domingo, 22 de abril de 2018

O Natal dos hospitais

Nos jogos do Sporting pouco interessa saber quem marca, dado que é quase certo que seja o Bas Dost, mas quem primeiro se lesiona ou dá o berro. Tinha metido as fichas todas no Acuña. A entrada assassina de um defesa do Boavista transformou uma probabilidade numa certeza. Como não tinha apostado nada no Varíssimo não fiquei despontado por não ter mostrado o vermelho. Ao intervalo, os exercícios de aquecimento do Petrovic pareciam dar-me razão. Na minha cabeça, era a substituição esperada, passando como sempre o Bryan Ruiz para o lado esquerdo. Afinal a primeira baixa foi a do Mathieu. Não me lembrei que o Jorge Jesus andava a treinar o Petrovic a jogar a central.

Com o Petrovic na defesa, o Jorge Jesus, mandou baixar as tropas proibindo terminantemente o Ristovski de voltar a atacar. O Acuña e o Fábio Coentrão iam olhando um para o outro para ver quem caía primeiro na esperança de ser substituído. O Acuña caiu primeiro, mas mesmo assim obrigaram-no a voltar a entrar em campo até se confirmar o óbito pelo Delegado de Saúde. O Misic entrou para o substituir com aquela cara que põe sempre de quem gosta imenso de participar e de jogar com os outros. O Fábio Coentrão só muito depois é que soçobrou, sendo substituído pelo menos que assim-assim Lumor, tendo ficado irritado logo depois pela sua (dele) irreverência ao procurar fazer um lançamento lateral sem demorar os habituais dois minutos e trinta e quatro segundos.

Estava-me a preparar para acabar este “post” quando percebi que não tinha falado do jogo, daquele que se joga com a bola, procurando metê-la na baliza do adversário. É verdade que o Boavista não fez um remate à nossa baliza mas a nossa equipa ainda a tentou meter, metendo-a mesmo uma vez. O “penalty” foi evidente, mas o Varíssimo não viu nada, tendo-nos valido a dobra do verdadeiro vídeo-árbitro. Para a situação ser mais caricata, o Varíssimo ainda mostrou amarelo ao Bryan Ruiz na sequência do lance, dado que só meia-hora depois da manchete do jogador do Boavista e de ter visto e revisto na televisão o lance é que decidiu marcar “penalty”. Em Belém tinha sido o Bas Dost a apanhar com a fava. Hoje foi o Bryan Ruiz. Não sei por que carga de água é que só connosco as leis do jogo se aplicam desta forma que ninguém entende.

Estava-me também a esquecer que o Bruno Fernandes enfiou uma coxinha absolutamente notável a um jogador do Boavista que ficou a esbracejar, tentando agarrá-lo (sem sucesso) para manter a compostura e a dignidade que lhe são devidas. O que fez o Bruno Fernandes não se faz, é contra as Convenções de Genebra e viola grosseiramente a Declaração Universal dos Direitos Humanos. No final do jogo, assistiu-se uma conversa entre esse jogador e o Jorge Jesus, onde se discutiu eventual julgamento e correspondentes sanções. Espera-se que a Comissão de Disciplina não se encha de brios como de costume e tudo se resolva com um passou-bem bem dado.

4 comentários:

  1. Leio sempre mas quase nunca comento porque nada tenho a acrescentar porque os posts ou são muito bons ou excepcionais. Como hoje.
    SL

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    1. Meu caro,

      Obrigado, mas diga sempre. Há sempre algo a dizer.

      Um abraço

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  2. Olá Rui
    Temos que deixar de ser tão humildes...
    não sofremos golos, nem bolas no poste, nem o adversário teve golos anulados, falhamos três ou quatro hipóteses de golo. Assim, na lógica de um palerma que por aí anda, foi uma goleada de um a zero.
    Um abraço

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    1. Caro Trindade,

      Para o costume, fizemos um jogo descansado. Quando o adversário não faz um remate à nossa baliza algum mérito tivemos. Foi pena a última oportunidade perdida do Bruno Fernandes. Penso que nos queria demonstrar o que nos teria acontecido se tivéssemos contratado Rafa, que não esteve longe de acontecer.

      Um abraço

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