quinta-feira, 3 de maio de 2018

A fazer de Arnaldo Matos

Não tenho feitio para ser o grande educador da classe operária. Em Portugal, conhecido e reconhecido, houve um: Arnaldo Matos. Não me ocorre competir por esse lugar histórico, mas a recente vitória no voleibol e os consequentes festejos suscitam reflexão.

O grande problema da dinastia Roquette foi o de nunca perceber que um clube não é uma empresa e o facto de se transformar numa SAD não altera o essencial, passando a ser uma empresa com características especiais. O valor de um clube ou de uma SAD depende do número de sócios e adeptos e da sua maior ou menor mobilização. Pressupõe uma relação afetiva e essa é que determina a grandeza de um clube ou de uma SAD. Se o Sporting não jogar bem ou tiver umas camisolas ou uns barretes mais foleiros não leva ninguém a mudar para o Benfica.

Esta relação afetiva necessita de ser permanente alimentada. Sem grandes resultados desportivos no futebol, por um lado, e desinvestindo nas modalidades, não construindo um pavilhão e passando os treinos para Alcochete, por outro, esta relação tendeu a esbater-se e a quebrar-se. Foi a perceção que essa relação afetiva se iria retomar que levou o Bruno de Carvalho à Presidência do Sporting. O Bruno era um dos nossos, era um adepto que queria, como qualquer outro, resgatar o clube e trazer as vitórias e os títulos de volta.

Bruno de Carvalho pode ter vários defeitos, mas a falta de sagacidade não é um deles. Percebeu que a sua legitimidade estava dependente dessa relação afetiva. Construiu o Pavilhão João Rocha, apostou nas modalidades para ganhar e procurou construir uma equipa de futebol também ganhadora. Ao mesmo tempo, abriu todas as frentes externas necessárias para condicionar poderes instituídos e abrir espaço às vitórias. A relação afetiva alimenta-se de proximidade, de vitórias e do combate a inimigos, existentes e/ou convenientes.

Nos últimos tempos, o grande problema dele passou a ser ele, isto é, a sua incapacidade para estar calado sobretudo quando existem problemas internos. A reação à vitória no fim-de-semana foi esclarecedora: “Quem não conquistar vitórias, não está cá a fazer nada!”. Na negra, contra o Benfica, estivemos a um pelinho de perder. Há muito mérito dos jogadores e da equipa no seu conjunto, mas também houve sorte, muita sorte nos dois últimos pontos, quando estávamos a ficar por baixo do jogo. E se tivéssemos perdido, a proclamação seria a mesma? O Miguel Maia não estava no Sporting a fazer nada?

É nestas alturas, nas derrotas, que o Bruno de Carvalho revela o seu pior. Transforma-se no adepto mais doente. Basta dar uma vista de olhos pelas redes sociais para se perceber o que os adeptos iam dizendo da equipa e dos jogadores quendo estávamos a perder. A maior parte deles está de tal maneira intoxicada pela propaganda que acredita mesmo que os jogadores do Benfica se limitam a receber “vouchers” para comer à borla no Museu da Cerveja e que os nossos vêm todos com ordenado de administrador da GALP ou da EDP.

Quando se ganha é fácil. Quando se perde é que tudo se torna mais difícil. Por isso é que prefiro ver os dirigentes nas derrotas a vê-los nas vitórias. As vitórias são para os jogadores e para os adeptos. As derrotas é que são para aqueles que serem ser líderes. Esses esperam pouco do presente, esperam é que o futuro lhes dê razão, quando se fizer o balanço das derrotas e das vitórias e se perceber que muitas derrotas foram o início das vitórias e vice-versa.

(Este "post" é dedicado ao meu amigo Júlio Pereira, que faz hoje anos - pensei que nunca mais lá chegavas!-, tão grande como os maiores sportinguistas de sempre e um brunista crítico quando é preciso) 

28 comentários:

  1. o que bdc disse foi “Quem não estiver para conquistar vitórias, não está cá a fazer nada!” é ligeiramente diferente

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    1. Meu caro,

      Quando se tem de interpretar o que alguém diz é por que deve evitar falar. Todos percebemos o que o BdC quis dizer. Foi um simples remoque aos jogadores de futebol e mais nada.

