quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Há estarolas que são mais iguais do que outros

O paralelismo entre o Postiga e o Djaló foi sempre muito injusto para este último, e não é só um problema de idade (29 e 25 anos, respectivamente). Agora que pelo menos um se vai embora (Postiga), vale a pena recuperar-lhes a história no Sporting.

Comecemos pela do Postiga. Veio para o Sporting na época de 2008/2009 para fazer companhia ao Liedson no 4x4x2 engendrado pelo Paulo Bento. Foi uma aposta muito firme do então treinador para titular. Não tardou muitos jogos a ser relegado para banco, sendo substituído pelo Derlei (uma clara segunda opção face às intenções iniciais). Acabou a época com 5 golos para o campeonato.

No ano seguinte as coisas foram ainda piores. O Derlei saiu mas nem mesmo assim o Postiga foi titular. A aposta de Carvalhal foi no Saleiro, como todos se lembram, tendo acabado a época com um golo para o campeonato, apesar de, mesmo não sendo titular, se ter fartado de jogar.

Na época passada aparentemente as coisas correram melhor, mas só aparentemente. O Paulo Sérgio andou a época toda a pedir um pinheiro, como todos se recordarão. Como não passa pela cabeça de ninguém que o pinheiro fosse para substituir o Liedson, assim se vê a confiança que era depositada no Postiga. No entanto, como não apareceu pinheiro nenhum, não restou ao Paulo Sérgio outra opção que não fosse a de colocar o Postiga a jogar. Mais tarde, com a saída do Liedson, tornou-se, por exclusão de partes, titular com o Couceiro. Acabou a época com seis golos marcados para o campeonato, tendo jogado praticamente todos os jogos a titular.

Esta época as coisas estavam a correr como o costume. Para se ver a confiança que existia nele, o Sporting contratou três pontas de lança. Por que razão, mesmo depois deste passado e do voto de desconfiança desta época, é que ele jogava é que é para mim o grande mistério. Mesmo assim, depois de cinco jogos oficiais, em que foi titular em quatro deles, tendo jogado no outro cerca de uma hora, não tinha marcado um único golo.

A história do Djaló é bastante diferente, mas tem que ficar para uma próxima oportunidade, que este "post" já vai longo.

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Uma boa razão

O Sporting contratou o Elias do Atlético de Madrid por 8.850.000€, isto é, por um Roberto mais 250.000€. Não tenho dúvidas que a diferença de qualidade entre estes dois jogadores é superior ao que esta diferença de preços indicia. Sendo assim, mesmo que não exista uma qualquer outra boa razão para a contratação do Elias, esta já é suficiente.

As bolas paradas

Quando pensamos mal, tendemos a fazer raciocínios circulares. Tudo tem a ver com tudo. As análises aos jogos de futebol tendem a ser feitas assim. Por isso se dá tanta importância às tácticas e se usa e abusa, cada vez mais, da nova linguagem de trapos sobre futebol. Nessas análises muitas vezes nem se percebe a explicação para o facto de uma dada equipa ter ganho. Não se costuma ter em consideração que, no futebol, os resultados são com muita frequência explicados por incidências imprevisíveis e de uma imprevisibilidade irredutível.

Isto tudo para dizer que o Sporting perdeu com o Marítimo por várias razões seguramente, mas as principais não foram de ordem táctica. O Sporting perdeu porque a sua defesa foi absolutamente incompetente nos lances de bola parada. Nada mais. Para tudo o que aconteceu, releva pouco se se jogou assim ou assado.

Em condições normais, o Sporting, depois de marcar golo do Izmailov, teria ganho o jogo. A moral da história teria sido outra. Como, ainda por cima, os comentários são sempre desenvolvidos em função dos resultados, procurando validar e legitimar “a posteriori” o que aconteceu, tantas vezes, por acaso, até se concluiria que o sistema táctico (admitindo que tenhamos apresentado um) foi muito correcto e adequado.

A maior parte das equipas portuguesas defende mais ou menos competentemente e depende quase em exclusivo de lances de bola parada para causar perigo. De vez em quando lá aparece um ou outro jogador que marca um golo de bola corrida, normalmente, numa biqueirada, porque não tinha opções e não sabia o que fazer à bola. Esta é uma questão estrutural do futebol português, para a qual muito contribuem os árbitros portugueses com a marcação de faltas e faltinhas. Ser competente a defender as bolas paradas é fundamental; como também é fundamental saber marcar em lances de bola parada; coisas que o Sporting não sabe fazer há anos.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Back to basics

Considerava o Vukcevic um jogador excelente. Só que, a partir de certa altura, ninguém acreditava nele. Não era só o treinador, os colegas não confiavam nele. Chegados aí, não havia mais nada a fazer. Tive pena, mas as coisas chegadas a um ponto são como são.

Com os outros que continuaram passa-se mais ou menos o mesmo (com a diferença de disporem de muito menos potencial futebolístico). Quando se ataca não se tem confiança em quem se tem nas costas. O meio campo quando passa uma bola para o avançado a primeira coisa que lhe vem à cabeça não é a continuação do lance de ataque, mas preparação para a inevitabilidade da perda de bola. Quem defende sabe que o ataque não marca golos e, por isso, mais tarde ou mais cedo está exposto a qualquer erro ou eventualidade. A desconfiança mata uma equipa.

Não sei se as contratações são melhores que os que lá continuaram. O que sei é que ninguém, nem os próprios, acredita nos que ficaram.

É preciso restabelecer a confiança. A confiança constrói-se a partir de trás. Qualquer equipa tem que estar confiante a defender. Para isso, a defesa deve ter um conjunto muito variado de características. Mas uma delas tem que ter. A defesa tem que meter medo. Depois tem que ter um trinco que ganhe a primeira bola de cabeça. Pode ter outras características que se acrescentam a esta. Mas essa tem que ter. Se não tiver essa não serve e tudo o resto não interessa.

Por fim, o avançado. Qualquer equipa tem que acreditar que jogando melhor ou pior a qualquer momento pode marcar um golo. Mesmo que o adversário seja superior, só precisa de aguentar. Mas aguenta em nome de um crença que se concretiza. A qualquer momento vai aparecer o golo.

À luz do que se referiu, analisem-se, agora, os jogadores que ficaram da época passada. Algum deles dispõe dessas qualidades básicas?

É a estupidez, estúpido!

Há quanto tempo assistimos a isto? Depois de asneiras atrás de asneiras das últimas duas épocas, qualquer treinador normal teria posto aquela defesa na rua há muito. Nem no banco, nem nos treinos: na rua.

Começa a época e volta a ladainha do costume. O Carriço não é tão mau como isso. O Polga agora é que vai fazer a época da sua vida. O André Santos com o seu 1,35m pode ser trinco e por aí fora.

Iniciámos o jogo com nove jogadores a titular da época passada. Se a equipa era assim tão boa, por que é que não ficámos também com o Caneira ou com o Pedro Silva. E já agora por que não continuar a apostar no Paulo Sérgio?

Não é um problema da defesa. É um problema de estupidez. Não é o crónico problema da dupla de estarolas conhecida por Postiga & Dajló. É um problema de estupidez. Nós somos um clube estúpido.

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

As dúvidas que matam

O Barcelona é melhor que o Porto? Provavelmente, é. O Messi é melhor que o Hulk? Provavelmente também é.

Sem a ajuda do árbitro, hoje o Barcelona teria sido melhor do que o Porto? Sem a ajuda do árbitro, o Hulk podia ter sido o jogador decisivo? Não sabemos e essa dúvida mata o futebol.

Nós vivemos com essas dúvidas há anos. É doloroso, não é? Estamos, por uma vez, solidários.

