sábado, 30 de abril de 2011

Só a derrota interessa

Alguns benfiquistas meus amigos mostraram-se preocupados com a eventualidade de o Benfica ser apurado para a final da Liga Europa. Para eles o melhor mesmo seria cair às mãos do Braga nas meias-finais.

Como os entendo muito bem. São sensatos e avisados.

O Benfica, as camisolas dos seus jogadores, a careca do Luisão despertam os mesmos instintos aos jogadores do Porto que numa turma a que pertenci no secundário despertava um caixa de óculos, de cara redonda e gorducho (não era eu, note-se). Fizesse (o que fizesse) ou não fizesse toda a gente lhe apetecia bater-lhe, no mínimo um calduço.

Os jogadores do Porto estão na mesma. Mal ouvem falar no Benfica começam logo o afiar as facas e a salivar, como o cão do Pavlov. Entram em campo e desatam a correr, a fintar, a rematar e a marcar golos como se não houvesse amanhã.

Eu também prefiro o mesmo, mas por outras razões. O Braga é uma equipa que encana bem a perna à rã. Numa final, não sei…. E assim ninguém se ficava a rir.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Polga, Torsiglieri e Evaldo desculpados

Pelos vistos, não é defeito do Polga, do Torsiglieri ou do Evaldo; é mesmo o feitio do Falcão. Contra factos não há argumentos.

Quanto à outra meia-final, não me vão apanhar em faltas de patriotismo. Espero que ganhe o Braga. Depois do resultado da primeira-mão, estou mais confiante na competência dos nossos compatriotas do que na dos alemães, franceses e holandeses.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

O Sporting, o João Moutinho e o Princípio de Peter

O João Moutinho (JM) não foi uma maçã podre. Foi, simplesmente, um jogador mal aproveitado e mal aproveitado por ter sido promovido até ao seu nível de incompetência.

A história, como tantas outras no Sporting, é curta. O JM destacou-se a jogar nos dois lados do losango imaginado pelo Paulo Bento. E destacou-se sobretudo pelas características defensivas. Tinha como principal função, quando o Sporting perdia a bola, ajudar a fechar ao meio e a impedir o primeiro passe do adversário para o contra-ataque (agora chamado de transição ofensiva). Recuperava bolas sobre bolas, o que permitia manter o adversário sobre pressão, deixando a parte criativa do jogo para o Romagnoli.

O desempenho a jogar assim foi elevadíssimo. Até que a imprensa começou a achar que era pouco para tão grande talento. Nós, como de costume, fomos na conversa. Transformámo-lo em símbolo do Sporting, passámos a pagar-lhe o que não pagávamos a quase ninguém, demos-lhe a braçadeira de capitão e, pior do que isso, pusemo-lo a jogar a 10. A imprensa ficou satisfeita. Nós encontrámos o ídolo que ansiávamos. O jogador passou a estar cheio de si mesmo.

A partir daí foi sempre a asneirar. Perdi a conta às correrias infrutíferas que acabavam com ele a chocar com um adversário qualquer, a rematar para o balão ou a desmarcar os colegas pela linha de fundo. Como se não bastasse, passou a marcar todos os livres. Estava encontrado o seu nível de incompetência.

Foi para o Porto e lá não se deixam enganar. Se não sabe rematar, se não tem a intuição do momento de passe que deixa o seu avançado isolado, mas se tem inteligência táctica para equilibrar o meio campo, então, passa a jogar a 8 no 4x3x3 do Villas Boas. JM voltou a ser o jogador extraordinário que era. Só não passa por um virtuoso 10, nem é símbolo de coisa nenhuma.

Moral da história, nós formamos os jogadores, mas os outros clubes é que os sabem por a jogar. Nesses clubes são os treinadores que decidem como eles jogam e em que lugar jogam, e não a imprensa ou os próprios jogadores (ou os pais deles ou os empresários). Parecendo que não, faz alguma diferença.

terça-feira, 26 de abril de 2011

A Páscoa sem futuro ou o futuro da Páscoa

Com o sentido de oportunidade habitual, aqui vão os tradicionais cartões, agora de boa Páscoa, do nosso amigo João Paulo Bessa. Ficamos na dúvida se estão atrasados ou se são premonitórios face ao que vamos viver nos próximos anos. Nós no Sporting estamos habituados. Os outros que se vão habituando também.


domingo, 24 de abril de 2011

Das Escolas aos Seniores: Um Único Sistema de Jogo?


