terça-feira, 3 de maio de 2011

Os árbitros contra a crise

A crise que vivemos em Portugal tem várias designações possíveis. De qualquer modo, resulta de défices permanentes da nossa balança de transacções correntes. O nosso futuro está na capacidade que tivermos de exportar todos os bens e serviços possíveis.

A Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP) percebe melhor isso do que ninguém e não tem perdido tempo. Efectuou recentemente um protocolo com a Associação Nacional de Treinadores de Futebol para esse efeito. O treinador português não sendo tão bigodudo como no passado continua a dispor de um enorme potencial nos países emergentes. Temos exportado autênticos “vintages”, como o Queiroz (Irão), o Jaime Pacheco (China), o Manuel Cajuda (Emirados Árabes Unidos) ou o Toni (Arábia Saudita).

Mas a AICEP deve ir mais longe. Há no futebol português mais bons produtos de exportação. Em países não democráticos e sem imprensa livre, mas que dispõem de abundantes recursos naturais ou dimensões populacionais significativas (sendo, portanto, países com grandes perspectivas de crescimento económico), os árbitros portugueses têm todas as condições para serem bem valorizados. São árbitros que apoiam o regime, seja ele qual for. São árbitros que sabem que não só errar é humano como, muitas vezes, é obrigatório. São árbitros que se podem trocar por camelos sem que ninguém dê por isso.

2 comentários:

  1. É com gente assim que vamos para a frente. Parabéns

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  2. Caro anónimo,

    Temos que exportar tudo o que pudermos. A troika não viu esta possibilidade e, portanto, desconfio da sua competência económica.

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