Caiu-me uma pilha de livros aos pés quando andava a procurar um outro qualquer. É o resultado de um trabalho diligente que eu e a minha filha temos levado a cabo para transformar um escritório num armazém de papeladas percorrido por fios e decorado de material informático variado.
Um dos que caiu foi “o Jogador”, de Dostoievsky, que li há muitos anos de uma penada, numa noite, numa edição da conhecida Colecção RTP.
Nunca mais me esqueci do que li. A personagem aparentemente joga por amor. Até que o jogo e o amor entram em contradição insanável. Ganha o jogo. O personagem descobre que o amor não é mais do que um pretexto para o jogo, um capricho de jogador.
Ser do Sporting ou de outro clube qualquer também é um vício de jogador. Há uma componente afectiva nesta opção, mas o que queremos é jogar, ganhando. Como qualquer jogador, temos os nossos fetiches. Colocamos as nossas fichas em certas cores e em certos números, neste caso, no Sporting e nalguns dos seus jogadores. É por esta razão que somos do Sporting. Tudo o resto serve para justificar o vício, para dar sentido ao sofrimento de vermos um jogo sempre à espera que, por vezes, o impossível aconteça.
Palavras sábias, meu caro. O sportinguismo é isso mesmo.
ResponderEliminarMeu caro,
EliminarNão se vê futebol ou outro desporto qualquer como se vê cinema ou ópera. No futebol, vemos um jogo e queremos que o nosso clube ganhe e mais nada. A dimensão artística e cultural não interssa nada. De nada nos interssa assistir a um grande jogo se o nosso clube não ganhar. Preferimos um mau jogo que o nosso clube ganhe do que um bom jogo em que ele perca.
SL
Morada de trabalho do árbito Luis Ferreira (que ontem arbitou o Sporting B - lampiões B )
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