      SL

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    2. Remoque aos jogadores? Eis a estupidez da semana.


      É preciso muita má fé para dizer uma coisa dessas

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    3. Quando não se cita correctamente uma declaração e nessa citação se poem aspas é porque deve evitar escrever! O que foi dito E ESTÁ GRAVADO foi "quem não estiver aqui para ganhar, então não está cá a fazer nada". Ou seja, ao contrário do que o Rui "cita" BdC não exige vitórias, exige sim que se esteja no Clube para as conquistar. Não se trata de interpretação mas de DETURPAÇÃO. Caro Rui, lamento mas, lendo o seu texto chamaria à sua "citação" um lapso inconveniente; lendo esta sua justificação, lamento mas só lhe posso chamar um acto de desonestidade intelectual

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  2. Em frases de La Palice eu prefiro a minha, que foi forjada nos anos 80 e 90: "Quem só for do Sporting para conquistar vitórias, não está cá a fazer nada!” E é isso que os outros não percebem. Especialmente quando perdem.

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    1. Caro Sérgio,

      O problema é que se está sempre condenado a perder por muito que se ganhe. Não se ganha sempre e é bom ter consciência disso e não andar a culpara os jogadores para se desresponsabilizar.

      Um abraço

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  3. Boas,

    Eu sei que é dificil de levar com o Bruno Carvalho, mas também fazer um post com uma suposta declaração do Bruno Carvalho, ao menos que escrevam a correta: "Os líderes motivam-se de vitórias, o resto é trabalho. Quem estiver comigo tem de saber isto, tem de trabalhar e se não estiver aqui para conquistar vitórias, não está aqui a fazer nada" - Como vês, o sentido é completamente diferente do que tu escreveste ou mesmo a capa do Rascord!! Pois até uma criança percebe que só com trabalho e vontade de querer ganhar é que vale apena estar no Sporting - e sendo este o meu clube acho que é o mínimo que se pode exigir a qualquer atleta e funcionário do clube!!

    Quando o ódio é muito é fácil de toldar seja o que for!
    Não estou aqui a dizer que o Bruno Carvalho é maravilhoso, mas agora criticar o homem por qualquer coisa que diz, mesmo que para isso se altere a frase da declaração dele para assim ir de encontro com a ideia que se quer fazer passar, acho que já é demais...

    Mas pronto quem sou eu...

    Apenas um Sportinguista que ama o seu clube

    Cumprimentos leoninos
    João

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    1. Caro João,
      Vamos então interpretar a sua proclamação do BdC: "Os líderes motivam-se de vitórias, o resto é trabalho. Quem estiver comigo tem de saber isto, tem de trabalhar e se não estiver aqui para conquistar vitórias, não está aqui a fazer nada".

      Aparentemente, o líder desmotiva-se quando perde. Fraco líder. Quem está com ele tem de trabalhar como ele. Ele está lá para trabalhar e é pago para isso. É ele que escolhe ou contrata quem trabalha com ele e, por isso, é muito estranho que admita que possam existir os que não trabalhem. Se alguém não trabalha é por que ele não trabalha ou trabalha mal escolhendo quem não trabalha. Ele está no Sporting para conquistas vitórias mas há alguns que não estão, depreende-se que estão lá para porque querem ser derrotados. Nem sequer admito que exista alguém num clube que não queira vencer e prefira ser derrotado. Mas admitindo que existe, a responsabilidade é dele dado que é ele que os escolhe ou contrata. Enfim, lida à letra a proclamação é um autêntico vazio. Um líder quando não tem nada para dizer está calado.

