terça-feira, 11 de julho de 2017

Aberto até de madrugada

Num destes dias um amigo dizia-me ter saudades da bola a sério, isto é, de ver jogar o Sporting. Até meteu uns vídeos no telemóvel com cânticos e tudo. “Espero em Setembro ou Outubro não estar a desejar que a coisa acabe depressa”, acrescentou. “Há duas formas distintas de desejar que a coisa acabe depressa”, disse-lhe eu. Ele percebeu e a conversa foi para outro lado.

Vamos lá ver então quais são essas duas formas de sentir a coisa. A boa: começarmos bem o campeonato e estarmos na fase de grupos da champions com a massa no bolso; a má: ao pesadelo de uma (hipotética) eliminação da champions juntarmos um mau início de campeonato e… desejar que tudo acabe depressa.

Na verdade, acreditar num destes acontecimentos não é, de todo, um desvario. Sabemos das nossas recentes ausências participadas na Europa, tanto na Liga dos Campeões como na Liga Europa, esta última, repasto bem interessante para clubes pequenos como o Manchester United de Mourinho, que a ela se agarrou como única liana possível de salvação. E temos alguns tubarões a rondar a costa, todos eles ansiosos por Europa e carcanhol: Liverpool, Nápoles, Ajax, Lyon, Sevilha (cito de cor, provavelmente não são todos cabeças de série), entre outros. Com a postura do costume o melhor é adoptar um santinho (na selecção costuma resultar), ou contratar um bruxo.

Para além disso, temos, mais uma vez,  que contar com um defeso de quase três meses, mas apenas no que toca ao mercado. Isto é, a bola começa a rolar em final de Julho em termos europeus e início de Agosto a nível interno, mas o mercado fica aberto até de madrugada. Sabemos bem o que aconteceu o ano passado. Este ano a procissão ainda vai no adro, a agitação ainda está flat, com toda a gente à espera das marés vivas. Pelo meio ainda nos divertimos com a silly season das transferências, como aquela da Napachacha Selevava. Valha-nos isso. 

6 comentários:

  1. É isso mesmo caro amigo,

    Com a (ausência) de postura na Europa não existe bruxo que nos valha. Falta de comparência tem sido o nosso forte.

    Quanto ao resto, parece-me óbvio que a silly season das transferências vai alimentando o nosso imaginário. O melhor é apostar algumas fichas nas unidades administrativas que (supostamente) gerem a bola do burgo.

    Abraço

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    1. Meu caro,

      A falta de comparência tem as suas consequências. Um plantel apensa para consumo interno não precisa de grandes liftings, isso não.

      E o restante já se sabe como funciona.

      Abraço

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  2. É imperativo estrarmos na fase de grupos da liga dos campeões por todas as razões e mais alguma. Não me parece que o jesus a vá desvalorizar.
    Quanto ao resto, o mercado é totalmente dominado pelos clubes de topo, os quais decidem a sua dinâmica e respectivos timmings. Uma vergonha, mas não é novidadade. temos que estar preparados e aprender com os erros.

    SL

    Leão de leiria

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    1. Caro,

      Imperativo devia ser sempre. Não se trata apensa de boa figura mas de competir. E é isso que equipas como nós fazem na liga dos campeões: competem, enchem os bolsos e vendem uns jogadores.

      Relativamente ao mercado, isso é outra questão com mas com os mesmos intervenientes a mandar: os mesmos que costumam ganhar (ou andar lá por perto) na liga dos campeões.

      Sl

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  3. Meu caro,

    Um pessimista é um optimista experimentado, um sportinguista, por outras palavras. A nós aplica-se sempre a Lei de Murphy. Se pode correr mail, vai correr mal.

    Estou a ver o desastre a acontecer. Não é preciso ter muito azar para se ser eliminado da Liga dos Campeões. Se isso acontecer e o in´cio do campeonato correr ma, estou mesmo a ver tudo a desabar. Vai o treinador e o presidente que comece a pensar em voltar à vida antiga.

    SL

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    1. Caro Rui,

      Por isso seria necessário saber gerir as expectativas (e já agora o dinheiro). Temos dentro de portas jogadores com potencial e provas dadas.

      Se correr mal, desta vez não há sequela do filme, apenas sequelas e das profundas.

      Abraço

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