terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Uma visão política

Entramos agora no último terço do campeonato, a sua recta final. Apesar de andarmos todos fartos de política (e políticos), hoje procuro aqui imaginar o que diriam os mais altos dirigentes desta nação do que o Sporting fez até aqui. E já agora, como os políticos são peritos em previsões, acerca do que podemos esperar do resto da época.
Se a Troika fosse convidada a analisar a situação do Sporting observaria que estamos claramente a jogar acima das nossas possibilidades. O Primeiro-Ministro, por sua vez, diria que o desempenho é excelente e nos aproximamos de um ponto de viragem. Mas diria também que a redução de salários é para continuar e no final da época iria por todos os nossos jogadores em leilão (à pressa, como os quadros do Miró). Não há alternativa a vender as jóias, os anéis e os dedos, acrescentaria. O seu vice, Paulo Portas, diria que estamos em grande e que em Junho vamos estar a celebrar o campeonato nas principais feiras do país. E se por algum acaso não ganharmos a culpa será seguramente do Jorge Gonçalves ou do João Rocha. Seguro teria dito no Domingo à noite que é uma vergonha não estamos em primeiro com a equipa que temos; e na 2a à noite que o título é uma miragem inalcançável com a equipa que temos. Jerónimo de Sousa, num estranho alinhamento com Bruno de Carvalho, diria que a época do Sporting mostra que não precisamos dos empresários e do seu capital especulativo. Mas depois criticaria Bruno de Carvalho pelo processo do Elias e do Bruma, apontando-os como casos típicos de "patrão explorador". João Semedo ou Catarina Martins diriam algo de diferente de Seguro e de Jerónimo, qualquer coisa. 
Neste caso até me sinto envergonhado por dizer que espero que o "Paulo Portas" desta história esteja certo. Mas receio que, irrevogavelmente, a Troika terá a última palavra e seremos "empurrados" para um lugar condizente com as nossas possibilidades. A bem ou a mal. Futebol e política, se calhar não são assim tão diferentes...

3 comentários:

  1. São, são! O futebol é alegria do povo. Já a política dominante tem sido a desgraça do mesmo. Olha-se para o panorama geral dos nossos políticos do arco do poder e só vemos maus executantes, péssimos treinadores, tristes exibições e miseráveis resultados. Só mesmo ao nível dos dirigentes são igualmente maus.
    SL

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  2. Caro João,

    Completamente de acordo. Já dizia o Gary Lineker, esse Henry Kissinger do futebol internacional, no fim ganha a Alemana.

    SL

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