No “Império à Deriva", de Patrick Wilcken, é relatada a fuga e instalação no Brasil de D. João VI e da Corte Real portuguesa na sequência da primeira das Invasões Francesas. De acordo com Wilcken, em pouquíssimo tempo, “uma burocracia europeia de grande escala, com todo o aparato de uma monarquia imperial absoluta, instalara-se nos trópicos. (…) Os milhares de pessoas que trabalhavam no palácio atraíam imediatamente a atenção dos estrangeiros. O grande número de cortesãos que tinham ido de Lisboa fora aumentado por uma quantidade de escravos, empregados nos jardins do palácio, nas lavandarias e cozinhas. Lá dentro, os corredores estavam cheios de supranumerários, embora, de acordo com a delegação austríaca, o serviço fosse mesmo assim mau. (…) O enviado alemão, Conde von Flemming, escreveu as suas impressões num Relatório para Berlim: (…) Nenhuma outra corte tem tão grande número de criados, assistentes de guarda roupa e especialmente criados uniformizados, cocheiros… Tamanha tendência para o orientalismo… de forma nenhuma corresponde ao seu luxo”.
Duzentos anos depois, no Reino de Alvalade, o nosso “Mourinho de Estremoz” tem, para o ajudar a sortear a equipa de futebol, nada mais, nada menos do que… cinco adjuntos! Bem sei que ”Queremos que o Sporting seja um grande Clube, tão grande como os maiores da Europa”, mas esta talvez não seja a melhor forma de o conseguir. Enfim, trata-se de uma daquelas situações típicas em que, como dizia Ambrose Bierce, economizar é "adquirir o barril de whisky [marado, acrescento eu] de que não precisamos, pelo preço da carne de vaca que não nos podemos dar ao luxo de comprar".
Duzentos anos depois, no Reino de Alvalade, o nosso “Mourinho de Estremoz” tem, para o ajudar a sortear a equipa de futebol, nada mais, nada menos do que… cinco adjuntos! Bem sei que ”Queremos que o Sporting seja um grande Clube, tão grande como os maiores da Europa”, mas esta talvez não seja a melhor forma de o conseguir. Enfim, trata-se de uma daquelas situações típicas em que, como dizia Ambrose Bierce, economizar é "adquirir o barril de whisky [marado, acrescento eu] de que não precisamos, pelo preço da carne de vaca que não nos podemos dar ao luxo de comprar".
Caro Júlio Pereira,
ResponderEliminarAo folhear o blogue vou encontrando peças (textos) dignos de grande apreço porque revelam um grau cultural superior á media, mordazes, inteligentes e muito bem escritos.
Este post tem como finalidade dizer que não é em vão se escreve assim e, que podem (devem) continuar porque é uma delicia intelectual gastar uma horas a ler o blogue.
SL