Domingos e o sportingómetro

Existe um novo medidor de sportinguismo: quem aguentar o Postiga e o Djaló mais jogos, continuando a dizer que não estiveram mal de todo, ganha. Eu já perdi. Perdi neste medidor e perdi a paciência para, depois deste jogo contra o Nordsjaelland, continuar a aturar as opções do Domingos. Continuo a achar que o Domingos é um excelente treinador. Agora, nem o melhor treinador do mundo pode aspirar ao que quer que seja com o Djaló e o Postiga. Por isso, ou existe qualquer coisa que não consigo perceber ou, então, vou ter que mudar de opinião sobre o Domingos.

Depois, as permanentes substituições do Wolfswinkel e do Rubio se não são para os queimar, parecem. O primeiro jogou noventa minutos contra o Beira-Mar, que não lhe correram muito bem (embora se diga que ele jogou sozinho na frente e não lhe chegou praticamente uma bola de jeito para finalizar), e agora nem entra sequer. O Rubio foi o avançado que fez a melhor pré-temporada. Marcou golos. Começou a época oficial, entrou em situações desesperadas uns minutos e mais nada.

Enfim, o Postiga e o Dajló continuam a ter todas as oportunidades quer joguem pouco, quer não joguem mesmo nada. É preciso continuar a apostar neles, como se se tratasse de uma questão de confiança e não de falta de jeito (testada e confirmada ao longo de anos). Os outros entram umas vezes e, depois, vão para o banco, perdendo, assim, confiança e transmitindo-se aos adeptos a ideia que constituem autênticos “flops” (não acredito, porque ninguém no seu juízo perfeito pode acreditar, que qualquer um deles, por pior que seja, possa jogar menos que o Postiga ou o Djaló).

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

The show must go on

O Pinto da Costa veio apoiar os árbitros. Nada que não esperasse se o Sporting não caísse na esparrela de criticar as arbitragens dos outros jogos e dessa forma e por iniciativa própria transformasse esta “guerra” numa “guerra” com o Porto. O Sporting não caiu nessa esparrela nem na tradicional esparrela do “sistema” (depois de todos serem ilibados no Apito Dourado, se esse foi chão que nunca deu grandes uvas muito menos o dá agora).

Como disse há dias, os árbitros precipitaram-se e ao fazê-lo meteram-se num buraco. Agora não sabem como sair dele. Por isso andam aos avanços e arrecuas. Dizem que vão continuar o boicote e no momento seguinte garantem que vão arbitrar o próximo jogo do Sporting. Dizem que querem que o Sporting se retrate e no momento seguinte querem negociar um acordo com a sua Direcção. É muito difícil sair deste “buraco” sem se desautorizarem e desautorizarem com eles toda a estrutura da Liga, que lhes deu apoio e cobertura.

Como o Sporting continua no lugar onde sempre esteve e não se mexe um milímetro, o Pinto da Costa teve que vir a jogo para ajudar toda esta gente, que apoiou e promoveu, a sair do buraco onde se meteu, transformando tudo numa “guerra” entre Porto e Sporting. O Sporting tem que deixar Pinto da Costa a falar sozinho. Nada de respostas. É deixar isso para os comentadores. Se assim proceder, vai-se verificar que o Pinto da Costa veio a jogo mais cedo do que devia e numa posição que não lhe é favorável. É que, como também já referi, só uma equipa pode ganhar o campeonato e mais cedo do que tarde, tendo em consideração que o Porto – Benfica é à sexta jornada, as posições vão-se definir. Se o Porto ficar à frente, dá o flanco porque, com esta posição, vai ficar associado aos árbitros e às suas benesses. O Benfica, com todo o seu poder mediático, não vai perdoar. Se ficar atrás, perde margem de manobra para vir criticar o Benfica e as arbitragens.

Provavelmente quem vai ficar a ganhar num primeiro momento com isto tudo é o Benfica. Mas se o Sporting se mantiver neutral e coerente, é provável que venha a ganhar, se não no curto pelo menos no médio prazo. É só esperar um pouco mais e isto vai-se transformar como sempre numa “guerra” entre o Benfica e o Porto. Nessa altura, começam a esquecer-se de nós. Esta precipitação dos árbitros obrigou toda a gente a abrir o jogo mais cedo do que queria e a trazer para a luz do dia o tradicional jogo de sombras que dura uma grande parte do campeonato (e que só começa a ser visível quando alguém, considerando que já perdeu demasiado, o começa a denunciar).

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O último teorema de Fermat e o boicote dos árbitros

Há dois tipos de pessoas: as que compreendem este boicote dos árbitros aos jogos do Sporting, que são as mesmas que compreendem também o último teorema de Fermat, e as outras. O Miguel Guedes, do Trio de Ataque, é dos que sabe tudo sobre Fermat. Ontem apresentou como principal razão para o boicote o facto de o Presidente do Sporting ter realizado uma conferência na última Sexta-feira. O argumento parece-me sólido. A Sexta-feira sucede à Quinta e precede o Sábado e só os que andam mais distraídos é que não percebem esta sequência. Rui Oliveira e Costa, um matemático português ilustre, percebeu este argumento, mas contrapôs que a conferência de imprensa se deveria ter realizado uma semana antes. Era também numa Sexta-feira, sucedendo à Quinta e precedendo o Sábado, mas era uma semana antes. Uma semana antes não é a mesma coisa que uma semana depois.

Nuno Perestrelo, que é dos que sabe que não existe nenhum conjunto de inteiros positivos x, y, z e n com n maior que 2 que satisfaça a expressão x^n+y^n=z^n, afirma hoje n’ “A Bola” que o Sporting não se queixa de forma sustentada dos árbitros, tendo-se voltado ao “vocês sabem do que estou a falar”. Mantendo o estilo coerente que caracteriza Cruz dos Santos e outros jornalistas d’”A Bola”, afirma noutro ponto que “Rui Silva, o árbitro do FC Porto – Gil Vicente, não sabe o que todos sabem: que Otamendi tinha de ser expulso no penalty a favor do Gil Vicente. Se não sabe isto não pode ser árbitro”. Que os dirigentes do Sporting não conheçam Fermat de lado nenhum, compreende-se. O que não se compreende é que, quando criticam os árbitros, não sustentem as acusações recorrendo a quem sabe de matemática, como Nuno Peretrelo.

Informam-nos que o Presidente do Sporting e o Presidente da APAF estiveram a negociar, mediados pelo Presidente da Liga. Agradecia que me informassem o que é que estão exactamente a negociar. É que quem, como eu, só fez matemática a copiar, não compreende a negociação e muito menos os termos de um futuro acordo.


"Post" dedicado ao meu amigo Luís Brites, benfiquista e, contrariamente ao que o pai dele pensa, brilhante aluno de Análise Matemática e Álgebra Linear e Geometria Analítica no Instituto Superior Técnico.

