Desta vez são o Slimani e o Rojo. Os jogadores querem ganhar mais. É legítimo. Os clubes dispõem dos seus direitos desportivos. Só estão disponíveis a transaccioná-los se ganharem o mais possível em termos, quer desportivos, quer financeiros. É legítimo também.
A legitimidade é maior ainda. Os riscos dos clubes ao fazerem contractos de três, quatro ou cinco anos são enormes. Para acertar num Slimani é necessário enfiar três barretes, ou Purovics como se quiser. A venda do primeiro não precisa só de gerar lucro por si só. Tem que pagar os Purovics também.
Os jogadores são aliciados com salários mais elevados. Os fundos pretendem recuperar o capital no mais curto espaço de tempo e com a maior rentabilidade possível. Os empresários dos jogadores ganham mais quanto maior for o número de transacções que conseguirem com o mesmo jogador.
Os clubes o que é que podem fazer? Se não têm cheta, cedem. Se não estiverem com uma mão atrás e outra à frente, estão dispostos a perder tudo e colocam os jogadores a treinar na equipa B. A solução acaba por ser a meio caminho das duas opções extremas, mas mais próxima da primeira. Os clubes fingem que não cedem e acabam por ceder num “timing” diferente e envolvendo um outro clube qualquer.
A moral da história é sempre a mesma. O futebol é um negócio peculiar. Todos os que estão envolvidos nele ganham e enriquecem, com excepção das empresas que efectivamente prestam o serviço.
Lindo! Por alguma razão fico sempre à espera de ler este blog!
ResponderEliminarObrigado.
EliminarSL
Caro Rui,
ResponderEliminarNa realidade o futebol deve ser dos únicos negócios em que os funcionários enriquecem à custa de uma empresa falida. No caso português é ainda mais flagrante.
O Sporting, depois de reestruturar a sua dívida, é um clube minimamente estável mas que herda um herança tão triste e desesperante que tem de marcar posição.
Que clube no mundo é que cede 75% de um jogador após uma compra, por menos um milhão, e depois ainda garante 20% ao clube a quem comprou? Só um doido faz este negócio, sabendo que só poderia recuperar parte do passe em Setembro de 2015.
Quanto a Slimani, forçou a saída do antigo clube por rescisão e agora quer ganhar uns milhões valentes outra vez.
Mas o que eles se esquecem é de que assinaram os contratos, com duração de mais três anos, de alma e coração.
Eu também posso achar que mereço mais dinheiro, faço tudo a tempo e horas e ainda mais do que devia, mas se pedir um aumento passado uns meses, o meu patrão vai-se rir. Não é por isso que deixo de aparecer no escritório...
Mais uma vez, o Sporting tem de lidar com pressões de empresários, jogadores e fundos e vai ter de ceder. Isto depois de um ano em que achámos todos que isto tinha acabado.
É uma herança pesada, de facto...
Maria,
EliminarAs anteriores direções andaram a dormir, especialmente a última. No caso do Rojo, o negócio como está não tem nenhum interesse para o Sporting. É preciso que alguém pague mais ao lado para que o Sporting esteja interessado em fazê-lo. De outra forma, vale mais perder tudo, que não é muito em termos relativos, e ficar com o jogador na equipa de futsal ou de andebol.
Quanto ao Slimani a coisa é diferente. Agora, é necessário que alguém bata os carcanhóis que o Sporting pretende. Se não baterem, ou o Slimani ganha juízo ou então vai fazer companhia ao Rojo no futsal ou no andebol.
Agora, o problema não é só da direção anterior. É um problema de todos os clubes. Está na hora de se unirem para não se deixarem roubar.
Um beijo.