domingo, 2 de novembro de 2014

Teatro


Foi uma grande noite de teatro. Na primeira parte tivemos comédia. Da melhor, exibida sem esforço pelo grupo de atores do Sporting. Na noite de ontem, quase todos eles excelentes nesse papel. De realçar o quinteto da defesa que se tem revelado harmónico e bastante dado a este género burlesco. De entre estes, na noite de ontem, o jovem Cedric merece uma nota especial. Esse comediante revelou uma entrega absoluta ao papel tendo inclusive roubado algumas cenas aos seus pares, fazendo umas chalaças de bom nível para sacar umas gargalhadas extras ao esclarecido público que enchia a plateia. O pequeno Jonathan não se mostra tão adaptado a este género, parecendo mais fadado para as tragicomédias. Já o árbitro, excelente exemplo vindo do teatro amador, colaborou na pilhéria e o segundo golo, em fora de jogo, foi um belo chiste para acabar o primeiro ato.

Na segunda parte o público foi brindado com uma bela farsa, entendida aqui como uma «pequena peça teatral de poucos atores apresentada através de um simples diálogo, ação trivial ou burlesca, gracejos, situações cómicas, ridículas, etc.». Foi isso que nos ofereceram os sublimes farsantes vitorianos a fingirem com brio e admirável trabalho de maquilhagem, faltas, lesões, agressões e penalidades. Por seu lado, a trupe do Sporting alimentou a farsa e continuou a fingir que jogava e os árbitros, qual grupo de coristas, enquanto marcavam o ritmo ao som dos apitos fingiam que acreditavam no que viam, até no penalti.

Para o fim ficaram as tragédias. Duas menores e pouco importantes: o resultado e a exibição do Sporting. Uma verdadeiramente grave quando o habitual grupo de grunhos, alimentado a ignorância, cobardia e estupidez natural, agrediu e apunhalou adeptos do Sporting deixando um deles à beira da morte.
Para alguns, esperemos que para todos, a vida continuará. Na próxima semana o programa seguirá como habitualmente, agora com circo, género tão do agrado da pequenada mas também dos três graúdos. 

Quanto aos grunhos, volto a citar Linus van Pelt:

"Eu gosto da humanidade. O que eu não suporto são as pessoas"

2 comentários:

  1. Muito bom post!
    Parabéns.

    SL

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  2. Voltando ao Linus, será que desapareceu o nosso cobertor (neste caso) verde?


    Cumprimentos,

    Charles M. Schultz

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