O Caso “João Ferreira”: Oito Perguntas em Tempo de Férias…

1. Imaginemos que o Olegário é nomeado para o próximo Porto- Sporting. Se o Sporting “plantar” no sempre credível Record umas notícias em “off” dando conta da indignação do Porto com essa nomeação, o primo do Quim Barreiros recusar-se-á, de imediato, a actuar no palco do Dragão, beneficiando assim, de forma objectiva, o Sporting? Os outros árbitros também se solidarizarão com o Olegário e boicotarão os jogos do Porto?
4. O Porto contestou a nomeação do nosso amigo João Ferreira por duas vezes no último ano e meio: (i) em primeiro lugar, no jogo contra a Académica para a Taça da Liga, alegando a participação de João Ferreira enquanto quarto árbitro no famigerado caso do Túnel da Luz; (ii) mais tarde, no jogo de Aveiro contra o Beira Mar, recordando, quer o tal caso do Túnel da Luz, quer a arbitragem de João Ferreira no jogo da Supertaça contra o Benfica. Mais recentemente, o Porto protestou energicamente contra a nota atribuída pelo observador à arbitragem de Duarte Gomes no célebre jogo do apagão contra o Benfica, organizando uma conferência de imprensa onde disponibilizou um vídeo que enfatizava 15 erros do referido árbitro internacional. João Ferreira apresentou, de facto, a sua renúncia a esses jogos do Porto, mas, por manifesto azar, foi enviado de pára-quedas pela sua hierarquia militar para fazer manobras de diversão naqueles campos? E quanto a Duarte Gomes, em vez de renunciar ao próximo jogo do Porto, irá ele tomar uma medida ainda mais drástica, optando por interromper sistematicamente os exercícios de aquecimento de… Helton?
5. João Ferreira e os restantes árbitros propostos (segundo o DN, André Gralha, Bruno Paixão, Jorge Sousa, Paulo Baptista, Rui Costa e Rui Patrício) não apenas não irão ser punidos disciplinarmente por terem recusado a sua nomeação para o jogo Beira-Mar – Sporting, como serão, por esta ordem, os árbitros mais bem classificados da época 2011/2012, estando já a ser tratadas as habituais rasuras necessárias para o efeito?
6. E Fernando Gomes, estará ele neste momento desesperadamente “à cata” dos números do telemóvel dos Presidentes dos Clubes da Liga Orangina que o levaram a Presidente da Liga para ver se eles o autorizam a processar os árbitros (e dirigentes da arbitragem) responsáveis por colocar em causa os direitos de equidade de todos os clubes que participam na competição (ou seja, o conhecido direito de todo o clube de ter a apitar nos seus jogos árbitros do Iº escalão tão maus ou piores que Olegário, designados, nos termos legais, pela Comissão de Arbitragem da Liga)?
7. O Governo manterá o estatuto público que permite à Liga Portuguesa de Futebol Profissional organizar a Liga ZON dentro dos princípios de iniquidade que regem a competição, ou, pelo contrário, decidirá atribuir esse estatuto à  Federação Portuguesa de Wrestling, modalidade onde nunca conhecemos à partida quem vai vencer, nem com que tipo de golpe o vai fazer?
8. Se vingar a imposição por via administrativa de uma espécie de “lei da rolha” – ou do “comer e calar” – sobre as actuações dos árbitros, não apenas deixarão de existir más arbitragens, como desaparecerão todos os conflitos e polémicas do futebol português e assim também a própria… comunicação social desportiva?

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Silly season

Há quem não goste de futebol e isso percebe-se. O que não se percebe é que alguém não aprecie esta grande confusão que é o futebol português. Nem a pedido se arranjava um argumento destes. Há personagens para todos os gostos e têm, qualquer uma delas, uma graça insuperável. Não há nada como estar de férias e assistir com deleite a isto tudo. Aqui vai um conjunto de notas que me sai antes de voltar para a praia.

1. Estou solidário com o boicote dos árbitros. Espero que o levem tão longe quanto possível, demore o que demorar. Nelson Mandela demorou uma vida até que o tempo lhe desse razão. O tempo dará razão aos árbitros, disso tenho a certeza. Por isso, espero que não se precipitem e demorem o tempo que for necessário, mesmo que seja muito.

2. Estou com grande expectativa, de acordo com os regulamentos, de ver um jogo Benfica – Sporting apitado pelo João Pereira e o Luisão. Espero que nesse dia ninguém se esqueça de que é proibido criticar os erros de arbitragem.

3. Cruz dos Santos continua imparcial contra tudo e contra todos. Na Terça-feira passada considerava, a propósito dos erros a favor do Benfica (primeiro golo) e contra o Sporting, que os árbitros não erram com intenção e que as suas decisões estão “longe de merecerem condenação”. Hoje, a propósito do vermelho não mostrado ao Otamendi no jogo contra o Gil Vicente, considera que “tudo tem limites” e que o “Rui Silva [árbitro desse jogo] não respeitou a lei, não tem desculpa e oxalá não tenha havido falta de coragem”.

4. Muitos comentadores fazem um raciocínio e seguem uma linha de argumentação muito interessante. O Sporting só tem autoridade para criticar os árbitros se marcar golos e, sobretudo, se ganhar. Para estes comentadores, as arbitragens aparentemente não influenciam os resultados desportivos e, mais do que isso, não dispõem da prorrogativa de anular golos limpos, como aconteceu na semana passada. Assim, o Sporting só se pode queixar dos árbitros quando marcar golos. Como os árbitros lhe anulam os golos, então, não se pode queixar nunca. Este excelente argumento foi hoje defendido no “Público” por Bruno Prata, que, enquanto jornalista, escreve no “Público” e participa no programa Zona Mista da RTP-N com João Gobern, também ele jornalista.

Aproveitar o boicote com inteligência

Há coisas que estão escritas nas estrelas. Esta “guerra” dos árbitros contra o Sporting era uma delas. Agora a inteligência não abunda. O Sporting tem que saber aproveitar a falta dela.

Pelos vistos, os árbitros, reunidos com a APAF e o Presidente da Comissão de Arbitragem da Liga (Vítor Pereira), decidiram continuar a boicotar os jogos do Sporting. Isto é, um órgão da Liga decidiu (sem qualquer suporte normativo) boicotar os jogos de um dos seus associados e participante devidamente inscrito no campeonato, assumindo-se como parte de um conflito. Em vez de pugnar pelo cumprimento da legalidade, um órgão da Liga, pelo seu máximo representante, propõe explicitamente o seu não cumprimento. Não há nenhum regulamento que permita aos árbitros boicotar jogos nestes termos.

A Liga, através da sua Comissão de Arbitragem, e os árbitros colocaram-se numa situação insustentável. O tempo corre contra eles e a favor do Sporting. Nestas alturas é preciso nervos de aço. Se até agora o Sporting não deu nenhuma razão para este boicote, a partir de agora terá que ter mais cuidados ainda para não validar “a posteriori” esse boicote. Por isso, é necessário poucas palavras, muita contenção e firmeza de posições.

Nesta altura o Sporting não tem nada a perder. Se a arbitragem for como a do jogo de ontem, fica cada vez mais claro que os árbitros da Liga não são mais competentes que os dos regionais. Se as coisas correrem mal e esses árbitros se revelarem incompetentes, o Sporting pode sempre acusar os árbitros envolvidos no boicote de, ao não comparecerem aos jogos, estarem a desvirtuar a verdade desportiva e os resultados do campeonato.

Os árbitros vão tentar ganhar tempo, por um lado, e arrastar o Sporting para outra “guerra”, por outro. Como sempre, irão, como na últimas duas jornadas, beneficiar o Benfica e o Porto. Durante algum tempo, essa estratégia deixará o Sporting isolado (ainda mais se não obtiver resultados desportivos). Mais, o Sporting terá tendência a criticar essas arbitragens. Se o fizer, essa “guerra” deixará de ser com os árbitros e passará a ser com o Benfica ou o Porto. É isso que os árbitros querem. Nessa altura, tudo se confunde e o Sporting passará a estar sob o fogo cruzado de vários inimigos. Aliás, que ninguém se iluda, isto não tem só que ver com os árbitros. Há muitos jogos de sombras, e os mais espertos, como o José Manuel Delgado (hoje n’”A Bola”), já perceberam isso.

Só que essa estratégia dos árbitros também não pode durar muito tempo. Só um dos adversários é que pode ganhar o campeonato e, mais tarde ou mais cedo, quando se começarem a definir posições, os conflitos entre eles irão aparecer. O Porto – Benfica é já na sexta jornada. Se o Sporting se mantiver neutral, um deles vai-nos acabar por “cair na sopa”. Nessa altura, as coisas vão ficar muito mais complicadas para os árbitros.

