vinte milhões, quinze milhões, treze milhões. Antes do Europeu diz que sairia por uma proposta de sete milhões. A acompanhar este negócio está um enviado especial do jornal Correio da Manhã e outro da Bola.

Adrien: Vendeu-se a si próprio algumas vezes. Agora diz que está na iminência de ser vendido sem o seu conhecimento. Em Angoulême segue-se atentamente este caso.

Aquilani: os pretendentes para obter os seus préstimos são tantos que o próprio ter-se-á barricado numa casa perto de Sintra. Diz que quem o levar não precisa de pagar nada.

Barcos: ver Aquilani.

Téo Gutierres: jogador do rosário Central.

Teófilo Gutiérrez: jogador do River Plate.

Jefferson: vendido em outros defesos, paragens de inverno, fins-de-semana nas Caraíbas. Só não se consegue vendê-lo agora. 

Ewerton: Emprestadado se possível.

Mané: um rodopio de equipas alemãs rodeia a sua casa. O seu sonho é ser mais um Yannick Djaló.

Paulo Oliveira: em paradeiro desconhecido. Mas prestes a ser vendido, claro.

Naldo: de pedra e cal.

Semedo: Sem propostas.

Coates: depois da lesão diz que nunca mais vai ser o mesmo. Não pode ser vendido por ser um jogador emprestado. O pai afirma que ele está tranquilo.

Nota: ontem não tive oportunidade de ver o jogo. A imprensa diz hoje  que o presidente Bruno de Carvalho falou no final do jogo com Slimani. Mais uma venda com certeza. O resto não interessa para nada.

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Aconteceu no sábado passado

Ainda não tinha visto nenhum jogo do Sporting esta época. Vi, no sábado, o jogo contra o Lyon. Confirmei as expectativas que tinha: sem os nossos Aurélios, a coisa não parece funcionar.

Este é o problema do Sporting. Dispomos de sete ou oito jogadores de nível. Conseguimos fazer um onze competitivo a jogar contra qualquer adversário. O problema está mesmo na profundidade do plantel, ao qual se acrescenta uma outra falha na equipa titular.

Temos o Patrício, mas falta um suplente que dê garantias, não vá o Diabo tecê-las. Com o Coates e o Ruben Semedo, o centro da defesa está protegido. As alternativas também parecem razoáveis. Nas laterais as coisas complicam-se. Vamos ver se o Schelotto faz uma época parecida com a fase final da anterior. Com ele, nunca se sabe. No lado esquerdo as coisas parecem estar piores. O Zeegelaar não nos enche as medidas. O Jéfferson começa a ser um caso perdido. Ainda vamos acabar com o Bruno César.

O meio-campo é dos Aurélios: William Carvalho, Adrien e João Mário. O Bryan Ruiz joga melhor do lado esquerdo para dentro do que no meio. As alternativas parecem não existir. O Petrovic não convence. O Palhinha é uma promessa. O Aquilani é uma carta fora do baralho.

O ataque é mais do mesmo. Sem o Slimani, só fazemos cócegas. Com o Bryan Ruiz na esquerda as coisas vão melhorar. Falta-nos um segundo avançado e um extremo confiável. Pode ser que o Alan Ruiz seja o segundo avançado que precisávamos e que o Gelson Martins se afirme de vez, vontade não lhe parece faltar. Depois temos mais duas promessas: Matheus Pereira e Iuri Medeiros. Os outros não contam.

O Jorge Jesus garante-nos sempre que a equipa vai evoluir. Vai jogar pelo menos o mesmo da época passada. O problema está nas diversas frentes. Este ano temos a Liga dos Campeões. Ou fazemos como na época passada na Liga Europa, que antes de a começarmos já tínhamos desistido, ou não vejo jogadores para tantos jogos e jogos exigentes. A equipa está à pele. Pode ser que as promessas se transformem em realidades. Se assim não for, estamos tramados. A não ser que ainda se vá buscar mais alguém, rezando pelo caminho para que não saia nenhum dos titulares.

terça-feira, 19 de julho de 2016

Os sonos dos Santos

O Fernando Santos renovou o seu contrato com a Federação, até 2020 ao que se diz. Temos seleccionador por muitos e bons anos. Podemos dormir tranquilos. Sono não nos vai faltar.

Parecendo que não, o Fernando Santos tem tudo a ver com esta pré-época do Sporting. O Jorge Jesus está a levar ao extremo a táctica do Santos. Para se acabar bem tem de se começar mal. Estamos a começar tão mal, que admito que o campeonato não baste. Cá para mim, o Jorge Jesus tem a Liga dos Campeões fisgada.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

A história e os seus heróis

Já tudo praticamente foi dito e escrito sobre a participação da Seleção no Europeu. Depois de tudo o que foi sendo escrito aqui também durante a competição, falta uma síntese. Uma história, uma boa história, tem sempre uma moral.