À primeira vista, a ideia de adoptar o mesmo modelo táctico dos infantis aos seniores parece atractiva, quer para os admiradores da escola do Ajax de Amesterdão (como eu próprio), quer mesmo para engenheiros ou para gestores profissionais.
Confesso, no entanto, que, face ao que venho assistindo nos últimos anos de futebol jovem ao nível nacional, tenho cada vez mais dúvidas em relação a esta opção. Com efeito, os jogos nos escalões jovens são cada vez mais parecidos com os seniores. Os miúdos estão, desde muito novos, completamente condicionados pela necessidade de cumprir tácticas cada vez mais complexas e estereotipadas, sem tempo, nem liberdade, para poder expressar todo o seu talento.
As equipas jovens do Sporting, apesar de seguirem essa tendência geral, são, dos três grandes, aquelas em que, ainda assim, é dada alguma margem de liberdade aos miúdos para não ficarem amarrados a esquemas tácticos muito rígidos. Regra geral, podem arriscar mais, podem até errar mais, enquanto passos decisivos para serem melhores que os demais.
Na minha opinião, essa tem sido, tradicionalmente, uma das grandes vantagens do Sporting. Quem viu evoluir nos escalões jovens miúdos predestinados como Paulo Futre, Figo, Dani (este falhou, mas por razões que nada têm a ver com futebol), Ricardo Quaresma, Cristiano Ronaldo, Nani, ou aquele que eu antecipava (e, apesar do seu feitio especial, ainda espero) que venha a tornar-se a próxima pérola leonina (Diogo Rosado, um “molengão” irascível tipo Pedro Barbosa, com uma visão de jogo e um pé esquerdo absolutamente geniais - actualmente emprestado ao Penafiel, uma localidade demasiado perto… do Porto), acredita que eles dificilmente poderiam ter singrado, se, desde os infantis, tivessem sido obrigados a marcar o lateral contrário, a estar sempre obcecados com compensações defensivas, a não arriscar o um para um, o um para dois, o um para três para não provocar desequilíbrios defensivos na equipa e por aí adiante.
Coisa distinta é o treino da técnica individual de cada um dos miúdos, sobretudo, em relação aos movimentos mais habituais da posição em que joga (isso, independentemente, do sistema ser 4-3-3, 4-2-3-1, 4-4-2, em losango, quadrado ou qualquer outra combinação aritmética ou geométrica). Aí sim, julgo que há muito a fazer na formação leonina. Não, não estou a falar de novas fintas, toques de calcanhar, ou remates de letra, mas sim de técnicas, aparentemente, muito mais elementares que, surpreendentemente, a generalidade dos miúdos chega ao seniores sem saber fazer com as necessárias espontaneidade e perfeição (nalguns casos, sem saber fazer de todo) - situações como o remate de meia distância, o cabeceamento, o cruzamento tenso, ou o timing certo para o passe.
São situações em que, mesmo os jogadores mais criativos e tecnicamente mais evoluídos, necessitam ser trabalhados, de forma mais individualizada, sistemática e, diria eu, mesmo obsessiva (como insistia em fazer o grande Mirko Jozic nos seniores). Figo, por exemplo, já era no Sporting um jogador com elevadíssimo potencial, mas, na minha opinião, só com Johan Cruyft, aprendeu, quer a técnica do remate (com os pés, já que o cabeceamento foi sempre um dos seus pontos fracos – lembram-se daquela recarga ridícula da meia final Portugal-França do Mundial 2006?), quer a cruzar e a passar no momento certo. A história repete-se com Cristiano Ronaldo, que, apenas com Ferguson, começou a rematar daquela forma brutal, ou a fazer os seus passes ou cruzamentos letais. Nani é outro exemplo evidente do génio de Ferguson para fazer evoluir, de forma impressionante, aqueles decisivos gestos técnicos.
A nossa escola de formação, uma das melhores do mundo na prospecção de talentos, necessita de, no treino desses gestos técnicos, adoptar, pois, a velha máxima de Aristóteles: “nós somos o que fazemos repetidamente - excelência não é um feito, mas sim um hábito”.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Cristiano Ronaldo contra os Vencidos da Vida

Percebe-se o interesse mediático na suposta rivalidade entre o Messi e o Ronaldo. É assim em quase todos os desportos e não há razão para que no futebol assim não seja também.

São dois jogadores com uma qualidade muito acima dos demais. São ambos excepcionais, mas excepcionais em coisas um pouco diferentes. Ninguém é capaz como o Messi de se meter numa cabina telefónica e sair de lá com a bola. Mas também ninguém é capaz de rematar da mesma forma que o Ronaldo. O primeiro é baixote e fisicamente meio mal acabado. O segundo é um portento da natureza em termos físicos.

Não sei qual deles é o melhor. Na dúvida o melhor é o meu, o Ronaldo.

Estranhamente, em Portugal, o Ronaldo não é muito apreciado. Na imprensa elogiam-no contrariados, como se fosse uma concessão. Há dias assisti a um bocado de um jogo aborrecido do Real Madrid contra uma equipa que me esquece o nome. O Diamantino, na qualidade de comentador, passou o tempo todo salientar com grande deleite todos os falhanços do Ronaldo. Acabou a elogiar o Ozil e a forma como marcou um golo, por comparação com a suposta incapacidade do Ronaldo de fazer o mesmo.

