domingo, 31 de março de 2013

Boa Páscoa

Os Monteiros foram para fora passar a Páscoa. Para perto, mas, mesmo assim, um luxo nos tempos que correm. Se há coisa que me entedia nestas viagens é a condução. A única forma de evitar passar pelas brasas é seleccionar umas músicas com a minha filha, dar corda ao Ipod e ouvir tudo aos berros. É uma “playlist” de uma “teenager” dos Festivais de Verão e de um veterano do Jamaica e do Tokyo. Com os desejos que tenham tido uma boa Páscoa.

sexta-feira, 29 de março de 2013

O Jogador

Caiu-me uma pilha de livros aos pés quando andava a procurar um outro qualquer. É o resultado de um trabalho diligente que eu e a minha filha temos levado a cabo para transformar um escritório num armazém de papeladas percorrido por fios e decorado de material informático variado.

Um dos que caiu foi “o Jogador”, de Dostoievsky, que li há muitos anos de uma penada, numa noite, numa edição da conhecida Colecção RTP. Nunca mais me esqueci do que li. A personagem aparentemente joga por amor. Até que o jogo e o amor entram em contradição insanável. Ganha o jogo. O personagem descobre que o amor não é mais do que um pretexto para o jogo, um capricho de jogador.

Ser do Sporting ou de outro clube qualquer também é um vício de jogador. Há uma componente afectiva nesta opção, mas o que queremos é jogar, ganhando. Como qualquer jogador, temos os nossos fetiches. Colocamos as nossas fichas em certas cores e em certos números, neste caso, no Sporting e nalguns dos seus jogadores. É por esta razão que somos do Sporting. Tudo o resto serve para justificar o vício, para dar sentido ao sofrimento de vermos um jogo sempre à espera que, por vezes, o impossível aconteça.

quinta-feira, 28 de março de 2013

O Pacheco do Eça com chuteiras

Não vi o jogo da nossa seleção contra o Azerbaijão. Mas vi, nos resumos, o essencial: os falhanços do Postiga. O Postiga não se limita a falhar. Falha sempre em grande estilo. Entre um golo banal ou um falhanço com um axel duplo, não hesita: mete a pirueta. O Postiga é um género de Pacheco do Eça com chuteiras. É um Álvaro Santos Pereira com menos nata e mais entremeada.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Nosso, até o deixar de ser


[Reservas]
Numa época em que tanto se valorizaram as reservas, agora nomeadas por Equipa B, Bruno de Carvalho também as merece. O tempo dirá se é a pessoa certa para conduzir o Sporting, mas enquanto não temos evidências tenhamos dúvidas. Como o Sporting mostrou esta época, ter reservas pode até ser a salvação. Ou parte dela. Aqui só há estados de(s)graça. Até melhores dias.

[And Now for Something Completely Different]
Em Março de 2009 escrevi aqui que a Godinho Lopes apenas restava ganhar ou ganhar. De outra forma estaria liquidado. Está à vista. Sem resultados desportivos Bruno Carvalho  também capitulará. Qualquer um que assente o rabo de quinze em quinze dias em Alvalade, sabe perfeitamente que as bonitas palavras de Jorge Sampaio sobre "paciência" não têm qualquer adesão à realidade. Primeiro contestam-se os jogadores, depois o treinador, depois muda-se de treinador várias vezes e a seguir vai a Direcção. Não estou a ver os sócios a mudar. Será  Bruno de Carvalho capaz de arranjar uma equipa que os contente?

[Emirates Airline]
O Sporting está falido. Não é o único. É apenas o mais evidente dos três grandes e, por isso mesmo, o que tem mais dificuldade em continuar a embarretar a malta com obrigações. Em 99% das situações um clube de futebol é um mau investimento. Em Portugal é ainda pior e o Sporting é a expressão máxima disto. Ou seja, quem lá mete dinheiro não espera retorno financeiro. Espera vaidade, se for um clube de prestígio, ou espera impunidade se for o Benfica. Mas para se ter vaidade não basta ter 10, 20 ou 49% de uma SAD. É preciso que se seja o "dono". Um Abramovich do Chelsea, um Sheikh Mansour do City ou um Sheik Al-Thani do Málaga. Até porque essa é a única forma de travar os "indígenas" de lhe darem cabo do dinheiro e do prestígio. Há quem saiba preparar activos falidos para serem comprados. Será Bruno de Carvalho capaz disso?

