sexta-feira, 26 de junho de 2015

Trabalhar de borla

Parece que Éder vai ser transferido para o Swansea por sete milhões de euros. Se assim for, então o Jorge Jesus anda a trabalhar de borla.


(Será que o Swansea não quer o Shikabala também? O resultado é o mesmo e sempre podem deixar de lhe pagar o salário quando quiserem)

quarta-feira, 24 de junho de 2015

Potencialidades e realidades

Ano após ano, seleção após seleção, os jogadores do Sporting são sempre os que revelam maiores potencialidades. Hoje, nos Sub 21, acabámos a jogar com o Esgaio, o Paulo Oliveira, o Tobias, o William Carvalho, o João Mário e o Iuri Medeiros; acabámos com seis jogadores do Sporting em onze.

Estas potencialidades teimam em não se transformar em realidades, no que mais interessa: a vitória no Campeonato Nacional. Será que o Jorge Jesus vai transformar as potencialidades em realidades? Ou vai admitir, e a história dá-lhe razão, que há uma diferença inultrapassável entre potencialidades e realidades?

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Medir o futuro

“Para se avaliar a esperança, há-se de medir o futuro”. A esta frase do Padre António Vieira acrescento outra: para se medir o futuro é necessário saber de onde se parte. Como dizem os economistas, para se definir um objectivo é necessário conhecer a “baseline”.

O Sporting fez grandes progressos nos dois últimos anos. Fez estes progressos por referência ao passado também. Com Leonardo Jardim ficámos em segundo lugar e obtivemos o apuramento directo para a Liga dos Campeões. O mérito é sempre relativo. Obteve-se este resultado não se participando nas competições europeias e sendo-se eliminado precocemente na Taça de Portugal. Jogaram-se menos jogos que os nossos adversários. Por outro lado, o Porto esteve abaixo do expectável.

Com o Marco Silva, o Sporting consolidou a sua posição e fez alguns progressos. Participou, e bem, na Liga dos Campeões. Ganhou a Taça de Portugal. Ficou em terceiro lugar, fazendo uma média de pontos idêntica à da temporada passada. O mérito também é sempre relativo: o Porto esteve melhor do que na época passada (pior seria impossível).

Com Jorge Jesus, para se obterem alguns avanços, é preciso fazer mais e melhor. Tendo em consideração este ponto de partida (a tal “baseline”), o Sporting terá que, no mínimo, participar na Liga dos Campeões, ficar em segundo lugar no campeonato e ganhar a Taça de Portugal. Se não se conseguirem o primeiro e o terceiro objectivos, então, no mínimo, o Sporting tem de ser campeão. Menos do que isto é fazer pior do que no passado.

Não sou daqueles que considera que os meios justificam os fins. Sou um ingénuo. Mas vamos por uma vez admitir que só interessam os fins. Se no final da época não ganharmos o campeonato, Bruno de Carvalho perde em toda a linha e o Jorge Jesus também. Nem mais, nem menos. Não se muda para igual e, muito menos, para pior.

quarta-feira, 17 de junho de 2015

O melhor que é o pior ou vice-versa

Acabei de ouvir na rádio que o Marco Ferreira foi o pior árbitro da temporada. O Marco Ferreira arbitrou a final da Taça de Portugal.

A principal razão para a nomeação dos árbitros para os jogos, pelo Conselho de Arbitragem ou por qualquer outra coisa parecia, resulta de necessidade de se escolherem os melhores árbitros para os jogos de maior grau de dificuldade. O Marco Ferreira arbitrou a final da Taça de Portugal, repete-se. Sendo assim, uma de duas: ou a fina da Taça de Portugal não é um jogo com elevado grau de dificuldade ou o Marco Ferreira era um dos melhores árbitros antes desse jogo.

Se as nomeações não são explicáveis, então, vale mais voltar ao sorteio puro e simples. Se não se importam, sem bolas quentes e frias e meninas que adivinham o que vem escrito nelas antes de as retirarem da taça.

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Por poucos centímetros apenas

Vi, ontem, o quarto e último jogo do “play off” de futsal. O Benfica ganhou nos penalties. Ganhou, falhando mais penalties do que o Sporting.

Não conheço bem as regras deste jogo. Pelos vistos, os guarda-redes não se podem adiantar. Ambos se adiantaram. Um mais do que outro. A decisão foi por centímetros. Perdeu o Nelson Évora, que, nesta modalidade, é do Sporting.

domingo, 14 de junho de 2015

"É preciso que alguma coisa mude,...

… para que tudo fique na mesma" no futebol português. É assim, sempre assim foi e sempre assim será. Mudou-se o treinador da selecção nacional. Continuam a entrar em campo onze jogadores acabrunhados sem orientação e continuando a acreditar que, no fim do dia, o Cristiano Ronaldo resolve.

A renovação vai de vento em poupa. Há um programa na SIC Notícias onde participam o Manuel Fernandes, o Rodolfo e o Simões. Não tenho dúvidas que não tardarão a ser chamados à selecção nacional. Para eles entrarem outros da idade deles vão ter que sair. Não vejo que o programa da SIC Notícias perca alguma coisa com isso; a selecção nacional também não.

terça-feira, 9 de junho de 2015

Futebol e Finanças

Ao longo dos últimos dias a linguagem económica e financeira tem dominado muitos blogs de futebol. Receita, passivo, resultados operacionais ou provisões são termos cada vez mais comuns na gíria futebolística cá do burgo.

Perante tal elevação da discussão apraz-me debater a entrada de Jesus no Sporting à luz do conceito de custo "afundado". Os economistas utilizam a expressão sunk costs (custos afundados) para designar custos que não são recuperáveis, pelo que termos incorrido nos mesmos não deve afectar as nossas decisões futuras.