      Mas evidentemente ele quis dizer alguma coisa e todos percebemos. Os que ganham e andam com ele aos abraços são os dele, os que não ganham ou não andam com ele aos abraços são os outros, como se esses também não tivessem sido contratados ou escolhidos por ele. É um exercício de responsabilização pelo menos. Mas é pior, é colocar adeptos e sócios contra jogadores, como se ele não tivesse responsabilidade. Vamos admitir que no próximo jogo contra o Benfica perdemos, pode acontecer. Cá temos os tais que não estão para conquistar vitórias e não estão no Sporting a fazer nada.

      O BdC não me gera sentimentos muito fortes. Está deslumbrado e a vaidade cega-o. Está convencido que o eixo da terra lhe passa pelo umbigo e sem o umbigo dele não havia dia e noite. A paciência e só a paciência é que não é muita. Quando acabou o jogo de voleibol, queria ouvir entrevistas com todos os jogadores. Queria ouvir o Afonso e o Hugo que conheci por entrepostas pessoas. Quero ouvir jogadores e treinadores. Dispenso tempos de antena e remoques.

      Quanto ao sportinguismo, temos os dois. Nenhum é mais sportinguista do que o outro.

      SL

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    2. Caro Rui,
      Primeiro quero dizer-lhe que admiro muito a sua escrita e identifico-me com grande parte do que escreve.
      Primeiro, deixe-me dizer que, na minha opinião, esta sua resposta deita por terra o seu primeiro parágrafo.
      Discordo de parte do conteúdo deste post, eu que também sou "um Brunista critico quando é preciso."
      Creio que o seu "problema" com BdC seja apenas político e ideológico. Ou seja, quem é de esquerda tem uma ideia de “líder ideal” e quem é de direita terá outra.
      Apetecia-me criticar o Zuckerberg por ter criado o facebook, pois esse tornou-se no grande erro do presidente. Não considero errado a sua maneira de ser líder. Lá está, deve ser a minha tendência de ser destro .
      Cumprimentos caro Rui

      FM

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    3. Caro Rui Monteiro. Agora sim uma interpretação ... só que é a sua (apenas isso e, até aí, respeito completamente). O que me faz espécie é que use uma dialética retorcida para estabelecer as suas conclusões: "Aparentemente, o líder desmotiva-se quando perde. Fraco líder." Por que conclui essa aparência? Quem trabalha arduamente para o sucesso e é motivado por ele, quando não o obtém, o que faz não é necessariamente desistir; pode ser levado a analisar o que não levou ao sucesso, tentar corrigir e trabalhar ainda mais.
      Depois diz "Quem está com ele tem de trabalhar como ele. Ele está lá para trabalhar e é pago para isso." Essa do "está lá é para trabalhar e é pago para isso" é das demagogias mais gastas em quase todas as organizações do mundo. Só que, por acaso, estando nós a falar de declarações proferidas pelo Presidente do Clube, relacionadas com a conquista de um título de uma Modalidade, ele até ESTÁ LÁ (como poucos outros presidentes), mas até não é pago para isso (por sinal, até só recebe da Sporting SAD do Futebol, o que é outro motivo, como se não bastassem mais, tais como o nível de investimento feito nos profissionais, para ser ainda mais exigente).
      Depois afirma: "É ele que escolhe ou contrata quem trabalha com ele e, por isso, é muito estranho que admita que possam existir os que não trabalhem." Por muito que seja o Presidente que escolha quem com ele trabalha (e não será assim com todos), em todas as grandes organizações - e o Sporting é uma organização ENORME - não é de estranhar que possa haver quem não esteja ao nível das exigências dessa organização ou dos objectivos para ela definidos. Que raio? Só atletas devem ser mais de 3 000; dirigentes serão uns 200 , equipas técnicas uns 400; funcionários também não deverão ser poucos. O Universo Sporting é enorme! Acha mesmo que: 1º é o Presidente que escolhe todos? 2º que tem de acertar em todas as escolhas?
      A crítica demagógica e fácil custa pouco. O trabalho que conduz à mudança e ao sucesso acarreta enormes sacrifícios.
      Saber reconhecer isso, mesmo de quem não se goste, não é sinal de fraqueza é indicio de grandeza.
      SL

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    4. Caro Álvaro Dias Antunes,

      A minha argumentação só serviu para explicar que a proclamação do BdC referida pelo João era um vazio. A argumentação serve esse propósito e para fazer aquela que considero a interpretação do que foi dito. O que se diz tem um contexto e não me posso alhear desse contexto.

