Corria a
segunda parte com quatro a zero no marcador. Num lance (normal) disputado ainda
no meio campo do Sporting ocorre um choque entre o Semedo e um jogador do
Arouca (apenas mais tarde percebemos que se trata de um embate entre cabeças). O
jogo seguiu, o Semedo tinha caído. Levanta-se, e volta a cair. Os jogadores
apercebem-se, o árbitro manda parar o jogo. Agora estão todos à volta dele, o
Semedo tenta levantar-se mais uma vez, está meio trôpego, aconselham-no a ficar
ali sentadinho. Mas ele não quer perder tempo. Diz que está tudo bem, quer
voltar ao jogo, insiste, o arbitro manda-o sair de campo. O Semedo sai do campo
com o médico a aconselhar-lhe calma, os dois conversam, o médico (já fora das
quatro linhas) observa o jogador. Está tudo bem, o jogador pede para entrar.
Nada disto
durou mais do que um minuto ou dois, foi apenas um pormenor, mas percebeu-se
bem a firme vontade do Semedo em continuar em
jogo. Percebemos bem o seu compromisso com a equipa e com o clube. Estes jogadores
acreditam: cada jogo do campeonato é uma final da liga dos campeões.
Talvez por
isso o Jesus o tenha resgatado ao Setúbal. O Semedo vai crescendo de jogo para
jogo, e a sua velocidade e poder de antecipação dão bem com a classe do varal
do Coates. Temos centrais. Já do lado direito da defesa temos às vezes uma
espécie de open space, onde o
Schelotto surge apenas aquando do after
hours, ou na hora lounge. Os
primeiros quinze minutos da partida são exemplo disso mesmo.
Relativamente
ao Teo, soou a campainha lá em casa: afinal não tem contrato vitalício com a
selecção (não foi convocado), nem joga por decreto. Ontem chegou mesmo a entrar
em campo e a jogar. O Jesus disse-lhe para ele se colocar ali por perto do
guarda-redes que a bola acabaria por aparecer e depois logo se via. Os
jogadores e o treinador do Arouca, pelo seu lado, estavam convencidos que o Teo
não entraria em campo e mesmo que entrasse não se notaria. Afinal o Teo andava mesmo
por ali (e notava-se bem). Ou então estou como o Rui Monteiro: a versão contrafeita
é bem melhor.
Bem observado GP.
ResponderEliminarE não é apenas o R. Smedo. A fornada da formação esteve toda bem. E comprometida. O fabuloso J. Dário então nem se fala, quem o quiser vai ter que trazer a caixa forte do tio patinhas e do patacóncio.
Já para aparar o jogo ao moina do Teo não tenho pachorra. Depois da praia anda a ganhar ritmo há dois meses. Nesses dois meses perdemos com os lamparinas e empatamos no castelo, e agora sai da toca, acossado, com dois pirocos de todo o tamanho.
Uma pergunta: e o barcos se não era para jogar no imediato qual o sentido da contratação e respectiva saída do deprimido Monteiro? Já são dois a ganhar ritmo, um a fazer que joga, o outro no banco.
um abraço e continua a desconstruir:)
Caro Amigo,
EliminarEste comentário dava uma posta, e das boas. Não é preciso acrescentar mais nada. Continuarmos a desconstruir, descontraidamente.
um abraço
não adianta nada o carnide vai às costas dos árbitros e dos tempos de desconto, e nós a ve-los passar.
ResponderEliminaro orelhas controla isto tudo..
Meu caro,
EliminarTudo vale a pena se alma não for pequena. Se for pequena teremos que arranjar outras andanças que não estas.
Temos que seguir em frente (mas não suavemente com a cabeça entre as orelhas!)
SL
Caro Gabriel,
ResponderEliminarEstou bastante bem impressionado com a dupla centrais. Como disse, começo a pensar que os centrais podem servir para mais alguma coisa do que para bater nos avançados. De facto, construímos melhor o jogo de ataque com jogadores que sabem jogar à bola.
A grande surpresa foi o Bruno César a lateral esquerdo. É tão perigoso a atacar como o Jéfferson e é menos perigoso a defender.
Finalmente percebemos a função e a vocação do Teo. O Teo é para estar "à mama", como dizíamos quando éramos miúdos. Mesmo assim atrapalha-se. Só que atrapalhando-se atrapalha o guarda-redes. Está ainda por demonstrar que o primeiro golo é dele.
SL
Caro Rui,
EliminarA dupla funciona, complementando-se. O Bruno César, se calhar, descobriu a sua verdadeira vocação.Mas se voltarmos com a fita atrás verificamos que, apesar de tudo (inclusive, do Schelotto) a nossa defesa é a menos batida.
O busílis tem estado na eficácia, ou na falta dela. Contra o vitória e benfica, por exemplo, tivemos oportunidades suficientes para encher um recipiente do tamanho do Pedro Guerra, esse craque do damaiense. E estava o assunto arrumado.
um abraço
Quero lá saber se o Teo os marca directos ou a uma, duas ou três tabelas! Importante é que ele as meta lá dentro... e que o árbitro valide, porque "há sempre um árbitro ou auxiliar desconhecido que espera por nós".
ResponderEliminarSobre os centrais: o Semedo ainda há-de borrar a escrita muitas vezes, mas tem tudo quanto é preciso para ser um central de topo.
E, vejam, com um Coates acabado de chegar a um campeonato com particularidades muito... sui generis, e com um central que entrou nestas andanças há meia dúzia de meses, não é que temos uma dupla de centrais que "demora anos a conhecer-se e a ser eficaz"?
Creio que o uruguaio encontrou, finalmente, o parceiro que lhe faltou noutras paragens e o Semedo encontrou a voz de comando e experiência que lhe faltava para "explodir"