Para mim era claro há muito que Marco Silva tinha de sair do Sporting. Desse por onde desse não se iria começar uma época no clima que se jogou metade da última. Nesse sentido, independentemente da sua valia e dos custos que a saída de Marco Silva possam representar - e aqui penso em custos financeiros e não financeiros - eles eram irrecuperáveis, estavam afundados.

Diz portanto a teoria que devemos analisar a chegada de Jorge Jesus ignorando toda a questão do Marco Silva. E quando assim é parece-me que o exercício é muito claro. Existe a questão desportiva e a questão financeira.

Do ponto de vista desportivo é difícil imaginar alguém melhor que Jorge Jesus para liderar a equipa. Tem provas dadas, conhece o campeonato, conhece os jogadores e ainda por cima é Sportinguista.

Do ponto de vista financeiro há duas questões que se colocam: se ele irá merecer o salário que vai ganhar e se o Sporting tem capacidade para o pagar. À segunda não sei responder. À primeira ninguém sabe. Simplesmente havemos de ver. O que sei é que me parece sempre muito mais sensato investir num bom treinador que em coleccionar estrelas sem lhes dar estrutura e liderança. Por outras palavras, parece-me muito melhor estratégia investir 5 ou 6 Milhões de Euros num treinador do nível do Jesus, do que investir 5 ou 6 vezes isso numa estratégia do tipo "cheque e vassoura" para comprar uma colecção de cromos Sul Americanos e depois pôr um forcado qualquer à frente deles. O que espero realmente é que não venhamos a ter ambos: o líder e os cromos. É que aí acho que já podia tentar responder à segunda parte da questão financeira...

sexta-feira, 5 de junho de 2015

O Sporting é o meu clube

O último livro de Michael J. Sandel (“O que o dinheiro não pode comprar. Os limites morais dos mercados”) é muito esclarecedor sobre o que se passou nos últimos dias com a contratação do Jorge Jesus e a rescisão do contrato com o Marco Silva. A transformação em valores mercantis de valores e relações sociais que devem ser preservados corrompe esses valores e essas relações, isto é, altera a sua natureza.

O Jorge Jesus era um símbolo do Benfica, um herói. Os sócios e adeptos tinham uma enorme relação de empatia com ele. Trouxe-lhes as vitórias e os títulos do passado. Fê-los reviver um passado glorioso. Essa relação estava muito para além daquela que se estabelece entre um entidade empregadora e um seu trabalhador.

O Marco Silva era o treinador do Sporting que nos levou à vitória na final da Taça de Portugal sete anos depois. A relação com ele não se mede por esse título. A nossa relação está, e estará sempre, associada ao final épico, ao golo do Slimani a iniciar a revolta e a corrida ao pé-coxinho do Patrício para se abraçar aos colegas depois do último penalty. Nenhum de nós, que viveu aqueles momentos, se esquecerá.

Hoje, quer um, quer outro, deixaram de ter esta relação com os sócios e adeptos. São traidores. São cínicos. São dissimulados.

Não são nada disso. Transformámos a nossa relação com os nossos clubes de sempre em relações de mercado. Mudam-nos os ídolos todos os anos para que se possam vender mais camisolas, para que a imprensa e os restantes media nos confiram maior notoriedade, pelas boas e más razões. Vendemos os nomes dos estádios e das nossas camisolas. Dizem-nos que o Sporting é uma marca, que é uma marca que pode valer mais dinheiro.

O Sporting é o meu clube. É isso e não pode ser mais nem menos do que isso. Se for outra coisa, não sei como poderei contar a um neto, que ainda hei-de ter, a tarde gloriosa em que espetámos sete a um ao Benfica.

quinta-feira, 4 de junho de 2015

Quiz do dia


Acerca do assunto do momento, ocorre-me deixar um "não comentário".

Tendo em conta que nada do que por aí se diz foi oficializado, deixo a questão, académica, claro está:

Quem ficaria com o melão caso a transferência de Jesus para Alvalade não se concretizasse?

1) As dezenas de jornalistas que teriam feito asneira da grossa
2) Os milhares de Sportinguistas que elogiaram ou criticaram a eventual transferência
3) Os milhares de Benfiquistas que descobriram ontem que o Jesus não vale nada e o Rui Vitória é melhor que o Mourinho
4) Os Portistas em geral, já que o seu clube se parece estar a habituar a não ganhar nada e já nem "mexe" quando isso acontece
5) Nenhuma das anteriores: os melões continuam esgotados, após o pico de procura do final do dia de Domingo lá para os lados de Braga

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Ganhar da única maneira que sabemos e pudemos

Ganhámos da única maneira que sabemos e pudemos: contra doze. Há quem ganhe com doze contra dez. Nós ganhamos com dez contra doze. É esta a sina. Mas sabemos que é assim e assim continuará.

É muito mais difícil. Quase que nos leva ao desespero. Leva-nos, às tantas, a desconfiar dos nossos jogadores e do nosso treinador. Os nossos adversários e os jornalistas vão criando a profecia que se cumpre a si mesma. Nós não ganhamos. Não ganhando, cria-se a convicção que não se pode ganhar.

A vitória de ontem é muito mais do que a vitória na Taça de Portugal. É a quebra da profecia que se autorrealiza. É o renascer da crença que se pode ganhar. Esta crença deve-se aos jogadores e ao treinador em primeiro lugar. Mas também se deve à direção e aos adeptos (sobretudo daqueles que sofrem até ao fim). Por isso a alegria foi tanta.