terça-feira, 16 de abril de 2024

Novo ansiolítico

“Não te esqueças de escrever o post sobre o jogo [do Sporting contra o Gil Vicente] que não viste”, foi a mensagem que recebi hoje, pela manhã. Não ver um jogo, não ler um livro ou não assistir a uma peça de teatro não é razão para não se falar como se se tivesse visto, lido ou assistido, embora não se deva começar por o admitir [como é este o caso]. Jogo a jogo, crónica a crónica, eu e Rúben Amorim começamos a ser um caso de estudo [muito] sério. É possível ganhar sem o Rúben Amorim? É possível ganhar o jogo seguinte sem a minha crónica do anterior? Ninguém quer arriscar, pois há coisas com as quais não se brinca, independentemente de o respeitinho ser muito bonito.

O chouriço vai-se enchendo sem se dizer coisa com coisa. Setecentos e vinte e sete caracteres [já] estão escritos e ainda não falei do jogo [que não vi]. No entanto, a paciência do leitor também tem limites e não se deve abusar. 

Não vi o jogo em direto, mas vi-o depois, em diferido, como se costuma dizer. Vi-o enquanto dormitava [na segunda parte, especialmente] e, portanto, foi como se não o tivesse realmente visto [na mesma]. O Nuno Santos está castigado, logo joga o Esgaio do lado esquerdo, a solução mais simples, mais óbvia. O Hjulmand também está castigado, logo joga o Daniel Bragança como se sempre tivesse sido titular. O Quaresma anda amuado por ter perdido a titularidade? Mete-se o rapaz e guarda-se o St. Juste para o jogo seguinte. O Coates está cansado? Mete-se o Diomandé e guarda-se igualmente o capitão para o jogo seguinte. Tudo muda, tudo permanece [na mesma]. Marcámos quatro na primeira parte e desistimos [ou descansámos, o que vai dar ao mesmo]. A única notícia é a não existência de notícias ou a notícia de que o Gyokeres não marcou [ou marcou, mas foi considerado autogolo do guarda-redes, como se fosse ele a cabecear para a sua própria baliza].

Há quem tenha insónias ou dificuldades em adormecer. Há medicamentos que ajudam a conciliar o sono e permitem um sono retemperador. Os nomes são [re]conhecidos. A partir de sexta-feira, o "Gil Vicente vs Sporting" passou a estar disponível para esse efeito. Há em gotas, em pomada ou em comprimidos. É remédio santo. 

[Este jogo foi um Lexotan, um Xanax ou um Sedoxil, mas desengane-se quem pense que também vai ser assim hoje, mais logo, contra o Famalicão. Difícil ou fácil pouco importa. O que importa, o que verdadeiramente importa é a vitória e, quanto isso, fiz a minha parte]  

7 comentários:

  1. Caro Rui,

    Fez a sua parte com grande mestria! Uma delícia ler a sua crónica...

    As coisas correm bem e quando correm bem até o Esgaio é um grande defesa esquerdo, o treinador é um génio da rotação e como referiu ficamos sem notícias [forçando quem de direito a inventar algumas]. Está tudo a correr tão bem que até a [não] notícia da ausência de golos do Gyokeres poderia ser vista como um genial golpe para afastar os possíveis endinheirados interessados em levá-lo para outros campeonatos.

    Está tudo a correr bem mas sabemos bem que a qualquer momento pode 'acontecer Sporting'. Por ser assim, espero avidamente por mais uma boa dose de ansiolítico esta noite (nem precisam de ser 4 comprimidos na 1a parte) e por mais uma crónica sua, de preferência sem história.

    SL

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    1. Caro João,
      Os ansiolíticos autênticos de nada me têm valido para curar esta esperança misturada com ansiedade. Não tenho imaginação para arranjar novas desculpas para não ver os jogos. Só os ansiolíticos produzidos pelo Sporting, como este contra o Gil Vicente, é que me podem permitir ver os jogos que faltam.
      SL,
      RM

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  2. Quero o post do Famalicão em que o VAR esteve ao seu nível. Obrigado Rui! Não o conheço, mas tenho um respeito enorme por si. Creio que seremos campeões. Um grande abraço!

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    1. Obrigado, meu caro.
      O árbitro estava a ver um jogador do Famalicão a rebolar-se pelo chão com as mãos na cara depois de um jogador do Sporting lhe ter arrancado o nariz. O vídeo-árbitro não tinha acabado de jantar, estava na sobremesa e ainda falta o cafezinho da praxe.
      Apreciei sobretudo a forma como foi analisado o lance [da calcadela no Pote] na SportTV. O diagnóstico foi realizado com rigor e detalhe, mas sem qualquer conclusão ou relação de causa e efeito, uma coisa simples, como: “houve falta dentro da área, logo deveria ter sido assinalado o respetivo “penalty””. É o mesmo que um médico nos diagnosticar uma gripe e não nos prescrever os medicamentos a tomar.
      SL
      RM

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  3. Olá Rui, emulando o nosso grande Rúben, isto é "crónica a crónica", e estamos em deficit da sua relativa ao jogo de Famalicão... Tão perto da glória, que não lhe falhe a pena! Nós precisamos disso.
    Obrigado

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    1. Caro Paulo,
      Promessa cumprida. Não há desculpas para o jogo contra o Guimarães.
      Abraço,
      RM

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  4. Eish!!! tinha perdido esta!!
    É que isto não é só escrevê-las, há que lê-las, também...
    Mas não dá trabalhinho nenhum!

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