Há jogadas notáveis que não dão golos. O dramático é que, depois, nunca mais nos lembremos delas. O futebol é decidido pelos golos. Enquanto assim for, a história do futebol confunde-se com a história dos golos.
Por muitas razões – e especialmente por esta - o Cristiano Ronaldo tem direito a umas tantas páginas na história do futebol. Ontem, ajudou a escrever mais uma. O melhor jogador do Mundo deu um banho ao Barcelona. Não é politicamente correcto dizer isto. Mas é o que me apetece dizer nesta altura.
Falaremos do Sporting, mais mal do que bem. Falaremos também do Benfica, sempre mal. Falaremos do Porto, conformados.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
sábado, 23 de fevereiro de 2013
Não foi por eles
O Sporting perdeu o jogo de ontem da mesma forma que tinha ganhado o de Barcelos. Ontem, teve um pouco de azar. Em Barcelos, teve um pouco de sorte. Não encontro grandes diferenças nas exibições num caso e noutro.
Voltámos a oferecer os golos ao adversário. Na semana passada deu para isso. Nesta não deu. Falhámos um penalty que todos, inclusive o Wolfswinkel, sabíamos que não íamos marcar. O que não sabíamos era que na resposta íamos sofrer mais um.
Levámos com uma arbitragem a pedido. Levámos com a arbitragem e levámos pau o tempo todo. Os nossos ainda são demasiados tenrinhos para aquilo. Aliás, não sei se há alguma equipa que possa estar a levar pau o tempo todo e, ainda assim, jogar alguma coisa.
Os miúdos estiveram bem. Gostei dos centrais. Gostei do Zezinho e do Bruma também. Gostei bastante menos do Patrício, do Rojo, do Wolfswinkel ou do Capel. O problema não está na idade. Não se pode é pedir a uns miúdos destinados a jogar nos juniores ou na equipa B que, a meio do campeonato, venham resolver a maior trapalhada da história do Sporting.
Voltámos a oferecer os golos ao adversário. Na semana passada deu para isso. Nesta não deu. Falhámos um penalty que todos, inclusive o Wolfswinkel, sabíamos que não íamos marcar. O que não sabíamos era que na resposta íamos sofrer mais um.
Levámos com uma arbitragem a pedido. Levámos com a arbitragem e levámos pau o tempo todo. Os nossos ainda são demasiados tenrinhos para aquilo. Aliás, não sei se há alguma equipa que possa estar a levar pau o tempo todo e, ainda assim, jogar alguma coisa.
Os miúdos estiveram bem. Gostei dos centrais. Gostei do Zezinho e do Bruma também. Gostei bastante menos do Patrício, do Rojo, do Wolfswinkel ou do Capel. O problema não está na idade. Não se pode é pedir a uns miúdos destinados a jogar nos juniores ou na equipa B que, a meio do campeonato, venham resolver a maior trapalhada da história do Sporting.
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Rui Monteiro
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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Voltar atrás no tempo
O Sporting é o melhor espelho do país. Acabamos sempre por voltar ao ponto de partida sem compreendermos porque é que nos enganámos no caminho. Vamos ter de voltar a fazer o que fazíamos no tempo do Paulo Bento e que tão pouco valorizámos. Nesse tempo, dispúnhamos de três ou quatro jogadores que davam estabilidade à equipa (em particular, o Polga e o Liedson) e, depois, iam-se lançando uns miúdos. As coisas correram bem. Só não correram melhor porque, no campeonato nacional, não podem. Ficámos em segundo em quatro campeonatos seguidos. Em três deles, disputámo-los até ao fim, dando muito mais luta do que a que deu o Benfica nestes últimos dois. Num deles, a batota foi de tal monta que, entre várias habilidades, ficámos a dever o campeonato a uma bola metida descaradamente com a mão.
Os Ruis Santos e os Manhas desta vida foram desvalorizando os resultados. Foi-se criando uma imagem de falta de ambição. Os adeptos foram assimilando esse discurso, simultaneamente com o desgaste natural de um treinador muito afirmativo e com elevada exposição mediática ao longo de muito tempo. A época de 2009/2010 foi fatal. O Benfica mudou para melhor e nós passámos a duvidar do que tínhamos feito nos últimos anos. As últimas eleições foram marcadas por este estado de espírito. Com fundos sem fundo, todos os candidatos nos prometeram a mesma coisa: fazer o percurso do Benfica. Contrataram-se jogadores às pazadas para se entreter os adeptos. Quando os resultados não apareciam, mudava-se de treinador e/ou contratava-se um Pranjic qualquer. E foi-se de fuga em frente em fuga em frente até se chegar onde se chegou.
