segunda-feira, 17 de maio de 2021

Não havia necessidade

Tinha afirmado que não perderíamos o campeonato antes do seu final, não imaginando, no entanto, que o pudéssemos ganhar. Ora, a expetativa não era a de burocraticamente ver mais dois jogos, com o Rúben Amorim a fazer deles a pré-época que ainda não começou. Um deles era contra o Benfica e existe sempre a expetativa sobre quem vence a taça da segunda circular [quantas e quantas épocas não nos limitámos a disputar com denodo esse magnífico troféu à falta de melhor!]. Entre os sportinguistas havia uma grande discussão entre os que preferem ganhar campeonatos sem qualquer derrota e outros que tantos se lhes dá desde que sejam campeões. Entre os benfiquistas a expetativa era grande dada a possibilidade de virem a fazer a melhor segunda volta de todas as equipas do campeonato, troféu também muito cobiçado, logo a seguir ao da segunda circular. 

O jogo não defraudou as expetativas [há anos que não recorria ao verbo defraudar e sinto que a semântica de algumas destas crónicas ficou empobrecida]. Assistiu-se a um belíssimo solteiros contra casados ou vice-versa com um resultado escasso, muito escasso. Como verificámos este fim-de-semana, marcar golos no hóquei em patins constitui tarefa bem mais árdua, sendo a baliza das pequenitas com um guarda-redes metido lá dentro de cócoras. Dois ataques e três corridas depois de se iniciar e o jogo estava partido. Ninguém marcava ninguém e o Cebolinha parecia o Chalana e o Pizzi o Bruno Fernandes. Meia-hora de jogo e estávamos a perder por três a zero. Nada que angustiasse o Pedro Gonçalves que antes de acabar a primeira parte ainda teve oportunidade de fazer mais um passe para a baliza e marcar mais um golo, só para chatear o Seferovic, que estava com a mania de que era avançado e marcava mais golos do que os outros.

Na segunda parte, o Rúben Amorim tentou levar o jogo um pouco mais a sério, tirando o João Pereira e o Daniel Bragança, metendo o Palhinha e o João Mário e colocando o Matheus Nunes a lateral direito. Para que não houvesse dúvidas que não estávamos a levar o jogo completamente a sério, oferecemos o quarto golo, com o Matheus Nunes a enganchar uma perna numa perna do Grimaldo, a fazer “penalty” e o Seferovic a marcar com toda a fossanga. Quem não gostou nada desta situação foi o Pedro Gonçalves que desatou a jogar como se não houvesse amanhã. Primeiro atirou ao poste, depois fez o passe ao segundo poste para o Paulinho meter dentro e o Nuno Santos marcar e acabou por marcar o terceiro golo de “penalty”, como o Seferovic, com a vantagem de ter sido sobre ele a falta. Nos últimos minutos o Rúben Amorim ainda fez de conta que queríamos dar mesmo a volta ao jogo, colocando o Coates na frente, a ponta-de-lança [quando todos sabemos que o Paulinho chega e sobra para as encomendas]. No fundo, no fundo, o que ele queria, o que todos queríamos era ir ver o hóquei em patins, onde havia um título, um título a sério para ganhar. 

O meu amigo Júlio Pereira tem uma visão mais conspirativa deste jogo. Depois de estar a ganhar por quatro a um, se empatássemos, o Jorge Jesus não se aguentava para a próxima época e todos sabemos que o Benfica precisa muito de gastar mais uns cem milhões de euros para preparar convenientemente a pré-eliminatória da Liga dos Campeões. Não me interessa tanto a razão deste jogo mas a sua oportunidade. O título estava ganho, havia o hóquei, qual era a necessidade? 

8 comentários:

  1. Caro Rui Monteiro,
    A memória é curta mas há quem se lembre que, há uns meses atrás, na chamada pré-época, a equipa do Sporting jogava de uma forma titubeante e só ganhou consistência, no meio-campo, quando Palhinha (que estava para ser vendido, mas não foi e ainda bem) integrou a equipa. Ou seja, há um Sporting antes de Palhinha e outro depois de Palhinha. Palhinha está para o Sporting de Amorim como Jardel foi para o Sporting de Boloni. Ir à Luz, com uma defesa remendada, com um João Pereira que sabe tudo mas tem 37 anos e com um Matheus Reis que tem 26 anos mas não sabe nada e sem Palhinha era estar a pedi-las. Parece que Amorim queria fazer experiências, pois espero que ele e a chamada estrutura tenham tirado as devidas ilações. Primeira, que há um Sporting com Palhinha e outro sem ele e segunda, que jogadores como Matheus Reis não fazem falta nenhuma, na verdade até atrapalham.
    SL

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    1. Meu caro,

      O Rúben Amorim limitou-se a fazer uma demonstração para quem a quis entender: o Palhinha e o João Mário são insubstituíveis.

      SL

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  2. Caro Rui, viva,
    desta vez não vi o jogo, para tal como o Ruben Amorim fez (provar que o SCP sem Palhinha e sem João Mário não é a mesma coisa) que se eu não mexer o cursor do rato para o lado da baliza onde o Sporting ataca, estamos mais longe de vencer...
    Amanhã estarei de volta, para o ajudar o Pote!
    Saudações Leoninas
    (volto a fazer o pedido de não usarmos o SL no final das mensagens, é que estamos a um B de escrever um palavrão)
    Sérgio

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    1. O pedido que faz:
      "Comadre sem co é madre
      comadre sem madre é cu
      tirando o cu à comadre
      fica a comadre sem cu"

      Saudações leoninas

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  3. O João Mario insubstituivel ???O João Mario não tem pernas , não tem velocidade nem ritmo de jogo , não ganha um lance , não faz uma recuperação , é fraco de cabeça .... é o pior dos tres medios que o SCP tem para o lugar .Tanto o Bragança como o Mateus Nunes são muito melhores , e ainda temos o Pote ,se for preciso .A mudança para melhor deveu-se unica e simplesmente á entrada do melhor jogador do campeonato , o Palhinha .

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  4. Caro Rui,

    Não vim comentar a tempo e agora não se percebe se o título se refere ao jogo com o Benfica ou com o Marítimo. Culpa minha.

    Acho que cabia bem nos dois casos. Também já não se percebe se a dupla Matheus Nunes - Bragança é fraquinha e a origem de todos os males do mundo - ou se pelo contrário é meio caminho andado para um jovem franzino marcar mais golos que o portentoso Seferovic, grandioso avançado da equipa dos milhões que apenas cede perante a COVID-19. (esqueci-me de dizer, treinada pelo guru Jorge Jesus)

    Mas nada disto interessa. Somos campeões e até o João Pereira é o maior. Viva o Sporting!

    SL

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