Acabadinho de chegar de umas
imerecidas férias em Vénus (há que que aproveitar as promoções principalmente
aquelas para destinos verdes) tive que recuperar alguns “postes” que não pude
aceder em momento oportuno pois a rede em Vénus é miserável (nem um ponto de
FON ZON existe!). Um dos “postes” que me despertou a curiosidade foi o Analisando a transferência do Rojo, com o recurso a Sartre e
Derrida. Por formação e deformação profissional a “desconstrução”, conceito filosófico
elaborado por Jacques Derrida, sempre me atraiu pois sempre achei interessante,
e algo maquiavélica, a ideia de criticar os pressupostos dos filósofos, nem que
fosse apenas pela semântica, pondo levemente em causa a sua nobre missão da
construção de edifícios intelectuais racionalmente inquestionáveis. A famosa
pedrinha na engrenagem.
Estava eu ainda nessas púberes deambulações mentais, só
justificáveis pelos efeitos secundários das viagens espácio-temporais, quando
ouvi os comentários do J. Jesus após o jogo de hoje e, nesse momento, percebi
como o Derrida deixou escola. O desconstrucionismo
faz já parte do léxico dos treinadores de futebol,
principalmente do “melhor do mundo”. «O SLB foi
melhor e merecia ganhar o jogo» e «o SCP estava contente com o empate»? Não uma pedrinha mas sim um verdadeiro calhau em qualquer tentativa de racionalidade.E a alguns
paineleiros da tvi ouvi: «a culpa do empate foi do Artur», isto porque deu o
golo e não falam dos dois que evitou? São (ir)realidades paralelas, o discurso diz
afinal coisas diferentes das que diz! Até sempre
Derrida, Artur, Jesus e outros. E eu já com saudades de Vénus.
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