Acordei mais tarde para não correr qualquer risco de chegar ao café da esquina e o Sr. Flávio não me anunciar que despediram o Paulo Sérgio. Mesmo assim, ouço o noticiário da TSF enquanto me levanto e nada. Chego ao café e nada. Leio a Bola e nada. O Sr. Flávio atira-me com a expressão do costume “ontem não correu bem”. Pergunto-lhe se sabe se já despediram o Paulo Sérgio. Disse-me que não.
Vou no carro ao ouvir a TSF e continua não se saber nada. Não posso acreditar que nada tenha acontecido. Leio no quiosque ao pé do trabalho o cabeçalho do “Record”. Diz que “vão rolar cabeças”. Animo-me, não me passava pela minha (cabeça) que não fosse acontecer nada.
De manhã não soube mais nada. Vou almoçar e nada ainda. A tarde passa a correr e ninguém entra pelo gabinete a dar-me a notícia. Desespero. Ao fim da tarde não aguento mais. Vou ao Google e procuro a notícia do despedimento do Paulo Sérgio. Descubro simplesmente que o Costinha está “despontado com o resultado de ontem”. Eu também estou só que me lembro de umas tantas expressões mais adequadas.
Fica para segunda-feira, depois do jogo com o Setúbal. É capaz de ser mais barato.
Falaremos do Sporting, mais mal do que bem. Falaremos também do Benfica, sempre mal. Falaremos do Porto, conformados.
sexta-feira, 17 de dezembro de 2010
Cabeças a (en)rolar
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Rui Monteiro
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quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
A última canção

Enquanto me dirijo para casa continuo a ouvir o relato. Nada de relevante acontece. O treinador tira um médio e mete um avançado. Depois tira um defesa central e mete um médio. Reedita-se, pela enésima vez, a táctica de, quando estamos a perder, tirar médios e defesas e meter avançados.
O jogo acaba sem grandes emoções. Comenta-se que controlámos o jogo; que os jogadores se esforçaram; que tivemos azar; que o Levsky só defendeu. Desligo o rádio.
Amanhã, quando acordarmos, o Paulo Sérgio já está despedido. De outra forma, é porque perdemos a vergonha.
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Rui Monteiro
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20:50
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H0 NEstúpidos
Embora a OMS ainda não o tenha confirmado, estou plenamente convencido que há uma pandemia de estupidez em Portugal provocada pela vaga de frio. O primeiro caso deu-se ontem à tarde no relvado do Dragão e teve como protagonista o jornalista António Cancela. Seguramente que influenciado por uma bagaceira que o Reinaldo Teles lhe deu, o homem nomeou Paulo Sérgio como o “técnico dos lagartos”. Rapidamente, o vírus propagou-se à Direcção do Sporting que, não tendo mais nada para fazer até porque tem um plantel recheado de grandes mamíferos, cortou relações com o canal televisivo. A coisa podia ter ficado por aqui, mas uma pandemia é o contrário disso mesmo. Logo, a SIC apresentou desculpas. O problema é que para isto ainda não inventaram qualquer vacina e não há analgésico que alivie a vergonha.
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Sergio Barroso
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Mr. Entertainment Karaoke Professional
Há coisa de 25 jogos que André Villas Boas ultrapassou o principio de Peter. É espantoso. Tão espantoso que o homem anda deslumbrado. Tão deslumbrado que acha que o grande atributo de uma equipa que joga com 4 brasileiros, 2 uruguaios e 3 argentinos, é “mostrar o melhor do futebol português”. Ainda se fosse treinador do Besitkas...
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Sergio Barroso
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quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
Momentos Únicos: Homenagem aos Saucedos Desconhecidos…
As imagens de forte conteúdo simbólico desta notável curta metragem da autoria do realizador argentino Leandro Grimi, pretendem recordar e homenagear “unhas” tão promissoras do "Hall of Fame" leonino, como ….
Uchoa, Bukovac, Kikas, Hamilton, Bela Katzirz, Jason, Roger Wilde, Kaloga, Diallo, Fernando Cruz, Saucedo, Duílio, Forbes, McDonald, Peter Houtman, Rodolfo Rodriguez, Eskilsson, Ali Hassan, Miguel, Carlton Banze, João Luís II, Maside, Portela, Valtinho, Edel, Bozinowski, Guentchev, Tó-Zé, Barny, Carlos Jorge, Luís Miguel II, Lemajic, Costinha, Luís Vasco, Chiquinho Conde, Pedro Martins, Afonso Martins, Mauro Soares, Ouattara, Skuhravy, Gil Baiano, Balajic, César Ramirez, Missé-Missé, Nenê, Didier Lang, Renato, Leão, Giménez (mais tarde conhecido como Bruno Marioni…), Ivo Damas, Kmet, Krpan, …., …., …., ….
…. que, ao longo dos anos 80 e 90, deram o seu melhor em prol do futebol do Sporting, acabando, no entanto, por… tropeçar em si próprios e cair desamparados no esquecimento. Como dizia Epicuro “As pessoas felizes lembram o passado com gratidão, alegram-se com o presente e encaram o futuro sem medo".
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Júlio Pereira
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Estamos a mudar e não há razão para isso (parte 2)

Kaloga, depois do Sporting (onde não jogou), foi para o Sporting da Covilhã juntamente com o Gabriel (lateral direito e antigo jogador do Porto) e Saucedo (um argentino bigodudo de cabelo carapinha). A seguir foi para o Grupo Desportivo dos Ferroviários, em Santarém, onde se manteve até 2004, altura em que se retirou com 45 anos.
