domingo, 7 de fevereiro de 2021

Fricções

 

Circula por aí no confinamento (agora apenas se circula nas redes ou adjacentes digitais) uma narrativa da conspiração para imbecis, e uma Nova Teoria da Admiração, resultante de uma parceria entre o politécnico de Cama Porca, em Alhandra, e o politécnico de Catraia do Buraco, Belmonte. Interessa-nos mais esta última, já que a narrativa da conspiração, radicando num conluio hipoteticamente liderado pelo Sporting, esquece que o Paços de Ferreira tem os mesmos pontos do Benfica, estando a uns meros dois pontos do Braga e a seis do Porto. Ora, não circulando (por enquanto) nenhuma teoria conspirativa sobre o domínio do Paços no futebol português, nomeadamente, nos seus bastidores e arrabaldes, estaremos então perante uma nova normalidade (muito em voga) hegemónica, que não poderá excluir o Paços, sobe pena de imbecilidade ostensiva. Sérgio Conceição, quando em recente conferência de Imprensa, refere que o futebol também se joga fora das quatro linhas (sem se rir), estaria obviamente (também) a pensar no Paços de Ferreira. Aguardamos uma capa do jornal A Bola sobre o assunto, mas com entrevistas a jogadores do Benfica.

Interessa-nos, modestamente, a Nova Teoria da Admiração, resultante de uma parceria entre o politécnico de Cama Porca, em Alhandra, e o politécnico de Catraia do Buraco, Belmonte; uma teoria onde os investigadores propõem uma nova forma de conseguir medir os níveis de admiração no futebol português, seguindo o insólito percurso do Sporting no primeiro lugar do campeonato, através do recurso a novas tecnologias de som e ultra-sons que permitem escutar, medir e analisar, estratificando em vários escalões e categorias, facilmente utilizáveis no futuro. Brevemente esta teoria será melhor explicada no programa da Antena 3, denominado Fricção Científica. Podemos apenas, em jeito de aperitivo, avançar que o estudo demonstra que os sons de admiração foram-se transformando ao longo do tempo, passando de ligeiros e pouco audíveis (muitas vezes mitigados de cinismo e graçolas) durante o mês de Novembro e Dezembro, para cada vez mais audíveis e agudos, tornando-se, aos poucos, graves e guturais entrecortados por ruídos estranhos e cada vez menos audíveis. Isto durante o mês de Janeiro e início de Fevereiro. Aguardemos. 

4 comentários:

  1. Extraordinário post. Vou seguir com interesse os proximos capitulos da teoria da admiração:)
    SL zé pereira

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  2. Caro Gabriel,

    O "aguardemos" dá-me esperança. Pode ser que tenhamos de aguardar ainda algum tempo. É que basta um mau resultado para voltar a ladainha do costume e ao "sempre disse que".

    Abraço

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    1. Caro Rui, mesmo sem a teoria da admiração, Sporting é hoje sinónimo de pasmo. Não apenas pelo que joga, mas porque ninguém contava com isto. A coisa era para ser dividida por dois, e deixar o terceiro lugar da pré eliminatória da liga dos calmeirões para "os outros", sucede de que...

      Um abraço

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