Cena: Alvalade. Cerca do ano 2010 d.C. Dois lusos meditabundos no centro do anfiteatro vazio. Crepúsculo. Um é o JOGADOR; o outro, o TREINADOR. Estão ambos pensativos e desconcertados.
JOGADOR: Nada… Absolutamente nada…
TREINADOR: O quê?
JOGADOR: Sem sentido. Vazia.
TREINADOR: Sim, claro. Mas o quê?
JOGADOR: A nossa filosofia de jogo, claro. O que estamos nós a discutir?
TREINADOR: Ah, claro, estamos sempre a discutir a nossa filosofia de jogo.
JOGADOR: Porque não tem remédio.
TREINADOR: Reconheço que é pouco satisfatória e eu próprio estou um pouco angustiado com isso. Como diz o Freitas Lobo, temos alguns princípios de jogo, mas a verdade é que os finais têm sido mais difíceis…
JOGADOR: Pouco satisfatória??? A nossa filosofia de jogo existe? Quando se define uma filosofia de jogo, o truque é começar pela defesa. Procura-se uma defesa sólida e boa e depois organiza-se a equipa de trás para a frente.
TREINADOR: Também já experimentei isso. Saiu-me uma filosofia de jogo sem ataque. Vá lá, ajuda-me, pensa numa filosofia de jogo. Entramos em campo daqui a meia hora.
JOGADOR: Eu não. Não vou meter-me numa bodega destas. Tenho uma reputação de bom jogador a defender, alguns seguidores… Os meus fãs esperam ver-me a jogar numa posição digna do meu potencial.
TREINADOR: Deixa-me recordar-te que és um jogador faminto e sem trabalho, a quem generosamente concedi a oportunidade de reaparecer na minha equipa.
JOGADOR: Faminto, sim… Sem trabalho, talvez… À espera de reaparecer, é possível… Mas bêbado?
TREINADOR: Nunca afirmei que fosses bêbado.
JOGADOR: Pois não, mas também sou. Epa, mas, prontos, vou tentar ajudar-te. E se voltássemos a uma filosofia estruturalista, tipo losango, com o Matias em “cunha” a liderar as transições ofensivas e as assistências? Ou se adoptássemos, em alternativa, uma filosofia construtivista, tipo 4-1-2-3 ou 4-2-3-1, mas com o Vuk mais descaído sobre a direita, para garantir uma melhor basculação do bloco ofensivo?
TREINADOR: Não, nem pensar nisso. Enquanto o homem for um ser racional e criativo, eu não posso, como treinador, permitir que um jogador, qual autómato, se limite a um papel pré-definido numa única filosofia de jogo. Sabes quantas filosofias de jogo podemos utilizar com 11 jogadores, em 90 minutos e num campo com dimensões 105 m por 68 m. Pois, isso, são quase…, bem, é fazer as contas… De qualquer forma, quantas filosofias de jogo por explorar, quantas nuances tácticas para variar, enfim, são hipóteses quase ilimitadas. Em verdade vos digo: a rigidez filosófica não é adequada à natureza humana e não existe na vida real.
JOGADOR: Queria só lembrar-te que não existimos na vida real. Ou ainda não deste conta que somos apenas personagens de uma peça que está a ser representada no anfiteatro de Alvalade?
TREINADOR: É esquisito, não é? Somos apenas um Treinador e um Jogador e estamos prestes a assistir a uma obra que eu escrevi que tu interpretas e eles vieram dos arredores de Lisboa, do Minho, do Algarve, de Angola ou do Canadá para nos ver. E se os espectadores não fossem mais do que personagens de outra peça? E se houvesse alguém a vê-los? Ou se nada existisse e fôssemos todos um sonho de alguém? Ou o que é ainda pior, se não existisse ninguém a não ser aquele senhor gordo do Sector A26, Fila 12, Lugar 19?
JOGADOR: Essa é que é a verdadeira questão. E se o universo não for racional e as pessoas não forem imutáveis? Desse modo poderíamos mudar a filosofia de jogo sem termos de nos sujeitar a conceitos pré-estabelecidos. Estão a compreender?
CORO (Comunicação Social): Não, de todo. Vocês estão a compreendê-lo? (Para o público). Claro que não! Eles são um Treinador e um Jogador de futebol. Comem febras com arroz malandrinho n’”O Sapo”.
JOGADOR: Isto é absurdo!
TREINADOR: Absurdo? Mas o que é o absurdo?
(ESCURIDÃO)
Falaremos do Sporting, mais mal do que bem. Falaremos também do Benfica, sempre mal. Falaremos do Porto, conformados.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
O Sporting está vivo
Fui ver a segunda parte do jogo Naval – Sporting ao hall do hotel que fica ao pé da casa onde estou a passar férias. O jogo não foi bom. A filmagem, como sempre acontece em muitos dos nossos estádios, é péssima. Não se identificam os limites do campo e o posicionamento dos jogadores dentro dele. A câmara anda numa roda-viva atrás da bola e dos jogadores.
Retenho algumas imagens. A Naval quando quis fazer alguma coisa do jogo, com a entrada de um tal de Marinho, suicidou-se com o terceiro golo.
Sofremos um golo daqueles que acontecem nas peladinhas. Num livre, marcado a meio do meio campo, a bola vai em balão para a nossa área. Dava tempo para tudo. Para o guarda-redes se sair e agarrar a bola ou para a defesa se posicionar devidamente e cortar o lance de cabeça. Alguém ao segundo poste perde o lance de cabeça e no meio da molhada um jogador da Naval remata sem saber muito bem para onde e a bola acaba por entrar ao primeiro poste.
Depois, foi um sem número de jogadas finalizadas displicentemente pelos nossos avançados. Na última delas, o Djaló e o Saleiro conseguiram o cúmulo de não marcarem. Apeteceu-me entrar no ecrã e dar um par de estalos a cada um.
Chego a casa. A minha filha pergunta-me pelo resultado. Digo-lhe que o Sporting ganhou. Pergunta-me em que lugar estamos na classificação. Digo-lhe que estamos em terceiros, atrás do Porto e do Braga. Pergunta-me em que lugar está o Benfica. Digo-lhe que deve estar para aí em nono ou em décimo. A minha filha exulta: “o Sporting está vivo”.
O Sporting está vivo. Nesta altura, basta.
Nota final: que venha lá o pinheiro que tanta falta nos faz. Já agora que não venha com o nemátodo como veio o Purovic.
Retenho algumas imagens. A Naval quando quis fazer alguma coisa do jogo, com a entrada de um tal de Marinho, suicidou-se com o terceiro golo.
Sofremos um golo daqueles que acontecem nas peladinhas. Num livre, marcado a meio do meio campo, a bola vai em balão para a nossa área. Dava tempo para tudo. Para o guarda-redes se sair e agarrar a bola ou para a defesa se posicionar devidamente e cortar o lance de cabeça. Alguém ao segundo poste perde o lance de cabeça e no meio da molhada um jogador da Naval remata sem saber muito bem para onde e a bola acaba por entrar ao primeiro poste.
Depois, foi um sem número de jogadas finalizadas displicentemente pelos nossos avançados. Na última delas, o Djaló e o Saleiro conseguiram o cúmulo de não marcarem. Apeteceu-me entrar no ecrã e dar um par de estalos a cada um.
Chego a casa. A minha filha pergunta-me pelo resultado. Digo-lhe que o Sporting ganhou. Pergunta-me em que lugar estamos na classificação. Digo-lhe que estamos em terceiros, atrás do Porto e do Braga. Pergunta-me em que lugar está o Benfica. Digo-lhe que deve estar para aí em nono ou em décimo. A minha filha exulta: “o Sporting está vivo”.
O Sporting está vivo. Nesta altura, basta.
Nota final: que venha lá o pinheiro que tanta falta nos faz. Já agora que não venha com o nemátodo como veio o Purovic.
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Rui Monteiro
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segunda-feira, 30 de agosto de 2010
Como fortalecer o famoso “Espírito de Balneário” no futebol: O papel dos líderes e de quem… dá a cara pelo grupo
Ainda a propósito da saída de Tonel e do papel fundamental que jogadores com a sua árdua experiência de vida, exemplar postura profissional e dedicação sem limites podem desempenhar enquanto líderes do balneário leonino, recordo aqui, com a devida vénia ao “Caretas do Sporting” (Luís Miguel Pereira, 2007), uma estoria ocorrida na célebre finalíssima da Taça das Taças em 1964 contra o MTK.
Os espectadores dessa histórica vitória de Antuérpia “tiveram que esfregar os olhos para verem melhor um par de estalos que Fernando Mendes aplicou em Pérides. O moçambicano entrou a uma jogada com pezinhos de lã, permitiu ao adversário húngaro cabecear à vontade, e Fernando Mendes cravou-lhe ali mesmo o correctivo. Certo é que Pérides nunca mais vacilou e foi mesmo considerado “o monstro sagrado de Antuérpia”. Era, de facto, uma família. Tudo era resolvido lá dentro”…
Os espectadores dessa histórica vitória de Antuérpia “tiveram que esfregar os olhos para verem melhor um par de estalos que Fernando Mendes aplicou em Pérides. O moçambicano entrou a uma jogada com pezinhos de lã, permitiu ao adversário húngaro cabecear à vontade, e Fernando Mendes cravou-lhe ali mesmo o correctivo. Certo é que Pérides nunca mais vacilou e foi mesmo considerado “o monstro sagrado de Antuérpia”. Era, de facto, uma família. Tudo era resolvido lá dentro”…
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Júlio Pereira
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Mais um(a) jornada (episódio) do(a) campeonato (“sitcom”) realizado(a) pela Liga (Thames)
Como disse há dias, não sei se o futebol imita a vida. No Benfica - Setúbal imitou, isso sim, um filme Série B. O guarda-redes mal amado que entra para defender um penalty e se redime. Apesar de tudo, num filme o Hugo Leal teria rematado com outras convicção e competência, mais que não seja para maior glória do herói.
Às tantas, vai-se a ver e tudo isto significa que, no fundo, o Roberto é melhor que o Júlio César ou que, pelo menos, para fazer disparates não precisa de fazer penalties. Num filme tudo acabaria aqui. No futebol, veremos o que se vai passar a seguir.
O Porto deixou-se de brincadeiras. Com o Fernando Gomes a Presidente da Liga, mais penalty ou menos penalty, já vai à frente. Este ano não vai haver túneis para ninguém, a não ser o das Antas.
Nós continuamos o processo de deslavancagem, tão típico da alta gestão financeira que nos caracteriza há uns anos. Dispensámos o jogador que, ainda há seis meses, foi a contratação mais cara de sempre. Comprámos um Torsiglieri qualquer por quase 4 milhões de euros, oferecemos, provavelmente, o nosso melhor central (Tonel) e continuamos com o Polga, que nos tem “enterrado” jogos e jogos a fio nos últimos anos.
O Braga vai salvando a pouca sanidade que ainda resta, por enquanto. Contrata bons jogadores, que estão à frente do nariz de toda a gente e parece que ninguém vê. Joga e vence competentemente, mesmo quando não convence.
Às tantas, vai-se a ver e tudo isto significa que, no fundo, o Roberto é melhor que o Júlio César ou que, pelo menos, para fazer disparates não precisa de fazer penalties. Num filme tudo acabaria aqui. No futebol, veremos o que se vai passar a seguir.
O Porto deixou-se de brincadeiras. Com o Fernando Gomes a Presidente da Liga, mais penalty ou menos penalty, já vai à frente. Este ano não vai haver túneis para ninguém, a não ser o das Antas.
Nós continuamos o processo de deslavancagem, tão típico da alta gestão financeira que nos caracteriza há uns anos. Dispensámos o jogador que, ainda há seis meses, foi a contratação mais cara de sempre. Comprámos um Torsiglieri qualquer por quase 4 milhões de euros, oferecemos, provavelmente, o nosso melhor central (Tonel) e continuamos com o Polga, que nos tem “enterrado” jogos e jogos a fio nos últimos anos.
O Braga vai salvando a pouca sanidade que ainda resta, por enquanto. Contrata bons jogadores, que estão à frente do nariz de toda a gente e parece que ninguém vê. Joga e vence competentemente, mesmo quando não convence.
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sábado, 28 de agosto de 2010
De Bravos Leões no Relvado, a... Patos Bravos no Mercado!
Nestes lentos dias alentejanos, acompanho, perplexo, as últimas movimentações do Sporting no mercado. Sinama Pongolle, de longe a nossa aquisição mais cara das cinco últimas épocas (6,5 M€), é emprestado, já em desespero de causa, ao Saragoça, depois de oito meses praticamente passados na bancada de Alvalade. Tonel, certamente o nosso central mais consistente e fiável dos últimos cinco anos e o único com capacidade efectiva no jogo aéreo nas duas áreas (para além da vantagem adicional, como bem disse o Rui Monteiro, de ser também o único com cara de mau e com o mau perder típico da velha escola de centrais do Porto…), depois da inexplicável ostracização a que foi votado neste início de época, terá sido praticamente… oferecido ao Dínamo de Zagreb. Entretanto, continua na bancada sem ser convocado o central argentino Torsiglieri, contratado esta época por 3,7 M€, quando, provavelmente, os dois melhores centrais do campeonato, ambos do Braga - Moisés e Rodriguez, não custam, cada um, mais do que esse valor.
