segunda-feira, 25 de setembro de 2017

Ausências

Falhar cada vez melhor seria um bom lema noutras épocas. O nosso sentido de humor acompanha sem dificuldades qualquer resultado menos conseguido (como agora se diz), mas o nosso coração e a nossa paciência têm vida própria. Não vou discutir se a cabecinha dos jogadores (e equipa técnica?) já estavam com o Barcelona. Parece-me até um contra-senso relativamente a épocas anteriores. O que eu sei é que se na cabeça houvesse alguma estratégia para o campeonato, o jogo com o Moreirense (antes de receber o Porto) revelava-se de grande importância. Avisei de tarde que íamos falhar quando uns amigos se deslocaram ao estádio. Eu não podia ir e estava a picar, claro. O que eu não sabia é que a nossa equipa só ia entrar em campo apenas na 2ª parte e ainda assim a espaços.

Não se tratou apenas da ausência de Acuna, do jogo menos conseguido do Fernandes, mesmo jogando numa outra posição, da ausência do Ruiz do jogo (qual a novidade?), mas da inércia (e sobranceria?) da equipa em geral, deixando verdadeiras avenidas à surpreendida equipa contrária. Até o filosofo Machado acreditou que a décalage entre ambas afinal seria menor. Questiono-me sempre sobre as ausências quando estas funcionam em grupo. Por isso não percebi JJ quando este se referiu a um ou dois jogadores. Não percebeu que ganhamos um ponto. E ainda não percebeu que é líder de uma equipa. Voltamos a olhar para cima. Venha lá o Barcelona. 

4 comentários:

  1. Caro Gabriel,

    Só se pode jogar no campo do Moreirense preparados para a guerra (o material de Tancos, segundo o Nuno Rogeiro, servia para este efeito). Fomos para lá armados, fomos para lá à armar. Acabámos dizimados por uma turba de tuaregues de Moreira de Cónegos liderados pelo seu grande chefe Manuel Machado.

    Um abraço

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Caro Rui,

      Fomos para lá armar, sem dúvida. Ainda por cima num jogo que tínhamos de ganhar. Acontece. Pois sim, mas é sempre ao mesmo.

      Um abraço

      Eliminar
  2. Estou já em meditação para os próximo desafios, caro Gabriel.
    Imbuído numa meditação bélico-filosófica e inspirado na “paciência chinesa” (tão notória nestes dias que correm) proponho uma citação de Sun Tzu que ajuda a perceber a “batalha” de Moreira e os seus equívocos e a preparar as próximas:

    «O verdadeiro método, quando se tem homens sob as nossas ordens, consiste em utilizar o avaro e o tolo, o sábio e o corajoso, e em dar a cada um a responsabilidade adequada.»

    (por outras palavras: Ó Jesus põe lá a jogar os melhores, tira os nabos e não inventes)

    Abraço

    ResponderEliminar
  3. Tem razão, caro trindade. Falhar cada vez melhor é para a literatura, como disse Beckett. Na bola é só dar a responsabilidade adequada. Sem inventar...muito. Para a bola caseira basta. Quanto ao resto, venha de lá o Barcelona. São peanuts...

    Um abraço

    ResponderEliminar