É verdade que ao jogar com o tempo o Sporting corre muitos riscos de hipotecar o campeonato. Só que, enquanto este estado de coisas continuar, estará sempre hipotecado época atrás de época.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Quando a notícia é o cão a morder o homem (*)

O Sporting criticou o árbitro da jornada anterior. A opinião pública foi unânime nessa crítica. Em “off” apareceram umas críticas do Sporting à nomeação do árbitro para esta jornada. Até aqui, nada de novo. É o que acontece semana após semana com todos os clubes e envolvendo, praticamente, todos os árbitros. A tradicional notícia do cão a morder o homem.

O árbitro, alegando razões psicológicas, recusou-se a arbitrar esse jogo. Um pouco mais insólito mas, mesmo assim, ainda uma notícia do cão a morder o homem. O que é insólito é todos os árbitros se recusarem a arbitrar esse jogo. Aqui passamos à notícia do homem a morder o cão.

O “Público”, e muito bem, noticia hoje [ontem] o homem a morder o cão. Quando se esperava que a notícia fosse mesmo essa, afinal a notícia continua a ser a do cão a morder o homem. Paulo Curado e Hugo Daniel Sousa desenvolvem uma notícia sem, em nenhum momento, procurarem saber porque é que, desta vez, os árbitros optaram por este boicote. Por outras palavras, o que gostaríamos de saber é por que razão o homem decidiu morder o cão. Os árbitros costumam alegar sistematicamente questões psicológicas para não arbitrarem os jogos? Em que situações é que o fizeram no passado? Quando um árbitro alega essas questões os outros costumam recusar-se também? E este árbitro em particular? Sendo as críticas às arbitragens triviais e sendo este o móbil da solidariedade dos árbitros, como se afirma na notícia (onde se associa a permanente suspeita sobre a arbitragem com a agressão a Pedro Proença), porque é que o alvo foi o Sporting e não todos os clubes da Liga? Não faria mais sentido uma greve?

Com as respostas a estas questões, teríamos compreendido melhor por que razão, subitamente, o homem mordeu o cão. Mas, não. O “Público” optou pela notícia do cão a morder o homem, apesar do título da notícia insinuar o contrário. A notícia não é o boicote, são as críticas do Sporting. Não se compreende que o título da notícia (“Árbitros respondem às críticas do Sporting com um boicote em Aveiro”) não tenha levado os jornalistas a averiguar se esse boicote faz ou não sentido, se é legítimo e se, no limite, não coloca em causa o dever de isenção e imparcialidade dos árbitros. Isto é, depois deste boicote selectivo (nunca foi feito a qualquer outro clube em idênticas circunstâncias) os árbitros dispõem de condições para arbitrarem os jogos do Sporting?

A elaboração da notícia segue tudo menos o Livro de Estilo do “Público”. Não há qualquer investigação própria. Limitam-se a recuperar declarações avulsas e adicionam-lhe outras da APAF. Nem sequer se dão ao trabalho de qualquer exercício de contraditório. Ninguém do Sporting é ouvido. Ninguém que não seja árbitro ou da arbitragem é interpelado sobre este boicote. Nada. Depois disso, claro, não espanta que a notícia seja o cão a morder o homem.

Isto já era suficientemente mau. Mas a notícia do cão a morder o homem ainda deu origem a um comentário de Jorge Miguel Matias (JMM), que não só confirma que o cão mordeu o homem como ainda vai mais longe e afirma que não havia razões para o cão ter mordido o homem (pois no jogo da primeira jornada ambas as equipas foram prejudicadas, insinuando que o foram de igual forma). Aliás, o texto tem uma parte muito engraçada. O JMM critica Godinho Lopes por ele afirmar que os árbitros portugueses não dispõem, entre outras, da necessária preparação psicológica. Mas não são exactamente por razões psicológicas que os árbitros não querem arbitrar os jogos do Sporting?


(*) Carta enviada ontem ao Provedor do Público, na sequência da notícia publicada ontem com o título "Árbitros respondem às críticas do Sporting com um boicote em Aveiro”

domingo, 21 de agosto de 2011

Ontem com nove, hoje com dez, amanhã com onze

Gostei da segunda parte do jogo com o Beira-Mar. A defesa esteve muito bem. O Capel demonstrou ser um jogador magnífico. Com ele em campo, até o Evaldo parece sofrível. Falta é qualquer coisa para marcar golos.

Hoje não jogámos com o Djaló e o Postiga em simultâneo. Resolvemos alternar. Pareceu-me precipitada a substituição do Djaló. Para jogar em 4x4x2, penso que o Djaló não teria feito pior como segunda ponta-de-lança. Aliás, é o local onde rende um pouco mais (a extremo, como se viu hoje por comparação com o Capel, é que não dá). Se assim fosse, teria havido outras opções na parte final do jogo, onde faltou um pouco de força para o “pressing” final. Mas também ninguém estava à espera que o Rodriguez se lesionasse.

Gostei do método de escolha do árbitro. Seguramente não é pior que o método “mainstream”. O árbitro às vezes errou. Mas nunca tive a sensação que estava a errar só para um lado ou a arbitrar com reserva mental. Com isto se demonstra a total inutilidade de toda a quinquilharia que envolve a arbitragem, desde a selecção dos árbitros, à sua observação e classificação. O Sporting deve apoiar entusiasticamente o boicote dos árbitros.

Cozinhados

1. Depois de umas amêijoas e enquanto esperava por um choco frito, que nunca mais aparecia, e uma massada de peixe, fui pelo canto do olho espreitando o jogo do Porto contra o Gil Vicente. Provei, então, a especialidade da época: o penalty “à Porto”. Não leva alho, nem coentros. Não precisa de ir ao lume. Não precisa de ser encomendado com grande antecedência. Se for preciso, é feito na hora.

2. Ontem, enquanto atacava um salmonete grelhado, provei também o penalty “à Benfica”. Leva mais tempero, mas também é muito bom. Só que quando começa a fazer crescer água na boca, alguém se esquece de o pôr no prato do adversário.

3. Hoje, ainda acabamos por levar com as famosas enguias no molho de escabeche demasiado avinagrado habitual. Não dispondo de robalos da mesma qualidade dos nossos adversários, fico-me pela jardineira. No meio daquela misturada toda pode ser que se aproveite alguma coisa.

sábado, 20 de agosto de 2011

João Ferreira em Aveiro: Memórias de Jogos sem Pressões…

Conferência de Imprensa de André Villas Boas antes do Beira-mar – Porto de 22 de Janeiro de 2011 (Fonte: Blogue FCP para Sempre, citando Tomaz Andrade do Jornal O Jogo).
André Villas-Boas - Nomeação de João Ferreira não me parece lógica
"Foi em Aveiro que André Villas-Boas conquistou o primeiro troféu e, no regresso, volta a encontrar João Ferreira, o árbitro da Supertaça que, na altura, o treinador portista criticou. Arbitragem foi, de resto, tema nuclear da conferência de ontem".

