segunda-feira, 8 de abril de 2024

Um final feliz ou um guião que se escreveu sozinho

Vi a primeira parte do jogo [do Sporting] contra o Benfica para o campeonato no passado sábado. Não aguentei ver mais [vi a segunda depois do jogo acabar, em diferido]. Uns tantos árbitros portugueses conseguem transformar qualquer jogo num martírio, num suplício, tantas são as falta e faltinhas e os amarelos e vermelhos que tanto se mostram como se escondem. Nesta arte de arbitrar a toda a sela, o Artur Soares Dias é o “pináculo da perfeição”, como diria o Miguel Araújo, se tivesse que escrever uma canção. 

O jogo deixa de ser jogo e passa a filme de suspense, a “thriller”. Apita uma falta e ficamos a pensar se naquela considerou [mesmo] falta ou se é compensação pela outra que marcou à equipa contrária ou que não marcou à mesma equipa. Uma simulação corresponde a um amarelo, mas na simulação seguinte é falta ao contrário, sem amarelo. Deixa uma pista aqui, outra acolá e os espetadores que se desenrasquem a entender o enredo, embora o enredo não tenha princípio nem fim, sendo construído conforme as filmagens se vão desenrolando. Os factos confundem-se com as interpretações para que a ficção [o filme] possa começar a emergir. 

Os jogadores participam com vontade, mas ninguém lhes explicou que não são os artistas principais. Estão habituados a ser protagonistas, procuram comportar-se como protagonistas [mesmo quando desatam à chapada uns aos outros] e continuam a parecer os protagonistas para os menos avisados. O protagonista é um e um só e não, não partilha o palco com mais ninguém, nem com o vídeo-árbitro. O jogo é uma amálgama de cenas, de “takes” e de “frames” que a cada um compete editar ou montar, o melhor que saiba e possa. O resultado é o do costume porque o futebol português não precisa de emoção, de surpresa. Acabado o jogo vêm as explicações e as culpas e cada um procura a melhor explicação e distribuir as culpas e, assim, se constroem heróis e vilões.

Às vezes o guião foge ao guionista. Há três anos, um piscar de olhos maroto de dois miúdos [Matheus Nunes e Pedro Porro] mudou o enredo e o resultado. No sábado, um miúdo moçambicano encheu-se de fé e, como todo um estádio gritava, rematou com o pé trocado e trocou as voltas ao destino. De tempos a tempos, há quem acredite, jogo a jogo, que pode determinar o final e fazê-lo feliz.

9 comentários:

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  2. O asd tem a integridade dos dentes para gerir durante a carreira apontada a cargos que lhe venham a dar jeito. Arbitra como joga à lerpa, com muita atencao, cálculo e não se deixa enervar nem distrair. Mas do que é que podemos estar à espera de um profissional? Asd é O Profissional.

    Ps- admito q estou sempre a dar graxa, mas temos aqui mais um texto muitíssimo porreiro!!!

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    1. Ah! e no Sporting não há noticia de se ofertar árbitros com chapadas

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    2. Obrigado, meu caro. O Rúben Amorim conseguiu fazr-nos acreditar que é possível ganhar apesar dos árbitros. Sendo assim, desejamos-lhes longa e feliz vida, tão-só.
      Abraço,
      RM

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  3. Para mim, o Soares Dias, teve medo que o conterrâneo do Milei, fosse buscar a moto serra, caso fosse expulso.

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    1. Meu caro,
      Essa comparação entre o Milei e o Di Maria é muito boa. Não sei se iria buscar uma mota serra, mas iria ficar de beicinho se o expulsassem e isso seria um autêntico drama nacional e internacional. No atual contexto geopolítico, não convém faciliar e aarnjar pretextos como este de expulsar um jogador do Benfica.
      SL

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  4. Convinha fazer a crónica do último jogo do SCP antes do jogo de amanhã antes que dê para o torto.
    Nunca fiando...

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    1. Hahaha, estamos todos a pensar no mesmo:D
      Ainda faltam umas horas...;)

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    2. Meus caros,
      Obrigado pela lembrança. A minha mulher também me mandou uma mensagem hoje de manhã para não me esquecer. Convém não faciltar!
      Abraço,
      RM

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