      Admito, sem problemas, que outros possam ter outras interpretações. Mas quem é presidente deve ser claro e falar quando deve. Se não pode ser adequadamente interpretado, então talvez seja vantajoso estar calado.

      Daqui a una anos, se por aqui andar, reconhecerei ou não os méritos. O tempo é que julga. É uma forma avisada de pensar. Quantos foram considerados uns heróis no seu tempo para se perceber mais tarde que não passavam de uns biltres? A história está cheia deles.

      Quanto à desonestidade, intelectual ou não, é que a coisa fia mais fino. Não me sinto com grande autoridade moral. Mas uma coisa lhe digo, se pretender ser desonesto procurarei uma forma mais lucrativa. Seria intelectualmente desonesto se não fosse desonesto inteligente.

      SL

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    5. Caro FM,

      Esse é um bom ângulo de análise. A forma como concebemos a vida colectiva e a sociedade, a essência da política, influencia todas as nossas análises, mesmo as mais triviais como o futebol. Mas chegados a este ponto, o que nos distingue são os valores. Os meus não são melhores do que os seus, entenda-se. Só que as diferenças são irredutíveis. Por isso é que temos um clube plural, em que cada um pensa pela sua cabeça e com os seu valores.

      SL

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  4. Os croquetes, eram todos muito aprumadinhos, tudo gente muutk politicamente correcta, e depois ouviamos bastas vezes dizer, coitadinhis, nós queremos é um sporting forte, e ninguem se metia com a gente, agkra qje temis um presidente, qje dá tudo dentrk e fora do campo, aparecem sempre pessoas muito enjoadas, com o que ele diz ou não diz, é pa sd andam enjoados, como se diz, comam uma isca, e deixem trabalhar, qjem qher kevaf o clube para cima.

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    1. ...«e quem não plo Bruno num é bom chefe de famila! Prontas!»

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    2. Meu caro,

      Adoro a dos croquetes. Adoro a do trabalho também. Adoro o dá tudo dentro e fora do campo.

      Quanto aos croquetes, o meu fascínio pela luta de classes já passou há uns anos largos. Não vou voltar a ela e muito menos a propósito de futebol. De outra forma, daqui a um bocado vamos descobrir que o Rui Patrício e o William Carvalho é que são os verdadeiros proprietários dos meios de produção e o Marx não percebeu.

      Não é suposto o BdC trabalhar? Não é suposto fazer tudo o que é necessário dentro e fora de campo? Se faz o que tem de fazer, ainda bem. Foi para isso que se candidatou e é para isso que recebo. Não há paciência para o ouvir como se fôssemos uns ingratos e não devêssemos agradecer-lhe todos os dias por nos ter salvado do purgatório.

      SL

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    3. Sr. A. Trindade, quando por aqui aparece a musica é sempre a mesma. Por acaso esta ao servico de alguém ou de alguma coisa? É que pontos de vista e opiniões difeentes todos temos e é de salutar, mas a sua pertinencia no "não gosto, tenho razão e pronto. Porquê, não posso?" parece-me algo... estranha.

      Cumprimentos
      FM

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  5. Boa crónica em parte

    Mas cá vai o que ele confirme que o que ele disse não é nada disso...

    «... os sportinguistas merecem ser felizes e vamos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance, estamos a chegar ao final de uma época, mas muitas alegrias ainda vamos viver, depois há que parar e refletir e pensar o que é a próxima época, porque a próxima época tem de ser isto, vencer em tudo e não haver meias palavras, é isto que nós queremos.