CS - “Na terça-feira, Vítor Pereira vai fazer mais uma análise da arbitragem. Qual é a sua análise?
André Villas Boas - A arbitragem não tem sido muito diferente das épocas anteriores. Quem se sente mais prejudicado faz questão que se saiba e, depois, depende do tipo de preponderância que se dá na Comunicação Social. Depende do enquadramento em que os clubes estão inseridos e da protecção que determinados clubes têm. Esperamos sempre por uma evolução. Se houver profissionalização dos árbitros, esperamos que as coisas melhorem. Queremos acreditar que temos um presidente competente à frente da Comissão de Arbitragem e que as coisas terão tendência para melhorar.
CS - Mais ou menos como se faz em Inglaterra, admitia uma medida que proibisse falar-se de arbitragem?
André Villas Boas - Não me parece possível, e nem é bem isso que acontece em Inglaterra. Lá há penalizações extremas para determinado tipo de mensagens. As equipas de arbitragem fazem parte do espectáculo, da emoção, geram também emoção, e seria ilógico retirá-las da envolvência do futebol. Todos estamos sujeitos a críticas pelo trabalho que fazemos e não vejo razão nenhuma para que não estejam sob o escrutínio dos outros.
CS - Em Aveiro vai estar o árbitro [João Ferreira] que fez o relatório no túnel da Luz e também o que esteve na Supertaça. Como comenta a nomeação?
Os antecedentes são infelizes. Na Supertaça a arbitragem também não foi feliz. Traduziu-se na vitória do FC Porto, mas a outra equipa não foi prejudicada, pelo contrário, foi beneficiada. A preponderância que a arbitragem teve não foi muito explorada. Queremos acreditar que agora se mostrará competente e que fará um bom trabalho. A nomeação está feita e, se é lógica, não me parece. Mas está feita e esperamos que faça um bom trabalho” [sublinhados nossos].
E João Ferreira, embora amigo da rapaziada da Luz, lá fez, de facto, o seu trabalho… No início, o mui carinhoso cumprimento entre João Ferreira e André Villas Boas antecipava já a comovente cena do “Perdoa-me” rodada em Aveiro… Durante o jogo foi o que se viu e o que não se viu. Depois, no final, o presidente da comissão administrativa do Beira-Mar, António Regala, considerou “que não houve penalti sobre Hulk, e que só encontra justificação para o erro de João Ferreira na pressão que lhe foi imposta pelo FC Porto antes do jogo, destacando o dirigente, as declarações de André Villas Boas”. Enfim, como versejava o genial António Aleixo “Fui polícia, fui soldado, Estive fora da Nação…, Vendo jogo, guardo gado, - Só me falta ser ladrão!"

Da série “De onde menos se espera, daí mesmo é que não sai nada”: Quarto Ano, Episódio 2

Bem sei, Mestre Paciência, que no Braga recuperaste para a prática do futebol profissional casos aparentemente perdidos como Miguel Garcia, Custódio, ou Alain… Mas… transformar Postiga aos 29 anos em Acosta ou Djálo aos 25 anos em Nani? Será que já se viu algo de semelhante desde que Lázaro se levantou e andou? E caso tenhas descoberto o segredo da ressurreição Mestre, porque ficar por Postiga e Djálo? Porque não alargar este programa de novas oportunidades a Caneira, a Pedro Silva, a Grimmi ou, quem sabe, mesmo, a Purovic (se este ainda por aqui… tropeçasse)?
Quero acreditar, Mestre Paciência, que apenas pretendes proteger aquisições como Rubio, RvW, Carrillo, ou Capel da pressão dos adeptos, fazendo a sua integração de forma mais gradual. Mas “proteger” a equipa do Sporting com a dupla Postiga Djálo, uma espécie de Laurel & Hardy do futebol?!? Ambos são, à sua maneira, previsivelmente imprevisíveis - são tão complicativos que nunca ninguém consegue antecipar a forma como, inevitavelmente, irão perder a bola.
No caso de Djáló, será com a sua tradicional recepção (des)orientada, será passando-a precisamente para as costas do lateral, ou será saindo directamente com ela pela linha de fundo para mais um... touch down? Postiga é ainda mais versátil: será com o enésimo fora de jogo, será com mais um tropeção após encosto do central adversário (bem sei que no Porto isso resultava, mas, meu amigo, há quatro anos que estás no Sporting…), será com o seu poderoso remate de 40 jardas, será com uma enleante fuga para as linhas laterais para atrapalhar os extremos e laterais, ou será com o seu conhecido olfacto pelo golo, concluindo de forma implacável, com a cabeça ou com os pés, frente à baliza?
Enfim, não nego que ambos dão tudo o que têm, mas… será que aquilo que dão é suficiente para integrarem o plantel de uma equipa com a história e tradição de um Sporting Clube de Portugal? Quanto a Mestre Paciência, recordo as sábias palavras de Bertrand Russel -  “na vida nunca se deveria cometer duas vezes o mesmo erro; afinal, há bastante por onde escolher…”

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

5 mais e 5 menos do Sporting (até agora)

Já passaram algumas semanas e depois de uns comentários azedos e troca de alguns impropérios aqui no blog, está na altura de ser eu a arriscar e fazer uma primeira avaliação.

Pela negativa:
(-5) Djálo - Desta vez ela foi uma aposta regular, não se pode queixar ninguém sem ser dele próprio. Está na altura de ele sair. Não está à altura do clube.
(-4) Arbitragens - Ano novo, vida velha! Mau demais... ainda hoje tivémos o primeiro jogo da 2ª jornada e lá está o mesmo de sempre ... é muita fruta!
(-3) Evaldo - Por culpa do seu colega na frente ou não, a verdade é que Evaldo não engata e já está a começar o seu segundo ano no clube e também não tem estado à altura do clube.
(-2) Postiga - Muita coisa boa até chegar a altura de rematar à baliza. Aí aparece tudo o que de pior tem. Não tem perfil de matador. Não está à altura do clube.
(-1) João Pereira como capitão do Sporting é uma vergonha. Está mal por tantas razões que um dia destes escrevo um post sobre isso.

(+1) 50.000 pessoas em Alvalade na apresentação foi bonito de se ver. Um mês depois desse jogo o lastro positivo já se esgotou. É pena!
(+2) Carriço fora da Equipa - Talvez o único grande ponto a favor de Domingos.
(+3) Diego Rubio - vejam o post to Rui Monteiro de há duas semanas!
(+4) Jéffren - Apesar de muito pouco ainda ter jogado, o que mostrou parece indiciar muitas alegrias! Haja fé!
(+5) Rinaudo - Não gostei muito de o ver na pré-época mas nos jogos a sério está a mostrar-se um leão. Espero que continue assim!

Saudações Leoninas,

O que se perde quando não vemos o Postiga jogar

Munido d’”A Bola”, preparava-me para uma análise mais detalhada das ocorrências do jogo de ontem. Ouvindo o relato, com os comentários do Joaquim Rita, e lendo a “A Bola”, qualquer um se sente à vontade para dizer alguma coisa. Não é tanto pelo que ouve ou pelo que lê. É que depois de ouvir o que ouve ou de ler o que lê, fica plenamente convencido que pior não consegue fazer.

Mas um leitor (JPaulo) enviou-nos a mais notável descrição de uma jogada (de ontem) do Postiga que alguma vez alguém escreveu. Depois disso, não há nada que se possa dizer que não esteja nesta descrição. Aqui vai ela com algumas adaptações (que ele me perdoará).

“[…] um cepo da equipa adversária passa-lhe a bola e ele fica inesperadamente isolado. São daqueles momentos em que, com qualquer outro jogador, saltamos instantaneamente, acelera-se-nos o batimento cardíaco e sai-nos um: "Vai c******!..". No caso do Postiga, só se nos adianta o pescoço e levanta o sobrolho. Pensamos, "Que merda vais fazer desta vez, c*******?!".

Recebe a bola, vira-se e, perante a possibilidade de isolar o gajo que estava ao lado ou de progredir para a baliza, opta pela solução que não passa pela cabeça do comum dos mortais. Com a sua classe e elegância, num movimento lento, mas com um estilo a caminhar para o do Pedro Barbosa, inclina o corpo e prepara a parte de dentro do pé...

(Naquele momento, percebemos que ele vai tentar o chapéu. Baixamos o sobrolho, começamos a encostar de novo pescoço e preparamo-nos para levantar a mão que irá esmurrar o sofá).

... a bola bate na canela e sai em direcção à linha lateral, do outro lado; mas devagar, que é para dar tempo de nos recompormos antes do jogo recomeçar.

