No regresso a Roma depois de campanhas militares vitoriosas, os generais romanos tinham a mania de levar atrás de si uma escravo que lhes repetia permanentemente ao ouvido: “Respice post te. Hominem te esse memento. Memento mori”. O Rúben Amorim tentou a mesma coisa com o Ferro, mas, ou porque não sabe latim ou porque só decorou a cassete das “flash interview”, desistiu. Tentou de outra forma, com o Neto, o Borja ou o Sporar, especialmente com o Sporar, como vimos hoje no jogo contra o Mafra, não aos cochichos mas dentro campo. E assim: “Olha ao seu redor. Não se esquece que é apenas mais um treinador do Sporting. Lembra-se de que um dia vai perder”.
O jogo contra o Mafra foi isto e pouco mais. Se houver um toupeira em campo, o Sporar mais depressa lhe acerta do que na bola [“sim, eu sei, ele também não acerta na toupeira, é só uma forma de dizer; aliás, no golo, a bola ressalta, notando-se que foi uma toupeira a fazer-lha embater na canela, quando nos preparávamos para lhe ver o taco espirrar mais uma vez”]. Está na sucessão de uma linhagem de grandes pontas-de-lança, onde se incluem um Eskilsson, um Peter Houtman, um Purovic, um Missé-Missé ou, mais recentemente, um Castaignos. Depois de o ver jogar, se um treinador não se reconduz à sua mais simples condição humana, então, é porque se trata de Jorge Jesus.
Pobre do Neto, ontem nem entrou em campo, mas leva com a missiva na mesma :)
ResponderEliminarMuito bom, como sempre. Ler estas crónicas é o melhor pós-jogo que há.
Um abraço, Miguel
Obrigado Miguel.
EliminarÉ verdade, mesmo sem jogar, não há maneira de esquecer o Neto.
SL
Amorim um dia vai perder.
ResponderEliminarPagar e perder, quanto mais tarde poder ser.
Mas lá que os padres tem dado uma ajuda, ai tem, tem.
SL
Caro João,
EliminarUm dia vai ser, é assim que as coisas funcionam e ainda bem. Nessa altura davam-nos muito jeito os 4 pontos que nos gamaram nos jogos contra o Porto e o Famalicão.
SL