sexta-feira, 19 de junho de 2015

Medir o futuro

“Para se avaliar a esperança, há-se de medir o futuro”. A esta frase do Padre António Vieira acrescento outra: para se medir o futuro é necessário saber de onde se parte. Como dizem os economistas, para se definir um objectivo é necessário conhecer a “baseline”.

O Sporting fez grandes progressos nos dois últimos anos. Fez estes progressos por referência ao passado também. Com Leonardo Jardim ficámos em segundo lugar e obtivemos o apuramento directo para a Liga dos Campeões. O mérito é sempre relativo. Obteve-se este resultado não se participando nas competições europeias e sendo-se eliminado precocemente na Taça de Portugal. Jogaram-se menos jogos que os nossos adversários. Por outro lado, o Porto esteve abaixo do expectável.

Com o Marco Silva, o Sporting consolidou a sua posição e fez alguns progressos. Participou, e bem, na Liga dos Campeões. Ganhou a Taça de Portugal. Ficou em terceiro lugar, fazendo uma média de pontos idêntica à da temporada passada. O mérito também é sempre relativo: o Porto esteve melhor do que na época passada (pior seria impossível).

Com Jorge Jesus, para se obterem alguns avanços, é preciso fazer mais e melhor. Tendo em consideração este ponto de partida (a tal “baseline”), o Sporting terá que, no mínimo, participar na Liga dos Campeões, ficar em segundo lugar no campeonato e ganhar a Taça de Portugal. Se não se conseguirem o primeiro e o terceiro objectivos, então, no mínimo, o Sporting tem de ser campeão. Menos do que isto é fazer pior do que no passado.

Não sou daqueles que considera que os meios justificam os fins. Sou um ingénuo. Mas vamos por uma vez admitir que só interessam os fins. Se no final da época não ganharmos o campeonato, Bruno de Carvalho perde em toda a linha e o Jorge Jesus também. Nem mais, nem menos. Não se muda para igual e, muito menos, para pior.

4 comentários:

  1. E se o SCP lutar por ser campeão até ao fim, ou, vá lá, até Abril (a última vez foi com Paulo Bento)? E se jogarmos um futebol melhor e mais competitivo do que aconteceu nestes últimos 6 meses? Também "perdemos em toda a linha"? E, se "o mérito é sempre relativo" (e é) não acha que tem relevo na análise do trabalho dos nossos últimos 2 treinadores os respectivos pontos de partida? É que um começou do nada, formando uma equipa a partir de jogadores desacreditados pela pior classificação da nossa história, a que somou miúdos e aquisições de custo mínimo, construindo uma equipa, e outro tomou conta dessa equipa feita e rotinada, sem Rojo, mas com Nani, sem, creio eu, ter melhorado a sua qualidade de jogo e competitividade. E não devo ser só eu a avaliar de modo diverso o rendimento desses 2 treinadores, pois um foi-nos levado pelo Mónaco e outro, bem, não foi. SL! JPT

    ResponderEliminar
  2. Temos de deixar a emoção de lado, e ser racionais.
    Há diversas combinações que permitem, chegar ao fim da época, com um sentimento de dever cumprido.

    Existem no entanto duas condições, que têm de ser cumpridas, caso contrário temos de considerar automaticamente a época como um falhanço:
    1) Vitoria na Pre-Eliminatoria da Champions League, com consequente acesso á fase de Grupos
    2) Minimo de 2º lugar no campeonato, para igualmente garantir o acesso directo á fase de grupos da Liga dos Campeões, na epoca de 2015/2016.

    Sem estas duas vitorias, automaticamente podemos considerar a época falhada financeiramente, e tambem desportivamente.

    Depois em termos de taças, temos:
    1) Vitoria da Taça da Liga contra rival Benfica
    2) Vitoria da Taça de Portugal

    Aqui, mais uma vez, o objectivo minimo, passa por vencer uma destas duas taças. Se vencermos as duas, diria que ja excedemos as expectativas.

    Em resumo,

    Campeonato: Superação de Objectivos : 1º Lugar
    Objectivo Minimo: 2º lugar

    Taças Internas: Superação de Objectivos: Taça de Portugal + SuperTaça
    Objectivos Minimos: Taça Portugal OU Supertaça

    Competições Europeias: Superação de Objectivos : Oitavos Final Champions League ou Final Liga Europa
    Objectivo Minimo: Fase Grupos Champions League



    Tem que ser isto!


    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Meu caro,

      Bem medido o futuro. O problema é se falha o objetivo intermédio de apuramento para a Liga dos Campeões. Se falhar este objetivo, só ficando em segundo lugar e conquistando a Taça de Portugal é que se supera o desempenho do ano anterior.

      SL

      Eliminar
  3. Caro Rui,

    Estou totalmente de acordo que o "baseline" está cada vez mais elevado. Isso em si é positivo. O único aspecto com o qual não concordo diz respeito à Liga dos Campeões. Este "playoff" é uma eliminatória ingrata. Tanto nos pode calhar uma equipa contra a qual seria uma catástrofe não passar, como podemos ter a "sorte" de nos calhar uma equipa que torne "aceitável" a presença na Liga Europa. Eu diria que nestas coisas das competições Europeias o mínimo é não perder com um Grasshoppers qualquer e deixar a pele em campo.

    SL

    ResponderEliminar