[Taverna do Infante]
O modelo "máquina de lavar", usado muitíssimo bem no Porto, não necessita que os investidores tenham capital da SAD. Os investidores precisam é de ter os passes dos jogadores, registados em clubes desconhecidos do Uruguai, e arranjar um clube "certinho", que vá invariavelmente à Champions. Para se ir invariavelmente à Champions, não basta ter uma boa equipa. É preciso que a terceira equipa o deixe. Será que Bruno de Carvalho também sabe de fruta?

domingo, 24 de março de 2013

Que volte a nossa histórica trágico-cómica

Começámos este blogue numa época com o Bettencourt a Presidente e o Paulo Sérgio a treinador. Previa-se o pior. Só que o pior de ontem não é o pior de hoje. Esperávamos fazer uma época risível mas, no fim, por muito risível que fosse, ficaríamos, na pior das hipóteses em terceiro ou quarto lugar. Ficámos em terceiro. Num contexto destes, a comédia não dá origem a nenhuma tragédia. Num contexto destes há muita coisa para se escrever no registo irónico que adotámos.

Na época seguinte, as coisas começaram a ser diferentes. A certa altura estávamos a um ponto da frente. Ganhávamos com naturalidade no campeonato e na Liga Europa. Quando as coisas correm bem, não é fácil manter o registo irónico e a escrita tende a tornar-se num exercício enfadonho. Mas rapidamente, voltámos à comédia sem tragédia. Acabámos em quarto. Estivemos quase, quase, na final da Liga Europa. Perdemos a final da Taça de Portugal, em mais um registo de comédia. As coisas voltaram a animara, portanto.

Esta época, com o Godinho e o Sá Pinto esperava-se mais do mesmo. Estávamos garantidos. Só que deixou de haver comédia. Passou só a haver tragédia. Não há alento para se escrever num quadro destes.

Ontem ganhou o Bruno de Carvalho. Espero pouco dessa vitória. Espero que regresse a nossa condição trágico-cómica. Se assim for, isto ainda pode ter piada. O problema é se continua a tragédia. É que se ela continuar, não há espaço para a comédia. A comédia transforma-se em pura farsa.

sábado, 23 de março de 2013

Para baixar o nível



A situação é grave, não nego!  Os candidatos não são os melhores, admito! Mas avaliando bem o futebol nacional, o Porto tem o Pinto da Costa, o Benfica o Vieira, o Braga o Salvador. Não conseguiremos nós uma bosta semelhante para dirigir o nosso clube? 
SL
 

quarta-feira, 20 de março de 2013

A Lotaria da Bosta



Existem certamente muitos indecisos sobre o rumo a dar ao seu voto. Tantas são as sondagens desencontradas, os apelos mais ou menos desesperados, a desinformação em corrupio, que achamos por bem ajudar. Inspirados pelo que se faz na cidade Suíça de Ruswil, e que já foi adaptado pela Comissão de Festas de N.ª S.ª do Rosário e S. Frutuoso, na freguesia de S. Martinho do Campo, Póvoa de Lanhoso, decidimos, eu e a minha filha mais nova, a Inês, propor e ilustrar uma forma inovadora de chegar ao vencedor.

O campo de futebol, na Academia ou em Alvalade, será dividido em algumas centenas de pequenos quadrados. A cada um corresponderá a letra de uma das listas, A, B ou C. Em cada quadrado é colocado um montinho de palha e, depois de tudo preparado coloca-se uma vaca no campo (pode-se pagar os custos desta democrática iniciativa negociando o naming da vaca, talvez BES, quem sabe?). Sob o olhar atento de milhares de sócios e adeptos o ruminante irá calmamente comendo a palha e, segundo as melhores expectativas e mais certo do que ganhar dois jogos seguidos, o resultado final não demorará. Neste caso o mais curioso é que o importante não é onde a vaca come, mas sim onde ela defecará. É que a eleição caberá à lista representada pela letra que se encontrar no afortunado quadrado onde caírem as fezes da vaca. A verdadeira Lotaria da Bosta.