Enfim, tal como na fábula do Sapo e do Boi de Esopo, o Sporting de Bettencourt continua a encher o peito, procurando ultrapassar, em disparates, o Benfica de Filipe Vieira. Espero que a história não tenha o mesmo triste fim.
Enfim, tal como na fábula do Sapo e do Boi de Esopo, o Sporting de Bettencourt continua a encher o peito, procurando ultrapassar, em disparates, o Benfica de Filipe Vieira. Espero que a história não tenha o mesmo triste fim.
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Júlio Pereira
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sexta-feira, 27 de agosto de 2010
E se …
A bola é redonda, são onze de cada lado e, por vezes, ganhamos. Não sei se o futebol imita a vida mas, pelo menos, permite uma metáfora como esta.
Ganhar, como ganhámos hoje contra o Brondby, é como começar de novo. Começar de novo, apesar do Bettencourt, da história recente, dos árbitros, da Liga ou do Postiga.
E se o Djaló começar a cumprir aquilo que prometeu quando o vi jogar pela primeira vez, há cerca de cinco anos, no Torneio do Guadiana? E se o Nuno André Coelho é o central que tanto precisávamos? E se o Carriço se transforma no líder que todos esperamos? E se o Maniche ainda é o mesmo que o Mourinho treinou e que foi o melhor jogador do Euro 2004? E se o Patrício, finalmente, nos começa a fazer recordar o Vítor Damas?
E se …
Nota final: caro Júlio Pereira, compra lá mais uma vez o “kit” do Sporting ao miúdo. Pelo sim, pelo não, compra-lhe a camisola do Liedson.
Ganhar, como ganhámos hoje contra o Brondby, é como começar de novo. Começar de novo, apesar do Bettencourt, da história recente, dos árbitros, da Liga ou do Postiga.
E se o Djaló começar a cumprir aquilo que prometeu quando o vi jogar pela primeira vez, há cerca de cinco anos, no Torneio do Guadiana? E se o Nuno André Coelho é o central que tanto precisávamos? E se o Carriço se transforma no líder que todos esperamos? E se o Maniche ainda é o mesmo que o Mourinho treinou e que foi o melhor jogador do Euro 2004? E se o Patrício, finalmente, nos começa a fazer recordar o Vítor Damas?
E se …
Nota final: caro Júlio Pereira, compra lá mais uma vez o “kit” do Sporting ao miúdo. Pelo sim, pelo não, compra-lhe a camisola do Liedson.
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Rui Monteiro
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O Dia da Vitória de Brondby: Ganhar 3-0 é Notável - Ganhar 3-0 com Postiga, Abel e Djáló é Histórico!
A cena ocorre no acampamento leonino no dia da Batalha de Brondby (26 de Agosto de 2010). O Rei Paulo Sérgio faz a revista às suas tropas. Os leões têm 8 cavaleiros efectivos, 3 escudeiros e 200 bravos apoiantes para opor aos 11 cavaleiros, aos 3 juízes e aos 25 mil vikings que os aguardam nas planícies de Brondby, entusiasmados com a vantagem nórdica obtida na Batalha de Alvalade.
De súbito, o Rei Paulo Sérgio é abordado pelo Ministro Costinha, que contesta a utilização dos escudeiros Abel, Postiga e Djáló, dizendo que, na prática, o Reino de Alvalade apresenta apenas oito cavaleiros efectivos nesta Batalha decisiva. Lamenta-se, pois, da falta de mais cavaleiros para pelo menos tentar equilibrar um pouco a enorme diferença dos efectivos de combatentes. O Rei Paulo Sérgio toma, então, a palavra e, inspirado por Shakespeare, pronuncia o seu histórico discurso:
“Quem expressa esse desejo? Tu, meu caro Ministro Costinha? Não, meu simpático amigo; se estamos destinados a morrer, o nosso Reino não tem necessidade de perder mais homens do que nós aqui temos; e, se devemos viver, quanto menor é o nosso número, maior será para cada um de nós o quinhão da glória. Pela vontade de Deus! Não desejes nem um homem a mais, te rogo! Por Júpiter! Não sou avaro de ouro, e pouco me importo se vivem às minhas expensas: sinto pouco que outros usem minhas roupas: essas coisas externas não encontram abrigo entre as minhas preocupações; mas se ambicionar a honra é pecado, sou a alma mais pecadora que existe.
Não, por fé, não desejeis, hoje, nenhum homem a mais no nosso exército. Paz de Deus! Não quereria, pela melhor das esperanças, expor-me a perder uma honra tão grande, que um homem a mais poderia quiçá compartir comigo. Oh! Não ansieis por nenhum homem a mais! Proclama antes, através do meu exército, Costinha, que aquele que não for com coração à luta poderá retirar-se: daremos um passaporte e poremos na sua mochila uns euros para a viagem; não queremos morrer na companhia de um homem que teme morrer como companheiro nosso.
O Dia da Vitória de Brondby: aquele que sobreviver este dia voltará são e salvo ao seu lar e colocar-se-á na ponta dos pés quando se mencionar esta data, ele crescerá sobre si mesmo. Aquele que sobreviver este dia e chegar à velhice, a cada ano, na véspera desta festa, convidará os amigos e lhes dirá: "Amanhã é o Dia da Vitória de Brondby". E então, arregaçando as mangas, ao mostrar-lhes as cicatrizes, dirá: "Recebi estas feridas no Dia da Vitória de Brondby."
Os velhos esquecerão; mas, aqueles que não esquecem de tudo, lembrar-se-ão todavia com satisfação das proezas que levaram a cabo naquele dia. E então nossos nomes serão tão familiares nas suas bocas como os nomes dos seus parentes: o Rei Paulo Sérgio, o Rui Patrício, o Nuno André Coelho, o Carriço, o Evaldo, o André Santos, o Maniche, o Liedson, o Vukcevic e até os escudeiros Djáló, Abel e hãaa, sim, isso mesmo, imaginem, até o Postiga, serão ressuscitados pela recordação viva e saudados com o estalar dos copos.
O bom homem ensinará esta história ao seu filho, e desde este dia até o fim do mundo a festa do Dia da Vitória de Brondby estará sempre na nossa recordação, na lembrança do nosso pequeno exército, do nosso bando de irmãos; porque aquele que verter hoje seu sangue comigo, por muito vil que seja, será meu irmão, esta jornada enobrecerá sua condição e os cavaleiros que permanecem agora no leito de Alvalade irão considerar-se como malditos por não estarem aqui, e sentirão sua nobreza diminuída quando ouvirem falar daqueles que combateram, hoje, aqui, connosco, no Dia da Vitória de Brondby”.
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quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Momentos Únicos: Vitória Épica em Southampton (4-2) do Sporting de "Big Mal"
“Momentos únicos” é o nome desta categoria de posts (não confundir com posts de categoria…) que aqui se inicia, sempre sustentada em imagens de situações inesquecíveis do Sporting ou do futebol português ou internacional.
Embora continue a suspeitar da subtil ironia implícita à designação da categoria, não posso deixar de agradecer esta sugestão ao nosso amigo portista Pedro Figueiredo. Reciprocamente e como prova de amizade, não vamos iniciar esta categoria com imagens daquele momento cínico, perdão, único de 2000 (até porque o Rui Monteiro já a ele se referiu no post anterior…), pois, esse mesmo, enfim, vocês, portistas, sabem do que estou a falar.
Assim e para servir de inspiração ao decisivo jogo de Brondby de hoje, nada como começar por recordar o grande Sporting de “Big Mal” de 1982 e os seus 4-2 para a Taça UEFA em Southampton, equipa capitaneada, na altura, pelo genial Kevin Keegan. Que saudades das excentricidades de “Big Mal”, do seu Whisky e dos seus charutos. Que saudades daquele tridente infernal: o Oliveira, o Jordão e, sobretudo, o grande Capitão Manel…
Quem é que hoje em Brondby não quer ficar na história? Como dizia Cícero, quanto maiores forem neste desafio as nossas dificuldades, maior será, no final, a nossa glória. Força, Leões, mostrem a vossa garra!
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Acosta: um herói improvável (*)
A época de 1999-2000, quando, quase vinte anos depois, voltámos a ser campeões, foi memorável. Talvez tenha sido a última ou, mesmo, a única em que sofri seriamente com os jogos e o percurso do Sporting.
Retenho dessa época várias imagens, sensações, jogadas, golos. Algumas heróicas, outras nem tanto. Tínhamos um treinador, contratado como adjunto à espera de um salvador, que assistia aos jogos apertando uma santa nas mãos e que sempre que esta lhe faltava substituía o inevitável Pedro Barbosa pelo não menos inevitável Toñito. Tínhamos o melhor guarda-redes do mundo que, cansado de o ser, tinha decidido vir para o Sporting.
Mas tínhamos o Acosta e isso quase sempre chegava. Nós sabíamos, os adversários sabiam, o que acontecia quando tinha a bola e olhava a baliza.
O Secretário sabia o que ia acontecer quando fez o atraso suicida em Alvalade que acabou nos seus pés. Nós também sabíamos.
O Jorge Coroado ainda tentou desafiar o destino quando o mandou repetir o penalty que tinha marcado contra o Campomaiorense no jogo da segunda volta. Ele repetiu-o, da mesma maneira e com os mesmos resultados, com a determinação e confiança de quem o poderia continuar a fazer pela noite fora.
Mas lembro-me com especial comoção do jogo com o Marítimo, a três jornadas do fim. O Porto, depois de ter estado a ganhar por 3-1, deixou-se empatar com o Farense. O jogo do Sporting com o Marítimo era um pouco mais tarde. A nossa vitória colocava-nos a um pequeno passo do título. Vi o jogo num café em Viseu rodeado de amigos.
O jogo foi o suplício do costume. Não éramos, nunca éramos, muito melhores do que os outros e, portanto, o resultado era incerto. As imagens do jogo, como sempre acontece quando as transmissões são do Estádio dos Barreiros, eram péssimas. Sempre que havia um pontapé de baliza, um passe mais longo ou um centro a bola teimava em fugir do ecrã.
Até que o Acosta fez o que sabíamos que ia fazer. Uma simulação, uma finta e o defesa a fazer penalty. Acosta marca. Numa jogada pela esquerda, um jogador do Sporting centrou para o segundo poste, a bola atravessou toda a defesa e alguém, fora do ecrã, apareceu a marcar. Não precisámos da imagem para nada. Nós sabíamos quem tinha sido.
Chamávamo-lo, e chamamos, “Matador”.
(*) Este título merece uma pequena nota biográfica. O Acosta era um jogador entradote, cujos cabelos grisalhos o faziam parecer um pouco mais velho do que era, que sofria de ciática. Chegou a meio da época anterior e não só desiludiu os sportinguistas como foi alvo de chacota de alguns deles e dos nossos adversários. No princípio da época seguinte esteve para ser dispensado pelo Matterazi.
Retenho dessa época várias imagens, sensações, jogadas, golos. Algumas heróicas, outras nem tanto. Tínhamos um treinador, contratado como adjunto à espera de um salvador, que assistia aos jogos apertando uma santa nas mãos e que sempre que esta lhe faltava substituía o inevitável Pedro Barbosa pelo não menos inevitável Toñito. Tínhamos o melhor guarda-redes do mundo que, cansado de o ser, tinha decidido vir para o Sporting.
Mas tínhamos o Acosta e isso quase sempre chegava. Nós sabíamos, os adversários sabiam, o que acontecia quando tinha a bola e olhava a baliza.
O Secretário sabia o que ia acontecer quando fez o atraso suicida em Alvalade que acabou nos seus pés. Nós também sabíamos.
O Jorge Coroado ainda tentou desafiar o destino quando o mandou repetir o penalty que tinha marcado contra o Campomaiorense no jogo da segunda volta. Ele repetiu-o, da mesma maneira e com os mesmos resultados, com a determinação e confiança de quem o poderia continuar a fazer pela noite fora.
Mas lembro-me com especial comoção do jogo com o Marítimo, a três jornadas do fim. O Porto, depois de ter estado a ganhar por 3-1, deixou-se empatar com o Farense. O jogo do Sporting com o Marítimo era um pouco mais tarde. A nossa vitória colocava-nos a um pequeno passo do título. Vi o jogo num café em Viseu rodeado de amigos.
O jogo foi o suplício do costume. Não éramos, nunca éramos, muito melhores do que os outros e, portanto, o resultado era incerto. As imagens do jogo, como sempre acontece quando as transmissões são do Estádio dos Barreiros, eram péssimas. Sempre que havia um pontapé de baliza, um passe mais longo ou um centro a bola teimava em fugir do ecrã.
