sexta-feira, 19 de abril de 2024

Sem desculpas

Esgotadas as desculpas [que dava a mim próprio] para não ver os jogos do Sporting, mandei fazer a revisão ao “pacemaker” e fiz-me ao caminho, isto é, preparei-me para ver o jogo [do Sporting] contra o Famalicão. Os primeiros trinta ou trinta e cinco minutos foram entediantes, com o Sporting permanentemente a atacar e o Famalicão a defender como podia e não podia [ou não devia, mas podia]. O Pedro Gonçalves marcou um golo e um defesa não gostou e marcou-lhe os pitões no peito do pé um pouco mais tarde. 

Cada um marca o que pode e como pode e a mais não é obrigado. Os comentadores descreveram e explicaram muito bem explicadinha a calcadela [ou o calcão] no Pedro Gonçalves, não dispensando abundantes referências geográficas e anatómicas, embora esse diagnóstico não tivesse produzido qualquer conclusão prática [a palavra “penalty” não deve fazer parte do livro de estilo]. O árbitro não viu ou viu assim-assim e ficou à espera do que o vídeo-arbitro, o ajudante do vídeo-árbitro e o ajudante do ajudante do vídeo-árbitro pudessem ter visto. Não ficámos a saber se tinham [ou não] visto e o que tinham visto, se viram alguma coisa, mas não deixarão de nos explicar um dia destes, num programa de televisão perto de si. 

A partir dessa primeira meia hora, os jogadores do Famalicão passaram a padecer de uma doença com sintomas um pouco estranhos. Quando se aproximavam de um jogador do Sporting atiravam-se para o chão, rebolando agarrados à cara. Admiti que se tratava de uma doença contagiosa dos jogadores do Sporting e essa seria a razão para os amarelos que o árbitro lhes foi mostrando, sabendo [como sabe e todos sabemos] que o Rúben Amorim os substituiria na primeira oportunidade e eliminaria o risco de propagação da doença.

Na segunda parte, os jogadores do Famalicão vieram mais rijos e espevitados enquanto os do Sporting pareciam mais cansados e expetantes. Podia continuar neste ramerrame, descrevendo a inconsequência do Famalicão e a aflição do Sporting na segunda parte e como o resultado permaneceu. Poder, podia, mas não é fácil falar sobre tudo e sobre nada só para encher chouriços e cumprir esta promessa de continuar, jogo após jogo, a escrever crónica após crónica até ao final do campeonato. Faltam cinco jogos, cinco crónicas.

[Conforme este ou aquele jogador se foi destacando, assim a imprensa lhe foi arranjando destino para a próxima época. Pouco a pouco, deixaram de existir jogadores disponíveis para mais e mais notícias, mais e mais transferências. Sobrava o Rúben Amorim, mas até a ele já lhe arranjaram destino. O futebol, o jogo, pode esperar, enquanto se discute mais esta transferência]  

12 comentários:

  1. Mais um texto dequeles em q à medida q se vai lendo o sorriso se vai abrindo! e nisto não são só os belos tempos q vamos vivendo a ajudar, são os textos mesmo.

    Quanto à bola: não se consegue perceber como raio não joga já o Sporting equipado à Liverpool!! Não faz sentido nenhum não o fazer! Não faz sentido...

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    1. Meu caro,
      Com tanta crónica, a imaginação começa a falhar e a falhar muito. Não é simples escrever algo que motive alguém a vir de propósito a este blogue lê-lo, jogo após jogo, a este ritmo alucinante de dois jogos por semana, em média. Esperemos que no próximo jogo entre em campo um rinoceronte ou um grupo de lutadores de sumo para que a realidade ultrapasse a imaginação e, assim, se dispense a minha [falta] de imaginação. Entrarmos equipados à Liverpool também ajudaria, embora neste caso se trate de uma confirmação da realidade que a imaginação ainda não alcançou.
      Abraço,
      RM

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    2. Não tem andado nada a falhar nas crónicas!

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  2. Já agora, embora atrasado, aqui vai a nova versão dos primeiros versos da Balada da Neve, de Augusto Gil:

    Bate, bate levemente
    Como quem chama por mim,
    Será chuva, será gente?
    Gente não é certamente e o
    Di Maria não bate assim.

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    1. Meu caro,
      Os dois jogos contra o Sporting fizeram-lhes mal. Estranhamente saíram muito animado e muito confiantes, depois de serem eliminados da Taça e ficarem a sete pontos para o campeonato. Noutras circunstâncias talvez tivessem entrado mais desconfiados com esta equipa do Marselha.
      Abraço,
      RM

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  3. Caro Rui Monteiro
    Faltam cinco crónicas até ao final do campeonato, mais a da final da Taça e todas as demais da próxima época.
    São crónicas imperdíveis, mas também imorredouras, que não podem acabar.
    abraço

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    1. Caro Carlos Antunes,

      Muito obrigado pelas suas referências. Escrevemos para agradar a quem nos lê. O agradecimento dos outros é um incentivo para continuarmos. O problema está nas múltiplos dificuldades e obstáculos que a vida, a vida de todos os dias, nos coloca no caminho e nos [re]tira tempo e disponibilidade [mental].

      Até ao final de época, vale a pena apreciar cada jogo e cada crónica. Depois, bem, depois logo veremos [como diz o ceguinho].

      Abraço,
      RM

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  4. Se nós estamos todos quase exautos só de ver, sabe-se lá como andaram os joelhos dos jogadores. De qualquer forma, a partir de agora, a média desce vertiginosamente, é um jogo por semana até ao fim. Respiremos, enfim, para ganhar força para levantar o caneco!
    SL, Miguel

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    1. Caro Miguel,

      Não tenho tanta certeza do que diz. Ficaria menos cansado se jogasse em vez do Esgaio. Ver jogar aquele homem jogar deixa-me exausto, com os nervos descontrolados. Como é evidente, estou a brincar consigo.

      SL
      RM

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