Quando essa comparação é suscitada, aparece sempre alguém com ar de grande imparcialidade a dizer que o Messi é melhor. Chegaram mesmo a afirmar que prejudicava a Selecção Nacional. Ninguém parece perceber o que o Mourinho e o Ferguson perceberam. A melhor forma de o pôr a jogar para a equipa é pôr a equipa a jogar para ele.

Pode ser a famosa piolheira nacional tão bem expressa pelo Fialho de Almeida e pela geração dos Vencidos da Vida; recentemente glosada pelo Vasco Pulido Valente e outros que tais. Mas é mais do que isso. É pura parcialidade. Imaginem que o Ronaldo tinha vindo do Benfica. Diriam o mesmo dele?

Um dia, em Alvalade, marcou-nos um golo pelo Manchester United. Pediu-nos desculpa. Agradeceu-nos. Se já não era, nesse momento passou a ser, para nós, o melhor jogador do mundo.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Benfica – Porto: Pequeno Dicionário de Emoções (*)


- Jogos Benfica - Porto – Desafio entre Clubes amigos, com as mãos tão afundadas nos bolsos um do outro que já não conseguem roubar um terceiro separadamente…
- Expectativa dos Benfiquistas e de Jesus. Antes do Jogo… Estado ou condição mental que, no cortejo das emoções humanas, é precedido pela esperança e seguido pelo desespero….
- Alegria Portista. Durante o Jogo… Uma sensação agradável provocada pela contemplação da miséria dos outros…
- Louvor dos Sportinguistas ao Benfica. Após o Jogo… Tributo que prestamos aos feitos encarnados [1-3, em casa] que, embora não igualem, se assemelham aos nossos [2-3, fora e ainda com aquela "tapinha" final de Soares Dias]…
(*) Adaptado do Dicionário do Diabo de Ambrose Bierce

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Freitas Lobo, o grande comentador de patinagem artística

Vivi a minha infância e adolescência numa cidade do interior de Portugal. Eram os tempos da televisão a preto e branco e das transmissões da Eurovisão. Não havendo grandes alternativas, passava os serões com o meu pai a ver essas transmissões. Não eram muito variadas. Eram, a maior parte do tempo, de patinagem artística.

O meu pai transformou-se, à custa de tantas horas a ver patinagem artística, num especialista. Comentava com um ar sabedor a amplitude de um “axel” ou de um “lutz” como se de um treinador da antiga União Soviética se tratasse. Na infância, apreciava os bate-cus. Com o aparecimento da Katarina Witt, passei a levar este desporto muito mais a sério.

Isto, parecendo que não, tem tudo a ver com o jogo contra o Porto. Os comentários parecem os do meu pai. O Porto teve mais posse de bola. O Porto rematou mais e com mais perigo. O Falcão foi o melhor jogador em campo. O Porto leva 35 pontos de vantagem. O Porto é muito melhor equipa. O Porto tem dois dos melhores avançados da Europa. E por aí fora.

Face a estes comentários, o futebol deve passar a ser como a patinagem artística. Cada equipa entra à vez em campo. Primeiro faz os exercícios obrigatórios. Recebe a nota artística e a nota técnica. Volta ao relvado para os exercícios livres. Recebe novas notas técnica e artística. No fim faz-se a média e já está: a equipa que tiver a melhor classificação ganha.

Mas, enquanto assim não for, o que contam são os golos. Estás a perceber ò Freitas Lobo! E por esse critério, que é o que conta, o Porto não foi assim tão superior. É que se tivesse sido tão superior como dizem não precisava dos favores do Soares Dias para ganhar o jogo.

terça-feira, 19 de abril de 2011

Ensaio sobre a estupidez humana

Não percebi num primeiro momento porque é que o Soares Dias marcou falta sobre o Helton. Reflectindo, ainda um pouco a quente, pensei que tivesse assinalado o tradicional perigo de golo. Reflectindo um pouco melhor, admiti que ele nos quis preservar da humilhação de os nossos jogadores, apesar daquele brinde, não conseguirem marcar golo. Mas as imagens ao “ralenti” não deixam dúvidas. Há de facto uma falta do Guarin sobre o guarda-redes da sua própria equipa e, ainda para mais, na pequena área. As faltas são todas para marcar, doa a quem doer, mesmo que sejam a jogadores do Porto. Para ser consequente, devia ter mostrado o respectivo cartão amarelo. A falta foi dura, o guarda-redes estava no ar completamente desamparado. O erro está aqui e só aqui.