Ao Amadou Diallo foram destinados outros voos. Passou pelo Académico de Viseu, Penafiel, Quarteirense e Portimonense. Hoje, é o seleccionador da selecção olímpica de futebol do Mali.
Se não fossemos nós, o que teria sido do futuro deste dois, na altura, jovens? Foi sempre isto que nos distinguiu dos demais.
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Rui Monteiro
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terça-feira, 14 de dezembro de 2010
Apaguem as luzes
Maniche diz que “é nos maus momentos que se vêem os verdadeiros sportinguistas.” Acho que já tivemos tempo suficiente para ver quem são eles.
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Sergio Barroso
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One Flew Over the Cuckoo's Nest
Luís Filipe Vieira é quase tão desconcertante como aquele extremo diabólico, conhecido por Pacheco, que numa final da Taça dos Campeões perdia as botas de cada vez que fazia um sprint. Quando já nos tínhamos esquecido daquele oportuno édito que tinha salvo os sócios de ver a goleada no Dragão, eis que o vidente presidente decide que agora já o podem fazer. Mas agora? Agora que aos jogos em casa já só vão uns quantos rapazes de Foz Côa fazer gravuras na garagem?
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Sergio Barroso
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Estamos a mudar e não há razão para isso
O que mudou não foi a equipa de futebol nem o treinador. Esta é tão má como muitas outras das décadas de 80 e 90. O Paulo Sérgio parece um doutor quando nos lembramos do Octávio Machado.
O que é diferente é a crença. Nós acreditámos que podíamos ganhar o campeonato com o Ali Hassan, o Valtinho, o Duílio, o Bozinovsky ou o Pedro Barny. Apostámos no trio búlgaro Kostov, Bukovac e Buskovic. Vimos grande futuro numa dupla de jovens malianos que não me lembra o nome. Ficámos deslumbrados com a velocidade estonteante do N’wokocha. (Não vou continuar com este registo que me está a dar uma vertigem). Essa é que é a diferença e não há razão para ela.
O que é diferente é a crença. Nós acreditámos que podíamos ganhar o campeonato com o Ali Hassan, o Valtinho, o Duílio, o Bozinovsky ou o Pedro Barny. Apostámos no trio búlgaro Kostov, Bukovac e Buskovic. Vimos grande futuro numa dupla de jovens malianos que não me lembra o nome. Ficámos deslumbrados com a velocidade estonteante do N’wokocha. (Não vou continuar com este registo que me está a dar uma vertigem). Essa é que é a diferença e não há razão para ela.
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Rui Monteiro
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segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Rockefeller Center da Luz
Ninguém me tira da cabeça que aquela pista de patinagem no gelo que colocaram junto ao Estádio da Luz foi oferecida pelo Shalke. Sabendo que eles iam de patins da Liga dos Campeões quiseram que tivessem condições para praticar. Ainda há quem se queixe da Alemanha.
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Sergio Barroso
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domingo, 12 de dezembro de 2010
Bode respiratório
Luís Filipe Vieira diz que o Jota Jota faz parte da solução, não do problema. Como lhe explicaria Mourinho, “nem o Einstein diria melhor”. Todos estão cansados de saber que o BPP é o único problema do qual Jota Jota faz parte. Mas nesse caso tem apenas um 1/10 milhões de avos da solução. Assim são as coisas e não há que ser de outra forma.
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Sergio Barroso
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A perder, que seja sempre assim

O facto de ser o chefe não altera nada a minha visão sobre o ambiente que se vive nestes jantares. Existe uma grande liberdade e todos podem dizer o que pensam, seguindo a tal nota, que, parecendo que não, ajuda muito.
Uma senhora acabou mesmo por dizer que o chefe era muito bonito e sensual. A senhora também era muito bonita e sensual, apesar de estar cheia de frio, pois esteve em fato de banho dentro de um bolo durante muito tempo. Queriam que ela aparecesse só em fato de banho, mas não me pareceu boa ideia, face ao período natalício que se atravessa. Assim teve que trazer também o barrete do Pai Natal e é se queria. Enfim, teve que se pagar bem, mas valeu a pena.
Quanto ao jogo, só vi até ao segundo golo do Setúbal. Cada vez que marcavam um e filmavam o Manuel Fernandes, lembrava-me sempre dos que ele marcou ao Benfica quando lhes demos sete ou, mesmo, aquele que lhes “roubou” o título, na Luz, na época 85-86. O Manuel Fernandes será sempre o meu capitão.
Já me ia esquecendo. As pessoas do trabalho também ficaram muito tristes com o resultado. Uma ou outra ao princípio ainda era do Porto e assim. Agora ou são do Sporting ou do Salgueiros, que é um clube muito simpático aqui do Porto.
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Rui Monteiro
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sábado, 11 de dezembro de 2010
Enquanto estavam umas boas Suecas a jorgar curling no Eurosport
Já houve campeões a distribuir fruta, há aqueles que são mesmo bons é a dar pau, mas ninguém ganha ao Sporting a dar prendas. Nem o Pai Natal. Para mais, nesta época do Advento, comoveu-me a generosidade do Polga. Pode parecer excesso de sensibilidade, mas se tivermos em conta que esta semana apareceram 4 cadáveres num Lar na Charneca da Caparica, ver o Sporting a tratar com tanto afecto o Zé Pedro, o Neca, o Hugo Leal e o Miguelito comove até o mais intrépido coração. Está bom de ver porque se trata de um clube diferente. É bem verdade que perde como todos os outros, mas trata bem os idosos e cuida de preservar as tradições. Assim são as coisas e não há que ser de outra forma.
