Falaremos do Sporting, mais mal do que bem. Falaremos também do Benfica, sempre mal. Falaremos do Porto, conformados.
domingo, 30 de outubro de 2016
Nada
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A. Trindade
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sexta-feira, 28 de outubro de 2016
O desafio de uma vida
Só vi a segunda parte do jogo contra o Nacional. Teremos jogado melhor na primeira. Falhámos um penalty (desde quando é que o William Carvalho passou a marcá-los?). Mas, quando vemos as estatísticas no final da primeira parte, tínhamos quatro remates à baliza contra três do adversário.
A segunda parte foi uma grande confusão. Com o relvado transformado num batatal, o jogo foi todo aos repelões. Os do Sporting ainda começaram por tentar jogar à bola. O William Carvalho insistia que tinha de ser assim. Só na cabeça dele é que isso era possível e na do Jorge Jesus. É que se o jogo se transforma numa confusão tem que se jogar de forma confusa, competentemente confusa. Não se percebe a razão para não ter entrado o Castaignos e se ter passado a jogar para a molhada (a entrada do Elias serviu exactamente para quê?).
Mas nem tudo foi mau. Os centrais estão cada vez melhores. Vivem em permanente sobressalto, devido ao desequilíbrio numérico do meio campo. Têm de jogar a laterais também. Têm de pegar na bola e ir por ali fora, fintando e tabelando até chegar com ela à frente. Com os centrais e mais meia dúzia de Brunos Césares a coisa ainda se compunha (isto se o árbitro marcasse os penalties que tem de marcar).
A partir de certa altura, com os jogadores do Nacional a queimar tempo, o jogo deixou de acontecer. No período de compensação, em vez de mandarmos umas bolas para a molhada, dedicámo-nos a correr com a ela e a passá-la, queimando tempo também.
Estamos a sete pontos do Benfica. Estamos onde o Jorge Jesus pensava estar por esta altura. Estes resultados e esta classificação só se explicam se se admitir que existe um plano. Um plano que transforme o Jorge Jesus num Rui Vitória ao quadrado. Na época passada, o Benfica precisou de recuperar sete pontos com a APAF para ser campeão. Esta época, vamos ser campeões, depois de recuperarmos sete pontos contra a APAF. É o desafio de uma vida!
A segunda parte foi uma grande confusão. Com o relvado transformado num batatal, o jogo foi todo aos repelões. Os do Sporting ainda começaram por tentar jogar à bola. O William Carvalho insistia que tinha de ser assim. Só na cabeça dele é que isso era possível e na do Jorge Jesus. É que se o jogo se transforma numa confusão tem que se jogar de forma confusa, competentemente confusa. Não se percebe a razão para não ter entrado o Castaignos e se ter passado a jogar para a molhada (a entrada do Elias serviu exactamente para quê?).
Mas nem tudo foi mau. Os centrais estão cada vez melhores. Vivem em permanente sobressalto, devido ao desequilíbrio numérico do meio campo. Têm de jogar a laterais também. Têm de pegar na bola e ir por ali fora, fintando e tabelando até chegar com ela à frente. Com os centrais e mais meia dúzia de Brunos Césares a coisa ainda se compunha (isto se o árbitro marcasse os penalties que tem de marcar).
A partir de certa altura, com os jogadores do Nacional a queimar tempo, o jogo deixou de acontecer. No período de compensação, em vez de mandarmos umas bolas para a molhada, dedicámo-nos a correr com a ela e a passá-la, queimando tempo também.
Estamos a sete pontos do Benfica. Estamos onde o Jorge Jesus pensava estar por esta altura. Estes resultados e esta classificação só se explicam se se admitir que existe um plano. Um plano que transforme o Jorge Jesus num Rui Vitória ao quadrado. Na época passada, o Benfica precisou de recuperar sete pontos com a APAF para ser campeão. Esta época, vamos ser campeões, depois de recuperarmos sete pontos contra a APAF. É o desafio de uma vida!