A vaca é o ser inocente no meio disto tudo. Sagrada e intocável, no bom estilo indiano, respeitada porque é um mercado que ainda tentamos conquistar, já a sua bosta, será o aspeto central da festa. Esta bosta, patrocinada e nutrida por uma longa série de diligentes dirigentes, artificiosos e obscuros fundos de jogadores e esmerados bancos, coroará a próxima presidência. Assim,  laureada e engalanada, os nossos mais sinceros desejos são que a novel direção tudo faça para se livrar de tão robusto monte de esterco. Ao novo presidente, imaculado na ambição, esperemos que possa avançar firme e por bons caminhos, longe do trilho destes e doutros ruminantes e que enfim comecem as mudanças...e que não se fiquem apenas pelas moscas. Espero eu e a Inês.
SL 

terça-feira, 19 de março de 2013

Uma verdade à espera de acontecer

O Sporting está como o país. A sua falência é uma verdade à espera de acontecer. A falência não é o fim. Há vida para além dela. Há uma outra vida. Uma vida diferente. Um voltar à casa de partida sem receber dois mil escudos. O problema não é a falência é o que nos acontece depois dela até conseguirmos uma outra vida.

domingo, 17 de março de 2013

Não há vitórias pequenas.


É possível e não é de envergonhar, torcer, sofrer, gozar, num jogo assim. Fazer a contabilidade das hipóteses, dos remates, dos centros, das bolas ao poste, à trave, das defesas. Deve ser possível achar isto “um jogão”! Mesmo que do outro lado, estivesse “apenas” o valoroso Vitória de Setúbal. Dirão outros, tanto sofrimento, tanta felicidade apenas por ganhar em casa ao Setúbal e, quando feitas as contas, estamos apenas provisoriamente em nono lugar.


E não está mal assim. Afinal isto é apenas um jogo. Como quando jogávamos à bola sob chuva fria, a meia luz, com velhas chuteiras deformadas, ostentando os mais coloridos e díspares equipamentos. O público substituído por um qualquer eucaliptal uivante, o relvado por uma qualquer superfície mais ou menos plana. Obrigatórias apenas as imensas e intimidantes balizas. Encharcados e suados, ardentes em cada disputa de bola, fosse lá em que parte do campo fosse, avançávamos efusivos com a mais mediana das jogadas, em que o sucesso mais não era do que fazer chegar a bola ao destino, fosse o mais complexo ou o mais simples. Três passes certos, uma sinfonia! Um centro para o ataque, meio golo. Um canto ganho, uma espécie de penálti, (espécie rara naquelas pelejas onde os árbitros eram um luxo dispensável, se calhar como agora). O Golo: o santo graal.

A longa e penosa caminhada que tem sido o nosso desempenho neste campeonato, fez-me recuar no tempo. Quando durante muitos anos só ligamos ao futebol de primeira divisão e somos em exclusivo adeptos de um clube de topo, habituados a ficar sempre acima do quinto lugar e a disputar e a ganhar diferentes troféus, os mais natural é esquecermos as lutas dos outros, as suas vitórias suadas, o seu esforço e a sua dedicação. Outros experimentaram fracassos mais continuados, outros ainda experimentaram outras classificações e até outras divisões. Arrogantemente cegos nós, muitas vezes, só olhamos para o pódio, para as taças, para o brilho da vitória. A nós, adeptos, esta arrogância faz-nos mesmo duvidar da razão de ser de muitos clubes. Para que servem estes clubes de meio da tabela. Por que razão lutam? Para que existem eles? Será só para sofrerem? Para que querem eles os pontos? Mas, afinal, o campeonato é deles. Mais, o campeonato são eles, os outros, os grandes sempiternos vencedores é que são afinal a aberração.

Já não me lembrava desta tão desesperada luta pelo “pontinho” para coisa quase nenhuma, dos objetivos “pequenos”, desde que ainda jovem sofria pela Associação Desportiva de Oeiras, no hóquei patins, e, mais tarde, no andebol pelo Académico Basquete Clube. Se outras lições não tirarmos deste ano, pelo menos que este banho de humildade nos engrandeça. Que se perceba de novo como é lindo e justo ficar feliz por jogarmos bem, com alma e garra, contra um adversário, seja ele qual for. Que um jogo é para jogar e ganhar, seja para ser campeão, para ganhar a taça  ou apenas para subir um lugarzinho na tabela classificativa. Que essa humildade esquecida nos faça crescer e que este miserável ano nos permita ganhar respeito por todos os adversários e não apenas pelos do costume, que se calhar não o merecem tanto quanto julgam.

sexta-feira, 15 de março de 2013

Uns tantos centímetros mais

Hoje, por razões profissionais, encontrei o Júlio Pereira. Estávamos muito bem. Engravatadinhos como convém e mantendo um ar sério a falar de assuntos sérios.