Até que o Acosta fez o que sabíamos que ia fazer. Uma simulação, uma finta e o defesa a fazer penalty. Acosta marca. Numa jogada pela esquerda, um jogador do Sporting centrou para o segundo poste, a bola atravessou toda a defesa e alguém, fora do ecrã, apareceu a marcar. Não precisámos da imagem para nada. Nós sabíamos quem tinha sido.
Chamávamo-lo, e chamamos, “Matador”.
(*) Este título merece uma pequena nota biográfica. O Acosta era um jogador entradote, cujos cabelos grisalhos o faziam parecer um pouco mais velho do que era, que sofria de ciática. Chegou a meio da época anterior e não só desiludiu os sportinguistas como foi alvo de chacota de alguns deles e dos nossos adversários. No princípio da época seguinte esteve para ser dispensado pelo Matterazi.
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quarta-feira, 25 de agosto de 2010
Dos Olmecas a… Brondby: Jogo de bola ou ritual da vida?
Os Olmecas terão sido o povo que esteve na origem de todas as civilizações meso - americanas. A eles se deverão, além de notáveis criações culturais, invenções como a sangria sacrificial, a escrita, o calendário e, também, o… jogo de bola.
Recorrendo à Wikipedia, ficamos a saber que “Olmeca significa mesmo povo borracha (do nauatle ulli, "borracha"), a quem os Astecas atribuíam a origem do jogo de bola. O jogo disputava-se utilizando uma bola de borracha endurecida feita a partir de látex obtido da árvore da borracha nativa das áreas tropicais do sul do México e da América Central. Estas bolas de borracha foram encontradas juntamente com outras oferendas rituais, indicando que, mesmo em tempos tão remotos, o jogo já tinha conotações religiosas e/ou formas de drama.
Jogar à bola era, na verdade, participar na manutenção da ordem cósmica do universo e regeneração ritual da vida. Era um jogo de sorte, perícia e batota reflectindo a vida. O esforço de equipa levava à partilha de comportamento e cultura, apresentando, reforçando e reinventando o jogo da vida e o lugar de cada um na ordem cósmica. Nos tempos do clássico tardio, o jogo de bola estava ritualmente associado às guerras endémicas entre as várias cidades-estado da época. Os sacrifícios humanos [dos perdedores do jogo] tornaram-se um desfecho comum nas cerimónias pós-partida, particularmente nos campos de jogo reais de cidades poderosas”.
Felizmente, a civilização humana evoluiu muito nos últimos 3.000 anos. Felizmente, no jogo de bola de hoje, já ninguém fala de jogos de vida ou de morte. Felizmente, no jogo de bola de hoje, já ninguém tem a cabeça a prémio. Felizmente, no jogo de bola de hoje, já ninguém recorre a rituais maléficos ou religiosos.
Por isso, antes do jogo de bola de amanhã – o ”mata mata” de Brondby – Bettencourt e Paulo Sérgio sabem que… não precisam de ir “à bruxa”. Por isso, antes do jogo de bola de amanhã - o ”mata mata” de Brondby – Bettencourt e Paulo Sérgio, sabem, sobretudo, que não podem perder… a cabeça. Como diria o Octávio Machado, vocês sabem do que estou a falar.
Recorrendo à Wikipedia, ficamos a saber que “Olmeca significa mesmo povo borracha (do nauatle ulli, "borracha"), a quem os Astecas atribuíam a origem do jogo de bola. O jogo disputava-se utilizando uma bola de borracha endurecida feita a partir de látex obtido da árvore da borracha nativa das áreas tropicais do sul do México e da América Central. Estas bolas de borracha foram encontradas juntamente com outras oferendas rituais, indicando que, mesmo em tempos tão remotos, o jogo já tinha conotações religiosas e/ou formas de drama.
Jogar à bola era, na verdade, participar na manutenção da ordem cósmica do universo e regeneração ritual da vida. Era um jogo de sorte, perícia e batota reflectindo a vida. O esforço de equipa levava à partilha de comportamento e cultura, apresentando, reforçando e reinventando o jogo da vida e o lugar de cada um na ordem cósmica. Nos tempos do clássico tardio, o jogo de bola estava ritualmente associado às guerras endémicas entre as várias cidades-estado da época. Os sacrifícios humanos [dos perdedores do jogo] tornaram-se um desfecho comum nas cerimónias pós-partida, particularmente nos campos de jogo reais de cidades poderosas”.
Felizmente, a civilização humana evoluiu muito nos últimos 3.000 anos. Felizmente, no jogo de bola de hoje, já ninguém fala de jogos de vida ou de morte. Felizmente, no jogo de bola de hoje, já ninguém tem a cabeça a prémio. Felizmente, no jogo de bola de hoje, já ninguém recorre a rituais maléficos ou religiosos.
Por isso, antes do jogo de bola de amanhã – o ”mata mata” de Brondby – Bettencourt e Paulo Sérgio sabem que… não precisam de ir “à bruxa”. Por isso, antes do jogo de bola de amanhã - o ”mata mata” de Brondby – Bettencourt e Paulo Sérgio, sabem, sobretudo, que não podem perder… a cabeça. Como diria o Octávio Machado, vocês sabem do que estou a falar.
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terça-feira, 24 de agosto de 2010
Conselhos úteis para convencer o seu filho a ser do Sporting
Depois de submeter o meu filhote João, logo desde os seus primeiros meses de vida, a sofisticados métodos de persuasão muito apreciados pela Stasi – como por exemplo, ouvir repetidamente durante seis horas de viagem o “Só eu sei porque não fico em casa” ou, de forma mais insinuante, o “Gosto de você, Leãozinho” - e de lhe oferecer os sucessivos kits anuais de equipamentos, pensei que o processo educativo se encontrava concluído com sucesso e que o petiz era, definitivamente, adepto do Sporting. Afinal, além da hipoteca, que mais pode um homem deixar ao seu filho nos dias de hoje, senão o clube de futebol?
Vivendo em Vila do Conde, não é fácil deslocar-me com frequência a Alvalade. Por isso, apenas no ano passado, coloquei a hipótese de levar o João – na altura com cinco anos - a assistir, pela primeira vez, a um jogo no nosso Estádio. O Braga, vindo de uma eliminação prematura na Liga Europa, parecia, à IIª Jornada do campeonato transacto, o cordeiro ideal para imolar nesta desejada cerimónia de imposição ao João do grau de “Aprendiz” da Ordem do Grande Leão Lusitano. Se bem o pensei,… mal fiz, pois, como se recordarão, perdemos 2-1 com os minhotos, que iniciaram aí o seu brilhante campeonato. No final do jogo e perante o meu desânimo, o filhote João olhou-me com os seus grandes olhos azuis e tentou animar-me: “Deixa lá, papá! O Braga também é Sporting…”
Porém, esse foi apenas o primeiro acto de uma época calamitosa como não se via há muitos e bons anos pelas bandas de Alvalade. Tanto assim foi que, no final da época, comecei a detectar no meu filhote alguns comportamentos desviantes muito preocupantes: “Ó papá, porque é que, entre os meninos da minha turma, eu sou o único do Sporting? Ó papá, tu gostas um bocadinho do Porto, não é – nos jogos contra o Benfica ou contra algumas equipas internacionais, puxas pelo Porto, não é, papá? Ó papá, tu também gostas do Sporting de Braga, não gostas? E o pior de tudo, “Ó papá, eu não gosto muito do Benfica, mas o Fábio Coentrão (também vila-condense e… ex-confesso sportinguista) é o melhor, ele contra o Brasil arrancava cá com uma velocidade, ninguém o parava, não é?”
O meu sinal de alarme disparou imediatamente e pensei levá-lo, de novo, a Alvalade no começo da actual época, reiniciando, assim, o laborioso processo educativo. Durante as férias, Brondby ou Marítimo, eram as hipóteses possíveis. Hesitei, hesitei…e, desta vez , não arrisquei. Ficarei, pois, a torcer por novo sorteio da Taça de Portugal contra o Pescadores ou o Mafra, que, este ano, perderam alguns jogadores importantes (como o temível chinês Zhang) e me parecem, neste momento, mais à altura deste difícil processo reeducativo…
Vivendo em Vila do Conde, não é fácil deslocar-me com frequência a Alvalade. Por isso, apenas no ano passado, coloquei a hipótese de levar o João – na altura com cinco anos - a assistir, pela primeira vez, a um jogo no nosso Estádio. O Braga, vindo de uma eliminação prematura na Liga Europa, parecia, à IIª Jornada do campeonato transacto, o cordeiro ideal para imolar nesta desejada cerimónia de imposição ao João do grau de “Aprendiz” da Ordem do Grande Leão Lusitano. Se bem o pensei,… mal fiz, pois, como se recordarão, perdemos 2-1 com os minhotos, que iniciaram aí o seu brilhante campeonato. No final do jogo e perante o meu desânimo, o filhote João olhou-me com os seus grandes olhos azuis e tentou animar-me: “Deixa lá, papá! O Braga também é Sporting…”
Porém, esse foi apenas o primeiro acto de uma época calamitosa como não se via há muitos e bons anos pelas bandas de Alvalade. Tanto assim foi que, no final da época, comecei a detectar no meu filhote alguns comportamentos desviantes muito preocupantes: “Ó papá, porque é que, entre os meninos da minha turma, eu sou o único do Sporting? Ó papá, tu gostas um bocadinho do Porto, não é – nos jogos contra o Benfica ou contra algumas equipas internacionais, puxas pelo Porto, não é, papá? Ó papá, tu também gostas do Sporting de Braga, não gostas? E o pior de tudo, “Ó papá, eu não gosto muito do Benfica, mas o Fábio Coentrão (também vila-condense e… ex-confesso sportinguista) é o melhor, ele contra o Brasil arrancava cá com uma velocidade, ninguém o parava, não é?”
O meu sinal de alarme disparou imediatamente e pensei levá-lo, de novo, a Alvalade no começo da actual época, reiniciando, assim, o laborioso processo educativo. Durante as férias, Brondby ou Marítimo, eram as hipóteses possíveis. Hesitei, hesitei…e, desta vez , não arrisquei. Ficarei, pois, a torcer por novo sorteio da Taça de Portugal contra o Pescadores ou o Mafra, que, este ano, perderam alguns jogadores importantes (como o temível chinês Zhang) e me parecem, neste momento, mais à altura deste difícil processo reeducativo…
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Júlio Pereira
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segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Paulo Sérgio, o Queiroz dos pobres
Pegando no último “post” de Júlio Pereira, só posso afirmar, com toda a segurança, que o Paulo Sérgio não é o Matterazi nem o Inácio. Não é o Matterazi, porque só os treinadores italianos são capazes de fazer uma pré-época que garante “pilha” para a época toda. Não é o Inácio, porque quer falar à Freitas Lobo e, portanto, não há jogador que o entenda.
Ele é mais um Queiroz sem o título de professor de ginástica.
Ele é mais um Queiroz sem o título de professor de ginástica.
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Rui Monteiro
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Bruno Paixão: uma imagem que vale por mil palavras
Um amável leitor, ao efectuar uma referência à arbitragem do Bruno Paixão no jogo de ontem, fez-me recordar, com a ajuda do meu amigo Júlio Pereira, uma outra na época de 2003-04 no Bessa. O jogo interessava, para além de nós e do Boavista, ao Benfica e ao Porto. O Porto estava à nossa frente com alguns pontos de distância (5-6 pontos). O Benfica estava atrás de nós a, penso eu, cinco pontos. Se não ganhássemos e, sobretudo, se perdêssemos o Porto ficava mais à vontade (tanto mais que estava fortemente envolvido na Liga de Campeões, que veio a ganhar) e o Benfica ainda podia ficar à nossa frente (como veio a acontecer) e aceder à pré-eliminatória da Liga dos Campeões.
Bruno Paixão compreendeu, como ninguém, este alinhamento dos astros. A arbitragem foi de ir às lágrimas. Estávamos a ganhar 1-0 e, depois de várias coisas, entre elas uma expulsão ridícula do Rui Jorge, acabámos por perder nos últimos 15 minutos por 2-1.
Juntos na bancada, assistiam ao jogo Valentim Loureiro, Pinto da Costa, Carolina Salgado e Cunha Leal (ex-dirigente do Benfica e, à época, Director da Liga). É uma imagem que vale por mil palavras.
Na terça-feira seguinte iniciou-se publicamente o célebre “Apito Dourado” com a constituição de Valentim Loureiro como arguido.
Bruno Paixão compreendeu, como ninguém, este alinhamento dos astros. A arbitragem foi de ir às lágrimas. Estávamos a ganhar 1-0 e, depois de várias coisas, entre elas uma expulsão ridícula do Rui Jorge, acabámos por perder nos últimos 15 minutos por 2-1.
Juntos na bancada, assistiam ao jogo Valentim Loureiro, Pinto da Costa, Carolina Salgado e Cunha Leal (ex-dirigente do Benfica e, à época, Director da Liga). É uma imagem que vale por mil palavras.
Na terça-feira seguinte iniciou-se publicamente o célebre “Apito Dourado” com a constituição de Valentim Loureiro como arguido.