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Rui Monteiro
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23:37
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domingo, 23 de outubro de 2016
Liga dos últimos
A coisa começou no jogo contra o Madrid. O Real Madrid, já
se sabe, é uma prima-dona com estatuto gravado na passerelle do futebol
mundial. Nunca mais saímos desse enclave (para nós imaginário) onde se simula
um torneio entre equipas europeias. A vitória moral é uma doença com raízes
profundas no futebol nacional e muito enraizada no imaginário sportinguista.
A partir daí começamos a somar vitórias morais entre
derrotas (Rio Ave, Dortmund), e empates (Guimarães e Tondela). Em todos estes
jogos existiram (supostamente) condicionantes e imprevisibilidades de toda a
ordem e feitio, e a equipa estaria (supostamente) a crescer. As dores do
crescimento sentimo-las nós bem. Quanto a responsabilidades não se fala. O
melhor treinador do mundo continua a viver num mundo paralelo onde se rodeou de
espelhos. Os melhores jogadores do mundo
naquele tal jogo com o Madrid em que… perdemos, continuam a passear a sua
ineficácia com a lentidão do costume.
Ontem parece que foi o antijogo, o azar, as pernas a dar
horas da liga dos campeões, mais antijogo com o beneplácito do árbitro, supostamente
enervando os adeptos. Enervando os adeptos, muito boa essa piada. Segundo o
treinador foi tudo isso. O resto está bom: treinador e jogadores, coitados. O
facto de a equipa pouco se mexer em campo, não existir fio de jogo nem
oportunidades de golo, não interessa para nada. O facto de a defesa ser mais
macia que aquela manteiga que eu me esqueci este verão na mesa da cozinha com
39 graus, não tem qualquer importância. Para andar nestas andanças, segundo o
treinador, temos que aguentar.
Um périplo à performance dos jogadores deixa-nos
esclarecidos. Os dois laterais (escolhidos pelo treinador) fizeram a pomba ao
assinarem pelo Sporting. O Schelotto depois de renovar contrato já nem para
demonstrações de velocidade furiosa serve. O Semedo, que nos tinha convencido
ter um pacto com a distracção, afinal tem um pacto com a aselhice. Salva-se o
Coates, enquanto não temos equipa de basquetebol para escoar. No meio campo o
aranha Carvalho lá se vai aguentando nas canelas. Ao lado do Elias a coragem é
um bem necessário. Verdade que o Elias não tem culpa. Culpa teve quem o foi
buscar ao retiro espiritual onde ele estava. Aquele moço, o André, poderia
muito bem ter vindo num pacote de três ou quatro para o Sacavenense. Dizem que
é um falso lento, eu acho que é um falso rápido. O Bryan Ruiz está a dar as
últimas mas ninguém lhe recomenda banco antes da extrema-unção. Deve estar com
saudades do João Mário.
Já agora: por onde anda o pontapé do Alan Ruiz, as
desmarcações do Castaignos, a segurança há muito procurada por Jesus na pessoa
do Douglas? Como diria o Victor do Poste na Liga
dos Últimos: “Não é só hoje. É sempre!”
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Gabriel Pedro
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sábado, 22 de outubro de 2016
O jogo que vale uma época
Na época anterior, o jogo contra o Tondela valeu-nos a perda do campeonato. Devia ter servido de aviso. Este era o jogo da época. Não era o jogo contra o Dortmund. Vamo-nos entretendo a meio da semana com jogos que não interessam a ninguém. O Jorge Jesus tem de rodar a equipa na Liga dos Campeões. É nesses jogos, a brincar, que devem jogar os cromos que contratámos.
O jogo foi penoso desde o primeiro momento. Os jogadores do Sporting jogaram devagar e devagarinho. Jogaram ao ritmo do Brasileirão. Até por essa razão o Elias não tem desculpas. Não existe nenhum problema de adaptação. Não joga nada, mesmo a passo. Não ataca nem defende e tem o defeito irritante de falhar passes a dois-três metros dos colegas. É o nosso regresso ao passado em Brideshead.
