Depois de uma boa exibição para a Liga dos Campeões e do empate do Porto ontem, o jogo contra o Paços de Ferreira era decisivo. O Jorge Jesus meteu os melhores, mesmo que o Acuña não parecesse estar nas melhores condições, e assim ninguém o pode acusar de não “meter a carne toda no assador”. Nestas circunstâncias, as equipas que querem ganhar campeonatos não podem vacilar. Não vacilámos e é o que fica para a história.
O jogo foi razoavelmente chocho. Não entrámos muito bem. O Paços de Ferreira entrou melhor. As primeiras jogadas de ataque foram deles. Depois equilibrámos o jogo e, mais ou menos, a passo começámos a chegar à baliza. Começou por falhar o Gelson Martins e um pouco mais tarde o Bas Dost, de forma escandalosa (para um jogador como ele). Acabámos por marcar à Porto, na sequência de um canto. Bola desviada ao primeiro poste pelo William Carvalho, seguida de uma série de carambolas entre o Battagalia, o Bas Dost e o Coates, com o guarda-redes à mistura. Marcou o Aboubakar à segunda, depois do Marega também se ter metido ao barulho mais o Danilo. O Freitas Lobo quis logo fazer de vídeo-árbitro e anular o golo. Para quem diz amar o jogo e que não gosta de falar das arbitragens, convém não cometer este tipo de deslizes, não vamos pensar que se trata de um amor de conveniência.
A partir daí, continuámos a encanar a perna à rã com mais afinco ainda, esperando o intervalo. Entrámos na segunda parte para continuar a encanar a perna à rã até ao final do jogo. O Paços de Ferreira é que não estava para brincadeiras e continuava a insistir, sem grande jeito, diga-se. O Mathieu é que também não estava para brincadeiras e desatou a jogar contra o resto do Mundo, enquanto o William Carvalho continuava a marcar os adversários com o olhar. O seu olhar penetrante costuma chegar, mas nada impede uma ou outra canelada e um ou outro encosto.
O Jorge Jesus tirou o Acuña e meteu o Bruno César, o que se compreende (porventura, a melhor solução de início deveria teria sido a inversa). O Battaglia mandou uma biqueirada na bola e, ao mesmo tempo, levou uma cacetada de um adversário, lesionando-se, tendo entrado o Bryan Ruiz. Esperava-se que fosse para o lado esquerdo, deslocando-se para oito o Bruno César. Não foi assim que aconteceu, ficando a mosca morta do Bryan Ruiz no meio. No passado, esta opção deu sempre para o torto. Hoje, não deu para ver, por que enfiámos a segunda batata logo a seguir, com um centro do Coentrão para uma revienga do Gelson Martins seguida de um remate rasteiro junto ao poste. Esperemos que os restantes jogadores aprendam com o Coentrão. Mesmo a dez à hora, não falha um passe e, quando chega ao momento de meter a bola na área, não a manda para a molhada, fazendo passes direitinhos para o jogador que está melhor colocado.
Ficámos a dois pontos do Porto. Mérito nosso, que ganhámos, e de mais uma trapalhada da arbitragem. Mas não fomos só nós que ganhámos: o Benfica não vai ao Dragão a cinco pontos de distância do Porto, podendo de lá sair a oito. Convém não nos iludirmos: para a próxima toca-nos a nós.
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