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Sergio Barroso
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22:53
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Porque hoje há Taça
[Alvalade XXI, 27 de Maio de 2007]
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Sergio Barroso
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Já cá canta o pinheiro e ainda não chegou o Natal
Quem não precisa de um pinheiro somos nós. Aproveitando o mercado de Inverno, contratámos o Sérgio Barroso.
Não fomos em academias, preferimos a experiência. Anti-benfiquismo testado e experimentado nas épocas do Calabote e assim. Resistência ao período das quinhentinhas e da fruta ao pequeno-almoço. Esperança até morrer, mesmo quando fomos treinados pelo Queiroz.
Está formada a equipa que nos há-de dar grandes alegrias.
Não fomos em academias, preferimos a experiência. Anti-benfiquismo testado e experimentado nas épocas do Calabote e assim. Resistência ao período das quinhentinhas e da fruta ao pequeno-almoço. Esperança até morrer, mesmo quando fomos treinados pelo Queiroz.
Está formada a equipa que nos há-de dar grandes alegrias.
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Rui Monteiro
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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010
A eterna dúvida

O Porto foi o melhor clube português nos últimos 30 anos. Nele jogaram, nesse período, alguns dos jogadores mais admiráveis que passaram pelo futebol português. Sendo sportinguista, não me custa mesmo nada reconhecer que a vitória de Viena (contra o Bayern) foi um dos momentos mais empolgantes de futebol que me foi dado assistir. Mais, para mim, o Bobby Robson, que foi corrido do Sporting, foi o melhor treinador de sempre.
Nesses 30 anos, o Porto teve jogadores e treinadores notáveis mas também teve jogadores e treinadores medíocres. Os outros nem sempre tiveram piores jogadores e treinadores.
O facto de terem sido melhores, não tem nada que ver com corrupção e tráfico de influências. A questão não é o Porto ter sido melhor; é a dúvida se foi sempre (e, digo, sempre) melhor quando ganhou todos os campeonatos que ganhou. E essa dúvida mata…
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Rui Monteiro
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domingo, 5 de dezembro de 2010
Sporting (em)polga

O treinador, por força das circunstâncias, está com cada vez menos margem de manobra para baralhar e dar de novo. Na defesa não há muito a fazer. Jogam aqueles e mais nada. Ainda lhe deu na cabeça inventar aquela da dupla Abel – João Pereira na ala direita, mas, depois do João Pereira lhe dizer que andava amuado, passou-lhe.
No meio campo jogam aqueles três. O Pedro Mendes e o Maniche porque mandam no treinador (com a vantagem de o Pedro Mendes ainda fazer as vezes de treinador dentro de campo). O André Santos porque corre e joga por eles.
No ataque, o Postiga joga sempre e a até ao último minuto praticamente; mesmo quando está a entrar em coma. Sobram dois lugares. Um acaba por ser para o Liedson. Porque ou ele começa a jogar e ainda podemos aspirar a alguma coisa ou então nada feito. Sobra um. Hoje calhou ao Vukcevic. Jogou bem, em minha opinião. O que, provavelmente, significa que para o próximo jogo sai.
Quanto ao jogo, como disse, lembro-me de pouco. Na segunda parte, então, penso que não terá acontecido mesmo nada. O Patrício está cada vez mais guarda-redes. O André Santos começa a parecer melhor que o Moutinho (atenção, só deixei de gostar do Moutinho quando o começaram a por a jogar a 10; nessa posição decidia sempre mal: passava quando devia fintar ou levar a bola, levava a bola ou fintava quando a devia passar).
Dois ou três apontamentos finais. Os livres são marcados por quem berra mais alto. Nem sei sequer se esse é o critério. Quando vi, primeiro, o Polga e, depois, o Postiga a marcar livres directos à entrada da área, ia-me dando uma coisa. Vale a pena não insistir com o Vukcevic e o Maniche não vão eles querer marcar golos. No golo do Portimonense, assistiu-se a mais um capítulo da nossa interminável saga de golos sofridos na sequência de lances de bola parada. A defesa, como diz o meu amigo Júlio Pereira, avançou às arrecuas para a bola.
Por fim, o nosso treinador teve que contribuir para uma parte final do jogo mais emocionante. Alguém lhe deve ter dito que quando estamos a ganhar devemos defender com unhas e dentes o resultado mesmo que o adversário não ataque. Assim não foi de modas: tratou de tirar um avançado para meter um defesa e deixar-se pressionar pelo adversário.
Isto foi tudo tão chocho que não me ocorre sequer a “punch line” habitual.
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Rui Monteiro
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Mestre Pal Hu promete: “O melhor está para vir” (*)
Pouco a pouco, subtil e pacientemente, a filosofia militar do Mestre Pal Hu vai-se impondo e fazendo escola no Reino de Alvalade.
A sua estratégia militar baseia-se, como já aqui dissemos, na Arte Oriental da Guerra e é genialmente simples: o inimigo deve desconhecer sempre a zona chave que Pal Hu pretende atacar, porque, ao não a conhecer, terá de se dividir e, consequentemente, de dispersar cavaleiros por todo o campo de batalha. Ora, se o inimigo tiver que cobrir todos os pontos, em todos os pontos ficará fraco, resultando daqui que Pal Hu, ao concentrar a sua força de ataque numa determinada zona chave, encontrará muito poucos cavaleiros a defendê-la.
