quarta-feira, 11 de maio de 2011

E se…? História Virtual da Última Década do Sporting

E se a Revolução Americana não tivesse acontecido? E se a Inglaterra se tivesse mantido fora da Primeira Guerra Mundial? E se Hitler tivesse invadido a Grã-Bretanha ou derrotado a União Soviética? E se Kennedy não tivesse sido assassinado? E se na URSS não tivesse surgido Gorbachev?
Estes são os interessantes desafios que nos são colocados por Niall Ferguson (não, não é esse…) no seu “História Virtual”. Adepto da história contrafactual, Niall Ferguson e uma equipa de conceituados historiadores, propõe-nos os possíveis cenários de evolução, caso certas decisões ou acontecimentos tivessem ocorrido de forma distinta.
No caso do futebol do Sporting na última década, poderíamos realizar exercícios equiparáveis: E se Mourinho tem mesmo ficado como treinador principal do Sporting na época 2000/2001, conseguiríamos reassumir a hegemonia no futebol português? E se Jardel não tivesse “enlouquecido” e continuasse ao seu nível por mais três ou quatro épocas no Sporting? E se Peseiro naquela semana fatal tivesse ganho aqueles três jogos decisivos, onde estariam ele e o Sporting hoje? E se Paraty tivesse apitado aquela falta de Luisão sobre Ricardo no desafio decisivo da Luz? E se aquela azarada carambola ao poste de Nicolae que nos daria o 2-2 contra o CSKA tivesse mesmo entrado? E se, nesse malfadado jogo, Rochemback tivesse conseguido fazer o 2-0 já na segunda parte num livre indirecto dentro da área? E se na época seguinte, Duarte Gomes (sim, esse mesmo…) tivesse expulsado (como devia) Ricardo Quaresma por uma entrada bárbara sobre Tonel (ainda por cima já com amarelo…), quando ainda estavam onze contra onze e o resultado em 0-0 num decisivo Sporting – Porto em Alvalade (se o Sporting tivesse ganho passava para a frente do campeonato a poucas jornadas do fim)? E se na época logo a seguir, o “amigo” João Ferreira, sorridente, não tivesse validado o célebre golo de Ronny obtido com a mão (com apenas mais um ponto o Sporting sagrar-se-ia campeão)? E se tivéssemos mantido a opção por Villas Boas para treinador da presente época em vez de termos escolhido o Pal Sérgio?
Claro, também, há alguns – menos, é certo – momentos favoráveis: E se Roquette tem aceitado mandar embora Acosta, como queria Matterazi no início da gloriosa época da reconquista? E se Inácio, como previsto aquando da substituição de Matterazi, se tivesse limitado a ficar nessa época como adjunto de um outro treinador a contratar? E se Jardel não tem sido contratado já após o início da época 2001-2002? E se Miguel Garcia em vez de cabecear com o ombro tivesse utilizado a cabeça naquela épica derrota vitoriosa de Alkmaar?
É verdade que em relação à parte das bolas ao poste ou dos cabeceamentos com o ombro pouco podemos fazer – esperem lá, pensando melhor, talvez possamos, afinal, fazer qualquer coisa, começando, porventura, por não renovar com aquele nosso buliçoso ponta de lança …., pois, esse mesmo. Quanto ao resto, Duque e Freitas podem seguir o conselho de Tolstoi quando nos dizia que ”o futuro não existe, realmente; ele é criado por nós, no presente.”

3 comentários:

  1. "E se Paraty tivesse apitado aquela falta de Luisão sobre Ricardo no desafio decisivo da Luz?"


    Ainda há invertebrados que dizem quem o Luisão fez falta? Priceless.

    Lembro-me de ver o Ricardo a correr para o bandeirinha e a gritar algo do género: "foi com a mão! Ele marcou com a mão!!"

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  2. Caro anónimo,

    Sempre que se fala nesse lance, recordo-me deste:

    http://www.youtube.com/watch?v=DrFLxQl0dLM

    Apesar da pouca qualidade, tente apontar as diferenças. Quanto ao lance do Ricardo, em Portugal,98% dos casos é assinalada falta...os restantes 2% corresponde a lances com o guarda-redes leoninos.

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  3. Caro Anónimo,

    Deixo-lhe apenas para leitura atenta, o comentário ao lance feito na altura por Pierluigi Collina, considerado pela FIFA o melhor árbitro de sempre:

    COLLINA CLARO: FALTA DE LUISÃO

    Considerado em 2002 e 2004 o melhor árbitro do Mundo, Pierluigi Collina avaliou, para a revista italiana 'MegaSport', o golo que ditou o triunfo do Benfica sobre o Sporting, no dérbi de Lisboa. E o transalpino não tem dúvidas sobre a ilegalidade do lance.

    "Nota-se um ligeiro contacto com o corpo do jogador benfiquista no guarda-redes do Sporting, é na pequena área e num lance de acção ofensiva, ali o guarda-redes é dono e senhor, é falta indiscutível", disse, na secção de 'internacional' da referida revista.

    Collina diz ainda que os erros "acontecem e não podem ser evitados, pois o árbitro é um ser humano", mas considera que nos jogos do Benfica contra Estoril, Belenenses e Leiria houve um pouco de "tendência benfiquista". in Correio da Manhã, 24-05-05

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