sábado, 2 de agosto de 2014

Sem violinos

No jogo contra a Lazio, a equipa do Sporting deixou-me sentimentos mistos. Continuamos a fazer bem aquilo que sabíamos fazer bem. Talvez estejamos a fazê-lo melhor. Boa pressão colectiva à perda de bola. Recuperação rápida e circulação adequada da bola. Controlo do jogo com a bola e a jogar a um dois toques.

É impressionante a forma como Willian Carvalho faz sempre tudo bem. Houve picanha a mais nas férias, mas isso passa. O Adrien está igual ao da época passada, o que nos deixa confiantes. O André Martins parece jogar em terrenos onde pode receber mais à vontade e ficar mais enquadrado com a baliza.

A defesa está como na época passada. Continua a não dar muitas abébias. Pior o Jéfferson. Está um autêntico buraco a defender. A atacar continua rápido e acutilante, mas a decidir mal. O Cédric está melhor. Parece cada vez mais seguro a defender e tem um melhor “timing” de ataque.

Falta qualquer coisa no ataque. O Capel entope com más decisões lances sobre lances de ataque. É um desperdício. O Carrillo parece estar melhor. Não parece um corpo estranho, como muitas vezes acontecia. Não está sempre encostado à linha, movimenta-se melhor, pede mais à bola e perde-a menos. O Montero faz tudo bem menos metê-la lá dentro.

Mas tudo isto é pouco. De vez em quando é preciso uma arrancada, um desequilibro na zona central, um remate espontâneo de fora da área. Talvez o Mané possa fazer na zona central o que fez, por vezes, na época passada. Mas é arriscado quando se perde a bola e a equipa não está preparada para isso. Talvez se arranje um extremo que dê outras garantias e que marque mais golos que o Capel e o Carrillo juntos. Talvez o Ryan Gauld seja o dez que tanto ansiávamos. De outra forma, continuamos a apelar ao São Slimani.

É necessário treinar as bolas paradas. No ano passado não me lembro de marcarmos um golo de livre. Este ano vamos pelo mesmo caminho. O André Martins não é jogador para resolver este problema. O golo contra o Belenenses contou com um guarda-redes mal colocado, que se lançou à bola tarde e a más horas e que voou como se fosse um sapo.

A melhor maneira de se fazer bem alguma coisa é não se fazer asneiras. O Marco Silva não está a fazer asneiras. Aposta no que está bem, não inventa, e vai vendo como é que os reforços podem acrescentar alguma coisa à equipa. Só que se confunde não fazer nada com não fazer asneiras. Às vezes, não fazer nada é asneira.

2 comentários:

  1. Este ano, segundo o todo poderoso Bruno Carvalho, deveria ser o ano "1", época de afirmação, em que participamos na liga dos ricos, e pretendemos lutar ombro a ombro, com os outros 2 empobrecidos clubes cá do burgo.
    É no entanto curioso e ao mesmo tempo decepcionante, verificar que após termos contratado 9 jogadores (Rabia, Paulo Oliveira, Sarr, Geraldes, Rossel, Joao Mario, Gauld, Tanaka, Slavchev), nenhum oferece garantias de ser titular no curto ou médio prazo.
    Ou chovem os milhoes para levar Rojo, William ou Slimani, ou vamos mesmo começar a época tal e qual como terminamos.

    Arranjar craques, com meia duzia de tostões nos bolsos, não é facil, e o que nos vai dando algum consolo, são mesmo os golos de Arsenal, Valencia e domingo do Rio-Ave ;-)

    SL

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