Vamos ter de voltar atrás no tempo, sendo que o tempo para os outros não parou. Vamos ter de encontrar três ou quatro jogadores sólidos (depois de tanta contratação, olhamos para a actual equipa e não os vemos) que permitam a integração dos mais jovens da formação. Vamos ter que apostar num treinador que saiba treinar; que tenhamos a garantia mesmo que saiba o que anda a fazer. Não gosto do Jesualdo, mas, na dúvida, fica. O que não podemos é continuar a apostar em amadores.
Os Ruis Santos e os Manhas desta vida foram desvalorizando os resultados. Foi-se criando uma imagem de falta de ambição. Os adeptos foram assimilando esse discurso, simultaneamente com o desgaste natural de um treinador muito afirmativo e com elevada exposição mediática ao longo de muito tempo. A época de 2009/2010 foi fatal. O Benfica mudou para melhor e nós passámos a duvidar do que tínhamos feito nos últimos anos. As últimas eleições foram marcadas por este estado de espírito. Com fundos sem fundo, todos os candidatos nos prometeram a mesma coisa: fazer o percurso do Benfica. Contrataram-se jogadores às pazadas para se entreter os adeptos. Quando os resultados não apareciam, mudava-se de treinador e/ou contratava-se um Pranjic qualquer. E foi-se de fuga em frente em fuga em frente até se chegar onde se chegou.
Vamos ter de voltar atrás no tempo, sendo que o tempo para os outros não parou. Vamos ter de encontrar três ou quatro jogadores sólidos (depois de tanta contratação, olhamos para a actual equipa e não os vemos) que permitam a integração dos mais jovens da formação. Vamos ter que apostar num treinador que saiba treinar; que tenhamos a garantia mesmo que saiba o que anda a fazer. Não gosto do Jesualdo, mas, na dúvida, fica. O que não podemos é continuar a apostar em amadores.
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domingo, 17 de fevereiro de 2013
Manipulação
Acho bem que se aposte em equipas da formação.
Malta jovem ainda com algum amor à camisola, pelo menos até poder ambicionar uma mais rentável, e com ordenados mais baixos e a consequente motivação que isso acarreta.
Gastar muito não é, necessariamente, gastar bem. De resto, apostar em orçamentos altos já está provado que não é suficiente, basta olhar para o que vai acontecendo jornada a jornada. Não só com os nossos mas também com os outros. Jogam os presidentes, os treinadores, os jogadores e os árbitros. E uns jogam mais do que outros e conforme as circunstâncias o exigem.
Mas há outros jogos e para esses não há orçamento que valha a pena. Para esses jogos por baixo da mesa nunca demonstramos habilidade. Essa não é, nem nunca foi, a nossa guerra e se fosse, não estaríamos prontos para ela. A nós ninguém nos desculpa os erros e agressões dos jogadores. Agredir um árbitro para nós não é, mesmo que quiséssemos, uma questão subjectiva. As "entradas assassinas" que o João Manha (Querido só para alguns) vê numa entrada do Eric Dier mas não consegue vislumbrar em milhentas entradas do Maxi Pereira, não depende só da qualidade teatral do jogador, nestes casos o próprio comentador é também o argumentista. A nós não nos dão penáltis nos descontos mesmo que justos ou "um penalty que é no mínimo polémico" como diz o insuspeito e isento Maisfutebol. A nós, a isenta imprensa desses LambeRabosQueSeDizemJornalista s que
alimentam os três pasquins diários mais as rádios e tvs e ainda os
paineleiros de serviço, nunca nos perdoam tais erros, exibições ou
deslizes. A nós, para lá de não verem a realidade ainda libertam a
imaginação. Rosnam e mordem pois sabem bem qual é a mão que os alimenta,
e não é a nossa.
No fim, o que ficam são os pontos, o resto que se lixe. Há de vir para aí um ou outro ressabiado chatear, ofender, corajosamente escondido no anonimato ou sob um qualquer nickname fruto de horas de desgastante uso do neurónio disponível, mas isso só demonstra a importância que nos dão e o peso na consciência que tem, ou deveriam ter se tivessem uma.