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Rui Monteiro
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“A derrota tem algo positivo: nunca é definitiva. Em contrapartida, a vitória tem algo negativo: nunca é definitiva”, José Saramago dixit
No futebol (de resto, como na vida) há momentos de sorte ou de azar que podem mudar o rumo de uma época.
Alguém se lembra de um obscuro jogo contra o Campomaiorense em Alvalade à décima jornada da época da “reconquista” 1999/2000? O Sporting agonizava, então, já a dez pontos do Porto (depois de ter perdido 3-0 nas Antas), começando a falar-se na contratação de um novo técnico (Zeman?) e no regresso de Inácio à categoria de adjunto para a qual teria sido inicialmente contratado. Parecendo ter como único objectivo credível a luta pelo acesso à Taça UEFA, o Sporting arrastava-se miseravelmente em campo e os alentejanos, orientados pelo nosso inenarrável ex-mister Carlão, iam falhando sucessivas oportunidades de golo, aparecendo cinco ou seis vezes isolados perante Nélson, que nesse jogo defendeu – e bem - as balizas leoninas. Até que… a cinco minutos do fim e sem que nada o fizesse supor, o Luís Vidigal traiu os seus congéneres alentejanos, dando-nos a vitória com um inédito golo de meia distância.
Claro que só me lembro desse momento de sorte, porque, a partir daí, iniciamos a épica recuperação que nos havia de dar esse inesquecível título, imortalizando uma época, uma equipa e um treinador que todos nessa altura – sim, confesso, eu também - davam por perdidos. Inácio, Saber, Bino, Ayew, Toñito ou Mbo Mpenza também faziam parte dessa geração de heróis inesperados (tal como De Franceschi, que foi justamente homenageado neste domingo). Como os anos seguintes da sua carreira viriam a comprovar, esse foi o seu momento mágico de superação, em que se transcenderam e foram muito mais do que, de facto, eram. E, não esqueçamos, que a norte do Tejo moravam, ainda e simplesmente,… Jardel e os seus trinta e muitos golos por época.
O que prova que, com a conjugação certa das vontades e dos astros (é aqui que entra a parceria estratégica com o Professor Bambo que o nosso sagaz Presidente tem estado a congeminar), o Presidente Bettencourt, o Mister Paulo Sérgio e jogadores como Nuno André Coelho, André Santos ou Saleiro (ia escrever também Djáló ou Postiga, mas depois arrependi-me…) podem fazer milagres? Ou que, pelo contrário, o Paulo Sérgio interpretará, nesta almejada sequela, o papel de Matterazzi, garantindo um atraso aparentemente irreparável no campeonato e uma rápida eliminação das competições europeias? Ou, apenas - o que é o mais provável – julgamos, após o inesperado golo da vitória obtido nos instantes finais do Sporting – Marítimo, que, como no filme "As Horas", o mundo se abrirá, nesse momento, "com uma fabulosa gama de novas oportunidades, sensações e possibilidades, achando que tal marcará o começo da felicidade. Depois percebemos que aquilo já era a felicidade...".
Alguém se lembra de um obscuro jogo contra o Campomaiorense em Alvalade à décima jornada da época da “reconquista” 1999/2000? O Sporting agonizava, então, já a dez pontos do Porto (depois de ter perdido 3-0 nas Antas), começando a falar-se na contratação de um novo técnico (Zeman?) e no regresso de Inácio à categoria de adjunto para a qual teria sido inicialmente contratado. Parecendo ter como único objectivo credível a luta pelo acesso à Taça UEFA, o Sporting arrastava-se miseravelmente em campo e os alentejanos, orientados pelo nosso inenarrável ex-mister Carlão, iam falhando sucessivas oportunidades de golo, aparecendo cinco ou seis vezes isolados perante Nélson, que nesse jogo defendeu – e bem - as balizas leoninas. Até que… a cinco minutos do fim e sem que nada o fizesse supor, o Luís Vidigal traiu os seus congéneres alentejanos, dando-nos a vitória com um inédito golo de meia distância.
Claro que só me lembro desse momento de sorte, porque, a partir daí, iniciamos a épica recuperação que nos havia de dar esse inesquecível título, imortalizando uma época, uma equipa e um treinador que todos nessa altura – sim, confesso, eu também - davam por perdidos. Inácio, Saber, Bino, Ayew, Toñito ou Mbo Mpenza também faziam parte dessa geração de heróis inesperados (tal como De Franceschi, que foi justamente homenageado neste domingo). Como os anos seguintes da sua carreira viriam a comprovar, esse foi o seu momento mágico de superação, em que se transcenderam e foram muito mais do que, de facto, eram. E, não esqueçamos, que a norte do Tejo moravam, ainda e simplesmente,… Jardel e os seus trinta e muitos golos por época.
O que prova que, com a conjugação certa das vontades e dos astros (é aqui que entra a parceria estratégica com o Professor Bambo que o nosso sagaz Presidente tem estado a congeminar), o Presidente Bettencourt, o Mister Paulo Sérgio e jogadores como Nuno André Coelho, André Santos ou Saleiro (ia escrever também Djáló ou Postiga, mas depois arrependi-me…) podem fazer milagres? Ou que, pelo contrário, o Paulo Sérgio interpretará, nesta almejada sequela, o papel de Matterazzi, garantindo um atraso aparentemente irreparável no campeonato e uma rápida eliminação das competições europeias? Ou, apenas - o que é o mais provável – julgamos, após o inesperado golo da vitória obtido nos instantes finais do Sporting – Marítimo, que, como no filme "As Horas", o mundo se abrirá, nesse momento, "com uma fabulosa gama de novas oportunidades, sensações e possibilidades, achando que tal marcará o começo da felicidade. Depois percebemos que aquilo já era a felicidade...".
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Júlio Pereira
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E já vão três de avanço (ou três de atraso)
Hoje, na praia, ouvi o relato da segunda parte do jogo do Sporting contra o Marítimo num rádio improvisado no telemóvel do filho de um amigo meu. Não me lembrava de nada assim desde os tempos dos piqueniques com os meus pais. Ouvi-o, ainda por cima, na Rádio Renascença, estação que me faz lembrar a minha avó e as suas missas.
É verdade que continuamos a não jogar nada, mas também é verdade que podia ter sido pior. Salvou-nos, primeiro, o Liedson (ele e o Vukcevic são os únicos atacantes dignos desse nome) e, depois, o Matias (finalmente temos alguém que sabe marcar um penalty).
Uma última nota. A certa altura, estava a ser marcado um livre (supostamente) perigoso contra o Marítimo e a barreira começou a adiantar-se. Quando o jogador do Sporting rematou já não se encontrava à distância devida. Comentário imediato do relatador: “é incrível como os jogadores do Sporting não reclamam nem pressionam o árbitro”.
É verdade que continuamos a não jogar nada, mas também é verdade que podia ter sido pior. Salvou-nos, primeiro, o Liedson (ele e o Vukcevic são os únicos atacantes dignos desse nome) e, depois, o Matias (finalmente temos alguém que sabe marcar um penalty).
Uma última nota. A certa altura, estava a ser marcado um livre (supostamente) perigoso contra o Marítimo e a barreira começou a adiantar-se. Quando o jogador do Sporting rematou já não se encontrava à distância devida. Comentário imediato do relatador: “é incrível como os jogadores do Sporting não reclamam nem pressionam o árbitro”.
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domingo, 22 de agosto de 2010
Um prodígio
Já sabíamos que o Roberto era o guarda-redes mais caro do mundo. Já sabíamos que mesmo sendo o mais caro havia quem estivesse disponível para o comprar por mais 4 milhões de euros do que o Benfica tinha pago por ele. Já sabíamos que era um refinado frangueiro. Já sabíamos que atraía a felicidade dos adversários.
O que ainda não sabíamos é que com ele aconteciam as cenas mais caricatas que se pudessem imaginar.
Este homem é um prodígio!
O que ainda não sabíamos é que com ele aconteciam as cenas mais caricatas que se pudessem imaginar.
Este homem é um prodígio!
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Rui Monteiro
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Não jogamos nada mas o Freitas Lobo tem uma explicação para isso
Freitas Lobo explica-nos no Expresso as tácticas de que o Sporting se socorreu para defrontar o Brondby (fico sempre na dúvida se este tipo de nomes não leva sempre trema algures). Fiquei mais ou menos na mesma, mas, admito, deve ser defeito meu. Nunca compreendo as tácticas com que os clubes jogam. Só sei que há clubes que as têm e outros que as não têm. O Sporting, hoje, não tem nenhuma.
É suposto que seja o treinador a tratar disso. Não é o caso do nosso. Quanto a isso podemos ficar descansados.
Nem sempre compreendo o alcance das tácticas e dos raciocínios de quem à volta delas vai lucubrando. Mas, mesmo não compreendendo o que diz o Freitas Lobo, sou capaz de afirmar que uma táctica serve, antes de mais, para impedir que o adversário jogue com a sua. Com o Derlei e o Liedson no ataque, fomos disfarçando essa falta de táctica. Após a saída do Derlei, o Sporting deixou de impedir que os adversários jogassem à sua vontade.
A táctica de não deixar que os adversários tenham uma, implica que se disponham de certos jogadores. Por exemplo, é preciso dispor de centrais que vão dissuadindo os avançados de aparecerem em certos sítios e de correrem e saltarem mais do que devem. Ora, não é com centrais com cara de escuteiros que se consegue isso. O Carriço parece bom jogador mas também parece bom rapaz. Não precisamos de nos esforçar muito para o imaginarmos a ajudar velhinhas a atravessar a rua. Se fossemos só nós a vislumbrar esse bom coração, não vinha daí nenhum mal. O problema é que os avançados adversários também vêem o que nós vemos. Só temos um central com cara de mau e que os avançados podem levar a sério: o Tonel (da velha escolha do FCP). Pelos vistos, queremos despachá-lo.
Estava a escrever estas coisas muito pertinentes quando me disseram que o Roberto estava a fazer das suas. Fica para amanhã mais esta profunda reflexão futebolística. Se tudo correr como me dizem que está a correr o jogo do Benfica, amanhã não precisamos de voltar a este tema.
É suposto que seja o treinador a tratar disso. Não é o caso do nosso. Quanto a isso podemos ficar descansados.
Nem sempre compreendo o alcance das tácticas e dos raciocínios de quem à volta delas vai lucubrando. Mas, mesmo não compreendendo o que diz o Freitas Lobo, sou capaz de afirmar que uma táctica serve, antes de mais, para impedir que o adversário jogue com a sua. Com o Derlei e o Liedson no ataque, fomos disfarçando essa falta de táctica. Após a saída do Derlei, o Sporting deixou de impedir que os adversários jogassem à sua vontade.
A táctica de não deixar que os adversários tenham uma, implica que se disponham de certos jogadores. Por exemplo, é preciso dispor de centrais que vão dissuadindo os avançados de aparecerem em certos sítios e de correrem e saltarem mais do que devem. Ora, não é com centrais com cara de escuteiros que se consegue isso. O Carriço parece bom jogador mas também parece bom rapaz. Não precisamos de nos esforçar muito para o imaginarmos a ajudar velhinhas a atravessar a rua. Se fossemos só nós a vislumbrar esse bom coração, não vinha daí nenhum mal. O problema é que os avançados adversários também vêem o que nós vemos. Só temos um central com cara de mau e que os avançados podem levar a sério: o Tonel (da velha escolha do FCP). Pelos vistos, queremos despachá-lo.
Estava a escrever estas coisas muito pertinentes quando me disseram que o Roberto estava a fazer das suas. Fica para amanhã mais esta profunda reflexão futebolística. Se tudo correr como me dizem que está a correr o jogo do Benfica, amanhã não precisamos de voltar a este tema.
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Rui Monteiro
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Se a coisa voltar a correr mal em Alvalade nos próximos tempos …
… e a propósito das notícias sobre a revolta leonina em curso, deixo aqui, para os “opressores” e para os “oprimidos”, alguns conselhos de “Um guia breve, mas útil, de desobediência civil”, de Woody Allen:
“Para fazer uma revolução há duas coisas indispensáveis: alguém ou alguma coisa contra que se revoltar e alguém que vá para a frente e o faça. A indumentária é geralmente informal e ambas as partes podem mostrar-se flexíveis em relação à hora e ao local, mas se uma das facções não comparecer é provável que todo o empreendimento fracasse. Na Revolução Chinesa de 1650 não compareceu nenhuma das partes, o que causou a perda do depósito feito.
As pessoas ou partidos contra os quais a revolução é feita denominam-se “opressores” e reconhecem-se facilmente por parecerem ser os únicos que se divertem. Geralmente, os “opressores” vestem fatos, possuem terras e põem os rádios muito alto até às tantas da noite sem que os insultem. A tarefa deles é manterem o status quo, uma situação em que tudo permanece na mesma, ainda que tenham vontade de pintar de dois em dois anos. (…)
Os que se revoltam são conhecidos por “oprimidos” e geralmente podem ser vistos movendo-se em grupos, a resmungarem ou a queixarem-se de dores de cabeça (Há que assinalar que os “opressores” nunca se revoltam ou tentam transformar-se em “oprimidos”, porque isso acarretaria mudarem de roupa interior). (…)
Convém lembrar que, quando uma revolução acaba, os “oprimidos” frequentemente assumem o Poder e começam a actuar como os “opressores”. É claro que a partir dessa altura é muito difícil contactar com eles pelo telefone e é de esquecer por completo o dinheiro para cigarros e pastilhas elásticas que emprestámos durante a luta”.