Para se transformar no senhor do destino do seu adversário, Mestre Pal Hu, antes de cada batalha, oculta totalmente as suas ideias para que ninguém as note, conservando-se calado para que ninguém o ouça. Depois, de forma súbita e imprevisível, decide, por vezes, utilizar cavaleiros para atacar onde o inimigo menos espera, outras vezes recorre a besteiros e arqueiros para tomar um ponto chave aparentemente insignificante, para agitar a sua direita, ultrapassar a sua esquerda, alarmá-lo na vanguarda e, finalmente, golpear furtivamente pela retaguarda. Durante o dia, confunde o inimigo, agitando freneticamente bandeiras e guiões de um lado para o outro. De noite, perturba-o com bombos e vuvuzelas. Temeroso e a tremer, o inimigo divide as suas forças a fim de tomar precauções.
Segundo o Mestre, com esta estratégia “o inimigo não descobrirá onde surgirão os meus carros, de onde virá a minha cavalaria, para onde irá a minha infantaria, pelo que se dispersará e se dividirá, tentando defender-se de mim em todos os lados. Com as forças espalhadas e enfraquecidas e a sua força dissipada e quebrada, no local em que eu atacar, poderei servir-me de uma grande hoste para vencer então as suas pequenas unidades isoladas”.
Infelizmente, nestes cinco meses do seu comando, esta estratégia não tem dado os resultados esperados. Geralmente, seguindo o exemplo do General Inglês William Forbes Gatacre na Guerra dos Boers, Pal Hu decide efectuar uma marcha nocturna seguida de um ataque de surpresa pela madrugada. Normalmente, não só desconhece o caminho, como também consegue esquecer-se de trazer alguém que o conheça. Como resultado, a madrugada encontra-o, frequentemente, a ele e ao seu exército, atrás dos montes à frente dos quais deveria estar.
Após alguns momentos de confusão, durante os quais perde completamente o sentido de orientação, Mestre Pal Hu conduz o seu exército, regra geral, na direcção errada, com as costas voltadas para o inimigo. Este último, recobrando-se da nova experiência de ser atacado por um exército que parece mover-se em sentido contrário, lá acaba por abrir fogo, geralmente com resultados tão devastadores que, em apenas 45 minutos, a tropa de Pal Hu está em debandada. Quando o exército se reagrupa, Pal Hu fica normalmente encantado ao verificar que apenas sofreu 2 baixas – geralmente, Maniche e Pedro Mendes. A euforia dura, no entanto, pouco, porque uma segunda contagem revela afinal que, por mero equívoco, 3 soldados - Postiga, Liedson e Valdés - são frequentemente deixados para trás, nos montes dominados pelo inimigo. Uma vez que ninguém lhes disse para retirar, ficam geralmente prisioneiros do inimigo. No final, forja-se uma história com o intuito de preservar a reputação do Mestre – ou é o azar de ter atirado muitas bombardas a rasar os alvos inimigos, ou é o terreno de combate que estava irregular, ou, então, são os prometidos reforços que afinal não chegaram”…
Enfim, parece que finalmente estes sucessivos desastres estão definitivamente ultrapassados e, agora sim, promete Mestre Pal Hu que “O melhor está para vir!”. Suspeito é que, infelizmente, ontem não tenha sido a véspera desse dia…
(*) Adaptado de “A Arte da Guerra” de Sun Tzu e “A Psicologia da Incompetência dos Militares” de Norman Dixon
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Júlio Pereira
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quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
Pode ser que despeçam o Paulo Sérgio até chegarem os dezasseis-avos-de-final

Um senhor na televisão disse que jogámos em 4x3x3. Eu não sei. Aliás, nunca sei em que táctica jogamos. Não sei sequer se temos uma. Umas vezes jogam uns, outras jogam outros. Chamar a esta gestão, de entradas e saídas, mais ou menos caótica, de jogadores na equipa, táctica(s) só com muito boa vontade.
Salvou-se, como sempre, a vontade dos jogadores. Deram o que puderam, apesar de na segunda parte parecerem estar com os bofes de fora. Nada que não aconteça noutros jogos, o que suscita algumas suspeitas sobre a preparação física da equipa.
A defesa, com um ou outro susto, esteve bem. O Patrício esteve magnífico. Praticamente não fez uma defesa e a única bola com selo de golo acabou por ir de encontro ao poste. Na recarga, quase sem saber como, a bola acabou por lhe ir parar às mãos. Os grandes guarda-redes têm duas características fundamentais: sorte e dão frangos com estilo
O meio campo parece a equipa de veteranos do Porto. Penso que o Costinha ainda pode lá fazer uma perninha. Dessa equipa do tempo do Mourinho, ainda temos o Nuno Valente e o Postiga. Penso que devíamos pedir ao Jorge Costa e ao Pedro Emanuel para virem dar uma ajuda também. A entrada do Zapater foi providencial. Gostei da forma como, na única vez que tocou na bola, marcou um livre directamente para fora quando queria passar para um colega que estava a dez metros.
O ataque também esteve ao nível que nos vem habituando. Ninguém se consegue lembrar de nada que tenha feito, a não ser da mão (de Deus) do Postiga no lance do golo. O Vukcevic entrou um pouco mais animado e ainda fez das suas. Deu um golo ao Liedson, mas ele já não resolve como resolvia. O “killer instinct” continua intacto, a idade é que não perdoa.