Depois da primeira parte a passo de caracol, imaginei que alguma coisa mudasse na segunda. Ainda acreditei, quando entrou o Castaignos, que iríamos apostar na biqueirada para a frente e na disputa das bolas na área. Nada disso aconteceu. Só nos últimos minutos é que percebemos que, se não temos pernas nem jeito para levar a bola até à área em progressão, o melhor é bombeá-la directamente para lá. Criámos mais oportunidades assim nos últimos minutos do que durante o resto do jogo.
Quando o Bruno César é o nosso melhor defesa esquerdo, a melhor alternativa para substituir o Adrien e o que melhor pode jogar em apoio ao ponta-de-lança, está praticamente tudo dito sobre o desvario das aquisições e do planeamento da época. É que, entendamo-nos, o Bruno César nem sequer é propriamente um grande jogador. Foi o que se pode arranjar para dar algumas alternativas ao treinador a meio da época passada.
O cansaço acumula-se, a desconfiança instala-se, os adeptos desesperam. Vamos ver se o Jorge Jesus é capaz de travar este caminho para o abismo. Já vimos este filme várias vezes. Acreditamos que desta é diferente. Mas a história repete-se. Estamos mal? Estamos. Ainda poderemos ficar pior? Podemos. Quando é que se sabe se batemos no fundo? Não se sabe. Há sempre mais fundo para além do fundo.
O jogo foi penoso desde o primeiro momento. Os jogadores do Sporting jogaram devagar e devagarinho. Jogaram ao ritmo do Brasileirão. Até por essa razão o Elias não tem desculpas. Não existe nenhum problema de adaptação. Não joga nada, mesmo a passo. Não ataca nem defende e tem o defeito irritante de falhar passes a dois-três metros dos colegas. É o nosso regresso ao passado em Brideshead.
Depois da primeira parte a passo de caracol, imaginei que alguma coisa mudasse na segunda. Ainda acreditei, quando entrou o Castaignos, que iríamos apostar na biqueirada para a frente e na disputa das bolas na área. Nada disso aconteceu. Só nos últimos minutos é que percebemos que, se não temos pernas nem jeito para levar a bola até à área em progressão, o melhor é bombeá-la directamente para lá. Criámos mais oportunidades assim nos últimos minutos do que durante o resto do jogo.
Quando o Bruno César é o nosso melhor defesa esquerdo, a melhor alternativa para substituir o Adrien e o que melhor pode jogar em apoio ao ponta-de-lança, está praticamente tudo dito sobre o desvario das aquisições e do planeamento da época. É que, entendamo-nos, o Bruno César nem sequer é propriamente um grande jogador. Foi o que se pode arranjar para dar algumas alternativas ao treinador a meio da época passada.
O cansaço acumula-se, a desconfiança instala-se, os adeptos desesperam. Vamos ver se o Jorge Jesus é capaz de travar este caminho para o abismo. Já vimos este filme várias vezes. Acreditamos que desta é diferente. Mas a história repete-se. Estamos mal? Estamos. Ainda poderemos ficar pior? Podemos. Quando é que se sabe se batemos no fundo? Não se sabe. Há sempre mais fundo para além do fundo.
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Rui Monteiro
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21:06
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quarta-feira, 19 de outubro de 2016
Deixem jogar o Castaignos!
Ontem, comecei o dia com notícias do jogo do Sporting contra o Dortmund. Com base nos resultados do passado, informaram-nos que o Sporting tem tantas probabilidades de ganhar a uma equipa alemã com as de um camelo passar pelo buraco de uma agulha. Também nos informaram que desta vez podia ser diferente, dadas as lesões dos jogadores do Dortmund. Pelas contas do jornalista, havia nove lesionados.
Quando começou o jogo, fiquei surpreendido com a constituição das equipas. O Dortmund aparecia com onze jogadores e o Sporting também. Se bem percebi o noticiário, para o Dortmund aparecer com onze jogadores o Sporting devia jogar com vinte.