“Para fazer uma revolução há duas coisas indispensáveis: alguém ou alguma coisa contra que se revoltar e alguém que vá para a frente e o faça. A indumentária é geralmente informal e ambas as partes podem mostrar-se flexíveis em relação à hora e ao local, mas se uma das facções não comparecer é provável que todo o empreendimento fracasse. Na Revolução Chinesa de 1650 não compareceu nenhuma das partes, o que causou a perda do depósito feito.
As pessoas ou partidos contra os quais a revolução é feita denominam-se “opressores” e reconhecem-se facilmente por parecerem ser os únicos que se divertem. Geralmente, os “opressores” vestem fatos, possuem terras e põem os rádios muito alto até às tantas da noite sem que os insultem. A tarefa deles é manterem o status quo, uma situação em que tudo permanece na mesma, ainda que tenham vontade de pintar de dois em dois anos. (…)
Os que se revoltam são conhecidos por “oprimidos” e geralmente podem ser vistos movendo-se em grupos, a resmungarem ou a queixarem-se de dores de cabeça (Há que assinalar que os “opressores” nunca se revoltam ou tentam transformar-se em “oprimidos”, porque isso acarretaria mudarem de roupa interior). (…)
Convém lembrar que, quando uma revolução acaba, os “oprimidos” frequentemente assumem o Poder e começam a actuar como os “opressores”. É claro que a partir dessa altura é muito difícil contactar com eles pelo telefone e é de esquecer por completo o dinheiro para cigarros e pastilhas elásticas que emprestámos durante a luta”.
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Júlio Pereira
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¿Como preparo Pollo a la Española?
Para os incondicionais como eu da gastronomia espanhola, deixo uma receita culinária muito saborosa para estes quentes dias do Verão ("Pollo à la Española - Duas porciones”), bem como uma sugestão para ajudar a pagar o… “Pollo” . Não esquecer os 250 gramas de manteiga, o ramo de tomilho shitakes em papillote e os dois dentes de alho. Deixar o molho apurar e... servir frio, a conselho do Chef Quim. De provar e chorar por mais...
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sábado, 21 de agosto de 2010
Valeu, Val!
Obrigado pela referência, caro Mestre Val. E prometemos não colocar na nossa assinatura “Um Blogue recomendado por… Valupi”:). Saudações leoninas.
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Júlio Pereira
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sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Mais uma noite europeia de S. Bartolomeu em Alvalade: Desta vez, o Brøndby!
Afinal em vez do regresso do novo Bartolomeu Dias com a descoberta da Boa Esperança, tivemos, ontem, em Alvalade, a Noite de S. Bartolomeu, com o tradicional massacre europeu dos “protestantes” leões, desta vez, aos pés dos vikings dinamarqueses do Brøndby.
Veterano de muitas destas dramáticas Noites leoninas de S. Bartolomeu na Europa do futebol, como por exemplo, contra os Vikings Stavenger (0-3, fora), Bolonha (0-2, em casa), Partizan (1-3, em casa), Udinese (0-1, em casa), Grasshopper (1-3, em casa), Bayern (0-5, em casa), Halmstad (2-3, em casa) ou Gen xer qualquer coisa bli bli (0-3, em casa), começo, logo no inicio do jogo, a detectar os tradicionais sinais destas noites negras.
“Hum, o treinador decidiu improvisar na formação da equipa, procurando adaptar melhor o sistema ao adversário. Ok, cinco minutos iniciais buliçosos e promissores. Ho, ho, 30 minutos a deixar andar, com 2 jogadores a querer ganhar, 5 a deixar andar, 3 a não saber o que andam ali a fazer e, aah, pois, certo, há ainda o… Postiga. Ora, bolas, golo do adversário, quase no final da primeira parte e praticamente na primeira vez que vão à nossa baliza. Irra, isto vai correr mal, entrada a tremer na segunda parte e… segundo golo do adversário. O treinador, ora histérico, ora acabrunhado, mas sempre atarantado e sem plano A, nem B, para fazer face às incidências do jogo. Uma arbitragem "à portuguesa", complacente com o antijogo sistemático dos adversários e a errar contra nós em vários lances decisivos. Diversas bolas nos postes dos adversários e defesas do outro mundo dos seus guarda-redes. Adeptos cada vez mais divididos, entre desesperados e alienados. E, claro, como resultado final, o vexame habitual!”
Truffaut dizia que, um pessimista é, essencialmente, um optimista com experiência. Um Sportinguista será, então, um optimista com muita, muita experiência. E, por isso, já sabe o que o espera no segundo jogo contra os vikings dinamarqueses. Se tudo correr mal, seremos goleados. Se tudo, mas mesmo tudo , correr bem, ganharemos por 2-0 no tempo regulamentar, falharemos golos sobre golos no prolongamento e… perderemos a eliminatória nos penalties… De seguida, o nosso Presidente anunciará Paulo Sérgio forever e fará um derradeiro esforço para contratar o mago… Daisuke Matsui… Depois, bem, depois, o costume…
Erros meus, má fortuna e, cada vez mais, amor ausente. Enfim, estamos naquela fase em que, como dizem os brasileiros, se comprarmos um circo, o anão… cresce!...
Veterano de muitas destas dramáticas Noites leoninas de S. Bartolomeu na Europa do futebol, como por exemplo, contra os Vikings Stavenger (0-3, fora), Bolonha (0-2, em casa), Partizan (1-3, em casa), Udinese (0-1, em casa), Grasshopper (1-3, em casa), Bayern (0-5, em casa), Halmstad (2-3, em casa) ou Gen xer qualquer coisa bli bli (0-3, em casa), começo, logo no inicio do jogo, a detectar os tradicionais sinais destas noites negras.
“Hum, o treinador decidiu improvisar na formação da equipa, procurando adaptar melhor o sistema ao adversário. Ok, cinco minutos iniciais buliçosos e promissores. Ho, ho, 30 minutos a deixar andar, com 2 jogadores a querer ganhar, 5 a deixar andar, 3 a não saber o que andam ali a fazer e, aah, pois, certo, há ainda o… Postiga. Ora, bolas, golo do adversário, quase no final da primeira parte e praticamente na primeira vez que vão à nossa baliza. Irra, isto vai correr mal, entrada a tremer na segunda parte e… segundo golo do adversário. O treinador, ora histérico, ora acabrunhado, mas sempre atarantado e sem plano A, nem B, para fazer face às incidências do jogo. Uma arbitragem "à portuguesa", complacente com o antijogo sistemático dos adversários e a errar contra nós em vários lances decisivos. Diversas bolas nos postes dos adversários e defesas do outro mundo dos seus guarda-redes. Adeptos cada vez mais divididos, entre desesperados e alienados. E, claro, como resultado final, o vexame habitual!”
Truffaut dizia que, um pessimista é, essencialmente, um optimista com experiência. Um Sportinguista será, então, um optimista com muita, muita experiência. E, por isso, já sabe o que o espera no segundo jogo contra os vikings dinamarqueses. Se tudo correr mal, seremos goleados. Se tudo, mas mesmo tudo , correr bem, ganharemos por 2-0 no tempo regulamentar, falharemos golos sobre golos no prolongamento e… perderemos a eliminatória nos penalties… De seguida, o nosso Presidente anunciará Paulo Sérgio forever e fará um derradeiro esforço para contratar o mago… Daisuke Matsui… Depois, bem, depois, o costume…
Erros meus, má fortuna e, cada vez mais, amor ausente. Enfim, estamos naquela fase em que, como dizem os brasileiros, se comprarmos um circo, o anão… cresce!...
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quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Daisuke Matsui, ou a descoberta do caminho futebolístico para o Oriente!
Rapazes, o jogo de hoje é fundamental! Dele depende não apenas a passagem à fase de Grupos da Liga Europa e salvar o que resta do nosso prestígio internacional, mas, sobretudo, de acordo com a imprensa da especialidade, a possibilidade de podermos vir a contratar… o japonês Daisuke Matsui, jogador de 29 anos que representa actualmente o colosso Grenoble.
“Quando o visionário aponta a lua, o néscio só vê o dedo”- dizem os sempre sábios orientais. Para os néscios, Matsui pode parecer um objectivo menor. Mas, visionários como o Presidente leonino, leitores compulsivos do Wall Street Journal, do Financial Times e do Falcão do Minho, fãs incondicionais dos sermões de Medina Carreira e estudiosos profundos de Nostradamus, sabem bem que entramos num Século de grande predomínio asiático. Sabem bem, por isso, que Portugal precisa, outra vez, de descobrir a chave para entrar no mercado asiático. Sabem bem, por isso, que a passagem em frente na Liga Europa é fundamental para o Sporting prosseguir o caminho futebolístico para o… Oriente. Na genial mente do nosso amado Presidente, Matsui será, então, o piloto que guiará a gloriosa nau leonina em direcção a esta nova epopeia das Descobertas do Oriente!
Mas, antes disso, precisamos de dobrar o cabo das Tormentas, derrotando o Adamastor viking de serviço. Infelizmente, não estou certo que Paulo Sérgio possa algum dia vir a ser o nosso Vasco da Gama, mas espero que, pelo menos, seja, hoje, o … Bartolomeu Dias, trazendo-nos de volta a Boa Esperança. E que, como Pessoa, enfrentando o mostrengo, diga “Aqui ao leme sou mais do que eu: Sou um Povo que quer o mar que é teu!”
“Quando o visionário aponta a lua, o néscio só vê o dedo”- dizem os sempre sábios orientais. Para os néscios, Matsui pode parecer um objectivo menor. Mas, visionários como o Presidente leonino, leitores compulsivos do Wall Street Journal, do Financial Times e do Falcão do Minho, fãs incondicionais dos sermões de Medina Carreira e estudiosos profundos de Nostradamus, sabem bem que entramos num Século de grande predomínio asiático. Sabem bem, por isso, que Portugal precisa, outra vez, de descobrir a chave para entrar no mercado asiático. Sabem bem, por isso, que a passagem em frente na Liga Europa é fundamental para o Sporting prosseguir o caminho futebolístico para o… Oriente. Na genial mente do nosso amado Presidente, Matsui será, então, o piloto que guiará a gloriosa nau leonina em direcção a esta nova epopeia das Descobertas do Oriente!
Mas, antes disso, precisamos de dobrar o cabo das Tormentas, derrotando o Adamastor viking de serviço. Infelizmente, não estou certo que Paulo Sérgio possa algum dia vir a ser o nosso Vasco da Gama, mas espero que, pelo menos, seja, hoje, o … Bartolomeu Dias, trazendo-nos de volta a Boa Esperança. E que, como Pessoa, enfrentando o mostrengo, diga “Aqui ao leme sou mais do que eu: Sou um Povo que quer o mar que é teu!”
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Hugo, der Libero!
O libero – livre em italiano - é, no futebol, o defesa central de sobra que deve compensar possíveis brechas abertas por companheiros, quer na zona central da defesa, quer nas laterais. Por vezes, o libero tem, também, funções de elemento surpresa na construção do jogo ofensivo, procurando provocar desequilíbrios no meio campo adversário.
Franz Beckembaur, o Kaiser, com a elegância e o seu porte erecto, as suas passadas largas e a cabeça sempre erguida, além da grande visão de jogo, terá sido, porventura, o mais conhecido dos liberos do futebol mundial.
Hugo, o simpático pivot do Trio de Ataque da RTPN, homónimo do pequeno Troll das plataformas de videojogos, não tem a elegância do Kaiser, nem muito menos a sua visão de jogo. Actuando como libero do Benfica no Trio de Ataque, o Hugo procura compensar essas limitações naturais com um estilo mais à italiana – duro, ríspido e esforçado. Se a defesa do seu Benfica está em risco, o Hugo, qual “milhafre”-real, ganha asas e ataca as suas presas, em alguns casos, com uma fúria, convenhamos, um pouco… troll.
Quando António Pedro Vasconcelos (até há pouco tempo o mais heterodoxo – e por isso o mais divertido - representante benfiquista da tribo dos comentadores), sente qualquer tipo de dificuldade de cobertura no debate com os seus colegas de painel, logo acorre, rápida e afanosamente, o nosso Hugo, quer para cortar a palavra ao adversário, quer mesmo para ele próprio contra-argumentar, de forma, por vezes, um pouco à margem das regras, com qualquer um dos “Ruis”. Entusiasmado com o seu próprio desempenho, o Hugo, quando recupera a bola (no caso a palavra), surge inclusive, por vezes, como elemento surpresa do ataque benfiquista, procurando, em dupla com o António Pedro, criar desequilíbrios nos adversários através de sucessivas jogadas de dois para um.
