Há dois tipos de pessoas: as que compreendem este boicote dos árbitros aos jogos do Sporting, que são as mesmas que compreendem também o último teorema de Fermat, e as outras. O Miguel Guedes, do Trio de Ataque, é dos que sabe tudo sobre Fermat. Ontem apresentou como principal razão para o boicote o facto de o Presidente do Sporting ter realizado uma conferência na última Sexta-feira. O argumento parece-me sólido. A Sexta-feira sucede à Quinta e precede o Sábado e só os que andam mais distraídos é que não percebem esta sequência. Rui Oliveira e Costa, um matemático português ilustre, percebeu este argumento, mas contrapôs que a conferência de imprensa se deveria ter realizado uma semana antes. Era também numa Sexta-feira, sucedendo à Quinta e precedendo o Sábado, mas era uma semana antes. Uma semana antes não é a mesma coisa que uma semana depois.
Nuno Perestrelo, que é dos que sabe que não existe nenhum conjunto de inteiros positivos x, y, z e n com n maior que 2 que satisfaça a expressão x^n+y^n=z^n, afirma hoje n’ “A Bola” que o Sporting não se queixa de forma sustentada dos árbitros, tendo-se voltado ao “vocês sabem do que estou a falar”. Mantendo o estilo coerente que caracteriza Cruz dos Santos e outros jornalistas d’”A Bola”, afirma noutro ponto que “Rui Silva, o árbitro do FC Porto – Gil Vicente, não sabe o que todos sabem: que Otamendi tinha de ser expulso no penalty a favor do Gil Vicente. Se não sabe isto não pode ser árbitro”. Que os dirigentes do Sporting não conheçam Fermat de lado nenhum, compreende-se. O que não se compreende é que, quando criticam os árbitros, não sustentem as acusações recorrendo a quem sabe de matemática, como Nuno Peretrelo.
Informam-nos que o Presidente do Sporting e o Presidente da APAF estiveram a negociar, mediados pelo Presidente da Liga. Agradecia que me informassem o que é que estão exactamente a negociar. É que quem, como eu, só fez matemática a copiar, não compreende a negociação e muito menos os termos de um futuro acordo.
"Post" dedicado ao meu amigo Luís Brites, benfiquista e, contrariamente ao que o pai dele pensa, brilhante aluno de Análise Matemática e Álgebra Linear e Geometria Analítica no Instituto Superior Técnico.
Caro Rui Monteiro,
ResponderEliminarEu penso que Godinho Lopes sabe muita matemática! E talvez por isso, acedeu ao pedido de Fernando "da Liga" Gomes, para conversar com o "xará" Guilherme da APAF, no sentido de ambos tentarem dar expressão à fórmula resolvente desta equação de grau elevado. Um bom matemático nunca recusa qualquer possibilidade de contribuir para a evolução da ciência dos números, que o mesmo será dizer, das letras!... Mas para grande surpresa de Godinho, o "xará" Guilherme não estava minimamente interessado em discutir matemática. O que ele queria mesmo era discutir quem é que o Sporting iria apoiar para o Conselho de Arbitragem nas próximas eleições da FPF. Esta é a história que de "fonte segura" alguém teve a amabilidade de me contar. Agora percebo a razão porque os dois Luises não puderam chegar a consenso: meras questões matemáticas!!!...
Um leonino abraço (sem matemáticas!)
Caro Álamo,
ResponderEliminarNão ponho em causa o que diz e muito menos a sua fonte. Essa teoria anda a correr por aí. Esta questão do boicote envolve jogos de sombras. Sobre isso não tenho dúvidas. Agora esse jogo de sombras foi precipitado pelos árbitros e não foi ele que precipitou a tomada de posição dos árbitros.
Agora, não acredito que esse jogo de sombras envolva dessa forma tão directa o Sporting. Há muito tempo que o sporting não tem poder nenhum. O Porto teceu desde há duas décadas uma teia de depndências que não dá aos seus adversários qualquer margem de manobra. Ttodas as associações dos mais diferentes estilos dependem de forma mais directa ou indirecta do Porto. O Benfica dispõe do poder fático e mediático. Ao Sporting resta-lhe o poder de, ao cair para um lado ou para o outro, dar maior legitimidade a quem ganha. Mas só isso. Seja quem for que ganhe, o sporting nunca ganha nada.
Acho que tudo isto resultou de uma tomada de posição irreflectida dos árbitros. Essa precipitação colocou aos olhos de todos esse jogo de sombras que existe há muito. Por isso é que todo este disparate tem suscitado uma grande incomodidade em quem pensava tratar este assunto no sossego de uns jantares nos sítios do costume. Só assim se justifica este afã do Presidente da Liga.
Mais, mesmo que nos oferecessem de mão beijada o poder todo, nós encarregar-nos-íamos de arranjar um Vítor Pereira qualquer que nos tramasse.
SL
O Sporting não se queixou mesmo de forma sustentada. Tive oportunidade de ler o Nuno Perestrelo no facebook - e ele estava a falar das declarações do Carlos Freitas no fim de um jogo.
ResponderEliminarCito aqui uma conversa dele com um sportinguista que, pelos vistos, é amigo dele, o também jornalista Joel Neto:
Queixa sustentada seria a) A IDEAL: fulano tal janta com cicrano no sítio tal e recebe dinheiro para isto e aquilo b) A POSSÍVEL: Assumir as dores e fazer algo que chamasse realmente a atenção. Dizer, por exemplo, como demagogia, claro, que o Sporting devia ter quatro pontos (três do primeiro jogo), que o Porto devia ter 1 (do primeiro jogo, por causa do penalty de que todos se queixam e zero do segundo, em que ficaria a perder e só com 10 aos 2 minutos), que o Benfica devia ter 1 (zero do primeiro - fora de jogo de Nolito no golo - e um do segundo (penalty por marcar para o Feirense).
O que se passou foi que os sportinguistas se queixam de tudo isto, mas o Carlos Freitas, chamado a pronunciar-se, disse apenas "vocês viram o mesmo que eu". Ou seja o Sporting não assume qualquer dor. Queixa-se de quê? Vagamente incompetência? Há casos concretos para apontar. Porquê calá-los com um "vocês sabem bem?".
Percebes?