É tudo isto que perdemos quando não assistimos aos jogos do Sporting”.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Cumprir promessas

Tinha dito aqui que a manterem-se o Postiga e o Djaló a titulares deixava de ver os jogos do Sporting. Assim, hoje, limitei-me a ouvir o relato.

Prometo, agora, que se o Postiga e o Dajló continuarem a ser titulares, não só deixo de ver os jogos do Sporting como de ouvir os relatos.

Tácticas

1. Sempre afirmei que a principal táctica de uma equipa é impedir que, no jogo, o adversário aplique a sua. Sempre acreditei que tinha razão. Nunca imaginei é que este conceito pudesse ser levado tão longe como o fez Ilídio Vale. Estamos na final e o resto é dor de cotovelo.

2. “A Bola” é uma excelente leitura de férias. Leva à minúcia a discussão de temas absolutamente fundamentais para a nossa vida colectiva. O título da página dezasseis chama-nos imediatamente à atenção para um tema candente desses: “É oficial: Luisão já está na galeria dos notáveis”. Aí nos informam de coisas tão surpreendentes como o “facto de Luisão estar próximo de cumprir o encontro 300 significa que já tem muitos anos de clube”.

3. Na última página, Vítor Serpa verte por nós umas lágrimas de crocodilo. Avança destemido afirmando, “razão tem o Sporting em ter ficado com a pedra no sapato, depois da primeira jornada. [… a equipa do Sporting] precisa de tudo menos que seja destruída por factores alheios à verdade do jogo. Um azar que pode acontecer a qualquer um? Pode, mas não tem acontecido”. Agradece-se a súbita coragem, embora fosse importante que “A Bola” informasse a quem é que nunca acontecem azares. Descobrir o azarado é pouco e revela, ainda, pouca coragem.

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Freitas Lobo, o oftalmologista

O Freitas Lobo não nos cansa de surpreender com ângulos de análise que a nenhum mortal ocorreria. N’ “A Bola” de hoje explica-nos que o “jogador em campo é um … produtor de jogo. Parece óbvio, mas não é tão linear. Porque gera esse jogo a partir de onde o observa e como o observa. Por isso, a importância da posição e talento (características) estarem em sintonia o mais possível. A soma dessas posições com as características faz a organização da ideia de equipa. A produção de jogo pode assim mudar se mudarem os pontos de observação (e acção). Os jogadores que observam mais coisas no jogo têm, também, capacidades de o desequilibrar em acções individuais, raramente o conseguem colocados preferencialmente num flanco. O seu ponto de observação e acção fica limitado”.

Esta é uma ideia radicalmente nova. Assim se explica como o estrabismo do Diamantino lhe permitiu ver mais coisas ao mesmo tempo que o comum dos jogadores, transformando-o num dos melhores jogadores portugueses de sempre. Quem pensa que o Futre foi o que foi por ter um pé esquerdo fenomenal, engana-se. Futre foi o que foi porque era vesgo.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Jornais Desportivos

Lendo alguns posts mais recentes, bem como alguns dos comentários feitos pelos nossos mais fieis leitores, uma velha dúvida assalta o meu espírito: dentro do panorama jornalístico-desportivo nacional o que deve um Sportinguista ler? A Bola? Record? O Jogo?

Existirá algum jornal 'sério'? Será que um jornal desportivo pode ser 'sério' ou mesmo a sério?

Estou cansado desta hipocrisia silenciosa de pretensas isenções.


Não seria melhor se os nossos jornais desportivos se assumissem como por exemplo o fazem os jornais espanhóis? Ou como os canais de televisivos de "notícias" nos EUA?

Até que isso aconteça vou-me deixando levar pelas capas (sim sou mais velha guarda - gosto de ler o jornal em papel e ler antes que alguém o amarrote - mariquices!)

Saudações Leoninas,

P.S. Se o caro leitor tiver as mesmas dúvidas que eu, aconselho a leitura ocasional do Jornal do Sporting. Em primeiro lugar faz bem ao ego e em segundo lugar ajuda a manter o mais antigo jornal de clube da Europa.

Boladas à parede

Sousa Tavares, n’ “A Bola” admite que o Sporting foi prejudicado. Mas, citando Gerardo Vandrei (“Quem sabe, faz a hora/não espera acontecer”), diz também que não se soube colocar fora do alcance de um erro da arbitragem, contrariamente ao que sempre faz o Porto. Se bem o compreendo, o Porto não esteve com meias-dúvidas e para se pôr fora de um erro de arbitragem tratou de arranjar o Olegário. Aliás, de outra maneira também não se teria colocado fora do alcance de um erro de arbitragem, o que tornaria a comparação do Sousa Tavares inconsistente, o que seria de todo impossível. Citando Schopenhauer, Kant e Hegel, chama-se a isto "falar de barriga cheia".

N’ “A Bola” também, o Cruz dos Santos mantém a fleuma habitual. O erro a favor do Benfica foi sem querer, assim como os dois erros contra o Sporting. A nós não nos passa outra coisa pela cabeça. Nem percebemos, sequer, como ao Cruz dos Santos lhe possa passar pela cabeça que alguém não acredite que os árbitros erram sem querer. Acreditamos todos nisso. Acreditamos também que o Cruz dos Santos é completamente imparcial e isento e não quer fazer de nós parvos.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Comparações

O Benfica marcou um golo com o Nolito em fora de jogo cerca de dois metros. O Sporting viu-lhe ser anulado um golo por fora de jogo numa jogada em que Postiga estava cerca de dois metros em jogo. O Benfica foi beneficiado em termos absolutos? Claro que foi. De outra forma teria, “ceteris paribus”, marcado menos um golo. E foi beneficiado em termos relativos? Tendo sido beneficiado em termos absolutos bastava que nenhum dos principais adversários o não tivesse sido também para ser beneficiado em termos relativos. No que respeita ao Sporting, foi beneficiado em termos relativos duas vezes.

O Porto ganhou o jogo com um penalty, aparentemente (só digo aparentemente, pois estaremos cá para ver os penalties que serão marcados contra o Porto nas mesmas circunstâncias), bem assinalado. O Sporting não ganhou o jogo porque, entre outras razões, viu não lhe ser marcado um penalty a seu favor tão ou mais flagrante do que o que foi assinalado a favor do Porto. O Porto foi beneficiado em termos absolutos? Não. Foi beneficiado em termos relativos? Sim. Teve um penalty a seu favor, mas o mesmo não aconteceu, em idênticas circunstâncias, a um seu adversário directo (Sporting).

O Sporting foi prejudicado em termos absolutos e relativos. Em termos absolutos, porque, na prática, lhe foram anulados dois golos que lhe teriam dado uma vitória folgada. Em termos relativos, porque os seus adversários ou foram beneficiados (Benfica) ou não foram prejudicados (Porto).

A culpa é do Xistra? Só em parte. O Xistra assegurou que o Sporting fosse prejudicado em termos absolutos. Os outros árbitros nos outros jogos asseguraram, em articulação com o desempenho dele, que o Sporting também fosse prejudicado em termos relativos.

domingo, 14 de agosto de 2011

Um dia depois e ainda a bater na mesma tecla

Vamos ver o jogo de ontem contra o Olhanense com um olhar mais distante e com outra frieza. A equipa parece uma equipa e isso diz praticamente tudo quando se pretende efectuar qualquer comparação com o passado recente. A equipa tem um modelo de organização o que, quando se está em presença de qualquer fenómeno de acção colectiva, é o mínimo que se espera.

A equipa pressiona bem a saída da bola dos adversários e procura recuperá-la rapidamente. Quando a recupera, consegue mantê-la. No passado recente, mesmo contra uma equipa de bidões, não conseguíamos a percentagem de posse de bola que tivemos ontem.

