A previsibilidade do jogo do Sporting tornou-se uma das suas
notas artísticas de referência. Elevar a previsibilidade a umas das belas-artes
é interessante mas curto para quem ambiciona qualquer coisa. Não se trata
apenas de uma hipotética baixa de rendimento, ou cansaço (nesta altura da
época?) de alguns elementos, não, o jogo é pastoso, redundante, indeciso e,
quando não há Gelson a soltar as amarras da imaginação, resta bombear o sangue
todo para o Bost.
Foi assim ontem, mais ou menos. Na primeira parte o Braga
aproveitou os desacertos dos laterais e das laterais, para objectivamente, e em
contra ataques rápidos tentar chegar ao golo. O Sporting continuava como se nada
fosse, deixando o tempo rolar, jogando no limite estapafúrdio do risco. Mas sem
criar, praticamente, perigo junto à baliza adversária. O Abel que na noite
anterior tinha lido dois manuais de treino básico e observado 2 ou 3 jogos do
Sporting em casa, conseguia perfeitamente prever parte do filme, incluindo a
entrada leonina fulgurante na… segunda parte. Nada de novo, portanto.
Na segunda parte, não estivéssemos nós em época natalícia de
partilha, tornamos o quase e o quase-quase um símbolo digno da nossa
camisola. Num quase de cariz
semelhante o Braga enviou uma bola ao ferro e na sequência marcou. O quase já não chegava e de repente todos
os jogadores do Braga ficaram doentes, lesionados, entrevadinhos. O árbitro teve
o seu momento ao… quase assinalar um penalti e nós assim quase que empatávamos.
Já se percebeu que há jogadores quase de saída. Ou outros
que quase que chegavam a jogar. Outros ainda que quase já perceberam o que fazer
em campo. O Das Bost não marcou. O Slimani já não mora ali. O Ruiz parece que
também não. Ao Elias fica-lhe bem o banco. O Adrien e o William não mereciam
esta prenda. O Rui também não. O Coates começa a ficar paranóico com as distracções
do Semedo. O João Pereira continua com cara de miúdo. Nós continuamos a
acarditar. Ou quase.
Caro Gabriel,
ResponderEliminarParabéns, penso que define muito bem o que se passou ontem. Ou quase. Faltou dizer que o árbitro teve na verdade dois momentos em que quase assinalou um penalti (um dos quais ainda com o resultado em 0-0). Como vimos no Sábado dá jeito ter árbitros com paixão para resolver os problemas que nós não conseguimos resolver sozinhos.
Também faltou dizer que depois de meses a tentar arranjar parceiros de ataque para o Bas Dost o Coates nem se saiu mal. Teve quase, como os outros, mas com muito mais estilo.
SL
Caro João,
EliminarSem dúvida que o Coates se perfila como a nossa grande alternativa para o ataque. Isso quase que chega(va). Entretanto, a paixão dos senhores do apito vai-nos demonstrando que quase tudo está na mesma.
SL
Caro amigo,
ResponderEliminarFabuloso:) Elevamos o quase a um estatuto de ciência.
Mas não podemos esquecer os árbitros que quase vêem os lances. Noutras situações com outras equipas são capazes de enxergar algo completamente invisível a olho nu. Dão muito jeito como desbloqueadores de partilhas e nas contas finais...
Abraço
Meu caro, já falamos de cátedra. Mas é cansativo.
EliminarFazia jeito uma oftalmologista em campo. isso, ou um endireita dos antigos.
Abraço
Caro Gabriel,
ResponderEliminarMagnífico, como sempre. Pareço um disco riscado (esta ainda é do tempo do vinil). O mau planeamento da época está-se a pagar caro. Há várias razões que explicam a derrota. Um das mais importantes, para mim, é andarmos a jogar com a mesma equipa de três em três dias.
Um abraço
Caro Rui, muito obrigado.
EliminarOs nossos campeonatos ainda são contemporâneos do vinil. mas como este está na moda sempre pensei que era desta. Quase que era.
A mesma equipa é um sinal do planeamento estratégico. Acarditamos nisso!
um abraço!
O Sporting consegue sempre surpreender e alterar verdades, até hoje, incontestáveis.
EliminarEsta é a nova:
"Em equipa que perde, não se mexe! (até porque não há alternativas)"
um abraço a todos
Meu caro,
EliminarO Sporting é previsível até nas surpresas.
Mas já anda muita gente por aí a mexer...ou a rabiar...
Por falar em quase...
ResponderEliminaro certo é o golo do wilson e a falta de respeito de um dito abel.
Meu caro,
EliminarEstamos quase a acreditar que não são todos assim. Mas devem andar lá perto...