A modalidade (ou
a noção) de pre-match nunca teve
grandes adeptos em Portugal. No nosso país, a modalidade por vocação chama-se
after match, ou pós-match (a língua inglesa irrompeu pelas nossas fronteiras),
modalidade essa que tragou a pre-match, e mesmo o match, propriamente dito. O match, cá no burgo, até pode ter
acontecido, mas não interessa para nada. Muito menos o que se passou lá dentro.
O match, para sermos sinceros, é uma entidade misteriosa, daquelas que os
detectives Scully e Mulder são chamados a resolver, acabando por andar ali às
aranhas, e no final a coisa fica sempre envolta numa névoa cujo vértice maior é
o homem do cigarro.
Na verdade, a
modalidade de pré-match existe na medida em que se encaixa num contínuo pós-match,
daí que possa surgir a questão: qual destes terá aparecido primeiro? Ao
tentarmos fazer uma aproximação aos jogos desta semana, por exemplo, ao Estoril
– Sporting, somos imediatamente subjugados por determinada(s) narrativa(s)
(para utilizar um termo em voga) que se foram construindo, ao ponto de recentemente um comentador se referir à crispação que envolveu o Rio Ave- Braga, como um efeito
de contágio da violência verbal de
Bruno de Carvalho. Lá está o efeito borboleta a fazer das suas.
A realidade anterior a cada jogo faz parte
de um novelo (tenho dificuldade em encontrar uma boa expressão) que resulta de
um corte&cose constantemente ruminado, cujo desenlace será supostamente
desvendado num futuro esmiuçar desse jogo até ao tutano, sem que se fale um
minuto que seja de futebol: o jogo. E assim sucessivamente.
Esperamos que
o Sporting tenha tomado as devidas precauções, sugerindo ao Estoril a
realização do próximo match num qualquer local solarengo (já se realizou um no
Algarve, com excelentes resultados), quem sabe nas ilhas Fiji, onde a massa
adepta canarinha é enorme, como bem sabemos. De resto, enquanto o Ruiz não vai
a Fátima de joelhos martirizar-se pelo falhanço da semana passada (não devendo
faltar muito, pelo que se pode ler na imprensa desportiva), só nos resta
desejar que, tendo Jorge Jesus de mudar a dupla de centrais mais uma vez, o Teo
seja um dos felizes contemplados. Ao lado do Semedo, que renovou.
Excelente posta GP.
ResponderEliminarLá que o JJ aposta no Teo aposta, não tarda será a central mesmo. E fará bem o lugar:)
Esse famigerado jogo no algarve provou que a praia do Estoril é sucursal mas não suficientemente solarenga. Uma questão de geografias...
Concordo,que esse tal de Teo,cada vez que joga serve mais de "meco"defensivo do adversário,do que de nosso avançado.Como defesa será que não acertaria mas é na nossa baliza?!
EliminarMeu caro,
EliminarA praia do meco também seria uma boa localização. Para o efeito não é preciso sermos demasiado exigentes. Tiro ao meco é que não...
sucursal lamparina, bem entendido..
ResponderEliminarCaro amigo,
EliminarCá estamos, obrigado pela vista.
O Teo aprecia geografias com fundo solarengo.
logo seria um elemento a ter em conta para um jogo nas Fiji.
um abraço
:) não esqueças o Hóquei (entre outros), o Sporting está na final a quatro da Cers, para utilizar terminologia do burgo.
EliminarNas ilhas fiji até jogo eu:)
Gosto muito de Hóquei. Haverá certamente um olhar atento e ecléctico dentro do possível.
EliminarAfinal o jogo é na amoreira: diz que vai estar sol...
já cá faltava faltava essa. o estoril é que quis ganhar umas massas. TG
ResponderEliminarJá cá faltavam os lacaios do Goebbels de carnide.
EliminarEste comentário foi removido pelo autor.
EliminarMeu caro anónimo,
EliminarNuma perspectiva de entreposto comercial (como parece ser o caso) ganhar umas massas é legitimo. Ganhar o jogo, ou o match, como queira, também o deveria ser...
Caro leao verde,
EliminarNão precisamos de ir tão longe para encontrar lacaios de serviço. Basta atentar nos magníficos programas televisivos da bola.
Cara Gabriel Pedro,
ResponderEliminarGrande "postada".
Em Portugal, vive-se sempre no "after match". Os pontos mais importantes de análise estão sempre relacionados com os efeitos borboleta. Se um jogador atira a bola ao poste é porque o treinador disse na conferência de imprensa que ia chover.
Um abraço
Caro Rui,
EliminarGostamos de ver a bola a rolar.
O after match gosta de se entreter sem bola. Quando era puto existia a bola invisível. Era sempre um grande match...
Meu caro Gabriel
ResponderEliminarTal como um dia disse um famoso filólogo que fez longa carreira no fcp que «prognósticos só no fim do jogo», também a nossa intellectus da bola prefere o pós-match. Desse modo continuam a produzir os maiores dislates mas dificilmente falham um prognóstico, (não é Luís Freitas Lobo?)
SL
Caro Trindade,
EliminarFrei João Pinto do Porto foi uma das mais sapientes vozes da época medieval do futebol luso.
Dificilmente alguma voz renascentista ou mesmo moderna se lhe equipara. Frei Freitas Lobo, incluído...
Meu caro,
ResponderEliminarExcelente post. Mesmo assim acho que no futebol Português o pre-match é claramente mais importante que o match, ainda que fique muito aquém do after-match. Como não vejo os programas especializados no after-match chego a esta conclusão através das poucas flash-interviews que vou vendo: discutir o que os treinadores e dirigentes dizem é sempre muito mais importante do que discutir o que se passou no relvado. Até nos relatos se passam horas a divagar sobre coisas que nada têm a ver com o jogo.
Quanto ao match do Estoril espero de facto ver um regresso em grande do Teo. Se não for na praia que o homem se afirma começo a perder a esperança!
SL
Caro João,
EliminarObrigado.
Tem razão. Mas o after match tragou o pre-matcht. São duas faces da mesmo moeda. O matcht anda desaparecido: é como o Teo em campo. Mas para amanhã há esperança, diz que para além dos calções também vai levar toalha e guarda sol.
SL