Finalmente um jogo a sério. O jogo contra a Espanha não conta. Era para perder, com honra e glória, como de costume. Empatámos. Mas, sem uma vitória hoje, esse empate de pouco ou nada servia. Sabemos bem o que nos acontece quando temos a responsabilidade de ganhar e, em particular, contra uma equipa teoricamente mais fraca. As contas são para fazer até ao último segundo e quando assim não acontece é porque a campanha nos vai correr mal.
Mal entraram os jogadores em campo, procurei os primeiros sinais de que tudo iria correr bem. Procurei perceber se o Cristiano Ronaldo estava em boa forma. As primeiras imagens desfizeram todas as dúvidas: continuavam as refeições com alimentos integrais e ricos em fibra, fruta e vegetais, bem como proteínas magras. Os outros não pareciam estar a seguir a mesma dieta, especialmente o Moutinho a quem lhe falta fibra, integral ou não, e ingerir umas litradas de bebidas isotónica que o leve a andar mais depressa. Em contrapartida os marroquinos pareciam estar com a dieta em dia.
Começámos a ganhar. Cinco por cento de uma oportunidade de golo e o Cristiano Ronaldo não perdoou. Fiquei preocupado. A impaciência do Cristiano Ronaldo ainda nos ia custar cara, pensei de imediato. É preciso aprender com a história. Com o Fernando Santos não teríamos ganhado Alcácer Quibir mas também não teríamos perdido.
A minha preocupação tinha toda a razão de ser como se viu nos minutos seguintes. O lado esquerdo da nossa defesa e o nosso meio-campo mais pareciam o norte de África. No meio do sufoco, o Cristiano Ronaldo recebeu uma bola no peito e de primeira, com o pé esquerdo, isolou o Guedes. Pela cabeça do Guedes passaram todos os capítulos de um livro do Carlos Daniel. Pensou em chutar com o pé esquerdo e acabou por rematar com o direito, pensou em rematar em jeito e acabou a rematar sem jeito, pensou em fazer um chapéu e acabou a rematar a meia altura. Uma botija de gás da Galp não teria feito pior, mesmo sem a senhora simpática a carregá-la. Foi com alívio que chegámos ao intervalo a ganhar por um a zero, sem antes demonstrarmos que temos uma defesa imbatível, especialmente uma massa de ar quente estacionada na área que gera efeitos de advecção nas bolas cabeceadas pelos marroquinos.
Quando começou a segunda parte mais parecia que não tinha havido intervalo. Voltou tudo ao mesmo, mas em pior, se tal é possível. O Guedes rematou e espirrou-lhe o taco, permitindo uma assistência do Fernando Santos para o Cristiano Ronaldo falhar. O meio-campo e o lado esquerdo operaram um verdadeiro milagre. Apesar de não existirem, ainda arranjaram maneira de se eclipsar. Os marroquinos entraram com os vinte e três jogadores e o Fernando Santos não quis equilibrar o jogo, metendo todos os que tinha no banco de uma vez. Foi valendo o Cristiano Ronaldo das balizas com as mãos, os pés e o olhar (sobretudo com o olhar), enquanto eu e o Fernando Santos continuávamos a rezar: “Consoladora de todos os aflitos, Maria Santíssima, mãe amorosíssima, contemplai piedosamente as pobres almas aflitas!”. Mas a resposta a esta súplica tardava, nem no “penalty” sobre o Cristiano Ronaldo.
Acabado do jogo, rezei uns tantos Pais-Nossos e umas tantas Avés-Marias. Sem ter a certeza sobre quem tinha operado este milagre e numa perspetiva ecuménica, fi-lo virado para Meca. Se é preciso sofrer assim na Terra para se ganhar o Reino dos Céus, que assim seja. Ámen.
Fica a impressão que Cristiano Ronaldo se enganou no filme. Os grandes craques da bola e rascord no seu melhor, a bola é que atrapalha.
ResponderEliminarCaro João,
EliminarFicamos à espera que rescindam com a Selecção. Espero que o Jorge Mendes se apresse. Ontem era tarde.
Por estas e por outra serão eternamente pequenos!
