Por improvisos e trapalhices de vária ordem, vi o jogo [do Sporting] contra o Braga acompanhado de comentários em polaco. Em polaco, compreende-se muito bem a razão para o árbitro não mostrar qualquer amarelo aos jogadores do Braga na primeira parte. Aparentemente, se se assobiar permanentemente um jogador, mostrar-lhe um amarelo quando acaba de fazer uma falta merecedora disso corresponde a uma dupla penalização. Esta interpretação aplica-se a assobios e a outros mal-estares, como a má vontade da sogra ou um cozido à portuguesa que não tenha caído bem.
Há males que vêm por bem e a condescendência foi de tal forma que deixou de haver margem de manobra para mostrar amarelo a quem quer que fosse, passando por uma arbitragem à inglesa [se não nos lembrássemos da expulsão do Diomande no jogo contra o Arouca]. Estou a acabar de traduzir tudo muito bem traduzido para enviar ao Conselho de Arbitragem ou à APAF de forma que apliquemos a melhores práticas internacionais [tem que se acrescentar mais um árbitro que faça de médico, mas, mais um menos um, ninguém nota].
O Artur Jorge, treinador do Braga, aplicou a receita que tão bom resultado obteve no jogo das meias-finais da Taça da Liga. Embora condicionando um pouco mais a saída de bola do Sporting, com o Abel Ruiz na frente, o objetivo continuava a ser o mesmo: não deixar o Gyökeres jogar, tocar na bola sequer, apostando as fichas todas na nabice finalizadora do Trincão, Pote e Companhia. Também o Cristóvão Colombo descobriu à América quando procurava encontrar um novo caminho marítimo para a Índia. Há resultados surpreendentes, mas é preciso compreendê-los, interpretá-los, para não se atribuir ciência ao puro acaso, à sorte, ou começamos a pensar que estamos na América quando chegamos à Trafaria.
Por [mais] paradoxal que possa parecer, não deixou de ter alguma razão, pois bastou uma hesitação, uma desmarcação, um passe e zás, lá estava o Gyökeres a molhar a sopa outra vez. Imaginem o menino à solta o tempo todo. Como diz o Pedro Azevedo, restava-lhe decidir se queria perder com mais ou menos golos do Gyökeres e a nós, sportinguistas, tanto se nos dá. Decidiu como decidiu e decidiu bem, pois o nosso selecionador nacional está com uma vontade enorme, uma vontade danada de convocar o Nuno Santos e o Pote [ou até o Trincão], dado ainda não ser possível convocar nenhum jogador do nosso campeonato para as seleções adversárias que possa ser expulso uma e outra vez. Enfim, o país ficou a ganhar, o país agradece.
A jogar desta forma, continuo a pensar que devíamos cobrar cachê à equipa adversária. Não parece fazer sentido os jogadores do Braga ou o seu treinador principal e os adjuntos verem jogar de borla. O único argumento a favor da atual situação é o lugar que lhes arranjaram: de pé praticamente o jogo todo [a precisarem de uma ou outra corridinha para desentorpecer as pernas]. Fica combinado que o próximo jogo é no Theatro Circo para que possam assistir a mais uma "performance" cultural como a de ontem, mas sentados, naturalmente.
Isto vai de bom a melhor
ResponderEliminarMeu caro,
EliminarEspero que o Sporting vá de melhor em melhor até à vitória final: ontem, os suíços; segunda-feira, os de Moreira de Cónega. Aqui, no blogue, procura-se recuperar o jeito.
Abraço,
RM
Rui, agradeço a menção. Um abraço para si e que o Sporting nos continue a dar alegrias destas. (O efeito psicológico de ir à frente produziu uma bola de neve que hoje em dia é até mais uma avalanche que passa por cima de quem ousa se meter no caminho.)
ResponderEliminarCaro Pedro,
EliminarO seu "post" toca no ponto e, assim, no dilema do Artur Jorge. Se se maraca o Gyokeres como o Braga marcou sobra espaço para os outros. Na Taça da Liga funcionou porque os outros falharam golos atraás de golos. Para o campeonato, como o primeiro golo muito cedo e o segundo logo a seguir, a tática estva arruinada.
Abraço,
RM