É evidente que o futebol português corre rapidamente para a
irrelevância e para o seu desaparecimento. Primeiro, porque a UEFA é promotora
de um modelo de distribuição de receitas e de acesso a provas que cava brutais
iniquidades entre países, depois porque o futebol nacional caiu num pântano de descrédito,
que vai da corrupção à agressão de atletas, que afasta qualquer investidor ou o
interesse em comprar direitos televisivos em qualquer outro local, que não seja
aqui entre os indígenas.
Mas achar que este problema de credibilidade se resolve com paninhos
quentes, é piada ou cegueira. Não pode haver paz enquanto houver injustiça,
corrupção e viciação de resultados. Não se podem reatar relações com quem
procura por meios ilegítimos e ilegais obter resultados desportivos, viciando a
verdade, influenciando árbitros, aliciando atletas, controlando a comunicação
social e corrompendo a justiça.
Não há “business plan” que salve o futebol português, sem um
banho de ética e sem uma vassourada na corrupção, que faça com que se possa
voltar a acreditar que o futebol são 11 contra 11 e no final ganha o melhor, ou
quem tiver tido a sorte do jogo.
Superada a caganeira institucional dos últimos meses, era
bom que os candidatos à presidencia do Sporting percebam que ser um exemplo ético
é respeitar a pluralidade interna – união é outra coisa e só se consegue com
títulos – e não ter qualquer tipo
respeitinho, complacência ou tolerância na apanha do polvo.
Se quiserem usar uma versão retro, vistam-se de Dias da Cunha. Se quiserem ser pós-modernos, apresentem-se de Lunático. Mas nunca se vistam de parvos.
Smiles, and
amuse themselves playing games for awhile.
Boom boom,
bang bang, lie down you're dead.”