Há uma dimensão espiritual de análise, ontológica até, na qual não entro. Cada um é como cada qual e as suas crenças só lhe dizem respeito.

Tudo o que correu mal, correu bem. Se tivéssemos ganhado uns jogos na fase de grupos, o otimismo tinha crescido e não teria havido maneira de convencer o treinador e os jogadores a fazer o que fizeram depois. Como correu mal essa fase, era necessário mudar, de jogadores e, sobretudo, de atitude perante os adversários.

Passámos para o oito com a mesma facilidade que nos anunciámos nos oitenta. De favoritos à final, passámos ao fazer o papel de “underdog”. As táticas foram estabelecidas em função dos adversários e dos seus pontos fortes. O objetivo não foi o de potenciar os nossos pontos fortes, mas o de não expor os nossos pontos fracos e de reduzir as ameaças. Essas táticas tiveram algumas características singulares. Havia a necessidade de marcar individualmente certos jogadores adversários em função de certos momentos de jogo. Não havia propriamente um sistema defensivo que funcionasse em bloco, à italiana.

Estas táticas tornaram os jogos relativamente caóticos para os adversários. Ficaram de tal forma baralhados, que nenhum deles jogou o equivalente ao que tinha demonstrado na fase de grupos. Também nenhum deles acreditou verdadeiramente no que estávamos a fazer em campo. Desconfiaram de nós. Não se aventuraram muito no ataque. Devem ter pensado para eles que aquelas táticas eram um engodo. Ninguém acredita que uma equipa que tenha o Ronaldo só jogue para não sofrer golos, esperando o seu momento de sorte.

Encanámos a perna à rã jogo atrás de jogo. Demorámos todo o tempo do mundo nas reposições de bola. Entretivemo-nos a passar a bola entre os defesas e os jogadores de meio-campo. Mal havia alguma pressão do adversário, logo se atrasava a bola ao Rui Patrício. Quando a pressão aumentava mais, recorria-se à biqueirada para a frente, onde o Ronaldo fazia de pino.

Só tínhamos planos para não perder os jogos. Ainda admitimos que existisse um plano B para os ganhar: os penalties. O jogo contra a Polónia desfez essa possibilidade. Também não havia plano B nenhum. A lógica é simples e imbatível, só não se compreende como se faz no campo, a não ser tendo fé, muita fé. Em jogos a eliminar, não se pode empatar. Não se empatando e planeando não perder, só se pode ganhar.

A final contra a França era o teste do algodão destas táticas e destes planos. Finalmente jogávamos contra um dos grandes, a par da Alemanha, da Itália e da Espanha. Ganhou uma dimensão dramática e, ao mesmo tempo, épica. O herói estava preparado, mas lesionou-se no início do jogo. Cumpria-se a dimensão dramática. A dimensão épica precisava de outro herói, de um herói improvável. O herói improvável apareceu.

Esta vitória foi uma grande alegria para os portugueses. Sou insuspeito. Não aprecio grandemente a Seleção nem o Fernando Santos. Fiquei comovido no final, quando levantámos o caneco. Estas e outras palavras que se foram dizendo e escrevendo vão-se apagar. Daqui a muitos anos ainda ouviremos falar deste feito. Ficará a história e nessa história só há heróis.

segunda-feira, 11 de julho de 2016

O efeito Borboleta ou a insustentável leveza de... Payet

Entrámos mal no jogo. Os passes não saíam e mal conseguíamos passar do meio campo. Mais do mesmo, todos pensávamos. Nervos, muitos nervos. Faltava-nos qualquer coisa e como sempre nestas circunstâncias todos olhavam para o Ronaldo.

Foi então que o Payet decidiu o jogo. Ou ele ou as lágrimas do Ronaldo. Ou o sentimento de injustiça que se gerou não em 11, 23 mas milhões de Portugueses. Milhões de desportistas. Ou tudo isto. A verdade é que tudo mudou. Se havia dúvidas que um jogador como o Ronaldo pode ganhar um jogo até no banco elas ficaram dissipadas. Deu o exemplo, deu o que tinha e o que não tinha. E inspirou os patinhos feios, transformaram-se e a equipa acordou. Primeiro Fernando Santos que mandou lixar o autocarro e por os Portugueses a jogar de igual para igual. Depois Éder a provar que se jogámos este Euro sem ponta-de-lança não foi por falta de comparência do mesmo.

E assim se fez história. Venha de lá o caneco.

domingo, 10 de julho de 2016

Parabéns campeãs!