Depois de um estágio no “Zona Mista”, fazendo dupla benfiquista com João Gobern, em combates semanais com o difícil Bruno Prata do Público, o chefe Carlos Daniel (também ele benfiquista, embora com um estilo, se não mais elegante, pelo menos mais dissimulado) cedeu ao Hugo o lugar de pivot do Trio de Ataque. E o mínimo que se pode dizer é que o Hugo dá tudo o que tem – e, portanto, a mais não é obrigado - para cumprir a sua missão, arriscando mesmo, por vezes, ser ele o representante mais genuíno do Benfica no painel.
Na passada terça feira, por exemplo, quando confrontado por alguém com as três derrotas consecutivas do Benfica, o Hugo teve que “dobrar” o melhor que pôde o (na altura distraído) António Pedro Vasconcelos, dizendo, em tom mais ríspido, que se tratavam apenas de duas derrotas em jogos oficiais e que se fôssemos a contar com os desafios particulares, o Benfica até tinha goleado em vários desses encontros. Depois, já em situação ofensiva e em dupla com o António Pedro, perguntou-lhe, em tom irónico, quem assusta actualmente mais o Benfica, se o Sporting ou se o Sporting de Braga. De seguida, menos insinuante, entrou de sola sobre a suposta habitual má forma de Liedson nos inícios de época. E por aí adiante.
Enfim, não levemos a mal o nosso simpático libero Hugo, pois, como recorda Duda Guennes no seu genial Brasil Brasileiro, ”todo torcedor de futebol é um exagerado e passional até à medula”. Conta o grande Duda, que Ari Barroso, jornalista e flamenguista doente, não simpatizava muito, por razões óbvias, com o botafoguense Garrincha. “Certa vez, transmitindo na rádio um jogo do Botafogo contra o Flamengo, narrava as acontecências (sic) da partida, quando Garrincha dominou a bola pela direita. Ari, com evidente má vontade, ia dizendo: “Garrincha com a bola. Vai driblar. É claro. Vai driblar de novo. Vai perder a bola. Olha aí, uma finta prá lá, outra prá cá. Mais outra. Assim não dá. Garrincha passa pelo adversário. Assim também não é possível. Passa por outro. Garrincha vai driblar de novo. Vai perder. Por que ele não centra logo? Claro que vai perder. Golo de Garrincha!”. Só que falou isso com o maior desprezo e ódio. Desprezo e ódio”. (…).
Mas o “torcedor” é volúvel e muda de opinião como… quem muda de camisola. Volta a contar Duda que “na fase final da Copa de 1958, depois de Garrincha ter “entortado” a defesa soviética e centrado para Vavá marcar o primeiro golo, o mesmo Ari Barroso rompeu aos berros: “É o maior! É o maior! Que beleza, meu Deus! Que beleza! O Garrincha é o maior génio que já houve neste País! Que beleza! Beleza pura!”…
Franz Beckembaur, o Kaiser, com a elegância e o seu porte erecto, as suas passadas largas e a cabeça sempre erguida, além da grande visão de jogo, terá sido, porventura, o mais conhecido dos liberos do futebol mundial.
Hugo, o simpático pivot do Trio de Ataque da RTPN, homónimo do pequeno Troll das plataformas de videojogos, não tem a elegância do Kaiser, nem muito menos a sua visão de jogo. Actuando como libero do Benfica no Trio de Ataque, o Hugo procura compensar essas limitações naturais com um estilo mais à italiana – duro, ríspido e esforçado. Se a defesa do seu Benfica está em risco, o Hugo, qual “milhafre”-real, ganha asas e ataca as suas presas, em alguns casos, com uma fúria, convenhamos, um pouco… troll.
Quando António Pedro Vasconcelos (até há pouco tempo o mais heterodoxo – e por isso o mais divertido - representante benfiquista da tribo dos comentadores), sente qualquer tipo de dificuldade de cobertura no debate com os seus colegas de painel, logo acorre, rápida e afanosamente, o nosso Hugo, quer para cortar a palavra ao adversário, quer mesmo para ele próprio contra-argumentar, de forma, por vezes, um pouco à margem das regras, com qualquer um dos “Ruis”. Entusiasmado com o seu próprio desempenho, o Hugo, quando recupera a bola (no caso a palavra), surge inclusive, por vezes, como elemento surpresa do ataque benfiquista, procurando, em dupla com o António Pedro, criar desequilíbrios nos adversários através de sucessivas jogadas de dois para um.
Depois de um estágio no “Zona Mista”, fazendo dupla benfiquista com João Gobern, em combates semanais com o difícil Bruno Prata do Público, o chefe Carlos Daniel (também ele benfiquista, embora com um estilo, se não mais elegante, pelo menos mais dissimulado) cedeu ao Hugo o lugar de pivot do Trio de Ataque. E o mínimo que se pode dizer é que o Hugo dá tudo o que tem – e, portanto, a mais não é obrigado - para cumprir a sua missão, arriscando mesmo, por vezes, ser ele o representante mais genuíno do Benfica no painel.
Na passada terça feira, por exemplo, quando confrontado por alguém com as três derrotas consecutivas do Benfica, o Hugo teve que “dobrar” o melhor que pôde o (na altura distraído) António Pedro Vasconcelos, dizendo, em tom mais ríspido, que se tratavam apenas de duas derrotas em jogos oficiais e que se fôssemos a contar com os desafios particulares, o Benfica até tinha goleado em vários desses encontros. Depois, já em situação ofensiva e em dupla com o António Pedro, perguntou-lhe, em tom irónico, quem assusta actualmente mais o Benfica, se o Sporting ou se o Sporting de Braga. De seguida, menos insinuante, entrou de sola sobre a suposta habitual má forma de Liedson nos inícios de época. E por aí adiante.
Enfim, não levemos a mal o nosso simpático libero Hugo, pois, como recorda Duda Guennes no seu genial Brasil Brasileiro, ”todo torcedor de futebol é um exagerado e passional até à medula”. Conta o grande Duda, que Ari Barroso, jornalista e flamenguista doente, não simpatizava muito, por razões óbvias, com o botafoguense Garrincha. “Certa vez, transmitindo na rádio um jogo do Botafogo contra o Flamengo, narrava as acontecências (sic) da partida, quando Garrincha dominou a bola pela direita. Ari, com evidente má vontade, ia dizendo: “Garrincha com a bola. Vai driblar. É claro. Vai driblar de novo. Vai perder a bola. Olha aí, uma finta prá lá, outra prá cá. Mais outra. Assim não dá. Garrincha passa pelo adversário. Assim também não é possível. Passa por outro. Garrincha vai driblar de novo. Vai perder. Por que ele não centra logo? Claro que vai perder. Golo de Garrincha!”. Só que falou isso com o maior desprezo e ódio. Desprezo e ódio”. (…).
Mas o “torcedor” é volúvel e muda de opinião como… quem muda de camisola. Volta a contar Duda que “na fase final da Copa de 1958, depois de Garrincha ter “entortado” a defesa soviética e centrado para Vavá marcar o primeiro golo, o mesmo Ari Barroso rompeu aos berros: “É o maior! É o maior! Que beleza, meu Deus! Que beleza! O Garrincha é o maior génio que já houve neste País! Que beleza! Beleza pura!”…
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E se lhes ficássemos com o nome também?...
O Braga ganhou ao Sevilha na primeira-mão da última pré-eliminatória de acesso à Liga dos Campeões. Bem me parecia que não nos devíamos ficar pelo João Pereira e pelo Evaldo. Os centrais também nos serviam. Já para não falar de qualquer um dos do meio campo, o Alan e por aí fora.
Entretanto, enquanto nos preparamos para jogar a pré-eliminatória de acesso à Taça UEFA com uma equipa dinamarquesa com nome de whisky marado, sempre vamos comprar, se arranjarmos um milhão de euros, um pequenote jogador japonês. Trata-se de mais um jogador de um metro e sessenta, buliçoso, que pode jogar em tantas posições que nem sabemos ao certo se verdadeiramente sabe jogar em alguma delas.
Entretanto, enquanto nos preparamos para jogar a pré-eliminatória de acesso à Taça UEFA com uma equipa dinamarquesa com nome de whisky marado, sempre vamos comprar, se arranjarmos um milhão de euros, um pequenote jogador japonês. Trata-se de mais um jogador de um metro e sessenta, buliçoso, que pode jogar em tantas posições que nem sabemos ao certo se verdadeiramente sabe jogar em alguma delas.
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Rui Monteiro
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quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Profecias de Nostradamus: Visão dá Sporting Campeão!
Ainda mal refeito das emoções futebolísticas do fim-de-semana, com o “paço” em falso do Sporting (gostaram deste trocadilho ao melhor estilo Record?), com a habitual “mãozinha” ao Porto e com os dois saborosos pastéis de Tentúgal servidos pelos estudantes em pleno ninho das águias, mergulho preguiçosamente na letargia das minhas férias no Litoral Alentejano.
De visita a casa dos Pais, entre a Praia e umas conversas com amigos, procuro desesperadamente algo para ir lendo durante estes lentos e intermináveis dias do Verão Alentejano. Ora, vejamos, então. Temos a colecção RTP oferecida pelo meu avô, com muitos e bons clássicos, que li quando ainda não tinha idade para compreender e que agora compreendo que já não tenho idade para voltar a ler. Temos, também, diversos clássicos da minha juventude como os Cinco, os Sete, o Sandokan, a Colecção de Ficção Científica da Europa América e até o Langelot. Pois, a colecção Reader Digest, também não.
Espera lá, que livro é aquele com aspecto sinistro ali do lado direito? As Profecias de Nostradamus, de Serge Hutin (1981), com “o texto integral e autêntico das Centúrias, explicado e comentado, até ao ano de 1999”? Leio a contracapa: “Nostradamus previu tudo. Aquele que foi o médico e astrólogo de Catarina de Médicis e que morreu no dia e na hora em que indicara [sem necessidade de se suicidar, acrescento eu], teve a visão de tudo o que se produziu ao longo da história contemporânea. De século em século – da bancarrota de Law, à ascensão de Napoleão Bonaparte, da guerra de 1914 à tomada do poder por Hitler e à explosão de Hiroxima, da queda do Xá à sua substituição por Khomeiny, do triunfo da “rosa” do Partido Socialista ao atentado contra João Paulo II – todas as visões das “Centúrias” de Michel de Nostradamus se verificaram […]. As Profecias de Nostradamus, apresentadas e esclarecidas aqui de modo definitivo por Serge Hutin, constituem o único livro onde a humanidade poderá decifrar o seu futuro como num espelho”.
Hum, a coisa prometia. Investigo um pouco mais sobre Nostradamus (agora no Google) e fico a saber que se trata do mais famoso vidente europeu de sempre. Além das Centúrias, terá, entretanto, sido descoberto um novo documento de Nostradamus, prevendo, tal como o calendário maia, o fim do mundo para 2012 (o que pode parecer desagradável, mas que, ao menos, me resolvia o problema da hipoteca).
Passo, então, brevemente os olhos pelo livro e, de facto, à primeira vista, o homem pareceu-me muito credível. Claro que há umas minudências, enfim, um ou outro erro pontual de interpretação ou de previsão, por exemplo, quando Hutin pergunta, dramaticamente, “Ter-se-á o direito de esperar o ano de 1999 (“o ano mil novecentos e noventa e nove e sete meses / Do céu virá um grande Rei do terror”) sem se preparar, sem se preparar compreender?” Há, também, previsões como o assassinato do Presidente Mitterrand, que, nesta altura, me parecem um pouco difíceis de concretizar.
Bom, OK, é certo que o coeficiente de acerto do homem fica um pouco aquém do polvo Paul, mas, ainda assim, convenhamos que é bastante superior ao melhor dos correctores da bolsa de Wall Street.
Decidi aprofundar a análise, lendo, depois, a descrição do método mágico de Nostradamus para obter as suas visões de futuro, bem como do processo utilizado por Hutin e outros para os interpretar. De seguida, tentei eu próprio ler as Centúrias em Português e em Francês e interpretá-las à luz dos acontecimentos dos últimos anos. Bolas, estas quadras são ininteligíveis; comparado com isto, a obra de Hegel é de uma clareza meridiana.
Enfim, recorrendo, em alternativa, a um método sugerido por um ex-Presidente do Benfica, a coisa, após 4 minis, 3 sangrias e 3 whiskies, tornou-se bastante mais nítida. Quer dizer, nítida não será a palavra mais adequada, mas que a coisa melhorou muito, melhorou.
Por isso, caros amigos, estou em condições de voz dizer que Nostradamus prevê, sem margem para dúvidas, que, este ano, o Sporting vai ser Campeão. Ora vejam lá se não tenho razão:
“Vitória incerta três grandes coroarão,
Águia, Galo, Lua, Leão, Sol em marca”.
Nesta passagem, Nostradamus prevê a classificação final da Liga 2010/1011. Como não poderia deixar de ser, o Campeão terá um lugar ao Sol, pelo menos, mais perto do Sol. Sporting (o Leão, naturalmente), será, portanto, Campeão. Segue-se, o Porto, de Rui Veloso (O Lado Lunar), depois, o Braga (o Galo, pela proximidade a Barcelos) e, por fim, em quarto lugar, o Benfica (a Águia, evidentemente).