No lance do penalty a explicação do Costa, que estava a comentar o jogo na Sportv, parece-me a mais ajuizada. O Rolando não tinha necessidade de fazer o que fez. Não estava nenhum jogador do Sporting próximo. Não havia nenhum perigo. Não se deve marcar um penalty estúpido. Estou muito de acordo com esta interpretação. Devia ser estendida a todos os tipos de faltas. Uma falta estúpida não deve ser assinalada, porque, simplesmente, é uma estupidez estar a assinalá-la.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Um Clássico: Mais um Porto - Sporting com ajuda externa…

O meu amigo Rui Monteiro, ao ver aquela monumental arrancada do Hulk em Moscovo na passada quinta feira, decidiu arrancar ele próprio de imediato para a capital do (nosso) império, onde, logo na sexta-feira, procurou convencer os tipos do FMI / Comissão Europeia, depois de resolvida aquela coisa das Finanças, a dar-nos uma ajuda externa para evitar qualquer vexame no Dragão.
Por isso, veterano poli-traumatizado por muitos Porto – Sporting, lá fiquei eu de comentar mais este clássico, com um argumento também ele clássico. Um Porto mais forte, com dois avançados extraordinários mesmo ao nível internacional (Falcão e Hulk), jogadores com capacidade física notável (como Álvaro Pereira) e um ritmo de jogo à europeia que as restantes equipas portuguesas não conseguem acompanhar (mesmo depois do jogo a meio da semana em Moscovo). Um Sporting realista, que deu tudo o que tinha, com um guarda-redes que se afirma, cada vez mais, como o melhor guarda redes português, um Matias que ameaça finalmente confirmar porque foi considerado o melhor jogador sul-americano e um André Santos que, a manter a sua evolução, não tardará em ser também ele mais um dos expoentes da nossa cantera. Duas defesas de papel a dar bastante emoção ao jogo, com diversos erros de principiante de Maicon, Rolando, Abel, Polga ou Evaldo.
Inicio tranquilo sem grandes correrias. Depois, o Porto com uma pressão elevada a partir do golo inaugural de André Santos (um pouco fortuito, reconheça-se) e com diversas oportunidades (superiormente defendidas por Patrício) até chegar ao merecido empate, num lance em que Evaldo decidiu homenagear o conhecido “Emplastro”, querendo aparecer na fotografia por trás de Falcão. Depois disso, a melhor oportunidade até ao final da primeira parte foi do nosso Djaló a falhar um golo cantado (“sou rico em sonhos, mas pobre em golos?”), conseguindo, na pequena área, cabecear por cima da baliza.
No início da segunda parte, um Porto ligeiramente por cima até chegar ao 2-1, em nova gaffe, primeiro de Valdés (que ainda não parece ter recuperado a sua condição física depois da lesão que sofreu) e, depois, de Polga (que insiste em fazer de homem estátua nos lances de bola parada). De seguida, o Porto a desacelerar, o Sporting a querer mais, mas a não conseguir recuperar a bola e, quando o fazia, com quase nula capacidade de construção ofensiva. Mesmo assim, saliência para uma boa oportunidade de Djáló (a passe do sempre generoso Maicon…) e um falhanço inacreditável de Valdés, completamente isolado desde o meio campo leonino, mas sem condição física para concluir com lucidez (Valdés, como o próprio nome indica, só vale a dez, será tão difícil de entender?). O Porto a voltar a ter uma oportunidade por Hulk (mais uma defesa notável de Patrício) e, logo depois, o 3-1, quando apanharam Abel distraído a reflectir sobre as estátuas-colunas de Platão, onde a ausência de movimento dá à figura uma verticalidade que faz dela quase um prolongamento do pedestal. De imediato, resposta à altura de Matias, fazendo o 3-2, após a defesa do Porto se ter dedicado a estudar a singular técnica de domínio da bola de Djáló.
E depois, para concluir, o habitual. Soares Dias, versão 2.0, até nem estava a fazer muito para justificar a sua presença no Dragão – umas faltitas aqui e ali a inclinar o campo (numa delas, o “patriota de serviço” na Sport TV viu que, afinal, tinha sido Matias a colocar a perna de forma a que Micael lhe batesse…), o perigo de golo da “pseudo-falta” de Guarin sobre… Helton, um fora de jogo de Falcão no primeiro lance de perigo do Porto, enfim, peanuts, para o que é tradicional. Também é verdade que não parecia ser necessário, até que… Rolando decidiu mostrar ao Sporting porque é importante voltar a ter uma secção de basquetebol… Excelente rotação e drible de Rolando com a sua mão direita, sem quaisquer passos, fazendo Moncho Lopez, o treinador de basquete dos portistas, pensar que poderá ter ali uma boa solução para melhorar a eficácia dos seus bases. Afinal, a clássica ajuda externa sempre chegou, pelos do costume e para os do costume.

domingo, 17 de abril de 2011

Sporting Clube de Portugal ou Portugal Sporting Clube?

