terça-feira, 19 de junho de 2018

Assistir a dois Campeonatos do Mundo

Temos a felicidade de assistir a dois campeonatos do Mundo ao mesmo tempo: o da melhor seleção do Mundo e do melhor jogador do Mundo. Estamos acompanhados por muito poucos: pelos argentinos, por causa do Messi, pelos brasileiros, por causa do Neymar, e pelos egípcios, por causa do Salah. Os outros só têm oportunidade de assistir a um campeonato do Mundo.

 O futebol começa a ficar parecido com o ciclismo. Quem ganha a Volta à França é o ciclista que fica em primeiro e não a equipa no seu conjunto. A vitória do primeiro é apropriada pela equipa, como se a equipa tivesse ganhado, o que nem sempre acontece. Admite-se que ninguém ganha sozinho e que o desempenho individual e coletivo estão intimamente relacionados. Sem uns bons aguadeiros ninguém ganha a Volta à França.

Todos desejamos que a seleção nacional ganhe o Campeonato do Mundo e que o Cristiano Ronaldo venha a ser considerado o melhor jogador do Mundo. A segunda vitória não implica a primeira. A primeira implica a segunda, isto é, a seleção só pode ganhar se o Cristiano Ronaldo fizer de tal forma a diferença que não exista qualquer possibilidade de não ganhar a Bola de Ouro. Para não termos (des)ilusões, deve-se desejar a segunda vitória, dado que é muito mais provável que a primeira. Ao mesmo tempo, vai-se rezando-se para que a segunda vitória seja de tal forma esmagadora para se transformar em condição necessária e suficiente para a primeira.

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