Não vi o jogo. Só comecei a ouvir o relato na fase do grande assédio do Marítimo à nossa baliza, ainda estávamos a ganhar por um a zero. Comecei-o a ouvir no rádio improvisado do telemóvel do Júlio Pereira e acabei no rádio do carro quando conduzia para casa. Nessa parte de maior assédio ouvi o relato com o coração nas mãos. Nada transmite tanta ansiedade em alturas como essas como um belo relato.
O Rui Patrício é o melhor guarda-redes português. Se o Joaquim Rita, esse imparcial benfiquista, o admite, então, ninguém tem dúvidas. É verdade que o admitiu a custo e a contragosto, mas admitiu-o.
O Zapater é capaz de ter lugar no meio campo. Neste momento, leva tantos golos como o nosso avançado revelação da época (Postiga). O segundo de hoje foi um golo de classe pura.
O Valdés é o nosso dez. Jogando no meio e flectindo, sempre que necessário, para alas, desequilibra e cria imensas oportunidades de golo, como foi o caso do nosso terceiro de hoje. Associa a isto, uma capacidade e uma qualidade de remate excepcionais.
A nossa defesa é o susto do costume. O Carriço não é como o pintam. Precisa de andar muito e muito para dar um bom central. Tenho dúvidas que até o venha a ser. Não é nem muito alto, nem muito forte, nem muito rápido. Fica a meio caminho disto tudo. O Polga, bem, o Polga está como vem estando, em plano inclinado conforme as épocas se vão passando.
O nosso treinador andava muito preocupado com o ânimo e a motivação da equipa e dos jogadores. De facto, não há jogadores e equipa que resistam animicamente a um treinador que precisa de andar mais de meia época para perceber quem são os melhores jogadores do plantel e em que posições devem jogar. Aliás, só percebe que são os melhores quando estão para ser dispensados.
O PS é um treinador sem carisma para treinar o Sporting, isso parece ponto assente, mas a verdade é que também não lhe deram o que prometeram. Onde está o plantel reforçado de forma inequívoca? Onde estão os argumentos para nos batermos com os melhores? Os ovos? E as constantes lesões em jogadores fulcrais também não ajudam a cimentar ideias, embora ache que isso não justifique tanta indecisão - o PS também tem, claro, responsabilidades nisto tudo. A boa nova é que o mau pagador de promessas já se foi. E olhando para o jogo de hoje, deve ter levado o mau olhado também. Que o PS capitalize isso e consiga um fim de temporada com dignidade e algum troféu. Se durar até lá - em Março o veremos.
ResponderEliminarSobre os destaques individuais de jogadores que dás: sublinho tudo, com a ressalva de que, para mim, o carriço sofre do mesmo problema do patrício: falta de competitividade interna, falta de um colega de posto que lhe coloque o lugar em risco, falta de um exemplo categórico do que deve ser, de um patrão. Veja-se o que o patricio cresceu com a mera chegada de um guarda-redes experiente, que à partida vinha para jogar, até pela ressonância do nome. O que ele hoje fez é incrível. Um felino.
Caro Rui,
ResponderEliminar"Onde está o plantel reforçado de forma inequívoca?"
A.Santos, Zapater, Maniche, Valdes, Salomão não são reforços inequivocos? Para alem do P.Mendes e do J.Pereira que já tinham chegado em Janeiro. Não caias na mesma conversa que é usada por tantos adeptos, de que a nossa equipa não tem jogadores de qualidade.
"Veja-se o que o patricio cresceu com a mera chegada de um guarda-redes experiente, que à partida vinha para jogar, até pela ressonância do nome."
LOOOOOOOOOOOOOL
Oh Rui essa é a frase do século. Com que então o Patricio só é bom porque se foi buscar o Hildebrand....essa nunca tinha lido, vou registar.
Sucinto e claro. Elucidatório. Parabéns.
ResponderEliminarhttp://sportingpornos.blogspot.com
pesoal, é verdade que não temos o melhor plantel, mas ao contrário de épocas anteriores parece que a malta não tem alento, falta algo não sei bem o que é mas falta.
ResponderEliminardepois temos o problema de sempre, os miudos dão uns toque na bola e já querem um ordenado ao nivel dos melhores, o caso do carriço é um exemplo, o djalo é outro, esta malta quer tudo.
há no entanto alguens gajos que não me agradam.
Enquanto tivermos que aturar o Polga, o lateral chileno,o manich... não nos safamos.
Pareceme que temos que correr com os empresários todos, são eles que viram a cabeça aos miudos, se querem jogadores oara ganharem milhões que os formem. "é correr com eles todos"
Caro Rui,
ResponderEliminarÉ verdae que o Paulo Sérgio também é vítima. Mas, não sendo a nossa equipa genial, poderia estar a jogar muito melhor, e isso é culpa dele.
Não estou tão certo que a evolução do Patrício se deva ao aumento da concorrência. No caso do Carriço, então, não sei se essa concorrência melhraria muita coisa. Acho que há problemas de base (altura e velocidade) que não se resolvem assim.
SL
Caro Mike Portugal,
ResponderEliminarAqui quem manda sou eu e, portanto, quem responde aos comentários sou eu. Isto por uma questão egocêntrica. O que o seu comentário revela é que considera o comentário do Rui mais interessante do que o meu. Se há coisa que não gosto é de concorrência e de pessoas que pensem que existem outras mais inteligentes do que eu.
SL
Caro Gonçalo Correia,
ResponderEliminarObrigado pelo comentário e felicidades para o vosso blog.
SL
Caro Campista Selvagem,
ResponderEliminarEssa questão dos empresários e dos nosso novens jogadores merece uma reflexão cuidada. Um dia destes, tratamos desse tema.
SL
Se queres ser bom, juntas-te aos bons. O carriço não devia ser o patrão da defesa aos 19 ou 20 anos, como foi, nem o patrício devia ser indiscutível aos 18, como já era. Quatro anos depois, com a chegada de um guarda-redes internacional alemão, poderá ter sentido o lugar em perigo. Se calhar aprendeu umas coisas. Mal não lhe fez. Quanto ao PS: faz o que pode, que é pouco, mas não faz muito menos do que o carvalhal, que tinha melhor. O problema está na ideia de que um ou outro podem ser treinadores do sporting. E essa responsabilidade não é seguramente deles.
ResponderEliminarCaro Rui Coelho,
ResponderEliminarO problema é esse mesmo. É começar-se a admitir que o Carvalhal e o Paulo Sérgio podem ser treinadores do Sporting. Eles fazem o que podem, mas o que podem é muito pouco.
SL