Procurando continuar a explorar a minha veia de Querido Manha (sim, esse mesmo, o jornalista da TVI cuja isenção no comentário futebolístico, só é superada, em algumas ocasiões, pelo Barbas ou Jorge Máximo), recorro, então, à análise descuidada de umas quantas estatísticas e de outras tantas cartas Tarot, para mandar uns “bitaites” (epa, desculpe lá o mau jeito, Professor!) sobre as estratégias adoptadas nos últimos anos pelos três grandes na constituição dos seus plantéis de futebol profissional.
No caso do Porto, a estratégia de recrutamento tem duas orientações muito claras: (i) jovens emergentes dos melhores campeonatos sul-americanos (Argentina, Brasil, Uruguai, Colômbia), com elevado potencial de valorização e/ou, pelo menos, sem grandes riscos de desvalorização; (ii) jogadores mais promissores do campeonato nacional, onde o Porto, por competência, mas também por cumplicidades várias, se assume como rei do mercado. Como reverso, a aposta nos tradicionais bons valores da cantera portista tem sido quase nula! Do actual plantel portista apenas 29% são portugueses. Dos 11 jogadores mais utilizados pelo Porto na Liga Sagres 2010-2011 somente 3 são portugueses (Rolando, Moutinho e Varela). Desses três, nenhum é oriundo da cantera portista (como se sabe, dois deles são provenientes da formação do Sporting).
Já no Benfica, a coisa é mais confusa e aleatória. Mesmo assim, nos últimos anos, parece ter evoluído de uma estratégia de compra de jogadores por atacado (novos ou velhos, nacionais ou estrangeiros, com fundos, ou com empresários…) para uma aposta clara também na aquisição de valores emergentes dos melhores campeonatos sul-americanos (com alguma similitude à estratégia do Porto), temperada com jogadores mais experientes provenientes de Ligas europeias competitivas em busca de oportunidades para reabilitar a sua carreira. Contudo, mantendo a sua tradição de há muitos anos a esta parte, a aposta na formação benfiquista, tem sido… zero! Com efeito, do actual plantel do Benfica apenas 30% são portugueses. Dos 11 jogadores mais utilizados pelo Benfica na Liga Sagres 2010-2011 somente 2 são portugueses (Fábio Coentrão e Carlos Martins), não sendo nenhum deles oriundo da formação benfiquista (um provém do Rio Ave e o outro do Sporting).
No Sporting, antes dos catastróficos 18 meses de Bettencourt, a estratégia encontrava-se sustentada, fosse por convicção, ou por obrigação, numa forte aposta na cantera leonina, valorizada com alguns jogadores mais consagrados (Liedson, Polga, Romagnoli, Matias Fernandez, Izmailov,…) que procuravam atingir ou, na maioria dos casos, redescobrir o sucesso futebolístico no Velho Continente (é certo que também existiram diversos flops de contornos mais ou menos aleatórios, mas, na generalidade dos casos, eram jogadores emprestados). No período pós-Paulo Bento, passamos a uma estratégia de ataque ao mercado “por atacado”, enfim, algo mais do agrado mediático e um pouco “à Benfica” dos velhos tempos. Ainda assim, 56% dos jogadores do actual plantel do Sporting são portugueses. Seis dos 11 jogadores mais utilizados pelo Sporting na Liga Sagres 2010-2011 são portugueses. Desses, três são oriundos da cantera leonina (Rui Patrício, André Santos – entretanto já internacionais A - e Daniel Carriço), dois da formação do Benfica (João Pereira e Maniche) e um dos escalões jovens do Porto (Hélder Postiga).
Enfim, se o Sporting não tivesse apostado de forma consistente na formação nos últimos anos e, pelo contrário, tivesse optado por uma estratégia semelhante à do Porto e do Benfica, qual seria a base de recrutamento da actual Selecção Nacional? Como estaria a Selecção Nacional se a sua base de recrutamento se sustentasse no Rio Ave, no Beira-mar ou no Paços de Ferreira, as únicas equipas da Liga Sagres que, em termos percentuais, apostam mais em jogadores nacionais do que o Sporting?  Por exemplo, se o Sporting não tivesse lançado e apostado de forma persistente em Nani, em Moutinho, em Patrício, em Veloso, em Quaresma, ou mesmo em Carlos Martins, esses jogadores teriam atingido a Selecção Nacional A? (não vou falar em Cristiano Ronaldo, porque esse “extra-terrestre” é, já hoje, simplesmente, aos 25 anos, o melhor futebolista português de sempre). Porque é que a Comunicação social desportiva portuguesa, com raríssimas excepções (geralmente, na altura dos jogos da selecção), deprecia esta estratégia do Sporting de valorização de jogadores nacionais da sua cantera, privilegiando, ao invés, as novidades decorrentes da aposta dos nossos principais rivais em novos “craques” do mercado sul-americano? Porque é que o Sporting não tenta valorizar mais essa aposta distintiva, no confronto mediático com os seus principais rivais (naturalmente, sem patrioteirismos bacocos)? E agora a questão de um milhão de dólares: com o regresso da dupla Duque & Freitas, essa aposta prioritária na cantera leonina é para continuar, ou vamos voltar ao desvario das aquisições da pré-época 2000/2001?

sábado, 16 de abril de 2011

Sporting 2011-12 - Reforços em Conta, com Peso & Medida?

