Entro no carro e começo a ouvir um relato. É o do Sporting contra Levsky de Sofia. Pensei que o jogo fosse mais tarde. O locutor, monocórdico, descreve uma jogada de ataque do Sporting. Informa-nos que o Abel, para ele, tem sido o melhor jogador em campo. Essa informação mais o tom de voz desalentado não deixa dúvidas. Estamos a perder. Temo o pior. Afinal é só um a zero.
Enquanto me dirijo para casa continuo a ouvir o relato. Nada de relevante acontece. O treinador tira um médio e mete um avançado. Depois tira um defesa central e mete um médio. Reedita-se, pela enésima vez, a táctica de, quando estamos a perder, tirar médios e defesas e meter avançados.
O jogo acaba sem grandes emoções. Comenta-se que controlámos o jogo; que os jogadores se esforçaram; que tivemos azar; que o Levsky só defendeu. Desligo o rádio.
Amanhã, quando acordarmos, o Paulo Sérgio já está despedido. De outra forma, é porque perdemos a vergonha.
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