Perto de uma grande ponte de planície espaçosa
O grande leão por forças cesaréias
Fará abater fora da cidade rigorosa
Por terror portas lhe serão abertas.
O Campeão Sporting (o Grande Leão) aterrorizará os seus adversários nos jogos fora.
O Galo verá a Águia, sua asa pobremente liquidada
Pelo Leão será isto levado ao extremo.
O Braga derrotará o Benfica, explorando os seus problemas nas faixas laterais. Melhor, depois o Benfica será esmagado pelo Sporting.
A Águia se dirige por trás em volta das barracas
Será perseguido de lá por outros pássaros.
O Benfica volta às épocas de grandes barracas e será derrotado pela maioria dos clubes da Liga.
Se a interpretação das Centúrias de Nostradamus estiver certa teremos, então, o Sporting de novo campeão. Se a coisa correr mal, não seremos campeões, mas ficamos com a esperança que o mundo não acabe em 2012. Se o mundo acabar em 2012, temos a garantia que o Benfica não será campeão a partir da época 2011/2012. Portanto, isto só pode correr bem!
De visita a casa dos Pais, entre a Praia e umas conversas com amigos, procuro desesperadamente algo para ir lendo durante estes lentos e intermináveis dias do Verão Alentejano. Ora, vejamos, então. Temos a colecção RTP oferecida pelo meu avô, com muitos e bons clássicos, que li quando ainda não tinha idade para compreender e que agora compreendo que já não tenho idade para voltar a ler. Temos, também, diversos clássicos da minha juventude como os Cinco, os Sete, o Sandokan, a Colecção de Ficção Científica da Europa América e até o Langelot. Pois, a colecção Reader Digest, também não.
Espera lá, que livro é aquele com aspecto sinistro ali do lado direito? As Profecias de Nostradamus, de Serge Hutin (1981), com “o texto integral e autêntico das Centúrias, explicado e comentado, até ao ano de 1999”? Leio a contracapa: “Nostradamus previu tudo. Aquele que foi o médico e astrólogo de Catarina de Médicis e que morreu no dia e na hora em que indicara [sem necessidade de se suicidar, acrescento eu], teve a visão de tudo o que se produziu ao longo da história contemporânea. De século em século – da bancarrota de Law, à ascensão de Napoleão Bonaparte, da guerra de 1914 à tomada do poder por Hitler e à explosão de Hiroxima, da queda do Xá à sua substituição por Khomeiny, do triunfo da “rosa” do Partido Socialista ao atentado contra João Paulo II – todas as visões das “Centúrias” de Michel de Nostradamus se verificaram […]. As Profecias de Nostradamus, apresentadas e esclarecidas aqui de modo definitivo por Serge Hutin, constituem o único livro onde a humanidade poderá decifrar o seu futuro como num espelho”.
Hum, a coisa prometia. Investigo um pouco mais sobre Nostradamus (agora no Google) e fico a saber que se trata do mais famoso vidente europeu de sempre. Além das Centúrias, terá, entretanto, sido descoberto um novo documento de Nostradamus, prevendo, tal como o calendário maia, o fim do mundo para 2012 (o que pode parecer desagradável, mas que, ao menos, me resolvia o problema da hipoteca).
Passo, então, brevemente os olhos pelo livro e, de facto, à primeira vista, o homem pareceu-me muito credível. Claro que há umas minudências, enfim, um ou outro erro pontual de interpretação ou de previsão, por exemplo, quando Hutin pergunta, dramaticamente, “Ter-se-á o direito de esperar o ano de 1999 (“o ano mil novecentos e noventa e nove e sete meses / Do céu virá um grande Rei do terror”) sem se preparar, sem se preparar compreender?” Há, também, previsões como o assassinato do Presidente Mitterrand, que, nesta altura, me parecem um pouco difíceis de concretizar.
Bom, OK, é certo que o coeficiente de acerto do homem fica um pouco aquém do polvo Paul, mas, ainda assim, convenhamos que é bastante superior ao melhor dos correctores da bolsa de Wall Street.
Decidi aprofundar a análise, lendo, depois, a descrição do método mágico de Nostradamus para obter as suas visões de futuro, bem como do processo utilizado por Hutin e outros para os interpretar. De seguida, tentei eu próprio ler as Centúrias em Português e em Francês e interpretá-las à luz dos acontecimentos dos últimos anos. Bolas, estas quadras são ininteligíveis; comparado com isto, a obra de Hegel é de uma clareza meridiana.
Enfim, recorrendo, em alternativa, a um método sugerido por um ex-Presidente do Benfica, a coisa, após 4 minis, 3 sangrias e 3 whiskies, tornou-se bastante mais nítida. Quer dizer, nítida não será a palavra mais adequada, mas que a coisa melhorou muito, melhorou.
Por isso, caros amigos, estou em condições de voz dizer que Nostradamus prevê, sem margem para dúvidas, que, este ano, o Sporting vai ser Campeão. Ora vejam lá se não tenho razão:
“Vitória incerta três grandes coroarão,
Águia, Galo, Lua, Leão, Sol em marca”.
Nesta passagem, Nostradamus prevê a classificação final da Liga 2010/1011. Como não poderia deixar de ser, o Campeão terá um lugar ao Sol, pelo menos, mais perto do Sol. Sporting (o Leão, naturalmente), será, portanto, Campeão. Segue-se, o Porto, de Rui Veloso (O Lado Lunar), depois, o Braga (o Galo, pela proximidade a Barcelos) e, por fim, em quarto lugar, o Benfica (a Águia, evidentemente).
Perto de uma grande ponte de planície espaçosa
O grande leão por forças cesaréias
Fará abater fora da cidade rigorosa
Por terror portas lhe serão abertas.
O Campeão Sporting (o Grande Leão) aterrorizará os seus adversários nos jogos fora.
O Galo verá a Águia, sua asa pobremente liquidada
Pelo Leão será isto levado ao extremo.
O Braga derrotará o Benfica, explorando os seus problemas nas faixas laterais. Melhor, depois o Benfica será esmagado pelo Sporting.
A Águia se dirige por trás em volta das barracas
Será perseguido de lá por outros pássaros.
O Benfica volta às épocas de grandes barracas e será derrotado pela maioria dos clubes da Liga.
Se a interpretação das Centúrias de Nostradamus estiver certa teremos, então, o Sporting de novo campeão. Se a coisa correr mal, não seremos campeões, mas ficamos com a esperança que o mundo não acabe em 2012. Se o mundo acabar em 2012, temos a garantia que o Benfica não será campeão a partir da época 2011/2012. Portanto, isto só pode correr bem!
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terça-feira, 17 de agosto de 2010
Eles que venham. Eles, quem? Não importa
Na Bola andam nervosos. Um tal de Guerra afirma que com o Ramires e o Di Maria qualquer um era campeão… até o Jesus. Parece-me injusto para o Jesus e mais injusto ainda para o empenho e dedicação do Ricardo Costa. Mesmo assim, dão o benefício da dúvida a Jesus e tratam de arranjar reforços. Vem o Salvio. As relações entre o Benfica e o Atlético de Madrid estão óptimas e isso facilita o negócio. Aliás, o Atlético de Madrid deve estar a pensar atribuir um cartão frota ao Benfica.
Nós estamos muito melhor. Vêm dois. Fala-se num moço de 29 anos japonês, que joga no prestigiado Grenoble, e de um avançado mais entradote italiano. Entretanto, quer venham quer não qualquer um destes pernetas, vamos vender por tuta e meia um (Izmailov) que tem jeito para a bola. Em linguagem da especialidade, chama-se a isto reforçar o plantel.
Nós estamos muito melhor. Vêm dois. Fala-se num moço de 29 anos japonês, que joga no prestigiado Grenoble, e de um avançado mais entradote italiano. Entretanto, quer venham quer não qualquer um destes pernetas, vamos vender por tuta e meia um (Izmailov) que tem jeito para a bola. Em linguagem da especialidade, chama-se a isto reforçar o plantel.
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segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Ser feliz com Roberto
O jogo de ontem do Benfica decorreu enquanto seguia viagem para férias. Quando fizemos uma pausa, o filho, portista, de uma amigo meu informou-se entusiasmado que a Académica estava a ganhar. Disse-lhe que isso era o pior que podia acontecer a qualquer clube (com o Benfica deve-se perder desde o início). Os jogadores do Benfica iam moer de pancada os da Académica, perante a complacência do árbitro, um ou outro seria expulso, e o campo inclinar-se-ia até à vitória encarnada. No fim seria a pior frustração possível para os jogadores da Académica: teriam levado na cara sem se poderem desforrar, pelo menos um deles ficaria impedido de jogar o próximo jogo e acabariam por perder na mesma.
Estive quase a acertar no prognóstico. Um jogador da Académica foi expulso no início da segunda parte. A expulsão foi justa, o que acontece frequentemente com os adversários do Benfica. Chega-se ao fim da época e verifica-se que, justamente, o Benfica jogou metade dela contra 10 ou menos jogadores (coisa que, por puro acaso, não acontece com mais nenhum outro clube). O David Luís desatou a bater em tudo o que se mexia. O Aimar lá foi fazendo os “mergulhos para a piscina” do costume.
Só que estava lá o Roberto e o esquecimento desse facto é imperdoável. Com que outro guarda-redes um jogador arriscaria um remate a 40 metros da baliza? Com Roberto, qualquer jogador adversário arrisca-se a ser feliz, pelas melhores (como foi o caso) ou pelas piores razões (com os frangos que nos vai habituando).
Roberto não dá azar, atrai é a felicidade alheia. Nós compreendemos o seu ar desalentado, a fazer beicinho, quando acabou o jogo. Nós tivemos que gramar com o Ricardo a fazer as mesmas caretas durante anos.
Estive quase a acertar no prognóstico. Um jogador da Académica foi expulso no início da segunda parte. A expulsão foi justa, o que acontece frequentemente com os adversários do Benfica. Chega-se ao fim da época e verifica-se que, justamente, o Benfica jogou metade dela contra 10 ou menos jogadores (coisa que, por puro acaso, não acontece com mais nenhum outro clube). O David Luís desatou a bater em tudo o que se mexia. O Aimar lá foi fazendo os “mergulhos para a piscina” do costume.
Só que estava lá o Roberto e o esquecimento desse facto é imperdoável. Com que outro guarda-redes um jogador arriscaria um remate a 40 metros da baliza? Com Roberto, qualquer jogador adversário arrisca-se a ser feliz, pelas melhores (como foi o caso) ou pelas piores razões (com os frangos que nos vai habituando).
Roberto não dá azar, atrai é a felicidade alheia. Nós compreendemos o seu ar desalentado, a fazer beicinho, quando acabou o jogo. Nós tivemos que gramar com o Ricardo a fazer as mesmas caretas durante anos.
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Playlist: “Coimbra tem mais (des)encanto na hora da despedida”, interpretado por Rui Santos, ontem, no Tempo Extra!
Que as lágrimas do meu pranto
São a Luz que lhe dá vida.
Quem me dera estar contente
Enganar a minha dor
Mas a saudade não mente
Se é verdadeiro o amor.
Coimbra tem mais encanto
Na hora da despedida (bis)
Isto começa mal, diz o Rui Santos! O Rui, com a habitual independência e frontalidade, vociferou contra os inúmeros erros - todos, claro, contra o Benfica - do Colina Português, o insuspeito Cosme Machado. O Rui, ainda em visível estado de choque pela lição coimbrã, insurgiu-se contra o facto de, na sua isenta opinião, o Benfica não ter sido tão beneficiado pela arbitragem como o Porto nesta primeira jornada da Liga. É caso para dizer, “ai, ai, ai, ai, ai, ai, isso é que não pode ser”…
É certo que contei pelo menos cinco situações ofensivas do Benfica (como diria o mister Paulo Sérgio) em que o nosso Colina deveria ter sido mais rápido a cabecear ao segundo poste dos estudantes, ou mais lesto na recarga a defesas de Peiser. É certo que o nosso Machado deveria ter impedido a entrada em campo nos segundos finais de Júnior Paraíba, cortando assim pela raiz a jogada do segundo golo coimbrão. É certo que o nosso Cosme deveria ter feito a compensação de Javi Garcia no último contra-ataque coimbrão, varrendo Laionel com um providencial carrinho antes do momento fatal.
Ainda mais grave, a monumental chapelada de Laionel à gaffe (ou será garfo?) Roberto deveria, evidentemente, ter sido anulada por Cosme Machado: como é bom de ver (muito bom, mesmo), Laionel presenteou-nos com um chapéu de aba larga, mas que, ainda assim, não servia na "cabeça" que “o Rui” exibiu ontem no Tempo Extra. Como se diz em bom futebolês, futebol é isto mesmo, vá lá, ó Rui, há que levantar a cabeça!