Em Março, quando chegarem os dezasseis-avos-de-final, pode ser que já tenham despedido o Paulo Sérgio. Pode ser …
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Rui Monteiro
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domingo, 28 de novembro de 2010
Até amanhã camaradas
Vi o jogo de ontem com o Porto enquanto jantava com os meus amigos de Viseu. O pretexto foi a tentativa do Liceu Alves Martins de bater o record do Guiness da “maior reunião escolar do mundo”. O jantar foi o derby do costume. Há os sportinguistas, em maioria, e os benfiquistas. Nos tempos que já lá vão, em Viseu, ninguém era do Porto. Assim, havia os que queriam que ganhasse o Sporting e os que o Porto perdesse.
A parte das entradas e do arroz de míscaros correu muito bem. O Falcão quase que me fazia engasgar com um bocado de morcela. Mas, com excepção desse lance, a coisa foi correndo bem. Tão bem que até marcámos um golo: pontapé de baliza do Patrício, tentativa do Liedson de cabecear a bola, asneirada de um tal de Maicon e golo de Valdés.
Ao intervalo começou a chegar o bacalhau. O bacalhau mudou tudo. Os do Porto desataram a correr e a passar com rapidez a bola de uns para os outros, No Sporting só o André Santos se parecia com eles. Estava-se mesmo a ver o que se ia passar. O Patrício ainda salvou a primeira (momento em que gritei: “Patrício a titular da selecção, já!”). A segunda foi a crónica de uma morte anunciada. Falcão marcou mas podia ser qualquer outro. A partir do momento em que o Maniche ficou esparramado no chão e a bola chegou ao Hulk, sabíamos que o golo ia acontecer.
Temeu-se o pior. Ainda está demasiado presente a goleada impressionante do Porto ao Benfica. As tranches de vitela já chegaram em ambiente de elevada a ansiedade. Por essa razão, atacámo-las com todas as forças que nos sobravam, enquanto o Liedson tratava do Maicon. O jogo ficou cada vez mais confuso. O Sporting sentia que tinha a obrigação de ganhar mas não sabia o que fazer. O Vukcevic ainda entrou mas dedicou-se a mostrar as suas qualidades de jogador de “futsal”. O Porto, mais pragmático, deu o assunto por encerrado.
O café e o digestivo (es)correram em ritmo de rescaldo. A noite foi avançando e o jogo foi ficando cada vez mais distante.
Acordei, hoje, com uma dor de cabeça das antigas e com a boca, como se dizia, a saber a papel de música. Arrumei a mala e regressei a casa. No caminho, soavam-me na cabeça as palavras de um amigo meu recordando o Eça e o final do Maias:
“— Falhámos a vida, menino!
— Creio que sim... Mas todo o mundo mais ou menos a falha. Isto é, falha-se sempre na realidade aquela vida que se planeou com a imaginação. Diz-se: «Vou ser assim, porque a beleza está em ser assim.» E nunca se é assim, é-se invariavelmente assado, como dizia o pobre marquês. Às vezes melhor, mas sempre diferente”.
Combinámos que não deixaríamos passar tanto tempo sem voltarmos a jantar juntos. Em Março, voltamos a encontrar-nos, provavelmente, sem Paulo Sérgio e com o FMI.
Até amanhã camaradas.
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Rui Monteiro
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23:04
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quarta-feira, 24 de novembro de 2010
Porque espera o FMI?

Há coisas que não se percebem. Joga o Kardec, joga o Cardozo ao pé-coxinho e não joga o Nuno Gomes. Alguém é capaz de explicar isto? Será que ninguém se lembra da forma como, de costas para a baliza, vai criando linhas de passe para os seus colegas? Da sua pontual mas, quantas vezes, providencial eficácia? Do ponto de apoio que constitui para a construção da dinâmica de ataque? Quem é que pode tabelar com o Cardozo? Quem pode fixar os centrais para permitir os remates de meia distância do Carlos Martins ou, mesmo, do Aimar?
E em situações desesperadas como as de hoje, depois de sofrer o segundo e terceiro golos, quem é que pode entrar e mexer com a alma da equipa? Alguém acredita que é o Jara? Ou o Cardozo? Todos nós sabemos quem deve entrar nestas alturas. Foi assim no passado e nada impede que não seja assim no futuro. Vamos soletrar para todos perceberem: M-A-N-T-O-R-R-A-S.
E que dizer das aquisições? Com Roberto, Jara, Gaitan e Salvio esta equipa não é capaz de jogar mais do que jogou contra o Hapoel (que ganhou, pela primeira vez, na Champions League)? Onde está a ambição enunciada no final da época passada e no princípio desta?
O Benfica continua um projecto adiado. Continua a prevalecer uma óptica de curto prazo em detrimento de uma estratégia pensada e amadurecida de médio e longo prazo. Há Jesus e Viera a mais e Rui Costa a menos. É preciso revisitar as razões que levaram o Rui Costa para a SAD. É preciso mais projecto e mais mística. É preciso pensar o futuro sem esquecer o passado.
Recriar, hoje, o Benfica no seu glorioso passado pressupõe alguém com outra visão estratégica. Alguém que pense o Benfica para os benfiquistas. Alguém como o Queiroz. Perguntem ao Toni se eu não tenho razão?...
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Rui Monteiro
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domingo, 21 de novembro de 2010
Há pior do que isto?

