O Henrique Calisto é um treinador da velha guarda do futebol português e isso nota-se. Nota-se, sobretudo, num sistema piloso farfalhudo sobre o lábio superior. Nota-se também na preocupação em jogar fechadinho atrás e na aposta, quando se tem a bola, em a ir trocando como se a equipa estivesse a jogar ao meio e o futebol fosse jogado sem balizas. Pouco importa se se está a perder por um ou por dois.
O jogo foi um xarope, do tipo óleo de fígado de bacalhau. Sabe mal, mas faz bem. Começámos a pressionar e marcámos um golo (continuamos a marcar golos de bola parada). Depois baixámos o ritmo e chamámos o adversário. Só que eles nada. A meio, entre trocas e baldrocas com a bola, deixam o Montero isolado. Boa defesa do guarda-redes e intervalo sem o merecido descanso no marcador.
A segunda parte prometia mais do mesmo. Até que, numa biqueirada para a frente, o Montero viu o que só os grandes jogadores vêm. Que o tonto do central queria ganhar a bola com o corpo sem saltar e jogar de cabeça. O central, quando deu por ela, já o Montero tinha saltado e isolado de cabeça o Carrillo. O Carrillo foi por ali fora com a dúvida estampada no rosto: chuto, passo a bola ao Montero ou volto para trás para ajudar o Jéfferson a defender? Acabou por passar a bola ao Montero que, às três tabelas, meteu-a lá dentro.
Entrou o Slimani, a alegria do povo, e a equipa mexeu. Passou a carregar ainda mais sobre o Paços de Ferreira. O Slimani não desarma. Vai a todas. É um trapalhão, mas é um trapalhão mais inteligente e imprevisível do que qualquer outro trapalhão. Tem dois lances geniais. No primeiro, parece que vai tentar um pontapé de bicicleta só que, entretanto, lembra-se que não o sabe fazer. Gerou-se um impasse na defesa e o Magrão ia marcando de fora da área. No quarto golo, de costas para a baliza, fica sem saber bem o que fazer. Na dúvida, não faz nada e o André Martins chuta com o pé que tinha mais à mão e para onde estava virado.
Estamos em primeiro. Por mim, isto acabava já.
Deixa lá vir a 15ª jornada e se continuarmos à frente, aí acho que podemos tentar a luta para o título.
ResponderEliminarMeu caro,
EliminarNão sei se somos candidatos ao título. Agora, estamos em primeiro. Se acabasse agora ganhávamos. Um candidato ao título é aquele que mais o pode ganhar. Agora, somos mais candidatos do que quaisquer outros.
SL
A parte do superman(i) está hilariante! :D
ResponderEliminarSomos líderes. Por mim, tb podia acabar já...
Meu caro,
EliminarGosto do Slimani. É preciso alguém para fazer aquele trabalho. Mais, tem um efeito positivo na equipa. Com ele em campo a equipa acredita mais que pode chegar ao golo. Agora, tem um dos aspetos mais desengonçados que já vi num jogador.
Há anos que não sabíamos o que era estar em primeiro. Por fim, ficávamos assim e mais nada.
SL
Eu espero pela 29,5ª jornada!
ResponderEliminarMeu caro,
EliminarEstou como o Leonardo Jardim. Temos os nosso objetivos definidos para este época e blá, blá, blá...
SL
Se acabasse já não ganhávamos, porque no final do campeonato aplicam-se as regras do Record.
ResponderEliminarMas de resto, boa crónica
Meu caro,
EliminarSe no final do campeonato estivéssemos assim e o Manha mantivesse a tabela seria interessantíssima. Nós seríamos campões nacionais e o Benfica seria campeão do Record. O ridículo mata.
SL
O Slimani, cria empatia com o publico.
ResponderEliminarAquele jeito meio desengonçado, mas sempre esforçado, faz-nos ter um carinho especial pelo rapaz.
É aquele jogador que mexe no jogo, põe a malta a correr, aquece as bancadas (e ontem bem precisavamos!).
Eu imagino-me a festejar o campeonato, com um golo do Slimani aos 94'!
Meu caro,
EliminarÉ isso mesmo. Quando entra o Slimani a malta acredita, a equipa desata a atacar e as defesas adversárias entram em convulsão.
SL
Entretanto, por muito mal que isto corra daqui para a frente, o Natal já não é o que era.
ResponderEliminarSL
Meu caro,
EliminarQue o digam os do Porto.
SL