Enfim, para terminar este nosso tempo extra, deixava aos nossos (dois...) leitores a seguinte pergunta da semana: Quem vencerá o Prémio Barbas – Lampião do Ano 2010?
• Rui Santos;
• Comentadores da Sport TV e TVI;
• A Bola;
• Taxista Zé Manel
• Cosme Machado
Eu por mim já votei. No Rui, pois claro! Como dizia o Churchil, um fanático é alguém que não pode mudar de ideia e não quer mudar de assunto.
São a Luz que lhe dá vida.
Quem me dera estar contente
Enganar a minha dor
Mas a saudade não mente
Se é verdadeiro o amor.
Coimbra tem mais encanto
Na hora da despedida (bis)
Isto começa mal, diz o Rui Santos! O Rui, com a habitual independência e frontalidade, vociferou contra os inúmeros erros - todos, claro, contra o Benfica - do Colina Português, o insuspeito Cosme Machado. O Rui, ainda em visível estado de choque pela lição coimbrã, insurgiu-se contra o facto de, na sua isenta opinião, o Benfica não ter sido tão beneficiado pela arbitragem como o Porto nesta primeira jornada da Liga. É caso para dizer, “ai, ai, ai, ai, ai, ai, isso é que não pode ser”…
É certo que contei pelo menos cinco situações ofensivas do Benfica (como diria o mister Paulo Sérgio) em que o nosso Colina deveria ter sido mais rápido a cabecear ao segundo poste dos estudantes, ou mais lesto na recarga a defesas de Peiser. É certo que o nosso Machado deveria ter impedido a entrada em campo nos segundos finais de Júnior Paraíba, cortando assim pela raiz a jogada do segundo golo coimbrão. É certo que o nosso Cosme deveria ter feito a compensação de Javi Garcia no último contra-ataque coimbrão, varrendo Laionel com um providencial carrinho antes do momento fatal.
Ainda mais grave, a monumental chapelada de Laionel à gaffe (ou será garfo?) Roberto deveria, evidentemente, ter sido anulada por Cosme Machado: como é bom de ver (muito bom, mesmo), Laionel presenteou-nos com um chapéu de aba larga, mas que, ainda assim, não servia na "cabeça" que “o Rui” exibiu ontem no Tempo Extra. Como se diz em bom futebolês, futebol é isto mesmo, vá lá, ó Rui, há que levantar a cabeça!
Enfim, para terminar este nosso tempo extra, deixava aos nossos (dois...) leitores a seguinte pergunta da semana: Quem vencerá o Prémio Barbas – Lampião do Ano 2010?
• Rui Santos;
• Comentadores da Sport TV e TVI;
• A Bola;
• Taxista Zé Manel
• Cosme Machado
Eu por mim já votei. No Rui, pois claro! Como dizia o Churchil, um fanático é alguém que não pode mudar de ideia e não quer mudar de assunto.
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Júlio Pereira
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09:34
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domingo, 15 de agosto de 2010
A Arte da Guerra, segundo “o Paulo”
“E fiz eu 450 Km para assistir a isto? É certo que esses 450 km foram, previdentemente, percorridos no sentido contrário a Paços de Ferreira, mas, que diabo… todos os pormenores da viagem foram estudados à minúcia para não perder a nossa estreia”- remoía eu, enquanto aguardava as explicações do “Paulo” no flash interview para esta primeira débacle.
E, ao contrário do que esperava, “o Paulo” convenceu-me. Pelos vistos, não há motivos para preocupações. Tudo se resume à falta de eficácia na concretização das “situações ofensivas” (sic) que criamos através do plano de jogo que delineamos. Ou seja, de acordo com “o Paulo”, nós tínhamos um plano de jogo.
Agora compreendo, os cinco sistemas utilizados durante todo o jogo, o pressing aparentemente caótico e desorganizado, as sucessivas mudanças de posição e de jogadores e aquilo que aos olhos dos observadores mais impreparados pareceu anarquia táctica no estado mais puro, não era mais do que um plano de jogo destinado a lançar a confusão e a engalfinharmo-nos com o adversário.
Leitor atento dos grandes clássicos da estratégia militar, “o Paulo” é um discípulo fiel de Miyamoto Musaashi, um dos mais destacados guerreiros samurais japoneses. Defendia Miyamoto que “na estratégia em grande escala, podemos usar as nossas tropas para confundir o inimigo no terreno. Observando o espírito do inimigo, podemos fazer com que pense: Aqui? Ali? Desta maneira? Daquela maneira? Devagar? Depressa? A vitória é certa quando o inimigo é conquistado pela confusão”.
É certo que “o Paulo” reinterpretou estes princípios teóricos à sua maneira. E fez bem. Dizia Clausewitz que “o que o génio faz deve ser a melhor de todas as regras, e a teoria deveria apenas mostrar como e por que motivo é assim. Infeliz da teoria que se coloca em oposição à mente!”.
Força, Paulo! Avança, ´tou contigo, vamos embora!...
E, ao contrário do que esperava, “o Paulo” convenceu-me. Pelos vistos, não há motivos para preocupações. Tudo se resume à falta de eficácia na concretização das “situações ofensivas” (sic) que criamos através do plano de jogo que delineamos. Ou seja, de acordo com “o Paulo”, nós tínhamos um plano de jogo.
Agora compreendo, os cinco sistemas utilizados durante todo o jogo, o pressing aparentemente caótico e desorganizado, as sucessivas mudanças de posição e de jogadores e aquilo que aos olhos dos observadores mais impreparados pareceu anarquia táctica no estado mais puro, não era mais do que um plano de jogo destinado a lançar a confusão e a engalfinharmo-nos com o adversário.
Leitor atento dos grandes clássicos da estratégia militar, “o Paulo” é um discípulo fiel de Miyamoto Musaashi, um dos mais destacados guerreiros samurais japoneses. Defendia Miyamoto que “na estratégia em grande escala, podemos usar as nossas tropas para confundir o inimigo no terreno. Observando o espírito do inimigo, podemos fazer com que pense: Aqui? Ali? Desta maneira? Daquela maneira? Devagar? Depressa? A vitória é certa quando o inimigo é conquistado pela confusão”.
É certo que “o Paulo” reinterpretou estes princípios teóricos à sua maneira. E fez bem. Dizia Clausewitz que “o que o génio faz deve ser a melhor de todas as regras, e a teoria deveria apenas mostrar como e por que motivo é assim. Infeliz da teoria que se coloca em oposição à mente!”.
Força, Paulo! Avança, ´tou contigo, vamos embora!...
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Júlio Pereira
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11:12
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Paços de Ferreira 1 - Sporting 0
Isto afinal começa bem. Informa-nos o benfiquista Manha que o Sporting não começava a perder um campeonato há 15 anos. Pelas minhas contas, então, quando não perdemos na primeira jornada temos uma probabilidade de 14,3% de ganhar o campeonato. Acham muito? Eu não.
Quanto às estatísticas, estamos conversados. Vamos à análise técnico-táctica, que é o meu forte. A táctica da segunda parte pareceu-me original. Verificando que o Mathias jogava melhor no centro, o que é que o nosso treinador vislumbrou? Vislumbrou a táctica do “2-1-1-1-1-1” (muitas vezes denominada, nos meios mais informados, de “bicha”). À frente dos dois centrais plantou o Carriço. À frente do Carriço aparecia o Maniche, que tinha pela frente o Mathias, que não raras vezes chocava com o Postiga, que também por ali passava para apoiar nas costas o Liedson (nada de piadas parvas que o “levezinho” tem as costas largas).
Quando as coisas começaram a dar para o torto, deixou um médio e meteu cinco avançados. Desde os tempos em que assistia aos jogos do S. Nicolau dos campeonatos da Associação Distrital de Braga que não via nada assim.
Não quero ser demasiado crítico. A táctica da “bicha” não me pareceu brilhante, mas não se pode concluir, sem a testarmos mais vezes, que é errada. A de metermos todos os avançados que tínhamos à molhada na parte final do jogo é muito frequente nos campeonatos distritais, mas, conceptualmente, é uma táctica como qualquer outra. O que me pareceu melhor foi a capacidade para irmos mudando de táctica. Isso não é para todos. Significa que o treinador pensa depressa e isso é bom.
A táctica não sei se foi a mai adequada, agora os jogadores é que não se recomendam. Quem é que recomenda o Postiga, o Saleiro e o Djaló para jogadores da bola, ainda para mais a avançados. Alguns deles sabe dar um chuto (sim, um chuto, que isso de remates é para meninas) ou uma cabeçada? Nenhum deles.
Por isso, para melhorarmos temos que ir por partes. Em nenhum momento quero ver no campo o Postiga, o Saleiro e o Djaló. Ouviste ò Paulo? No próximo jogo indico-te os outros.
Quanto às estatísticas, estamos conversados. Vamos à análise técnico-táctica, que é o meu forte. A táctica da segunda parte pareceu-me original. Verificando que o Mathias jogava melhor no centro, o que é que o nosso treinador vislumbrou? Vislumbrou a táctica do “2-1-1-1-1-1” (muitas vezes denominada, nos meios mais informados, de “bicha”). À frente dos dois centrais plantou o Carriço. À frente do Carriço aparecia o Maniche, que tinha pela frente o Mathias, que não raras vezes chocava com o Postiga, que também por ali passava para apoiar nas costas o Liedson (nada de piadas parvas que o “levezinho” tem as costas largas).
Quando as coisas começaram a dar para o torto, deixou um médio e meteu cinco avançados. Desde os tempos em que assistia aos jogos do S. Nicolau dos campeonatos da Associação Distrital de Braga que não via nada assim.
Não quero ser demasiado crítico. A táctica da “bicha” não me pareceu brilhante, mas não se pode concluir, sem a testarmos mais vezes, que é errada. A de metermos todos os avançados que tínhamos à molhada na parte final do jogo é muito frequente nos campeonatos distritais, mas, conceptualmente, é uma táctica como qualquer outra. O que me pareceu melhor foi a capacidade para irmos mudando de táctica. Isso não é para todos. Significa que o treinador pensa depressa e isso é bom.
A táctica não sei se foi a mai adequada, agora os jogadores é que não se recomendam. Quem é que recomenda o Postiga, o Saleiro e o Djaló para jogadores da bola, ainda para mais a avançados. Alguns deles sabe dar um chuto (sim, um chuto, que isso de remates é para meninas) ou uma cabeçada? Nenhum deles.
Por isso, para melhorarmos temos que ir por partes. Em nenhum momento quero ver no campo o Postiga, o Saleiro e o Djaló. Ouviste ò Paulo? No próximo jogo indico-te os outros.
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Rui Monteiro
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00:13
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sábado, 14 de agosto de 2010
Todos ao seu lugar, o espectáculo vai começar!
As luzes acendem-se. Os artistas do futebol desfilam alinhados. Sucedem-se dirigentes ilusionistas, jornalistas contorcionistas e juízes malabaristas. E, de seguida, multidão ao rubro, entra a dupla Olarápio & Baptistinha. Ah, sim, e no encore actua, também, o Rui Santos. Cheira a couratos, bifanas e fruta fresca. É a magia da Liga Chapitô que está no ar.
Neste início de época, um tipo que nasceu em Maio de 68 só pode dizer : sejam razoáveis, exijam o impossível – Queremos, de novo, o Sporting Campeão!
Neste início de época, um tipo que nasceu em Maio de 68 só pode dizer : sejam razoáveis, exijam o impossível – Queremos, de novo, o Sporting Campeão!
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Júlio Pereira
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14:28
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Não esquecer o Braga
Isto começa mal. Por outras palavras, começa como se esperava. O Braga ganhou. Por três, ainda por cima.
Estou também muito desconfiado do Guimarães e do Nacional da Madeira. Ninguém dá nada por eles e vai-se a ver e já estão a marcar golos, a ganhar jogos e assim. Bem, já nem falo do Marítimo...
O nosso treinador está atento. Disse qualquer coisa acerca de não pretendermos passear as camisolas na Mata Real. Penso que estava a falar da saída do Miguel Veloso.
Estou também muito desconfiado do Guimarães e do Nacional da Madeira. Ninguém dá nada por eles e vai-se a ver e já estão a marcar golos, a ganhar jogos e assim. Bem, já nem falo do Marítimo...
O nosso treinador está atento. Disse qualquer coisa acerca de não pretendermos passear as camisolas na Mata Real. Penso que estava a falar da saída do Miguel Veloso.
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Rui Monteiro
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01:06
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quinta-feira, 12 de agosto de 2010
O início de época
Estou velho. Não acredito que desta o Postiga vá lá. O Salomão não é o Cristiano Ronaldo. O Maniche vai continuar gordo e maluco. O Polga, enfim, o Polga vai continuar a ser o Polga. Quanto aos outros, não sei. Aliás, quem são os outros?
Mas continua lá aquele rapaz. Esse, sim, aquele que estão a pensar. Pensando melhor, não sei se estou assim tão velho.
Mas continua lá aquele rapaz. Esse, sim, aquele que estão a pensar. Pensando melhor, não sei se estou assim tão velho.
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Rui Monteiro
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20:14
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