ResponderEliminarA sua unica pessoalização vai para um ex-jogador do Benfica. Fosse ele um ex.jogador ou ex-comungado do Sporting e teriamos uma enorme defesa do guarda redes Marroquino. Vejamos. Estavam de inicio RP, Fontes, Cedric, WC, Moutinho, JM e CR7 no campo e o seu olhar detectou em 90 minutos uma falha para valer um parágrafo em GG. Entraram ainda GM, BF e AS e mais ninguém foi pessoalizado. Pois, esses oculos!
E eu nem do Benfica sou!
Meu caro,
EliminarO Guedes no jogo anterior atrapalhou-se com a bola e não chegou a rematar. Desta vez, rematou e o guarda-redes defendeu. Há uma evolução. A comparação com a botija da Galp é lisonjeira. Não sei se sabe de que botija estamos a falar. Sobretudo não sei se se lembra da senhora que a transportava. Se soubesse tudo isso, não dizia o que disse.
Quanto ao tamanho, também estou de acordo consigo. Detesto gente pequena. Foi por isso que falei do Moutinho no "post". Se tivesse lido com atenção, tinha concordado do princípio ao fim comigo. Se acha que é preciso falar mal de mais alguém da Selecção, diga. Não imagina as metáforas que consigo imaginar para algumas das outras botijas que andaram dentro do campo.
É verdade, a culpa do mau jogo foi do Guedes. Ou melhor, da "botija da Galp".
ResponderEliminarA bola que espichou do "taco" da botija da Galp, que foi direitinha para o Ronaldo mandar para as nuvens, valeu apenas uma palavra: foi uma "falha".
Ai ai, tivesse a "botija da GALP" passado pela academia do BCP e teria sido uma defesa por instinto do guarda redes de Marrocos, a um soberbo remate.
Mas qual a surpresa quando depois de sair a lista dos 23 para a Rússia num programa da TSF estiverem 1 hora a argumentar a injustiça da inclusão do Ruben Dias. O mesmo sonso comentador da SIC do jogo de hoje.
Saudações verdes e vermelhas
PAT
Meu caro,
EliminarDigo-lhe o mesmo que disse relativamente ao comentário anterior: a botija da Galp foi premiada. Não se trata de uma qualquer botija.
Vamos ver outra coisa. O Cristiano Ronaldo não falha sequer. Peço desculpa por ter insultado o Cristiano Ronaldo. O Cristiano Ronaldo chutou a bola daquela maneira como forma de protesto pelo jogo que estávamos a fazer. Não tenho dúvidas que pensou em chutá-la contra o Fernando Santos e preferiu chutar por cima da baliza para defesa da equipa. Entre um lançamento lateral e um pontapé de baliza um jogador como o Cristiano Ronaldo não tem dúvidas.
Bem esgalhado. 11 botijas da Galp e um vendedor do Continente a dirigir. É o famoso futebol de fé na nossa Senhora.
ResponderEliminarMas o que interessa é as ronaldetes comprarem shampoos, muitos.
Meu caro,
EliminarA do vendedor do Continente também me parece bem. Desde que o Cristiano Ronaldo esteja bem, nós também estamos, mesmo que para isso tenhamos que comprar todos os shampoos que ele quiser, desde que não se esqueça de pagar os impostos em Portugal.
Me... Me??? Merveilleux!!!
ResponderEliminarApenas um reparo, na sua frase "Foi com alívio que chegámos ao intervalo a ganhar por um a zero...", queira corrigir para "Foi com alívio que chegámos ao intervalo a empatar por um a zero...".
Foi dos melhores empates que já vi da nossa selecção, talvez ao nível daquele contra a Croácia no Europeu.
É uma pena os empates por 1-0 nesta fase não darem direito a prolongamento e penaltys (o Guedes marca penaltys?) para rejubilarmos com o min. 112 onde finalmente temos mais gás que os adversários (agora digam mal da qualidade das botijas!!!).
Meu caro,
EliminarNão está corrigido mas é como se estivesse. Com efeito foi um dos melhores empates. Contra a Croácia, era evidente o que dizia a cara dos jogadores: coo é que perdemos este jogo? Desta vez ainda foi pior. Se o cinismo pagasse impostos estávamos feitos.
Ichalá...levaram banho de bola seus grandes camelos...Só Patricio e CR7 não chega! F.Santos tem pedras das mehores e não sabe jogar xadrez!
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