«A atleta portuguesa Sara Moreira sagrou-se este domingo campeã da Europa na meia-maratona, em Amesterdão, Holanda.
Sara Moreira venceu a corrida de estreia da distância em europeus isolada, tendo cortado a meta em 1h10m19s, com 16 segundos de vantagem sobre Veronica Inglese. Na mesma prova, a portuguesa Jessica Augusto obteve o 3.ª lugar, fechando o pódio com mais 36 segundos do que a sua compatriota.
Na Taça da Europa, realizada conjuntamente, Portugal ganhou coletivamente, contando ainda com Ana Dulce Félix, que terminou no 12.º posto. A atleta do Sport Lisboa e Benfica venceu na quarta-feira a medalha de prata nos 10.000 metros                        Expresso

PS. Curiosamente, em todas as notícias que li, não vi referência ao clube a que pertencem as senhoras agora medalhadas. Deve ser esquecimento. Felizmente é possível saber qual o clube da Dulce Félix, assim não se perde tudo.

quarta-feira, 6 de julho de 2016

Afundanço

O João Mário passou para o Raphael Guerreiro centrar de primeira e o Ronaldo foi lá acima e afundou. Foi um “aley-oop” com pés e cabeça.

A partir deste golo e deste afundanço pode-se contar a história que se quiser. Como diria o nosso Mahatma Ronaldo, o resto que se f###.

domingo, 3 de julho de 2016

Segundo a imprensa desportiva...

O Slimani já foi vendido vinte vezes. E das vinte não recebemos um chavo. Ficamos ainda a saber que o contrato do jogador tem uma catrefada de cláusulas, algumas aludindo a futuros prémios em forma de moças virgens, a receber, é claro, à posteriori.

Parece que o Teo afinal saiu mesmo em Janeiro enviando um sósia chamado Teófilo, o qual se revelou um verdadeiro entretido na arte de improvisar imprevisibilidades nas áreas adversárias. Pois também este Teófilo quererá (supostamente) sair, relançando a sua carreira em algumas equipas de topo, provavelmente nas Ilhas Fiji. Ficamos ansiosos que tal se verifique, podendo levar como brinde o Aquilani.

Um tipo chamado Bakic, que no ano transacto jogou no Belenenses, estaria a ser pretendido pelo Sporting. Agora ficamos a saber que o Benfica terá ultrapassado o Sporting na contratação deste craque da… Fiorentina. Para o Sporting vinha o Bakic versão belém, já para o Benfica vem um craque da Fiorentina. De qualquer das formas, uma contratação sonante na casa do Bakic, que terá feito a pomba.

Parece que o João Mário quer ganhar mais. Não deverá ser o único no plantel do Sporting. Já no Benfica rezam as crónicas das agências que todos os jogadores fazem questão de querer ganhar menos. Alguns terão mesmo solicitado o pagamento em géneros, tal a vontade em fazer parte daquela instituição aduaneira

Mais nos informam da necessidade de contratação de duas dúzias de duplas de centrais, ora de marcação, ora de cobrição. Diz que o Jesus está descontente com algumas abébias cometidas, alegadamente, por jogadores pouco dados a interacções físicas de relevo. A seguir.

Dos quatro jogadores do Sporting que ajudam a selecção tsé-tsé, mais os seis que saíram da sua formação, temos muito poucas notícias, obviamente por dificuldades de comunicação. Também pouco se fala desta abertura gigantesca de mercado que apenas encerra no final de Agosto, sem contar com os outros mercados emergentes ou nem tanto. O que torna o defeso uma piada que ultrapassa, e muito, a designação de silly season. 

sexta-feira, 1 de julho de 2016

A empatar todos os santos ajudam

O trocadilho não é brilhante. Estamos todos assim. O Santos nivelou os portugueses. Se se perguntar pela exibição do Ronaldo, todos dizem que foi um jogador esforçado, solidário e as tretas do costume. Se se perguntar o mesmo relativamente ao Eliseu, a resposta é a mesma. Não há diferenças. O Santos teve o mérito de nivelar todos os jogadores. Esqueci-me: falta o Renato Sanches (falta também o Pepe, mas a história é outra).

A “flash interview” final do Santos foi esclarecedora. Quando perguntado sobre a chamada ao banco do Renato Sanches e as orientações, informou-nos:” tínhamos combinado que o Nani pegava o dez, o Renato o cinco e o Adrien o oito, ficando o William com o sete ou o nove, conforme as necessidades. Era preciso que o Renato passasse a ficar com o oito, transitando o cinco para o Adrien” (não me lembro bem dos números, mas eram mais ou menos estes ou parecidos com a última chave premiada do Totoloto). Assim percebe-se melhor a razão dos jogadores andarem a correr atrás dos outros. É preciso que eles os passem primeiro para saberem o número da camisola.

Tudo estava pensado desde o início. As sofridas vitórias na fase de apuramento com golos nos últimos minutos. A sessão de pancadaria entre sérvios e albaneses que acabou, na prática, na eliminação da Sérvia. Os sucessivos empates na fase de grupo. Se jogarmos para o empate, ganhamos. Empatar é ganhar. É uma fezada. Não sabíamos que era assim, mas pode vir a ser assim. Nunca ganharemos a final do Campeonato Europeu, mas estou convencido que, por este andar, ainda a vamos empatar.