    Isto é o clube que eu amo, isto é o clube para que eu faço tudo para que ganhe, e vou continuar a fazer, doa a quem doer, chateia a quem chatear, eu quero é ganhar, não me interessa mais nada, estou aqui pelos sócios, pelos adeptos, o resto, tem de fazer o seu trabalho, se fizer o seu trabalho eu estou feliz e contente, que é isto que é conquistar e ganhar, depois partilharem esta alegria com os adeptos e os sócios, são eles a nossa razão, são eles o nosso grande activo, nós apenas temos o orgulho e a honra de servir o clube...

    perguntam o que é que os lideres, se motivam de quê? só se motivam de uma coisa, é de vitória, de resto é trabalho, trabalho, trabalho, e quem estiver comigo tem de saber isto, trabalhar, trabalhar, trabalhar, se não conquistar vitórias não está aqui a fazer NADA..»

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    1. Mas cá vai o que ele disse e confirme que o que foi divulgado foi descontextualizado. ***

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    2. Caro António Gomes,

      Ou o BdC disse o óbvio e, portanto, devia ter estado calado ou disse o que todos percebemos que disse. As afirmações têm um contexto e é nesse contexto que devem ser interpretadas. Somos os dois suficientemente inteligentes para interpretarmos adequadamente o que foi dito.

      O que me motivou a escrever este “post” não foi o BdC. Durante o jogo e pela primeira vez, fui lendo os comentários dos sportinguistas nas redes sociais. Os nossos jogadores não eram só maus, eram uns calaceiros, uns mercenários. É este tipo de comportamento e de estado de espírito que é alimentado também pelo BdC. Quando se perde, não são dos nossos, são do piorio e toca de os enxovalhar em público. Quando ganham, são os maiores e são dos nossos e não paramos de andar com eles aos abraços.

      Depois há coisas que não consigo perceber. Os jogadores do Benfica não são nossos inimigos. O Carlos Carneiro ainda era há pouco um símbolo do Benfica para passar agora a ser um símbolo do Sporting. Os jogadores são só profissionais que gostam do que fazem. Os do Benfica são muito bons e muito valorizaram a nossa vitória. A vitória foi épica porque os nossos jogadores e os do Benfica foram extraordinários. Mas há sempre um palerma que manda um isqueiro ou uma moeda e o BdC faz uma piadolas com isso.

      SL

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    3. E esse tipo de comportamento tb não é alimentado ao contrário? dizer que o presidente não devia fazer isto ou aquilo só porque está publicado algures que ele disse alguma coisa, sem MUITAS VEZES aceder à fonte original. Como já ouvi algures é muito mais fácil dizer mal do que dizer bem. Também assumir que a nossa interpretação é a mais correcta sem tentar perceber o que os outros estão a dizer é de extremos e como não sou extremista, siga...

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    4. Caro Rui Monteiro, na realidade BdC disse o óbvio enão o que "todos" (mais uma presunção abusiva) "percebemos" (outra presunção abusiva) que disse. E disse-o num contexto SIM. O contexto de uma entrevista depoimento em momento de euforia de vitória, e em que, NORMALMENTE, o mais usual e desejável é o discurso da motivação e da exigência. Que foi tão só o que eu ( enão me arrogo a todos) entendo (e não me arrogo ao percebo) que o Presidente disse e quis fazer passar. Mas isso sou eu, que não sou sobredotado. Apenas um sócio e adepto do Sporting que, mesmo vivendo a quase 2000Km de mar de distância, vive o suficiente o Clube para saber estar agradecido a um presidente e a uma Direcção que trabalharam e trabalham para cumprir com a esmagadora maioria das promessas eleitorais que fizeram. Como, na altura (2013) nem votei nele exactamente por achar que essas promessas eram um exagero demagógico ... como a realidade demonstrou que essa minha desconfiança é que era exagerada ... como afinal até se tem conseguido uma muito meritória recuperação financeira ... como até ganhámos maior credibilidade externa ... como até lideramos o combate pela verdade desportiva ... como até conseguimos inaugurar a Sporting TV ... como até as Modalidades ao invés de continuarem a desaparecer ou perecer começaram a aumentar e melhorar ... como até passaram a ter CASA PRÓPRIA ... como até no Futebol, apesar dos pesares (que são muitos e pesam muito), mudámos da noite para o dia e somos muito mais competitivos ... como não sou ingrato ... reconheço a este Presidente o enorme mérito que tem (muito maior que todos os defeitos que lhe apontam) e ... SIM ... agradeço-lhe por nos ter salvo do purgatório.
      Ah! E, mais uma vez recordo-lhe que ele não é remunerado pelo trabalho que faz no Clube (que tem sido ENORME) mas apenas pelo cargo que exerce na SAD! Dito de outra forma, as quotas dos sócios não pagam o seu ordenado (vão INTEGRALMENTE PARA AS MODALIDADES- outra "excentricidade" desta Direcção); quem lhe paga o ordenado são os Accionistas da SAD. Não é, pois, por uma inverdade ser muitas vezes repetida que passa a ganhar contornos de credibilidade.
      Saudações leoninas
      Saudações leoninas