Esta batota do Dortmund foi decisiva desde o início do jogo. No futebol, sendo onze de cada lado, no final ganham os alemães. Como de costume nesta coisa da Liga dos Campeões, o árbitro também estava mancomunado com a equipa mais forte, gamando-nos o penalty da ordem quando estava zero a zero (não viu o penalty, mas viu um falta do Bas Dost numa confusão qualquer, anulando-nos um golo). É difícil ganhar contra o destino. É ainda mais difícil ganhar com uma batota, quanto mais com duas.
O Jorge Jesus resolveu rodar jogadores num jogo decisivo para a Taça de Portugal e massacrar os supostos titulares neste torneio organizado pela UEFA. Os titulares também só são três: o Patrício, o William Carvalho e o Gelson Martins. Os outros estão todos à experiência. As experiências não estão a resultar grande coisa, com uma ou outra exceção.
O Bas Dost é o melhor avançado disponível. Em princípio, é para continuar. O Markovic, cada vez que tem a bola, desata a correr com ela como um perdido até se enfiar num buraco e perdê-la. Para jogar a segundo avançado, talvez seja melhor o André, o Bryan Ruiz, o Campbell ou o Bruno César. Ainda tenho esperanças que o Castaignos nos vai fazer esquecer o Teo. É caso para dizer: deixem jogar o Castaignos!
O Elias não nos está a desiludir. Sempre foi assim e sempre assim será. Quando sai para fazer pressão, demora eternidades a recuperar posição, ficando o William Carvalho contra o resto do mundo. Os laterais são um caso perdido. Os centrais vivem em dúvida permanente: têm de estar sempre com um olho nos avançados e o outro nos buracos que se vão abrir nas laterais.
Mesmo assim, não dei o tempo por perdido. Nunca tinha visto os alemães a queimar tempo na fase final do jogo como ontem. Os do Sporting, tenrinhos, deixaram-se ir na conversa. Só se anda aos empurrões e às cabeçadas aos adversários e em discussões com o árbitro quando se está a ganhar. Quando se está a perder, só serve para perder tempo e, assim, alinhar na estratégia do adversário (e do árbitro).
Quando começou o jogo, fiquei surpreendido com a constituição das equipas. O Dortmund aparecia com onze jogadores e o Sporting também. Se bem percebi o noticiário, para o Dortmund aparecer com onze jogadores o Sporting devia jogar com vinte.
Esta batota do Dortmund foi decisiva desde o início do jogo. No futebol, sendo onze de cada lado, no final ganham os alemães. Como de costume nesta coisa da Liga dos Campeões, o árbitro também estava mancomunado com a equipa mais forte, gamando-nos o penalty da ordem quando estava zero a zero (não viu o penalty, mas viu um falta do Bas Dost numa confusão qualquer, anulando-nos um golo). É difícil ganhar contra o destino. É ainda mais difícil ganhar com uma batota, quanto mais com duas.
O Jorge Jesus resolveu rodar jogadores num jogo decisivo para a Taça de Portugal e massacrar os supostos titulares neste torneio organizado pela UEFA. Os titulares também só são três: o Patrício, o William Carvalho e o Gelson Martins. Os outros estão todos à experiência. As experiências não estão a resultar grande coisa, com uma ou outra exceção.
O Bas Dost é o melhor avançado disponível. Em princípio, é para continuar. O Markovic, cada vez que tem a bola, desata a correr com ela como um perdido até se enfiar num buraco e perdê-la. Para jogar a segundo avançado, talvez seja melhor o André, o Bryan Ruiz, o Campbell ou o Bruno César. Ainda tenho esperanças que o Castaignos nos vai fazer esquecer o Teo. É caso para dizer: deixem jogar o Castaignos!
O Elias não nos está a desiludir. Sempre foi assim e sempre assim será. Quando sai para fazer pressão, demora eternidades a recuperar posição, ficando o William Carvalho contra o resto do mundo. Os laterais são um caso perdido. Os centrais vivem em dúvida permanente: têm de estar sempre com um olho nos avançados e o outro nos buracos que se vão abrir nas laterais.