No futebol, como na vida, não há regra, sem excepção, não há bela, sem sabão (ou lá o que é…). Se só a altura ganhasse jogos, Purovic seria melhor que Liedson. Se só o peso ganhasse jogos, Miguel Veloso seria melhor que Maradona. Se só altura e peso ganhassem jogos, o Barcelona nunca seria campeão.
Infelizmente, o Sporting 2010-11 segue a regra e não a excepção. De acordo com os dados do site Futebol 365, o Sporting é, em termos médios, a mais baixa e a mais leve de todas as equipas da Liga Sagres 2010/2011. Sem surpresa, é, também, a equipa da Liga Sagres que menos golos de cabeça marcou - apenas 2 (!), contra 11 do Benfica e 8 do Porto (dados do Mais Futebol). Embora não disponha de estatísticas sobre os golos sofridos de cabeça, é, igualmente, conhecido o pânico generalizado provocado pelas jogadas de bola parada na área leonina, em que a altura, mas também o peso dos adversários, impõem a sua lei.
Não, com isto não estou a defender que devamos recuperar Purovic e Miguel Veloso, vade retro! Com isto apenas quero dizer que os reforços do Sporting para a época 2011-12, além de qualidade inquestionável, terão, não apenas que ser em conta (poucos e sem investimentos megalómanos, como sugeria em tempos o Rui Monteiro), mas, também, escolhidos de forma a acrescentar mais peso e altura ao plantel leonino. Só assim poderemos ser candidatos com... conta, peso e medida.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

A Euroliga e o Eurogrupo

Moro em Braga; trabalho no Porto; sou do Sporting. O que é que faltou para ser um dia completamente feliz? Termos sido nós a disputar os quartos-de-final com o Benfica e a eliminá-los em Alvalade.

Não se pode confiar nos holandeses. Nem nos querem emprestar o dinheiro, nem eliminam o Benfica. Não se pode confiar no Eurogrupo para nada. Assim ficamos praticamente sozinhos na Euroliga.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

Os malucos e os que parecem malucos

Os meus companheiros de blogue são de um sportinguismo doentio. O Sérgio Barroso compra a Gamebox todos os anos. Convence mais uns amigos para comprarem também. Ao fim de dois jogos, jura a si mesmo que nunca mais se vai deixar enganar. Continua durante a época toda a ir ver jogos. Se encontrarem em Alvalade um tipo que procura enganar a idade com um leão de peluche às cavalitas a chorar, é ele.

É conflituoso. Passa imediatamente à violência em qualquer discussão futebolística. É imbatível no corpo a corpo. Usa e abusa de golpes baixos para defender o Sporting. À conta disso é detestado no trabalho. Não faz amigos porque ninguém o está para aturar.

O Júlio Pereira é um conhecedor profundo do Sporting, da sua história e de todas as suas equipas de futebol (não interessando se se trata de iniciador, juvenis ou veteranos) e é doente.

Conta, como se se tivesse passado ontem, uma falta do Capitão-Mor da CUF sobre o nosso Dinis na época de 1971/72 que o árbitro não marcou e que era penalty. Recorda-nos, logo a seguir, que o gatuno do árbitro foi o que marcou um penalty inventado a favor do Benfica num jogo contra o Oriental.

Conhece a história de qualquer jogador que tenha passado pelo Sporting. Lembra-se dele dos iniciados, dos treinos ou de quando marcou um lançamento de linha lateral na única vez que jogou a titular.

Não é tão violento como o Sérgio Barroso, mas é igualmente contundente no corpo a corpo. Arrebenta em duas penadas qualquer benfiquista que queira discutir com ele. Ao terceiro argumento, qualquer benfiquista pede tréguas e foge à desfilada. Os portistas são mais duros, mas o Júlio Pereira nunca desiste sem os levar ao tapete. Se não vai com uma chave de braços ou outra técnica, vai ao pontapé e biqueirada.

Eu sou o contrário do Júlio Pereira e do Sérgio Barroso. Hoje, quando alguém me diz que o Sporting está de rastos, corrijo-o logo. Explico-lhe educadamente que o adjectivo está desfasado no tempo. De rastos estávamos há duas épocas atrás. Agora não existimos. Se ele insistir na picardia, passo-me de imediato para o adversário. Começo a elogiar o Benfica ou o Porto, conforme os casos, e as suas histórias. Se continuar a insistir, faço uma contagem de protecção.

Pois bem, estes meus dois amigos não só são preguiçosos, e quase nada escrevem neste blogue, como se tentam passar por intelectuais. O último livro que qualquer um deles deve ter lido foi a edição comemorativa do título de 1999/2000 lançada pelo Diário de Notícias. Eu, pelo contrário, sou uma amante de Proust, li toda obra de Dostoiveski, alguns livros mais que uma vez. No entanto, para compensar a preguiça dos meus amigos e a sua soberba, tenho que escrever patetices todos os dias como se fosse um fanático.

