Depois de todos os incidentes que, podemos dizer, se iniciaram com o jogo entre o Atlético de Madrid e se concluíram com a destituição de BdC, o Sporting estava escaqueirado (este é o termo exato). Os sócios e adeptos estavam divididos, não havia direção, nem treinador (ou havia um que ganhava um balúrdio sem nada no currículo que o justificasse) e os principais jogadores tinham rescindido alegando justa causa sem que houvesse dinheiro para contratar outros de igual valia. É neste contexto, caótico, que é designada a Comissão de Gestão, assumindo Sousa Cintra a liderança da SAD.
Ninguém, no seu juízo perfeito, esperava milagres ou, dizendo melhor, esperava um único milagre: que se realizassem com a normalidade possível as eleições e, até lá, que o Sporting desportivamente não desaparecesse. Esperava-se que a Comissão de Gestão ganhasse tempo precioso para que Sporting pudesse voltar à normalidade.
A Comissão de Gestão cometeu seguramente erros, mas cumpriu o essencial e o essencial não era fácil. Contratou um dos poucos treinadores experientes que se encontravam disponíveis para pegar a prazo numa equipa que ainda nem se sabia que equipa era. Assegurou o regresso do Bruno Fernandes, do Bas Dost e do Battaglia. Negociou e vendeu o William Carvalho para o Bétis de Sevilha. Contratou os jogadores que pôde dentro das preferências do treinador e das disponibilidades financeiras. A equipa tem feito o que pode e à quarta jornada o Sporting está na frente do campeonato, depois de ter defrontado o Benfica na Luz.
Podemos analisar as decisões tomadas pela Comissão de Gestão e pelo Sousa Cintra e se se encontram reunidas (ou não) as condições necessárias para o Sporting dispor de uma equipa de futebol competitiva. Mas, como sempre costumo dizer, antes das explicações vêm os resultados. A primeira avaliação é se os resultados esperados foram concretizados. Esperava-se que ganhassem o tempo necessário para que uma nova direção pudesse tomar legitimamente posse, depois de ser escolhida pelos sócios do Sporting, sem entretanto se comprometer o futuro mais do que estava.
Pode-se sempre afirmar que podiam ter feito mais e melhor, mas uma coisa é certa: o Sporting tem um treinador, uma equipa com bons jogadores e está em primeiro lugar do campeonato. Naqueles que eram os resultados essenciais, a Comissão de Gestão e o Sousa Cintra cumpriram e o Sporting conseguiu a normalidade possível. Para o bem ou para o mal, o passado é da responsabilidade da anterior direção e o futuro será da direção que vai ser eleita no próximo dia 8.
Sousa Cintra foi o Homem providencial, ja tinha sido quando substituiu Jorge Gonçalves. Cintra merecia ter sido campeão e teve equipas fortes mas Pinto da Costa não permitiu. Merecia uma estatua.
ResponderEliminarCaro João,
EliminarRespondo-lhe com uma mensagem de um amigo meu com a qual concordo também.
"Com todos os defeitos e anacronismos, Sousa Cintra merece uma estátua. Era o único sportinguista que podia ter feito este trabalho. Antes dele, estão todos mortos. Depois dele, estão todos nas trincheiras dos croquetes ou dos brunettes".
SL
Sousa Cintra deu uma volta de 180º nesta segunda passagem pelo clube: Depois de despedir um treinador que estava em primeiro lugar, desta vez é ele a despedir-se quando está em primeiro lugar.
ResponderEliminarCaro Vítor Hugo Vieira,
EliminarÉ verdade. Às tantas, foi mesmo por causa disso, isto é, para evitar cometer o mesmo erro e despedir um treinador que vai em primeiro, despediu-se a ele próprio.
Caro Rui,
ResponderEliminarTenho de lhe confessar que começo por me retratar: quando vi o sorteio do campeonato apostei com um amigo que chegávamos às eleições no máximo com uns 6 pontos. Estava errado, Cintra fez um bom trabalho, Peseiro vai-se aguentando no topo.
Nesse sentido estou de acordo com o elogio à Comissão de Gestão (Contruir uma estátua parece uma ideia excessivamente 'Brunista').
Se concordo com tudo? Claro que não. Se estou confiante numa boa época desportiva? Ainda não. Mas o mais importante é o que refere, ganhou-se tempo e não se deitou nada a perder.
Não acho que poderiam ter feito muito melhor, dadas as circunstâncias. Também acho que não deviam ter feito mais. Uma Comissão de Gestão deve fazer o mínimo possível...
Venham as eleições e que retomemos alguma normalidade, deixemos de andar em constantes guerras internas, até para podermos comprar as pipocas e ficar a ver como o poder político vai safar os nossos vizinhos das alhadas em que se meteram ao passarem para a justiça o seu modus operandi no futebol durante anos e anos.
SL
Caro João,
EliminarO que se pedia à Comissão de Gestão era que não fizesse de mais nem de menos. Isto é, que não tomasse decisões que hipotecassem o futuro mais do que estava e que, ao mesmo tempo, não se desmobilizassem os sócios e adeptos. Se, nesta altura, estivéssemos a meia dúzia de pontos do Benfica ou do Porto (e era o que se esperava), a próxima direção não tinha margem de manobra e a época estava hipotecada definitivamente. Assim, vamos ver.
Como diz, vamos ficar a assistir às manobras de contorcionismo para evitar a suspensão do Benfica e a condenação dos seus dirigentes. O Benfica cometeu um grande erro: julgava que podia utilizar o chicoespertismo tuga, que tão bem funciona no futebol, na justiça. Estando envolvido o Ministério Público, através de funcionários judiciais, numa situação de possível corrupção, a resposta tinha de ser determinada. De outra forma, ninguém acreditaria mais no Ministério Público e lá se ia a imagem da Procuradora.
SL
Nos jogos contra o VFC (Setúbal); SL Benfica e Feirense, uma coisa é certa:
Eliminar- Nem dos árbitros se podem queixar ou nem aos presumidos 6 pontos teriam chegado...!
Toupeiras também aqui?...
EliminarCaro Rui Monteiro, Sousa Cintra com esta sua passagem pela liderança da CG, no momento mais negro da nossa história, ascende a um lugar de grande destaque na galeria dos nossos presidentes. Depois de João Rocha é Sousa Cintra que fica para a História. Dito isto o que a CG conseguiu fazer - concordemos ou não com este ou aquele aspecto - é quase do domínio do impossível. Recuperar jogadores cujo valor de mercado ultrapassa os 100 milhões, negociar com mão de ferro jogadores que já não eram nossos. Conseguir mais de 20 milhões por William e recusar os descontos por Patrício e Gelson recorrendo à justiça, era um cenário que nenhum de nós admitiria ser possível. Além disso a contratação de Peseiro, o reforço do plantel e a construção de um clima de confiança e de responsabilidade que nos colocam na liderança . Quem poderia pedir isto a Sousa Cintra? Animou-o o espírito de missão e o sucesso que obteve não o fez afastar-se do compromisso de sair de cena logo que os sócios pudessem escolher. Merece as maiores homenagens que o clube atribua aos seus maiores.
ResponderEliminarMeu caro,
EliminarNão esquecer que foi para o camarote da Luz mas agora se constitui como assistente do processo E-toupeira. Para quem diz que é um traidor, vou ali e já volto. Não anda é com bravatas o dia todo.
SL