Mesmo assim, não dei o tempo por perdido. Nunca tinha visto os alemães a queimar tempo na fase final do jogo como ontem. Os do Sporting, tenrinhos, deixaram-se ir na conversa. Só se anda aos empurrões e às cabeçadas aos adversários e em discussões com o árbitro quando se está a ganhar. Quando se está a perder, só serve para perder tempo e, assim, alinhar na estratégia do adversário (e do árbitro).
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Rui Monteiro
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quinta-feira, 13 de outubro de 2016
As revelações tardam
Vi jogo com o Famalicão, para a Taça de Portugal, com a expetativa de assistir à revelação dos nossos craques contratados à última hora, após a transferência do Slimani e do João Mário. Comecei a vê-lo a meio da primeira parte. Estávamos a ganhar por um a zero.
Durante a primeira parte não fiquei com a certeza sobre quem eram os jogadores que estavam a jogar. Por exemplo, só ao intervalo é que fiquei a saber que o Markovic estava a jogar, quando me informaram que o golo tinha sido dele. Infelizmente não foi só o Markovic. O Alan Ruiz nem vê-lo também.
Não vi uns, mas vi outros, embora preferisse não ter visto. Preferia não ter visto o Petrovic ou o Jéfferson (este é um caso definitivamente perdido). Na segunda parte, avisado ao intervalo da constituição da equipa, passei a vê-los todos. Vi e não gostei muito. Não gostei do Markovic, do Alan Ruiz, do Jéfferson ou do Joel Campbell. Gostei assim-assim de outros. Achei o André esforçado, os centrais periclitantes e o João Pereira inconsequente.
As coisas só não foram piores porque entrou o William Carvalho. Estou disponível para pagar bilhete só para o ver jogar. Com ele, até o Elias parece melhor. É uma autêntica máquina humana de otimização. É um algoritmo simplex com pernas. A bola, com ele, percorre sempre o caminho mais curto e mais adequados face às restrições de espaço e de tempo que os adversários colocam em campo. Estava extasiado e mais extasiado fiquei com a entrada do Gelson Martins. Gelson é o regresso ao jogo da bola. É a vertigem, ponteada pela disciplina tática que o Jorge Jesus lhe vai impondo, naturalmente.
A arbitragem foi lamentável. Valeu tudo. Há muito tempo que não assistia a uma sessão de pancadaria assim perante a complacência do árbitro. Tudo foi permitido aos jogadores do Famalicão: pontapés, calcadelas, cotoveladas e outros ataques aos jogadores do Sporting ao jeito do Taekwondo.
Durante a primeira parte não fiquei com a certeza sobre quem eram os jogadores que estavam a jogar. Por exemplo, só ao intervalo é que fiquei a saber que o Markovic estava a jogar, quando me informaram que o golo tinha sido dele. Infelizmente não foi só o Markovic. O Alan Ruiz nem vê-lo também.
Não vi uns, mas vi outros, embora preferisse não ter visto. Preferia não ter visto o Petrovic ou o Jéfferson (este é um caso definitivamente perdido). Na segunda parte, avisado ao intervalo da constituição da equipa, passei a vê-los todos. Vi e não gostei muito. Não gostei do Markovic, do Alan Ruiz, do Jéfferson ou do Joel Campbell. Gostei assim-assim de outros. Achei o André esforçado, os centrais periclitantes e o João Pereira inconsequente.
As coisas só não foram piores porque entrou o William Carvalho. Estou disponível para pagar bilhete só para o ver jogar. Com ele, até o Elias parece melhor. É uma autêntica máquina humana de otimização. É um algoritmo simplex com pernas. A bola, com ele, percorre sempre o caminho mais curto e mais adequados face às restrições de espaço e de tempo que os adversários colocam em campo. Estava extasiado e mais extasiado fiquei com a entrada do Gelson Martins. Gelson é o regresso ao jogo da bola. É a vertigem, ponteada pela disciplina tática que o Jorge Jesus lhe vai impondo, naturalmente.