Enfim, bardamerda para isto... e se algum fiscal dos bons costumes me vier chatear ele "que vá tomar no cu" que esta prática está já devidamente oficializada pelo léxico governamental.
Malta jovem ainda com algum amor à camisola, pelo menos até poder ambicionar uma mais rentável, e com ordenados mais baixos e a consequente motivação que isso acarreta.
Gastar muito não é, necessariamente, gastar bem. De resto, apostar em orçamentos altos já está provado que não é suficiente, basta olhar para o que vai acontecendo jornada a jornada. Não só com os nossos mas também com os outros. Jogam os presidentes, os treinadores, os jogadores e os árbitros. E uns jogam mais do que outros e conforme as circunstâncias o exigem.
Mas há outros jogos e para esses não há orçamento que valha a pena. Para esses jogos por baixo da mesa nunca demonstramos habilidade. Essa não é, nem nunca foi, a nossa guerra e se fosse, não estaríamos prontos para ela. A nós ninguém nos desculpa os erros e agressões dos jogadores. Agredir um árbitro para nós não é, mesmo que quiséssemos, uma questão subjectiva. As "entradas assassinas" que o João Manha (Querido só para alguns) vê numa entrada do Eric Dier mas não consegue vislumbrar em milhentas entradas do Maxi Pereira, não depende só da qualidade teatral do jogador, nestes casos o próprio comentador é também o argumentista. A nós não nos dão penáltis nos descontos mesmo que justos ou "um penalty que é no mínimo polémico" como diz o insuspeito e isento Maisfutebol. A nós, a isenta imprensa desses LambeRabosQueSeDizemJornalista
No fim, o que ficam são os pontos, o resto que se lixe. Há de vir para aí um ou outro ressabiado chatear, ofender, corajosamente escondido no anonimato ou sob um qualquer nickname fruto de horas de desgastante uso do neurónio disponível, mas isso só demonstra a importância que nos dão e o peso na consciência que tem, ou deveriam ter se tivessem uma.
Enfim, bardamerda para isto... e se algum fiscal dos bons costumes me vier chatear ele "que vá tomar no cu" que esta prática está já devidamente oficializada pelo léxico governamental.
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A. Trindade
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sábado, 16 de fevereiro de 2013
Não repetir o passado recente
Oferecemos dois golos. Mesmo assim chegou. O que suspeitávamos aconteceu. Os miúdos não são piores do que os outros. Um pouco ingénuos num ou noutro lance. Talvez não cheguem para jogos com equipas mais difíceis do que a do Gil Vicente. Mas, para fazerem o que os outros andaram a fazer, chegam e, como se viu, sobram.
O Jesualdo estava contente e isso notava-se. Apanhou a equipa de rastos. Pelo caminho, viu os jogadores irem saindo. Ninguém consegue preparar uma equipa nestas condições. Teve que recorrer aos miúdos, especialmente para o centro da defesa; local onde se pede experiência e cabedal. Não se saiu mal. Se saísse as coisas podiam-se complicar e muito.
Gostei deles todos, mas especialmente do Bruma, do Zezinho e do Dier. O André Martins também não entrou mal. Temos algum presente e todo o futuro pela frente. O que não podemos é repetir o passado recente.
O Jesualdo estava contente e isso notava-se. Apanhou a equipa de rastos. Pelo caminho, viu os jogadores irem saindo. Ninguém consegue preparar uma equipa nestas condições. Teve que recorrer aos miúdos, especialmente para o centro da defesa; local onde se pede experiência e cabedal. Não se saiu mal. Se saísse as coisas podiam-se complicar e muito.
Gostei deles todos, mas especialmente do Bruma, do Zezinho e do Dier. O André Martins também não entrou mal. Temos algum presente e todo o futuro pela frente. O que não podemos é repetir o passado recente.
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Rui Monteiro
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quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
Excepcionalíssimo
Só o superlativo absoluto sintético pode descrever o golo de hoje do Ronaldo contra o Manchester. Está lá tudo o que esperamos ver num golo perfeito de cabeça. A elevação extraordinária, quase sem balanço. A suspensão no ar, como se o tempo pudesse parar. O impulso dado à bola com a força e a colocação que torna a defesa impossível.
