1) 1) Mais uma moedinha, mais uma voltinha:
Lembram-se
certamente de Thierry Correia? Terá sido, no meu modesto entendimento, a
transferência mais sensacional do consulado Varandas, vendido por mais de 12
milhões de euros ao Valência (tinha de ser), após meia dúzia de minutos (e alguns
segundos) grandiosos a virar frangos ao serviço do Sporting.
João (Ronaldo)
Félix, vendido em ajuste directo (quanto?) ao Atlético de Madrid, com
contrapartidas ainda insondáveis (a vinda do mágico RDT ainda nos assalta em
sonhos), apenas visíveis ao microscópio eletrónico de transmissão (MET), obra de
visionários japoneses.
Fábia Silva,
vendido enquanto penteava o seu famoso risco ao meio, cumprindo assim um sonho
de menino (temos informação fidedigna nesse sentido) de jogar nos Wolves, uma
equipa albergue de guerreiros lusitanos com tendências trânsfugas. As comissões
(declaradas) afiguram-se um verdadeiro tratado de gestão internacional de
activos (e passivos, já agora).
São inúmeras
as deslocações de capital em forma de jogadores, quero dizer, de activos,
grande parte delas praticamente desconhecidas e com vista apenas para o banco e
a bancada. E assim continua.
2) 2) Menos uma moedinha, menos uma voltinha:
Mudam-se os tempos, mantêm-se as vontades. As receitas diminuem a olhos vistos: bilheteira, publicidade, merchandising, patrocinadores, as televisões a puxarem a brasa à sua sardinha, o futebol sem o glamour do público. Tudo isto põe a nu as fragilidades crónicas do nosso (e não só) futebol e da sua tão propalada indústria, que mais se assemelha a um fogo-fátuo. A metamorfose dos clubes em entrepostos (em curso) de jogadores e a sua submissão ao poder dos intermediários e dos “investidores” será cada vez mais o quotidiano de um jogo cuja bola a nossa memória já não alcança.
3) 3) Menina
não paga, mas também não anda:
O Sporting
continua o seu trajecto rumo à modernidade e à irrelevância. O silêncio (extremamente
ruidoso) que paira em Alvalade não augura nada de bom. Começar a época com um
jogo adiado (alguém percebe quais são as regras disto tudo?), numa temporada com
vista para a liga dos calmeirões, necessita apenas de mais uma cereja em cima
do bolo: vender o único ponta-de-lança no último minuto do último dia de
mercado.
Parece que a Assembleia
Geral seguirá o modelo das Assembleias Gerais Eleitorais, ou seja, terá lugar
apenas a votação, sem que haja lugar a discussão prévia. O silêncio extremamente
ruidoso poderá um dia desaguar (como diria Bohumil Hrabal), numa solidão
demasiado ruidosa, ou ruinosa. Tentar remeter-nos ao silêncio é um erro. Fatal?
Caro Gabriel Pedro:
ResponderEliminarToda a gente sabe que estas transferências do carrossel do Mendes são: empréstimos com garantias de jogadores. Isto é, caso o Mendes ou os seus consócios (chineses, indianos, etc....) emprestassem, por exemplo, ao Porto os 40 milhões, entravam logo no passivo e o fair play financeiro estourava de vez. Assim, como venda, entra no activo. Com os 12O milhões do Félix " c'est la même chose. E como isto é pago? Através de comissões e compra e venda de jogadores. É por isso que aparecem os RDTs e companhia.
O que me espanta é que toda a gente olha para o lado.
Quanto à Assembleia Geral do Sporting: se vivêssemos num país normal, já estava tudo a contas com a justiça.Aquela direcção mais parece uma associação de malfeitores.
Um abraço
Meu caro,
EliminarNão sei se toda a gente sabe. Quererá saber?
A Assembleia está pensada como um pró-forma impensável num clube como o Sporting. Cresci em sentido contrário: transparência e bom futebol jogado. O resto é conversa.
Um abraço