A arbitragem foi lamentável. Valeu tudo. Há muito tempo que não assistia a uma sessão de pancadaria assim perante a complacência do árbitro. Tudo foi permitido aos jogadores do Famalicão: pontapés, calcadelas, cotoveladas e outros ataques aos jogadores do Sporting ao jeito do Taekwondo.
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Rui Monteiro
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23:54
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segunda-feira, 10 de outubro de 2016
Os Euros e os Pontos
No meio de tanta emoção a ver os jogos da seleção, dei comigo a fazer contas à vida. É um truque antigo para fugir ao sono. Já se discutiu bastante por aqui que o Sporting devia apostar no campeonato e não se devia distrair com a champions, mas parece que a mensagem não está a passar para quem tem de tomar as decisões de gestão de esforço do plantel. O resultado de Guimarães foi de tal forma incrível que me vou tentar socorrer de argumentos quantitativos, reconhecidamente pouco apropriados para o futebol, para tentar convencer quem de direito.
Importa começar por constatar o nosso objetivo: no campeonato ganham-se pontos, na champions ganham-se euros. O resto é conversa. Nós ganhámos 1,5 milhões de euros com a nossa vitória na champions até agora, um feito aparentemente notável face aos 500 mil dos nossos adversários diretos. No entanto, estes euros têm um custo: pontos no campeonato. Na ressaca da champions já perdemos 5 pontos, o Porto 2 e o Benfica zero. Se virmos numa perspetiva de "eficiência" estamos ligeiramente melhor que o Porto e bem pior que o Benfica: estamos a vender os nossos pontos a 300 mil euros cada um, ao passo que o Benfica conseguiu ganhar euros sem perder pontos.
Claro que os jogos são diferentes. São sempre. Mas mesmo assim espero que esta constatação de que estamos a vender pontos no campeonato ajude a perceber o essencial: é necessário descansar pelo menos um jogador de cada sector na champions. Depois se vierem uns euros tanto melhor. Os euros fazem sempre alguma falta. Os pontos não sabemos, por isso o melhor é não andar a desperdiça-los.
Importa começar por constatar o nosso objetivo: no campeonato ganham-se pontos, na champions ganham-se euros. O resto é conversa. Nós ganhámos 1,5 milhões de euros com a nossa vitória na champions até agora, um feito aparentemente notável face aos 500 mil dos nossos adversários diretos. No entanto, estes euros têm um custo: pontos no campeonato. Na ressaca da champions já perdemos 5 pontos, o Porto 2 e o Benfica zero. Se virmos numa perspetiva de "eficiência" estamos ligeiramente melhor que o Porto e bem pior que o Benfica: estamos a vender os nossos pontos a 300 mil euros cada um, ao passo que o Benfica conseguiu ganhar euros sem perder pontos.
Claro que os jogos são diferentes. São sempre. Mas mesmo assim espero que esta constatação de que estamos a vender pontos no campeonato ajude a perceber o essencial: é necessário descansar pelo menos um jogador de cada sector na champions. Depois se vierem uns euros tanto melhor. Os euros fazem sempre alguma falta. Os pontos não sabemos, por isso o melhor é não andar a desperdiça-los.
domingo, 2 de outubro de 2016
O que faz falta?
Ontem, depois do jogo contra o Guimarães, não tive tempo para escrever nada. Hoje, um pouco à pressa, escrevi quatro notas que aqui deixo. É preciso animar a malta.
[Falta plano B]
O Sporting não consegue controlar os jogos quando não tem a bola. Não há plano B. A equipa joga sempre da mesma forma, sempre para a frente tentando pressionar de imediato quando perde a bola e com a defesa subida. Quando perde a capacidade de ter a bola ou de a recuperar imediatamente, não consegue encontrar um plano de jogo consistente e o jogo fica partido, com enormes crateras no campo. Não consegue condicionar os adversários de outra forma. Essa perda de capacidade de ter a bola é mais frequente esta época do que na anterior.