Assisti a um dos piores jogos de sempre. O treinador não pára de me surpreender. Jogámos com dois pontas de lança (Postiga e Liedson). O Valdés, que se começava a notabilizar a jogar a 10, foi outra vez mandado para médio esquerdo. O Djaló entrou para médio direito. A primeira parte foi a confusão total. Acabámos por marcar um golo de ressalto. Isto depois de termos assistido a uma jogada entre o Djaló e o Postiga digna do Bucha e Estica.
Por mais incrível que possa parecer, na segunda parte a coisa foi pior. Nos primeiros minutos, o Valdés veio para o meio, o Liedson foi para o lado direito e o Djaló passou para médio esquerdo. Depois saiu o Djaló e entrou o Vukcevic. O Valdés voltou para médio esquerdo e o Liedson para ponta de lança. A seguir entrou o Diogo Salomão para médio esquerdo e saiu o Liedson. O Valdés veio para o meio outra vez. Ninguém entendia nada daquilo e muito menos os jogadores.
Enquanto o Pedro Mendes jogava a passo, o desgraçado do André Santos corria que se fartava. Era ele que tinha que tapar aquele enorme buraco no meio campo que ia do Pedro Mendes, quase sempre encostado aos centrais, aos pontas de lança. O rapaz deu o que tinha e o que não tinha. Mas o jeito também não é muito e ninguém lhe pode pedir que, sempre em desvantagem no meio, vá organizando jogo.
O Paços de Ferreira ainda conseguiu jogar pior do que nós. É difícil. Mesmo assim, a meio minuto de acabar o jogo, ainda ia empatando. Essa jogada foi notável. A acabar o jogo, com o Sporting a ganhar um a zero, o Paços de Ferreira fez um contra-ataque e ficaram três avançados para dois defesas. A falta de jeito deles também é tanta que a bola acabou por ser rematada para fora.
No meio desta desorganização toda, o árbitro ainda conseguiu ser pior do que qualquer das outras duas equipas. O Bruno Paixão é um fenómeno e maior fenómeno é quem o deixa andar nesta vida.
Há pior do que isto? Não sei, mas duvido.
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quinta-feira, 18 de novembro de 2010
¡Hasta La Victoria Siempre!
Aprendimos a quererte,
Desde la histórica altura,
Donde el sol de tu bravura
Le puso cerco a la suerte.
Desde la histórica altura,
Donde el sol de tu bravura
Le puso cerco a la suerte.
Tu mano gloriosa y fuerte
Tu batalla por la verdad,
Quando todo Alvalade
Se despierta para verte.
Tu batalla por la verdad,
Quando todo Alvalade
Se despierta para verte.
Vienes quemando la brisa
Con soles de primavera
Para plantar la bandera
Con la luz de tu sonrisa.
Con soles de primavera
Para plantar la bandera
Con la luz de tu sonrisa.
Tu amor revolucionario
Te conduce a nueva empresa,
Donde espera la firmeza
De tu brazo libertario.
Te conduce a nueva empresa,
Donde espera la firmeza
De tu brazo libertario.
Seguiremos adelante,
Como junto a ti seguimos
Y como leones te decimos :
«¡Hasta siempre Comandante!»
Como junto a ti seguimos
Y como leones te decimos :
«¡Hasta siempre Comandante!»
Aquí fuiste general y sargento,
Com la entrañable transparencia
De tu querida presencia,
Comandante Paulo Bento!
Com la entrañable transparencia
De tu querida presencia,
Comandante Paulo Bento!
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Júlio Pereira
à(s)
23:00
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terça-feira, 16 de novembro de 2010
Uma tareia das antigas

Fizemos um excelente jogo. Sobretudo, defendemos muito bem, com o Hugo Figueira a fechar simplesmente a baliza na segunda parte. O resultado final deve-se muito a esta performance defensiva. No ataque, embora não tão bem, surpreendemos o adversário. Não nos precipitámos. Tivemos tempos de ataque longos sem cair em jogo passivo. Fomos mais imaginativos (aquela de colocar o Ricardo Dias a “pivot”, que frequentemente se deslocava para a primeira linha, surpreendeu a defesa do Benfica, que, em certas alturas, não tinha referências para as marcações), apresentámos maior mobilidade dos jogadores e um leque mais variado de soluções ofensivas.
Os jogadores do Benfica reagiram muito mal ao baile que estavam a levar. Fartaram-se de dar pancada e de fazer birrinha com os árbitros. Foram sendo suspensos e alguns expulsos. No cômputo final, não se registou o desequilíbrio que se deveria ter registado. O Benfica só teve mais quatro minutos de suspensão que o Sporting. Mas eles consideram-se roubados. Um tal de João Coutinho, Vice-presidente das modalidades (ditas) amadoras, veio ameaçar com a desistência do Benfica do campeonato. Espera-se a todo o momento que os órgãos sociais se reúnam e deliberem por unanimidade a proibição dos adeptos do Benfica se deslocarem aos pavilhões dos outros cubes para assistirem a qualquer partida, mesmo que seja de berlinde.
Enfim, ganhar ao Benfica é bom. Dar-lhes uma tareia é ainda melhor. Dar-lhes uma tareia em andebol, para quem é um jogador frustrado, é excelente. Dar-lhes uma tareia em casa deles e deixá-los a fazer beicinho, então, é de ir às lágrimas.