Tenho família, sou considerado no trabalho, tenho amigos e, portanto, exijo respeito. Isto assim não pode continuar.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Domingos

Não gosto do Domingos. Não gosto do corte de cabelo dele. Não gosto do ar sofrido. Não gosto da táctica a que recorre.

Mas são as entranhas a falar por mim. Foram demasiados anos a atirar-se para a piscina. Foram demasiados anos com aquele ar de “calimero”, de quem era uma permanente vítima dos defesas. Quando o vejo lembro-me sempre dele com a camisola do Porto.

Como treinador, no Braga, tem sido excepcional.

É um treinador civilizado. Como é uma coisa que não se usa, até admira. Sabe ganhar e perder. Fala de futebol nas conferências de imprensa e fala a partir da análise que faz aos jogos e à sua equipa. Não lança bravatas, agora designadas de “mind games”.

É um treinador inteligente. Compreende muito bem os pontos fortes e fracos dos seus jogadores e da sua equipa e parte dessa análise para, com coragem, explorar as características dos adversários. Os bons jogos não resultam do acaso. Percebe-se isso na forma como a equipa joga, na consistência de resultados.

Se vier, não sei se será bem sucedido no Sporting; espero que sim. Agora, não será por falta de inteligência que não terá sucesso.

sábado, 9 de abril de 2011

Goleada

Hoje foi de goleada. Dois a zero à Académica não é todos os dias.

A ideia de meter aquele rapaz parecido com o Djaló foi genial. O que não se percebe foi a sua substituição pelo próprio Djaló na segunda parte.

O Patrício esteve simplesmente notável. Várias boas defesas e duas delas absolutamente extraordinárias. Para o ano está vendido. É preciso arranjar dinheiro para o Carlos Freitas andar à procura do Farnerud que precisamos para o meio campo.

O Postiga continua muito bem também. Esforçado e diligente, recebe sempre a bola de costas para a baliza, corre para trás, rodopia e perde-a invariavelmente. Esforça-se afincadamente por estar em fora de jogo.

Demorámos cerca de um ano e meio a perceber que o Matias é o nosso melhor jogador. O mesmo tempo que demorámos a colocá-lo a marcar livres. Com aqueles livres até o Polga parece perigoso.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O sistema à Porto

O sistema à Porto é mais dissimulado. Assenta numa rede de cumplicidades que se vão construindo no “roteiro da carne assada”, que passa por sítios tão improváveis como o Canal Caveira ou o Calor da Noite. É um pequeno favor ao filho de alguém que interessa, são umas prendas aqui e ali, são as promoções dos árbitros desde a mais tenra idade, são as contratações e as cedências de jogadores.

O sistema é mais descentralizado e tenta agradar a tantos quanto possível. Envolve a conquista do campeonato, as subidas e descidas de divisão, a luta pela Europa e por aí fora. Vai desde a primeira liga, passando pelas restantes competições, até aos escalões jovens.

O sistema foi-se sofisticando, procurando não agir à bruta. Há umas encomendas quando é preciso, mas evitam-se exageros.

Este sistema é muito escrutinado pela imprensa, mas não deixa de ser perigoso. É endémico ao funcionamento do próprio futebol português. Aproveita as características culturais e sociais dos portugueses e da sua forma de se relacionarem e organizarem colectivamente.

Alguma vez o Sporting foi beneficiado por este sistema? Então, interessa-lhe para alguma coisa?

quinta-feira, 7 de abril de 2011

O sistema à Benfica

O sistema à Benfica é como o clube: arrogante. Anuncia-se que se vai tomar conta do sistema. Nomeiam-se uns testas de ferro que nem se dão ao trabalho de disfarçar. Precise-se ou não, o sistema começa logo a funcionar em modo preventivo, não vão as coisas correr mal. Umas vezes é com penalties, livres e jogos no Algarve, como na época de 2004/2005, outras vezes com pancadaria, expulsões e túneis, como na época passada. Se na época de 2004/2005 não teriam ganho de outra forma, na época passada, provavelmente, nem precisavam disso para nada. Mas o sistema estava em piloto automático e funcionou à bruta.

Este sistema é muito perigoso porque não é escrutinado. A imprensa trata de branquear tudo o que seja necessário. Os jornais, as televisões e as rádios entram em euforia, cada jornalista veste a camisola e aí vai disto.

É para este sistema que pedem o apoio do Sporting? Este sistema serve ao Sporting?

terça-feira, 5 de abril de 2011

O sistema nas suas diferentes variantes

Depois de um curto interregno benfiquista, o sistema volta no seu modelo portista. É verdade que o Benfica se pôs a jeito. Aquele Ricardo Costa excedeu-se em zelo e isso foi mortal. Foi o pecado da gula.

O Porto deu um golpe de mão genial. O Fernando Gomes saiu do Porto em aparente conflito quanto às orientações seguidas pelo seu Presidente. Disse que estava cansado. A rapaziada da Liga Orangina acabou a propô-lo como Presidente da Liga, tentando fazer parecer que nada estava combinado.