(Dizem que a justiça é cega. No futebol, quando se trata do Benfica e do Porto, não chega a enxergar o que está à frente do nariz. É mais do que cegueira. É para nos fazer de parvos)
(Dizem que a justiça é cega. No futebol, quando se trata do Benfica e do Porto, não chega a enxergar o que está à frente do nariz. É mais do que cegueira. É para nos fazer de parvos)
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Rui Monteiro
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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013
Estamos lixados
Este fim-de-semana estive em Lisboa. As coisas são assim. As mulheres mandam-nos ir e a gente vai. Fiquei próximo do Estádio de Alvalade. Ainda pensei ir ver o jogo contra o Marítimo, mas mandaram-me regressar a Braga e lá regressei bem-mandado como de costume.
Vi os últimos quinze minutos numa estação de serviços qualquer da A8. Do que vi e do que conversei com o Júlio Pereira sobra uma grande conclusão: nesta luta para não descer de divisão, precisávamos de mais uns tantos como o Joãozinho. É o único que revela preparação física adequada. É o único que percebe como se jogam os últimos minutos com resultado desfavorável. Enquanto os outros continuam a trocar a bola entre eles até nos levarem ao desespero, ele manda uma bica para dentro de área e vai ao ressalto.
É que a situação é mais aflitiva do que parece. Estamos a lutar para não descer de divisão, mas sem os atributos das equipas que nos estão próximas. Não conseguimos criar perigo nos lances de bola parada, quanto mais marcar um golo que seja. Não somos capazes de, com sangue, suor e lágrimas, encostar atrás os adversários nos últimos minutos, despejando bolas sobre bolas para dentro de área. Não temos, enfim, o espírito de sobrevivência que caracteriza um Moreirense, um Beira-Mar ou um Setúbal.
Vi os últimos quinze minutos numa estação de serviços qualquer da A8. Do que vi e do que conversei com o Júlio Pereira sobra uma grande conclusão: nesta luta para não descer de divisão, precisávamos de mais uns tantos como o Joãozinho. É o único que revela preparação física adequada. É o único que percebe como se jogam os últimos minutos com resultado desfavorável. Enquanto os outros continuam a trocar a bola entre eles até nos levarem ao desespero, ele manda uma bica para dentro de área e vai ao ressalto.
É que a situação é mais aflitiva do que parece. Estamos a lutar para não descer de divisão, mas sem os atributos das equipas que nos estão próximas. Não conseguimos criar perigo nos lances de bola parada, quanto mais marcar um golo que seja. Não somos capazes de, com sangue, suor e lágrimas, encostar atrás os adversários nos últimos minutos, despejando bolas sobre bolas para dentro de área. Não temos, enfim, o espírito de sobrevivência que caracteriza um Moreirense, um Beira-Mar ou um Setúbal.
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Rui Monteiro
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SOY EL ETERNO PERDEDOR
Soy el eterno perdedor.
Perdí el empleo, la gorra y la paciencia.
Cada vez que aposté a un caballo,
se mancó en la largada.
Mi número de la suerte
no es nunca el elegido.
Y hasta en el juego del amor
mi corazón trabaja a pérdida.
De buena gana, me arrojaría ahora bajo el tren
de las nueve y treinta y uno que viene de Tolosa,
pero temo que no pase a horario.
Perdí el empleo, la gorra y la paciencia.
Cada vez que aposté a un caballo,
se mancó en la largada.
Mi número de la suerte
no es nunca el elegido.
Y hasta en el juego del amor
mi corazón trabaja a pérdida.
De buena gana, me arrojaría ahora bajo el tren
de las nueve y treinta y uno que viene de Tolosa,
pero temo que no pase a horario.
César Cantoni
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A. Trindade
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quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013
Quase representados
Ponto prévio: a Seleção Nacional merece, normalmente, toda a
minha estima até porque na minha opinião esta nossa seleção de futebol é
a equipa que joga o tipo de futebol que mais se aproxima do futebol praticado
pelo Sporting destes últimos anos. É tudo na base do “quase”. Quase que
jogam. Quase que ganham. Quase que não perdem. Etc.
A massa anónima onde me incluo está habituada a ser politicamente representada, desde 1820 pelo menos e mesmo que com algumas longas interrupções nada democráticas. Essa representação foi, naturalmente, numas alturas melhor, noutras pior, mas quase sempre merecedora de reparos. O jogo de ontem fez-me lembrar até que ponto as semelhanças entre a nossa representação política e a nossa representação desportiva tem vindo a aumentar nos últimos anos.