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  6. Rui Monteiro, a inteligência também só é para alguns...

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  7. Bruno de Carvalho é o presidente certo, chegou providencialmente quando o Sporting resvalava para a ruina. Em relação ao líder, terá de o ser nas vitórias e nas derrotas, sobretudo nestas. Algo se passa com o futebol e viu-se em Moreira de Cónegos, Setúbal, Estoril, onde perderam por causa do vento, em Braga. Isto esta atravessado na garganta de Bruno, tem RAZÃO mas tem que maneirar, como dizem os brasileiros, que esse pessoal é da Alta Aristocracia, deslocam-se em porches. Ainda ninguém explicou as 6 vitórias seguidas apos Madrid. O que há de sobra entre sportinguistas é ANJINHOS.
    SL

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    1. Meu caro,

      Os jogadores de futebol não são propriamente flores que se cheirem, sei isso muito bem. Com os empresários os pais e demais família a viverem à conta, a coisa ainda fica pior.

      Mas se não jogam bem o primeiro responsável é o treinador. É assim e não pode deixar de ser assim. Nesta situação de forma ainda mais reforçada, tendo em conta o estatuto profissional e dentro da estrutura do Sporting e o salário. Quem escolheu este treinador foi o presidente. Logo...

      SL

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  8. Eu lembro-me de uma novela em que havia um personagem que tinha uma banheira cheia de m**da e queria transforma a m**da em ouro,eu vejo aqui e noutros lados,
    comentadores que por azia, ódio, lampiosice,etc a tentar transformar ouro em m**da

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    1. Meu caro,

      Aqui só transformamos tudo em palavras. Há os que gostam e os que não gostam, como em todo o lado.

      SL

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  9. Rui: O seu "post" está muito bem e claramente escrito. É óbvio e limpido. A questão que se põe hoje é que o mundo Sporting está profundamente dividido por este paradigma complexo: Temos nos últimos 5 anos um presidente que realizou uma acção profundamente meritória no clube, com sagacidade e determinação, mas incapaz de distinguir a sua condição de líder e de adepto, tem cometido grandes erros de liderança (conflitos com treinadores que antes escolheu, erros primários de comunicação, recriminações públicas a atletas profissionais, que como adepto são legítimas mas como líder são inadmissíveis, etc.., etc...) O seu egocentrismo é tal, e a sua espontaneidade tão incontrolável que infelizmente este tipo de erros irão sem sombra de duvidas continuar. E esta é sobretudo a nossa tragédia: sabermos que os tiros nos pés voltarão mas, por outro lado, não podermos dispensar Bruno porque ele parece insubstituível a curto prazo, na consolidação deste projecto. Resta-nos apenas ter esperança que uma onda de lucidez se possa sobrepor ao seu egocentrismo, sem termos razão nenhuma para ter esperança...

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