[Falta de pernas]
Há falta de plano B, mas também há falta de força nas pernas nos últimos minutos. Com o modelo de jogo do Sporting e com os jogos da Liga dos Campeões, os centrais e os dois jogadores de meio-campo não têm sossego. Nos últimos minutos de jogo começa a faltar-lhes o ar. O William Carvalho no início do jogo e com a cabeça oxigenada não teria feito o penalty que fez. Mais uma vez, também há falta de Slimani, num jogo partido, a capacidade de segurar bolas na frente para permitir que a equipa suba e descanse é decisiva.
[Falta de alternativas]
O Sporting podia continuar sempre com o plano A se tivesse alternativas. Foi feito um sem numero que contratações, que parecia dar mais alternativas ao treinador. Essas alternativas não aparecem e a equipa está a ficar espremida. Quantos jogos mais vai fazer o Bas Dost a titular durante noventa minutos a correr o tempo todo? Não se pode pedir a um jogador de quase dois metros que se mexa como os outros. Ganhou todas as bolas de cabeça que tinha de ganhar, colocando-as nos seus colegas, que infelizmente não lhe deram devida sequência em muitas situações. Não tem a mesma capacidade do Slimani para defender e segurar bolas na frente. Mas o Slimani é um fenómeno.
[Conclusão]
Ou o Sporting arranja um plano B ou arranja alternativas aos principais jogadores ou, então, tem de abdicar da Liga dos Campeões, e quanto mais cedo melhor. O Sporting sofreu três golos contra o Rio Ave, dois contra o Estoril e três contra o Guimarães. Oito golos em três jogos para o campeonato. Não vale a pena andar a culpar os jogadores e a dizer que se desconcentram e por aí fora. Alguma coisa está mal que os transcende. Corremos o risco de fazer uma primeira parte de época como a do Marco de Silva.
[Falta plano B]
O Sporting não consegue controlar os jogos quando não tem a bola. Não há plano B. A equipa joga sempre da mesma forma, sempre para a frente tentando pressionar de imediato quando perde a bola e com a defesa subida. Quando perde a capacidade de ter a bola ou de a recuperar imediatamente, não consegue encontrar um plano de jogo consistente e o jogo fica partido, com enormes crateras no campo. Não consegue condicionar os adversários de outra forma. Essa perda de capacidade de ter a bola é mais frequente esta época do que na anterior.
[Falta de pernas]
Há falta de plano B, mas também há falta de força nas pernas nos últimos minutos. Com o modelo de jogo do Sporting e com os jogos da Liga dos Campeões, os centrais e os dois jogadores de meio-campo não têm sossego. Nos últimos minutos de jogo começa a faltar-lhes o ar. O William Carvalho no início do jogo e com a cabeça oxigenada não teria feito o penalty que fez. Mais uma vez, também há falta de Slimani, num jogo partido, a capacidade de segurar bolas na frente para permitir que a equipa suba e descanse é decisiva.
[Falta de alternativas]
O Sporting podia continuar sempre com o plano A se tivesse alternativas. Foi feito um sem numero que contratações, que parecia dar mais alternativas ao treinador. Essas alternativas não aparecem e a equipa está a ficar espremida. Quantos jogos mais vai fazer o Bas Dost a titular durante noventa minutos a correr o tempo todo? Não se pode pedir a um jogador de quase dois metros que se mexa como os outros. Ganhou todas as bolas de cabeça que tinha de ganhar, colocando-as nos seus colegas, que infelizmente não lhe deram devida sequência em muitas situações. Não tem a mesma capacidade do Slimani para defender e segurar bolas na frente. Mas o Slimani é um fenómeno.
[Conclusão]
Ou o Sporting arranja um plano B ou arranja alternativas aos principais jogadores ou, então, tem de abdicar da Liga dos Campeões, e quanto mais cedo melhor. O Sporting sofreu três golos contra o Rio Ave, dois contra o Estoril e três contra o Guimarães. Oito golos em três jogos para o campeonato. Não vale a pena andar a culpar os jogadores e a dizer que se desconcentram e por aí fora. Alguma coisa está mal que os transcende. Corremos o risco de fazer uma primeira parte de época como a do Marco de Silva.
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Rui Monteiro
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14:37
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