No momento decisivo, as jogadas estão a falhar. As culpas são de vária ordem, mas a principal tem um nome: Postiga. Não são só os golos que falha (o remate à entrada da grande área isolado e a cabeçada a dois metros da baliza, definem-no). Jogando a equipa num 4x3x3, tem mania de vir às laterais trazendo os centrais para atrapalhar os extremos e laterais que lá estão. Estes, mesmo que consigam sair da embrulhada em que ele os meteu, não podem fazer nada a seguir porque não está ninguém no meio, onde ele devia estar, a quem dirigir a bola. Quando recua para receber a bola, invariavelmente a perde ou demora a passá-la ou passa-a mal. É apanhado em foras-de-jogo sistemáticos por estar distraído e não se saber movimentar nos momentos certos. Quando se joga um futebol mais directo, não ganha uma única bola aos defesas. Passa o tempo todo a jogar em “souplesse” como se estivesse num campeonato de patinagem artística ou de natação sincronizada.

Mas não são só os disparates seguidos. É a sensação de irritação e ansiedade que vai transmitindo aos outros jogadores e, principalmente, aos adeptos. Às tantas, toda a gente assobia a toda a gente. A margem de tolerância, mesmo para com os outros jogadores, vai diminuindo. Ou o Domingos o tira ou corre o risco de queimar os outros jogadores com a teimosia.

sábado, 13 de agosto de 2011

Para mim, chega

Antes de começar a malhar, afirmo que este foi o melhor jogo do Sporting nos últimos anos. Sobre isso não tenho quaisquer dúvidas.

Agora o azar não existe. O que existe é incompetência. A incompetência habitual do Postiga. A incompetência habitual do Djaló. Não é mais possível continuar a vê-los jogar. Ou eles saem ou deixo de ver os jogos do Sporting e de escrever aqui. Para mim, chega.

Este árbitro ainda tem dentes?

Antecipação do Título de “A Bola”: Benfica resiste ao Campeão Gil Vicente!!!


Muito boa entrada em cena do Benfica, conseguindo impor um empate fora contra o Campeão da "Liga Orangina", o colosso Gil Vicente! Artur - o seguro de vida, Garay – o novo patrão, Javi – el comandante, Emerson – muito consistente, Aimar – a magia de el mago, Witsel - que maravilha, Saviola - com a corda toda, Nolito - um caso sério, um Benfica com inúmeras soluções, eis alguns dos merecidos elogios que se ouviram na rádio ou na TVI durante a transmissão do jogo. E a turma encarnada apenas não conseguiu vencer, porque, afinal, do lado dos Galos mora só… o Laionel… Enfim, como dizia o Barão de Itararé, “o tambor faz muito barulho, mas... é vazio por dentro”...

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Há um ano

Há um ano era quinta-feira. Há um ano estávamos a dois dias de iniciarmos o campeonato. Há um ano a confiança não era muita: uma muito vaga luz ao fundo do túnel chamada Liedson.

Passado um ano as coisas são diferentes. Não é quinta mas sexta-feira. Não faltam dois mas um dia para começarmos o campeonato. A luz ao fundo do túnel dá pelo nome de Domingos.

Desde há um ano que eu e Júlio Pereira, primeiro, e o Sérgio Barroso e o João Domingos, depois, temos vindo a fazer este blogue.

Desde há um ano, como se vê, tudo mudou, só nós é que não.

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Hipocrisias

Nisto do futebol somos todos um pouco hipócritas!
Quantos ficaram verdadeiramente indignados com a agressão a Pedro Proença?
Alguns até terão achado pena ter sido um lampião a dar-lhe!
Porquê? O homem não estava a ajudar o suficiente!

E quando Scolari deu um sopapo no Dragutinovic?
Quem se indignou verdadeiramente com isso? Se são do porto dirão que sim.
Todos os outros nem por isso, calculo! Alguns ainda ficaram a ver as imagens em slowmotion só para ver se lhe acertou ou não.
Chato era o Scolari estar suspenso durante o Mundial.

E quando Sá Pinto afinfou no Artur Jorge?
Alguém para além dos familiares do Artur Jorge se indignou com o assunto?
Chato era o Sá Pinto ficar sem jogar, isso sim era um problema.

Se você se indigna com estas coisas, os meus parabéns... é melhor homem que eu!

Brincando

Brincando num jogo a brincar goleámos o Luxemburgo. Seja como for, foi bom, muito bom mesmo. Nós demos mais dois para a selecção: o Patrício e o André Santos. Esperemos que os estimem. É que tão cedo não arranjamos mais.

Como nós não os voltamos a arranjar e os outros nunca os arranjaram, dentro de muito poucos anos vamos voltar às vitórias morais e aos europeus e mundiais pela televisão. Nada que não se adivinhasse quando vimos os festejos da vitória da Taça UEFA transformados na sessão de encerramento da Copa América.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Moches

São os pormenores que decidem os campeonatos. Só que os pormenores não ficam para a história dos vencedores. Há dois anos o Benfica ganhou o campeonato. Ninguém se atreve hoje a dizer que não foi com mérito. Não me ocorre dizer que não foi também. O contrafactual não muda a realidade; nem sequer a reescreve. O Benfica jogou metade da época contra dez jogadores. É um facto. Sem isso teria ganho o campeonato na mesma? Não sei. Nunca saberemos. O que sei é que não me lembro de, em Alvalade, alguma equipa adversária ter visto jogadores expulsos, contrariamente ao que aconteceu com os jogadores do Sporting.

Os árbitros são o que são e daí não vem nada de novo. Agora, os jogadores, treinadores, direcções e adeptos têm feito o que devem para alterar esta situação? Não. O que é preciso fazer?

Primeiro, não vale a pena andar a reclamar com o árbitro quando já estamos a perder ou a empatar a quinze minutos do fim por não expulsar os adversários depois destes terem feito sucessivas faltas. Quando um jogador sofre uma falta mais dura e antidesportiva, nem que seja a primeira, tem que se atirar para o chão e contorcer-se como se o tivessem matado. Depois, a equipa deve organizar imediatamente o “moche” respectivo sobre o árbitro. Não estou a defender que andemos a correr atrás do árbitro pelo relvado fora como os do Porto fizerem com o José Pratas. Só temos que fazer sem exageros o que faz qualquer equipa que não seja uma equipa de meninos. O treinador e o banco também têm que ajudar. Por fim, o público tem que apoiar. É preciso assobiar e apupar o antijogo dos adversários e os árbitros que com ele contemporizam.

O Javi Garcia foi expulso no ano passado em Braga por várias razões. A principal não foi a de ter esmurrado o adversário. Andou a fazer o mesmo ao longo de toda a época e não foi expulso por isso. Foi expulso porque o Alan levou um soco no peito e deitou-se no chão aos gritos e a rebolar-se agarrado à cabeça. Foi expulso porque o banco do Braga se levantou imediatamente e, com o resto da equipa, organizou o respectivo “moche” junto do árbitro. Foi expulso porque a assistência não teria permitido outra decisão.

Será que vamos fazer o que devemos ou continuamos, como habitualmente, a assobiar os nossos jogadores? Depois não venham com as habituais lágrimas de crocodilo no fim dos jogos.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Onyewu ou outro parecido

Os centrais servem para diversas coisas. A linguagem pós-moderna sobre o futebol identifica um conjunto de funções que almas simples, como nós, estavam longe de imaginar. A maior parte delas nem percebemos quais são, tal a sofisticação da língua-de-trapos a que o Freitas Lobo e seguidores recorrem.

Nós somos dos antigos. Para os antigos, um central serve para meter medo aos avançados. O melhor central de sempre que vi a jogar foi o Mozer. Não era só a altura e a agressividade. Era, sobretudo, a cara bexigosa de homicida das favelas.