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Rui Monteiro
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01:40
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domingo, 14 de novembro de 2010
Rivalidades

Não sei o que se pode dizer mais sobre o jogo. Pode-se dizer que o Postiga é um brinca na areia, mas todos sabemos isso. Pode-se dizer que no ataque escapa o Vukcevic e o Valdés, mas todos sabemos isso também.
Falando um pouco mais a sério, devemos a vitória ao nosso guarda-redes, que fez uma defesa do outro mundo quando o resultado estava dois a um. O treinador estava completamente ansioso por meter o Pedro Mendes. Percebe-se; é a sua derradeira oportunidade. Espera que seja o Pedro Mendes a fazer com que os jogadores se entendam dentro de campo, já que ele não consegue isso através dos treinos.
Enfim, este jogo teve um significado particular para mim. Adoro rivalidades e, particularmente, as que envolvem a Académica. Em Viseu, podíamos perder com todos, o que não desculpávamos é que o nosso Académico não ganhasse aos de Coimbra. Na época de 1978/79, fomos, pela primeira vez, disputar a primeira divisão. Acabámos em últimos com 11 pontos, mas valeu a pena. Ganhámos-lhes um a zero, no Estádio do Fontelo, com golo de Joaquim Rocha (que tínhamos ido precisamente contratar à Académica). Foi a nossa primeira vitória na primeira divisão, há aproximadamente 32 anos.
Já me esquecia: estamos com os mesmos pontos do Benfica.
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Rui Monteiro
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01:21
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sexta-feira, 12 de novembro de 2010
O primeiro Sporting - Vitória: Carta para o novo Afonsinho do Condado
Querido Afonso,
Confesso que sempre gostei de Guimarães, a tua orgulhosa Cidade Berço. Da beleza e animação do seu notável Centro histórico, do Toural, à Praça da Oliveira, às suas mil ruelas e igrejas, sempre resplandecentes naquela desorganizada harmonia. Do bucho no Florêncio e das “tainadas” no ETC, mas, também, do requinte cultural do Vila For. Do verde tranquilo, descansando ali ao lado na Penha. E, claro, da magia do mítico Castelo - dizia há uns anos um responsável da Cidade de Nottingham a um antigo autarca de Guimarães: se, além da lenda do nosso Xerife de Nottingham, pudéssemos ter a imponência do vosso Castelo, o que não faríamos...
Sempre gostei, também, dos vimaranenses com que convivi: pessoas dinâmicas, trabalhadoras e com uma simpatia contagiante, sabem o que custa a vida e não têm medo de a enfrentar olhos nos olhos, dizendo o que pensam, de forma por vezes crua, mas sempre frontal. É certo que, com o seu antigo espírito de mercadores, têm aquela costela guicha dos minhotos, bem traduzida no que me disse uma vez o tal antigo autarca vimaranense: Indicadores, indicadores, Ó Doutor, quer indicadores, eu arranjo-lhe os indicadores. E diga-me lá, que indicadores quer? Para pagar ou para receber?
No futebol e apesar de algumas escaramuças pontuais com o Sporting (quem se recorda do caso Marlon?), sempre mantive bastante simpatia pelo Vitória – uma espécie de segundo clube, a par do Rio Ave e do Setúbal. Não sei explicar porquê. Talvez tenha sido das boas recordações daquela vitória do Sporting num jogo decisivo da época de 79/80 (com o famoso auto-golo do Manaca) que praticamente nos deu o primeiro título que eu tenho plena consciência de festejar. Ou, mais tarde, pela ideia que tinha de que a sorte nos era muitas vezes favorável nos jogos contra o Vitória (ao contrário do que sucedia, por exemplo, contra o Boavista). Ou, também, pelo facto do Vitória ser o único Clube dito "não grande" que, regra geral, não se prestava – nem presta - a quaisquer vassalagens ao Porto ou ao Benfica (nem claro, ao Sporting) – as Direcções sabem que a sua legião de adeptos é apenas do Vitória, unicamente do Vitória e... o resto é história.
Entretanto, a minha relação com Guimarães foi-se aprofundando. Foi lá que comecei a namorar com a minha mulher. Foi lá que o meu irmão casou com uma vimaranense de gema. É lá que os dois vivem. É lá, que tu, meu pequeno sobrinhito Afonso, dás agora os primeiros passos neste teu segundo mês de vida.
Na passada segunda feira, chegou o dia do teu primeiro confronto futebolístico Sporting – Vitória e… perdemos… ainda por cima, em Alvalade e… depois de estarmos a ganhar por 2-0 a 15 minutos do fim! Enfim, o teu pai não vai ter tarefa fácil, para te tornar o primeiro Afonso vimaranense a ser, antes de mais do Sporting e só depois do Vitória… Afinal, quem quer ser do Sporting de Bettencourt e Pál Sérgio, quando pode ter (e festejar) Vitórias?
De qualquer forma, espero que o teu pai consiga. Nem que seja porque, só assim, eu poderei perdoar a traição do Guimarães. Não, não foi por causa da nossa derrota de segunda feira. É “apenas” por, com a tradicional malícia minhota, nos terem “endrominado" com o… Pál Sérgio – treinador que se preparavam para cobrir de "alcatrão e penas" por ter falhado o acesso do Vitória às competições europeias. Não contentes com isso, estes minhotos manhosos ainda surripiaram 600 mil Euros de indemnização aos totós de serviço em Alvalade…
Enfim, por estes dias, ao passear à noite em Guimarães ainda ouço gargalhadas a ecoar nas muralhas do vosso Castelo. Como diziam os antigos vimaranenses: “Quem se carrega de nabos, carrega-se de diabos…”
Beijinhos do tio sportinguista,
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Júlio Pereira
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terça-feira, 9 de novembro de 2010
Para a rua, já!