Somos representados no parlamento e na seleção por indivíduos que, supostamente, consideramos os melhores ou alguém por nós assim os considera. Contudo, uns são movidos por motivos individuais, outros por motivos coletivos. Uns sacrificando-se pelo bem comum, outros sacrificando o bem comum por eles. Uns estão lá enquanto nossos representantes, outros estão lá enquanto representantes de um qualquer partido ou agente desportivo. Uns dando o que tem e não tem, outros aproveitando o que podem do que os outros tem. Assim, quer-me parecer que no parlamento ou na seleção somos representados, simultaneamente, por minorias de bons e por maiorias de maus. Estou a falar de jogadores e de cidadania claro. E assim como temos um futebol “quase”, também “quase” temos um país.
A massa anónima onde me incluo está habituada a ser politicamente representada, desde 1820 pelo menos e mesmo que com algumas longas interrupções nada democráticas. Essa representação foi, naturalmente, numas alturas melhor, noutras pior, mas quase sempre merecedora de reparos. O jogo de ontem fez-me lembrar até que ponto as semelhanças entre a nossa representação política e a nossa representação desportiva tem vindo a aumentar nos últimos anos.
Somos representados no parlamento e na seleção por indivíduos que, supostamente, consideramos os melhores ou alguém por nós assim os considera. Contudo, uns são movidos por motivos individuais, outros por motivos coletivos. Uns sacrificando-se pelo bem comum, outros sacrificando o bem comum por eles. Uns estão lá enquanto nossos representantes, outros estão lá enquanto representantes de um qualquer partido ou agente desportivo. Uns dando o que tem e não tem, outros aproveitando o que podem do que os outros tem. Assim, quer-me parecer que no parlamento ou na seleção somos representados, simultaneamente, por minorias de bons e por maiorias de maus. Estou a falar de jogadores e de cidadania claro. E assim como temos um futebol “quase”, também “quase” temos um país.
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A. Trindade
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terça-feira, 5 de fevereiro de 2013
sábado, 2 de fevereiro de 2013
Deixem defender o Patrício!
No Flávio já têm pena de mim. Sou o último dos resistentes. O dono também é do Sporting. Mas está lá enquanto dono. Eu não. Saio de casa de propósito. Tudo o que é de mais é doença.
Não jogámos mal. Agora nunca jogamos mal. Não jogámos bem. Também nunca jogamos bem. Não merecíamos o resultado. Nunca merecemos os resultados. Por isto ou por aquilo tudo se complica. Hoje foram dois autogolos. Na semana passada foi outro. Não sei porque é que os nossos defesas não são capazes de fazer o favor de deixar o Patrício defender.
Aconteceu o costume, nesta fase do Jesualdo. Defendemos bem e não demos grandes oportunidades ao Rio Ave. Controlámos o jogo. Só que na frente fazemos cócegas. Marcámos primeiro, mas faltou-nos jeito para fazermos mais qualquer coisa. Primeiro foi o nabo do Jéffren. Depois nem força tínhamos para chegar à área. Nem um chuveirinho final fomos capazes de fazer.
Estamos a atravessar um momento, como dizem os brasileiros, que se comprássemos um circo até o anão crescia.
Não jogámos mal. Agora nunca jogamos mal. Não jogámos bem. Também nunca jogamos bem. Não merecíamos o resultado. Nunca merecemos os resultados. Por isto ou por aquilo tudo se complica. Hoje foram dois autogolos. Na semana passada foi outro. Não sei porque é que os nossos defesas não são capazes de fazer o favor de deixar o Patrício defender.
Aconteceu o costume, nesta fase do Jesualdo. Defendemos bem e não demos grandes oportunidades ao Rio Ave. Controlámos o jogo. Só que na frente fazemos cócegas. Marcámos primeiro, mas faltou-nos jeito para fazermos mais qualquer coisa. Primeiro foi o nabo do Jéffren. Depois nem força tínhamos para chegar à área. Nem um chuveirinho final fomos capazes de fazer.
Estamos a atravessar um momento, como dizem os brasileiros, que se comprássemos um circo até o anão crescia.
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Rui Monteiro
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Greenlands?
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Júlio Pereira
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