Isto tudo para falar do Onyewu. Não sei se é bom ou mau. Mete-me é um pouco de confusão as conclusões tão definitivas que têm sido publicadas. Não jogou bem contra o Valência e o Málaga. Mas parece que toda a gente se esqueceu do jogo contra a Juventus. Nesse jogo, o Luca Toni só começou a tocar na borracha e a criar algum perigo depois dele sair. Também não me lembro de nenhum golo de canto, livre ou em qualquer outra situação do género com ele em campo.

O Sporting tem sido uma equipa de meninos. Não me posso esquecer de um jogo contra o Benfica no ano passado. Primeiro o Javi vai calcar o Polga. O Polga em vez de se atirar para o chão a gritar que o tinham matado, põe-se a fazer queixinhas ao árbitro. O árbitro faz a cena do costume de atribuir a culpa a ambos. Depois, embrulham-se no lance, os dois agarrados, e o árbitro marca penálti. Não só levámos com o penálti da ordem como o Javi ainda se ficou a rir.

Este ano não pode ser assim. Pelo que vi no Braga não vai ser seguramente assim. Se o Javi ou outro qualquer for calcar um dos nossos tem que ter a certeza que alguém se encarrega, no momento seguinte, de lhe calcar o hipotálamo. Quem saltar com os cotovelos abertos com um dos nossos tem de ter a certeza que pode ficar sem dentes.

É para isso que quero o Onyewu ou outro parecido.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Caro mas bom

Saiu caro mas valeu a pena. Em troca, resta-me citar a melhor definição que alguma vez li sobre o Pereirinha:

“Pereirinha continua com aquela postura de gajo incapaz de declarar-se à miúda de quem gosta desde a 4ª classe”.

Cacifo do Paulinho

sábado, 6 de agosto de 2011

Rubio, amor à primeira vista

Entretive-me, à tarde, a ler um artigo sobre economia comportamental. Um daqueles artigos que nos explicam que os agentes económicos não são tão racionais como o Adam Smith os pintou. Aquele ideia que “não é da bondade do homem do talho, do cervejeiro ou do padeiro que podemos esperar o nosso jantar, mas da consideração em que eles têm o seu próprio interesse” nunca me convenceu. Se tivesse que andar a comer pizzas congeladas dias sim dia não porque a filha gosta e a mulher não tem tempo para fazer o jantar, não nos teria metido nas alhadas que nos meteu. Bem, segundo esse artigo, nós tendemos a fazer diagnósticos preconceituosos, isto é, tendemos a fiar-nos na primeira impressão e isso é mau.

Estava nestas profundas leituras quando o Sérgio me despertou com um sms a avisar que o Postiga e o Djaló continuavam a titulares no jogo contra a Udinese. Munido deste arsenal analítico, desloquei-me ao Flávio para dar o benefício da dúvida a estes dois estarolas. O senhor Flávio informou-me que havia mais clientes a querer ver o Braga. Nunca gostei de viver em Braga. É desta que vou outra vez para Lisboa.

Regresso a casa e às minhas leituras. Passado um bocado, acedo a um daqueles “links” marados que nos deixam com os olhos a ver estrelas e a cabeça como a do Yeltsin ao acordar. Vejo os últimos quinze minutos. Confirmo o que sempre soube. O diagnóstico preconceituoso é uma treta. Não há nenhum amor como o amor à primeira vista. O meu é o Rubio.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

De derrota em derrota até à vitória final

É preciso perder para perceber o óbvio. A entrada do Djaló e do Postiga a titulares só pode querer dizer que o Domingos pretendia demonstrar pela última vez que com eles não vamos lá. Parafraseando Tomislav Ivic, os dois “sono finiti”. Não acredito que os voltemos a ver tão cedo.

Apesar da derrota, parece haver matéria-prima para trabalhar. O Rinaudo confirma-se. O Rubio esteve excelente. O Jeffrén é craque. O Carrillo surpreendeu. O André Martins parece ser alternativa. Saber jogar à bola, parecendo que não, ajuda.

Agora, continuamos a sofre golos com uma enorme passividade dos nossos jogadores. Os laterais estão cada vez piores. O João Pereira está permanentemente desconcentrado. No lance do terceiro golo parecia um júnior. No segundo golo esqueceram-se de fechar na esquerda. No primeiro, ninguém do meio-campo acompanhou a movimentação do Júlio Baptista e, de repente, estavam mais jogadores do Málaga na zona de remate do que do Sporting. É preciso saber fazer compensações.

O Rodriguéz pareceu-me bem. Tenho dúvidas quanto ao Onyewu. Gostei de o ver tentar arrancar a perna do adversário pela anca. Também gostei de ver os adversários tão impetuosos a virarem-se a ele enquanto estava no chão e depois de ele se levantar a pensarem duas vezes no que lhes podia acontecer. É sempre bom os adversários perceberem que temos alguém que está disponível para lhes desatarraxar a cabeça. Agora isso e a altura podem não chegar. Mas quem inventou o Paulão também será capaz de pôr este grandalhão a jogar alguma coisa. Para o peditório do Carriço já dei.

Há muito trabalho pela frente. Mas também há razões para ter esperança.

Ainda sobre centrais e barracas

[Na mouche]
"Na minha opinião a defesa é o sector mais exposto à capacidade ou incapacidade táctica de um treinador. O facto de tantos elogiarem o Paulão do Braga, um mau central em quase todos os parâmetros qualitativos de um central, é no fundo um elogio ao Domingos." RFA



[Relaxa e goza]
Para quem atravessou os célebres 18 anos da "equipa em construção", a paciência foi uma coisa que se perdeu com Carlos Queirós e a sua super-equipa. Mas também não é preciso perceber muito de futebol para  saber que não há boas equipas feitas no micro-ondas. Isto serve para explicar que, subscrevendo totalmente a afirmação do RFA, me parece que ainda é cedo e é pouco para saber se com estes centrais a coisa não se governa. Logo temos mais matéria para análise. Uma coisa é certa, "como quem não marca se arrisca a sofrer", os problemas da defesa até são capazes de se resolver se o ataque não for tão miserável como frente ao Valência.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

O enterra

Há jogadores que são sempre mais culpados do que outros. O guarda-redes, na dúvida, é sempre culpado. Se não for do guarda-redes, a culpa é dos centrais. Pode ser injusto mas é assim que as coisas são.

O guarda-redes não é o problema. O Patrício é o melhor guarda-redes português e um dos melhores do campeonato, para muitos, como eu, é mesmo o melhor. Sobra o problema dos centrais.

Já mudámos de centrais um ror de vezes. Mas todos mudam menos um: o Carriço. Se não fosse por outra razão, o Carriço é o enterra. Mas há outras razões. O Carriço está sempre à beira de um ataque de nervos. O ar permanentemente angustiado não engana ninguém. Mais, ainda somos liderados por alguém que está sempre angustiado.

O Carriço, como disse várias vezes, nem é muito rápido, nem muito alto, nem muito forte. Está a meio de todas essas qualidades. Não serve, portanto. Então, porque razão nunca sai? Mistério!...

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Os jogadores são todos iguais, mas há uns mais iguais do que outros

No rescaldo do jogo contra o Valência vale a pena deixar mais um apontamento. Não podemos colocar todos os jogadores no mesmo saco por perderem este jogo. Não são todos iguais e mesmo os que venham a ser iguais serão mais iguais do que os que já eram.

Descodificando, não podemos colocar no mesmo saco os novos e os antigos jogadores. O Carriço, o Evaldo, o Postiga e o Djaló são uns nabos. Quanto a isso ninguém tem dúvidas. Deram provas jogos atrás de jogos que assim são.

Os que entraram de novo podem vir a revelar-se uns nabos também, mas não podem deixar de ter o benefício da dúvida. Contratámos demasiados jogadores para não enfiarmos algum barrete. No entanto, só vamos saber isso lá mais para a frente. Até lá, calma e confiança no trabalho do Domingos.