Logo ali me enchi de raiva. Pensei que me passasse. Hoje, durante o dia, apesar de uma ou outra piada no trabalho, quase não me lembrei do jogo. Vi, há pouco, um resumo. Voltei-me a encher de raiva como da primeira vez.
Não sei o que me enche mais de raiva. O resultado em si mesmo. O facto de se ter tratado de uma reviravolta, ainda para mais, no último quarto de hora. A expulsão do Maniche e a circunstância de nos termos desorganizado completamente. Os falhanços dos avançados, com o Postiga à cabeça, na primeira parte. O ar patético e indeciso do treinador.
Talvez o que me encha de raiva seja mais do que aquilo que aconteceu ontem. Chega de contratar treinadores amadores. Chega de comprar centrais “ a granel” sem encontrar um de jeito. Chega de contratar médios para as mesmas posições quando nos falta um trinco e um avançado em condições. Chega de asneiras e mais asneiras.
Pelo menos um tem que ir para a rua. Já!
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Rui Monteiro
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23:14
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domingo, 7 de novembro de 2010
O Dragão, a Águia e o Leão: Razão & Pulsão (*)
A Águia acusou o Dragão de lhe ter roubado meio quilo de Paixão e três quartos de Benquerença.
No Tribunal da Selva, perante o juiz Leão, o Dragão defendeu-se das acusações da Águia e, no calor do debate, um e outro foram denunciando todas as malfeitorias que, em segredo, haviam perpetrado.
O juiz Leão ouviu-os atentamente e, por fim, sentenciou: "Condeno-vos a ambos: a ti, Dragão, porque roubaste o que de ti reclama a Águia; a ti, Águia, porque ninguém te roubou o que do Dragão exiges".
Moral - Razão ‐ Em contendas entre perversos, tão iguais como a Águia e o Dragão, raramente há quem tenha ou quem deixe de ter razão.
Moral - Pulsão – Como hoje não podem perder os dois (bem, se tivéssemos uns desordeiros infiltrados e um Conselho de Disciplina da Liga do nosso lado, isso podia-se arranjar, agora assim…), epa, desculpem, mas é mais forte do que nós: “Allez, Dragão, Allez, Nós somos a tua voz, Queremos esta vitória, Conquista-a por nós…”
(*) Adaptada da Fábula de Esopo “O Lobo, a Raposa e o Macaco”
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Júlio Pereira
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08:38
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sexta-feira, 5 de novembro de 2010
O insubstituível Abel

O Paulo Sérgio, que é desta nova geração de treinadores que usa computadores, não perdeu a oportunidade e meteu esta estatística na táctica. Saiu o nosso renovado flanco direito com o Abel a defesa e o João Pereira a médio. As estatísticas foram-lhe dando razão. Com o Abel em campo era só ganhar.
Contra o Gent o Abel tudo tentou para demonstrar que esta coisa da sorte é para levar mais a sério. Começou por fazer um penalty parvo que o Gent aproveitou. Ninguém acreditaria que com o Saleiro em campo viéssemos a recuperar e recuperámos. Arranjou maneira de ser expulso e … zás! Nem tivemos tempo de perceber o que nos tinha acontecido: já estávamos com mais duas bolas mais lá dentro.
Espero que este fim-de-semana o Abel jogue. Espero, também, que o não substituam. Pedia-lhe, por fim, que não se deixasse expulsar de forma imbecil através de faltas ridículas à saída da grande área do adversário. Quer chova quer faça sol, o Abel tem que ficar em campo o tempo todo. Mesmo assim, pelo sim, pelo não, fui à procura da pata de coelho que levei para o último jogo com o Leiria.
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Rui Monteiro
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23:22
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quarta-feira, 3 de novembro de 2010
O que é bom para o Benfica é bom para Portugal

Em primeiro lugar, o Benfica é um clube português e ninguém me vai apanhar em faltas de patriotismo. Quando se trata de futebol ou do Festival da Eurovisão, sou uma autêntica padeira de Aljubarrota.
Em segundo lugar, foram mais três pontos para o “ranking” da UEFA. Não podemos ser só nós e o Porto a dar para este peditório. Não é fácil para o Benfica contribuir para o acesso de outros clubes portugueses à Champions League, mas o país está primeiro, mesmo que se confunda o país com o Benfica.
Em último lugar, foi o momento de nos recordarmos porque é que, no final do Verão, nos andámos a rir à gargalhada com a contratação daquele guarda-redes pernalta do Benfica. Foi caro mas valeu a pena. Aquele frango só tem a classe que tem porque o Benfica pagou pelo frangueiro o que pagou. Um frango barato nunca pode ser um bom frango.
Gostei sobretudo quando ele, depois do frango, fez um sinal com as mãos de que alguém devia ter falado. Imagino que se estivesse a referir ao jogador do Lyon. É de facto imperdoável que um jogador como o do Lyon, que anda nesta provas internacionais há tanto tempo, não tenha a cortesia de, antes de cabecear, informar devidamente o Roberto sobre o que ia fazer. Qualquer coisa do tipo ”Roberto, acho que te estás a sair à maluca e, portanto, vou-me antecipar e fazer-te um chapelada”, mas em francês.
Publicada por
Rui Monteiro
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00:22
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