Começámos este blogue numa época com o Bettencourt a Presidente e o Paulo Sérgio a treinador. Previa-se o pior. Só que o pior de ontem não é o pior de hoje. Esperávamos fazer uma época risível mas, no fim, por muito risível que fosse, ficaríamos, na pior das hipóteses em terceiro ou quarto lugar. Ficámos em terceiro. Num contexto destes, a comédia não dá origem a nenhuma tragédia. Num contexto destes há muita coisa para se escrever no registo irónico que adotámos.
Na época seguinte, as coisas começaram a ser diferentes. A certa altura estávamos a um ponto da frente. Ganhávamos com naturalidade no campeonato e na Liga Europa. Quando as coisas correm bem, não é fácil manter o registo irónico e a escrita tende a tornar-se num exercício enfadonho. Mas rapidamente, voltámos à comédia sem tragédia. Acabámos em quarto. Estivemos quase, quase, na final da Liga Europa. Perdemos a final da Taça de Portugal, em mais um registo de comédia. As coisas voltaram a animara, portanto.
Esta época, com o Godinho e o Sá Pinto esperava-se mais do mesmo. Estávamos garantidos. Só que deixou de haver comédia. Passou só a haver tragédia. Não há alento para se escrever num quadro destes.
Ontem ganhou o Bruno de Carvalho. Espero pouco dessa vitória. Espero que regresse a nossa condição trágico-cómica. Se assim for, isto ainda pode ter piada. O problema é se continua a tragédia. É que se ela continuar, não há espaço para a comédia. A comédia transforma-se em pura farsa.
Quando já ia chegar ao fim da leitura, e preparava o comentário, vi que o Rui me tinha "roubado" a ideia.
ResponderEliminarDe facto, receio que o que nos espera seja uma farsa. Que dispensávamos bem.
Caro Carlos as coisas não podiam continuar com o mesmo registo...
EliminarMudar é sempre bom, mas só se descobre o resultado após mudar. Sem mudar-mos continuariamos sempre no mesmo nível de mediocridade.
Tem todo o direito a estar desapontado, mas não menospreze aqueles que querem a mudança.
Um abraço Sportinguista
Caro António Gomes,
EliminarOxalá a realidade venha a desmentir o meu pessimismo.
Como eu me sentiria feliz!
Saudações Leoninas
Caro Rui Monteiro,
ResponderEliminarGostava de lhe pedir, que me acompanhasse numa pequena viagem ao passado. Recue a 1755 e imagine-se em Lisboa. Uma fraca gente, sempre empanturrada de uma mania congénita sem qualquer sustentação, com fracos reis e líderes políticos ainda mais fracos, viu a sua capital arrasada. E agora, que fazer?! Do meio dos escombros e das lágrimas bem lusas da inoperância, levantou-se um homem, que tratou dos vivos, enterrou os mortos, fez um desenho de modernidade para Lisboa e começou a trabalhar. Hoje admiramos a obra realizada há quase 300 anos e quase reconhecemos ser das poucas coisas de que nos orgulhamos, no meio do chauvinismo típico que nos vicia há séculos e... esquecemos o homem. Mas era portuguêse e, na véspera da hecatombe, não valia cinco reis de mel coado. Era um como tantos outros cujos nomes repousam na tumba do esquecimento.
Não quero comparar Lisboa depois do "tsunami", com o Sporting de hoje. Nem o Marquês com Bruno de Carvalho. Mas desejaria que no meio do seu cepticismo, esquecesse por um momento o que define - com alguma razão - a "nossa condição trágico-cómica" e admitisse que algum dia poderá "entrar-nos pela porta adentro", sem que ninguém o espere, um outro Marquês...
É impossível?! Quem no-lo poderá garantir?!...
SL
Gostaria de houvesse likes em comentários de blogs... O comentário anterior merecia-o bem...
EliminarChama-se a isso esperança, e se não a tivermos, seja a que nível for, de que vale a vida?
Este comentário foi removido pelo autor.
EliminarConcordo com a visão realista do Rui e com a nossa condição trágico-cómica mas não nego o espaço à visão esperançosa do caro Álamo. Algo pode nascer da ruína. Contudo lembro o antigo ditado popular, próprio da esperançosa época dos Descobrimentos, «sempre que Deus lança uma nau, o Diabo vai ao leme».
ResponderEliminarSó espero que desta vez tenhamos o Diabo certo.
Trindade, deixe-me tratá-lo assim :-), Nós precisamos de um diabo ao leme. Mas um diabo para os nossos adversários, e não para nós
Eliminarpróprios.
Por isso "se o for, que o seja" :-)
Meus caros,
ResponderEliminarNão há Presidentes de facção. Há um Presidente. É o meu Presidente. É o Bruno de Carvalho e ponto final.
Agora, ser o nosso Presidente não o livra da nossa faca afiada. A democracia não existe sem exigência.
Agradeço os comentários, uns mais cépticos, outros que conjugam o cepticiamos com a ironia, outros mais esperançosos. Todos elevados com compete a um bom sportinguista.
Um abraço
Ora bolas, vamos deixar o homem fazer a primeira asneira. não contando para tal o Inácio e o Virgílio...
ResponderEliminarO que pode acontecer de pior? Não irmos à UEFA? Vender um jogador para pagar salários? Ter de refundar o clube?