Ao Sporting só lhe resta decidir se prefere o sistema na sua versão portista ou benfiquista?

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Notas de fim-de-semana

Este campeonato conclui-se da mesma forma que se iniciou: com um frango do Roberto. Existe qualquer coisa de trágico neste jogador. Não é arrogante. É um bom guarda-redes. Só que o preço que custou coloca-o numa situação muito difícil. Não merece.

Mas o frango é hilariante. Faz lembrar aquelas peladinhas em que, depois de estarmos cansados, vamos à baliza e não sabemos se devemos jogar com as mãos ou os pés. Na maior parte das vezes desviamo-nos da bola, não vá lá ela acertar-nos.

O descaramento do Duarte Gomes é espantoso. Depois do Aimar, do Fábio Coentrão, do Javi Garcia e do César Peixoto só quem não tem um pingo de vergonha é que consegue expulsar o Otamendi.

Quanto ao apagão, saúda-se a preocupação ecológica.

domingo, 3 de abril de 2011

Um jogo merdoso

O mesmo jogo merdoso de sempre. Duas equipas merdosas, um árbitro merdoso e medroso, a apitar ao ritmo dos assobios, e dois comentadores da TVI a fazerem claque.

Os lances de ataque do Sporting entram no anedotário do futebol. Não se podem arranjar outros jogadores para aquelas posições? Não interessam quais. Podem ser os do futsal ou, mesmo, do andebol.

sábado, 2 de abril de 2011

Carlos Queiroz, um imenso talento

Li, sem grande espanto, confesso, mais uma prodigiosa entrevista de Queiroz ao Expresso. Não vislumbra a sua inépcia, só um complot internacional anti-semita para o exterminar; a ele, o último sobrevivente de Auschwitz. Na sua cabeça tortuosa e torturada constrói-se uma trama em que o Primeiro-ministro antes de apresentar o PEC IV, e para que nada corresse mal, o tratou de despachar.

Nunca percebi porque o não despediram, depois do Mundial, por incompetência e má figura. Toda a gente estava farta dele: os jogadores, os jornalistas, a Federação, os portugueses e, até, os seus mais indefectíveis defensores (os que costumam falar de assuntos tão profundos como “o modelo competitivo do futebol português” ou “a reestruturação dos escalões de formação”).

Nem o Eça teria previsto que o talento do Pacheco pudesse vir adornado de risco ao meio e bigode à mexicana.

O PEC de Godinho Lopes

Os dias correm lentamente. A rotina entorpeça-nos. Falta a vertigem dos últimos tempos. Isto do futebol é uma maçada. Gostamos é de eleições. Queremos eleições, sempre.

Por isso está na altura do Godinho Lopes avançar com uma decisão dramática. Precisamos de um PEC e quanto mais depressa melhor. Um PEC que possa ser chumbado sem remissão em Assembleia-geral.

Vamos voltar a falar do mundo a fingir. Dos milhões, dos russos, do chinês, da vassoura, do Zé Eugénio. Disso é que sabemos falar. Do futebol é que não. Isso é para amadores.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

O que fazer se quisermos marcar golos

Há cerca de dois anos atrás fui ver o primeiro jogo da época em Alvalade para o campeonato. Jogávamos com o Sporting de Braga. Cheguei cedo e tive a oportunidade de assistir ao aquecimento das equipas. Estava atrás de uma baliza. Num dos exercícios de aquecimento, os jogadores mais avançados da equipa chutavam de primeira a bola cruzada rasteira da lateral para essa baliza.

O Moutinho chutava sempre denunciado, o que permitia que o Patrício as defendesse todas. O Liedson não chutava com muita força mas nunca denunciava o lado para que rematava. Marcava mais do que as defesas que permitia. O Postiga, bem, o Postiga rematava quase sempre com a parte de dentro do pé, em arco e por alto, e ou a bola ia para fora ou o guarda-redes a defendia com facilidade. Entortava-se todo para rematar, denunciando sempre a direcção para onde ia dirigir a bola. Quando chutava com força, a bola ia sempre parar ao “quintal”. Os únicos que rematavam com força e colocação eram o Veloso e o Vukcevic. Praticamente não permitiam uma defesa ao Patrício.

Se dúvidas ainda tivesse, ficaram logo ali esclarecidas. O Postiga não sabe chutar à baliza. Remata denunciado, por alto, sem força, como qualquer um de nós o faz numa peladinha. Quando remata com força não sabe para onde dirige a bola.

Já não jogam no Sporting nem o Moutinho, nem o Veloso, nem o Liedson. Sobram o Postiga e o Vukcevic.

Esta é para ti, ó Couceiro! Não te faças distraído. Mete o Vukcevic mais na zona central do terreno, próximo do ponta-de-lança. É o único que sabe chutar à baliza. É o único que tem um pouco de golo nas botas. É egoísta, dizem. Mas não é exactamente isso que se espera de quem joga na zona central do ataque?...