terça-feira, 1 de outubro de 2019

E pur si muove!

E, no entanto, move-se, a partir de uma tática retirada de um manual de subbuteo. Joga-se a passo; não se pode passar a bola a mais de três metros; ninguém passa e se desmarca para a receber; por cada um que avança recuam dois para a cobertura; os laterais deslocam-se na exata medida em que se lhe pode passar a bola para trás em apoio; ter a bola para não a deixar de ter e estar em piores condições para sofrer um golo. A equipa passou a ser um imenso meio-campo; quem quer a bola, recua para a receber e a trocar com mais sete ou oito colegas que estão nas imediações. O ataque deixou de ser uma função autónoma, é o que sobra desse triqui-troca, que está para o tiki-taka como o género humano para o Manuel Germano (esta é do Mário de Carvalho!). 

O Silas fez bem o diagnóstico, o diagnóstico médico. Os jogadores não se aguentam. Não vale a pena entrar em correrias ou arrebenta tudo em menos de um fósforo. É esperar que algo aconteça porque algo sempre acontece. E aconteceu porque tinha de acontecer, acontecendo mais depressa se jogar o Acuña. O Bolasie, um dos pouco que não fez a pré-época no Sporting, em desespero e com o bico da bota enfiou um chapéu num defesa, seguido de outro ao guarda-redes, a que se seguiria outro à baliza, não fosse dar-se o caso de o guarda-redes, ofendido, o ter agarrado pelos colarinhos. Até um árbitro português consegue perceber que não se reage desta forma a quem não se gosta ou se discorda. 

É trocar uns tantos no jogo para a Liga Europa e continuar a esperar que aconteça alguma coisa, e sempre acontece, e um conjunto de jogadores profissionais apresente condição física compatível com o salário. Há coisas que o tempo resolve e outras que nem o tempo resolve, sendo certo que o tempo joga contra nós como se fosse uma escolha do Conselho de Arbitragem.

7 comentários:

  1. É de crer que a táctica de ontem foi uma táctica de recurso por parte de Silas pois, caso contrário, seria lamentavelmente, como dizer, maçadora. Já não há adjectivos adequados para descrever a qualidade, ou falta dela, do futebol praticado pela equipa do Sporting. Vamos ver se as tácticas de Silas melhoram o futebol apresentado,embora, ontem, não se tivesse visto qualquer melhoria, excepto no resultado e já não foi pouco.

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    1. Meu caro,

      Acho que o Silas fez bem o diagnóstico. Os jogadores não podem com um gato pelo rabo. Mandou-os jogar juntinhos, sem correrias e grandes riscos de perda de bola com perigo.

      Também esteve bem ao rodar um pouco a equipa. O Wendell e especialmente o Acuña provavelmente tiveram mais impacto no jogo vindo do banco do que jogando de início. A rotação da equipa permite isso, isto é, ter efetivas alternativas no banco para mexer na equipa e no jogo. Para além disso, motiva os restantes jogadores.

      Agora, ganha-se um ou outro jogo assim. Não se ganha como o Sporting precisa de ganhar a jogar sempre assim. Esperemos que o Silas consiga mobilizar os jogadores e, sobretudo, os prepare melhor fisicamente.

      SL

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  2. Triqui-troca: é quanto baste desta crónica! :)

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  3. Faço minhas as palavras de Noureddine: o "triqui-troca" entra directamente para o pódio das minhas preferências, dentro de todas as "insustentáveis levezas" de Rui Monteiro. Haverá que fazer o seu registo tão depressa quanto possível...
    Abraço e SL

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    1. Obrigado, caro Álamo.

      Cá continuamos, eu e o meu amigo, a tentar manter a turba de malucos à qual pertencemos mais calma e sem perder o bom-senso. Não é fácil, contrariamente ao que diz o Varandas.

      Um abraço

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  4. Há noites assim!
    Belas noites!
    Estou a comemorar porque como Bruno Fernandes diz, é preciso ter presente a Grandeza do Sporting, eu tenho, Desde 1958.
    Cum Carago. Tanto tempo!
    Onde andará Vadinho o meu Herói dessse tempo. Não sei
    Tenho agora Bruno Fernandes o Heroi dos meu netos.
    Cum Carago, já estamos quase no Natal.
    sl

    João Balaia

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    1. Caro João,

      Fizeram uma coisa inacreditável e inaceitável ao Bruno Fernandes. Não se revelam sob pretexto algum conversas privadas ainda por cima ao telefone.

      Não dizemos em privado o que dizemos em público e dizemos em privado pelo telefone coisas que não podem ser interpretadas em termos literais. A linguagem nem sequer é a mesma. É uma vergonha!

      Ontem não foi uma noite má, de facto. Sejam todas assim. Mais umas tantas e não temos um Natal muito infeliz.

      SL

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