Fizemos uma pausa ao almoço. Falámos do Sporting. Resolvi falar mal do Jesualdo, um tema como outro qualquer. Falei mal da opção do Dier para o meio campo. O Júlio Pereira explicou-me a explicação do Jesualdo. Explicada pelo Júlio Pereira, a explicação pareceu-me razoável.

Basicamente, o Sporting tem, desde há uns bons anos, uma equipa atarrecada. Em primeiro lugar, os jogadores devem saber jogar à bola. Dos que sabem, devem-se escolher os maiores, os mais fortes e os mais rápidos; sobretudo os mais altos.

Como disse por diversas vezes, o campeonato português decide-se em bolas paradas e biqueiradas para a frente. Os mais altos são os mais aptos para um futebol assim. Voto em quem prometer uma equipa com mais dez centímetros em média de altura.

quarta-feira, 13 de março de 2013

Com o Jesualdo é mais seguro

Dizem-me que andamos em campanha eleitoral. Não dei por nada. Apesar de desatento, é normal que não saiba de nada.

O Bruno de Carvalho ganha se estiver calado. É normal que capitalize o descontentamento, que é muito. Se disser alguma coisa, arrisca-se. É possível que saia asneira. Nem toda a gente se esqueceu dos russos e dos fundos sem fundo.

O Couceiro precisa de dizer alguma coisa, mas não deve saber bem o quê. Se o Bruno de Carvalho disser alguma coisa, ganha oportunidade de dizer alguma coisa também. Pelo menos para dizer que é contra.

Na dúvida, ninguém tem nada para dizer e muito menos para fazer. Sobra a questão do Jesualdo. Se for para nada fazer, com o Jesualdo é mais seguro.

sábado, 9 de março de 2013

Por uma vez

Só vi a partir da meia hora. Tínhamos oferecido um de avanço à Académica. A partir daí começou o sofrimento. Nós queríamos mas não podíamos. A Académica não queria, nem podia, sem sabia bem o que estava a fazer.

Na segunda parte melhorámos alguma coisa, sobretudo com a entrada do André Martins. Talvez esteja na altura de lhe dar a titularidade. Empatámos, com o Wolfswinkel a fazer de ponta-de-lança por uma vez. Podíamos ter ganhado. Devíamos ter ganhado. Acabámos em cima deles a falhar golos. Duas vitórias em casa e acaba-se o suplício. Só falta um esforço. Depois, para o ano logo se vê.

domingo, 3 de março de 2013

Anjinhos barrocos



Para lá do futebol jogado. Mal ou bem. Das cartolinas (mal) distribuídas. Da falta de tomates para tentar ganhar o jogo. De ser a equipa A ou B . O que fica é que «nas últimas sete temporadas, o FC Porto perdeu… 14 pontos em Alvalade. A maldição nos encontros fora frente ao Sporting, a contar para o campeonato, parece não ter fim.»

Pequeninos. Pobrezinhos. Falidos. Bêzinhos orientados pelo velhinho carrancudo com o mini-bus encostado à baliza e, mesmo assim, os factos são estes... «nas últimas sete temporadas, o FC Porto perdeu… 14 pontos em Alvalade!!!

Para alguns dos comentadores do nosso blogue, os sempre atentos e hiper-insuflados seguidores do SLB que nos dizem vendidos ao FCP, resta a pergunta: afinal quem abre as pernas ao FCP?
Isto porque, «os dragões não ganham, por exemplo, na casa leonina há cinco anos: desde que em 2008 Lisandro e Bruno Alves fizeram os golos que valeram um triunfo por 2-1 em jogo do campeonato. Nos últimos cinco anos, de resto, o F.C. Porto fez seis pontos nos jogos em Alvalade e perdeu doze pontos. Já na Luz, por comparação, fez dez pontos nos últimos cinco anos (onze pontos se contarmos com o clássico da primeira volta). Nos últimos cinco anos, perdeu apenas uma vez na casa encarnada, contra três vitórias e dois empates. O que é sintomático do maior facilitismo que encontra na Luz .

E isto tudo mesmo com o nosso Wolfswinkel a fazer tudo para que o FCP não seja campeão. Querem mais? Complexos? Querem ser campeões? Porra! Joguem a bola! Sejam melhores. Nós fazemos a nossa pequeniníssima parte...para já!